Domingo, 1 de Dezembro de 2019
PARACUCA . XXXI
 
MULOLAS DO TEMPO . 5 - 28.11.2018
Nós, bazungus rumo à Tanzânia comendo RUSK – NINGUÉM É SANTO - 26 de Setembro de 2018 - Quinta-feira
Por

soba0.jpeg T´Chingange – No M´Puto

 Botswana 300.jpg Passam já 11 meses após ter escrito as mulolas do tempo número 4 e, como digo nela, todos os dias terão encruzilhadas, bifurcações em que o amanhã sempre será uma graça. Restavam-nos 45 para terminar a odisseia “Potholes”. Assim pensando naquele mato longínquo de tudo entre a criação de Deus, relembrava que o dogma da fé cega é que faz com que haja muitos incrédulos! Com o autor do livro “Ninguém é Santo”, Reis Vissapa - o melhor condutor de áfrica, galgávamos quilómetros entre morros rodeados de chinguiços, espinheiras tipo candelabro ou altas árvores de indefinidas espécimes.

De tempo a tempos, Vissapa – o melhor condutor de África, relembrava a Guida sua esposa, a muita falta que lhe fazia aquele bornal de lona de arrefecer a água. Esqueceste de me lembrar, diz repetidamente! Tenho ideia de ser um saco de lona com malha bem fechada e, que pendurado na parte frontal do carro arrefece a água. Nestas viagens por terras de desespero com um ondulado que sai da terra por via do muito calor a passar ao estado sublimado, é necessário andar sempre com água de reserva.

Botswana 313.jpg Em outros tempos de picadas traiçoeiras e desesperadamente isoladas de gente, era bom andar mastigando chuinga, uma pastilha elástica que depois de mastigada era um bom vedante para tapar furos do radiador mas, agora as tecnologias de ponta são outras; não mais é necessário levar umas borrachas extras e arames para encurtar tubos de refrigeração ou pendurar argolas e chapas desprendidas com o sacolejar dos ripados da picada, ao jeito de tábua de lavar em selha, coisa desesperante.

E, afinal deve ter faltado mais um araminho, mais um alfinete de dama e pozinhos especiais para segurar a paciência de muitas horas falando sem prender a rede anti mosquitos aos fundilhos, coisas de pode ser um tormento quando enviesadas. Com o fumo sempre agarrado ao cigarro entre o polegar e o indicador, o nervosismo miúdo de Reis, fica-lhe em beata castanha entalada entre os dentes. Feito John Wayne de beata agarrada no canto da boca, trinca-a como se fora um petisco, entre um foi assim e foi assado, tal como um sonho de vida feito filme!

Botswana 295.jpg Estas andanças longas complicam-nos o mataco que a dado momento já nem tem posição certa tornando o excesso de profiláctico em olfáctico dando comigo a abanar as orelhas e engolindo cacos de vidro como um faquir. Tem mais, o zelo da quilometragem conjugando a hora com o dia que, da noite que cai e da luz que se esvai. É fundamental termos um bom lugar para pernoitar, consultar no telemóvel ou perguntar por um aceitável sítio aonde pousar.

Com nossos coletes de muitos bolsos como caçadores de elefantes, carregávamos anseios; estamos junto, companheiro – cada um é como cada qual! Dia 27 de Setembro de 2018 – quinta-feira, saída para Kazungula, fronteira sobre o rio Zambeze e entre o Zimbabwé e o Botswana, um anda para a frente e para trás por via da intuição cinco estrelas do nosso condutor Vissapa. Sempre nevoso, teimoso como sete touros mais uma mula coxa, perguntava aqui e mais além informações desprezando meu GPS de nome Anita. Comecei a ficar desapontado com nosso guia e ainda passou pela minha cabeça regressar de avião a partir do Aeródromo de Kasane…

carvão4.jpg Lá chegamos à barraca fronteira do Botswana. Cada um de nós pagou 450 Randes correspondente a 25 dólares USA e ainda mais 600 Pulas pelo jeep Nissan. Foi um trinta e um, porque não tinham pagamento com cartão e valeram-nos os Pulas que se tinha em mão, a moeda nacional, mas para nós resultou em algum incómodo porque queriam a moeda verde americana e não a sua. A logística, começou aqui a dar seus falhanços. Só tínhamos Euros e Randes (Bem! Eu Tinha 500$ USA). Vissapa afiançava que o cartão de visa era suficiente; sua intuição falhou e valeram meus dólares e randes que levava num por-se-acaso!

Os Pulas acabaram por ser aceites depois de muito palrapié com lábia e cagança do nosso guia Reis. Afinal serviram! A aura do princípio de Murphy acompanhávamo-nos na perfeição e por completo. Chegámos a Victoria Falls seguindo uma estrada em bom estado e lá chegados às antigas casas dos trabalhadores, acampamento da ponte e do caminho-de-ferro agora transformado em Rest Camp Victória.

 victória falls 016.jpgDali podíamos ver a espuma que se levantava das quedas Victoria do outro lado da linha férrea e, até podíamos ouvir o trovão das muitas águas caindo naquela fenda, uma imensidão húmida caindo do lado da Zâmbia para o Zimbabwé. Assim, sobranceiros às maiores Cataratas do Mundo, pude almoçar no “In da Belly” saborosas espetadas de crocodilo acompanhado de arroz branco e alguns vegetais. A iguaria ficou em 12 $USA.

victória falls 026.jpg Tivemos aqui um encontro com um português radicado no Zimbabwé. Passou a noite em um bungalow fronteiro ao nosso o que proporcionou termos uma conversa acerca do que eventualmente veríamos; deu-nos informação de por onde seguir sugerindo que visitássemos o Park Nacional Hwange antes de irmos ao porto M´libizi no Lago Kariba. O tal senhor fez um esquema enquanto comia em outra mesa dando-o a Dy Vissapa que não demorou muito a amachucar e deitar na primeira lata de lixo. Verdadeiramente o que contava mesmo era a sua intuição! Para o efeito fomos a um Kiosk de Turismo Oficial ali próximo e, fizemos a reserva para o próximo barco a sair de M´Bilizi mediante a entrega de 480$USA.

(Continua…)
Escrita do fim de tarde do dia 26 de Setembro de 2018
O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:03
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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