MULOLAS DO TEMPO . 8 – 01.03.202O
Nós, bazungus no lugar da N´Kwazi (águia pesqueira) – NINGUÉM É SANTO
Óh mundo de túji e, ainda temos de atravessar a Zâmbia para chegarmos à Tanzânia…
- 03 de Outubro de 2018 – Quarta-feira …
Por
T´Chingange – No Nordeste do Brasil
Estávamos no dia 03 de Outubro do ano de 2018; o 13º dia da odisseia haja paciência – Potholes - ninguém é santo. Aqui nesta profunda áfrica, antigo seleiro chamado de Rodésia que Robert Mugabe herdou, tudo é imprevisível – afinal para se chegar ao paraíso lá teremos de atravessar o purgatório pagando sempre na moeda verde, lisa e limpa como mandam as regras de fronteira. Depois de termos saída da rondável do Hwange Park, Dy Vissapa e esposa Gui, reclamavam dos tachos e panelas de alumínio tisnadas de sebeirosa gordura como se não soubessem o que iriam aqui encontrar…
Efectivamente aquilo eram pratos de alumínio parecidos com chapéu de pobres amarrotados muito pior do que aqueles saídos das trincheiras da segunda guerra mundial ou como os que servíamos comida a nossos cachorros. Algo lamentável em verdade! Mas, eles, como angolanos de papel passado e exibido a qualquer pata rapada, um qualquer bafana seu BI, deveriam ser mais tolerantes com esta pobreza que para mim já era uma firme característica.
Sucede que para eles, assumidos africanistas, só não caiu o Carmo porque não havia Trindade dando louvores a Ian Smith. Escusado será dizer que não utilizamos ali qualquer tipo de talher nem qualquer outro serviço. Ali o preto, era mesmo eu que comia qualquer mistela sem os requisitos mínimos das três estrelas do cardápio “Michelin”- isto incomodava-me! Por via desses escrúpulos nem provei o minúsculo peixe guisado com tomate de nome t´chissipa e, que se via em muitas bancas dos mercados situados ao acaso e, ao longo das estradas.
Não é por acaso que só passados dois anos, transcrevo minhas pequenas angústias a suportar coisas esquizofrénicas - eu que em candengue comia funje formando bolas à mão e molhando depois no dendém conjuntamente com trabalhadores das obras lá no Rio Seco da minha Maianga… Bom! Vamos aproveitar e comentar o lado bom porque senão e com esta rezinga, lá terei de chamar esquisitos aos companheiros mwangolés brancos. Por me considerar humilde quanto baste comecei a reclamar afirmações de frescura e até a ficar farto de assim ser, humilde.
Mas que é isto! Também em outro tempo lá no Uganda do Idi Amin Dada, um ditador militar e o terceiro presidente de Uganda entre 1971 e 1979, alterou seu título de presidente passando a ser “ O Conquistador do Império Britânico em África no Geral e o Uganda em particular”. Foi o que mencionou minha empregada Mary de Kampala depois do descrito. E, eu o Soba T´Chingange a fazer mala, dia sim, dia não, a beber chá rooibos com bolacha “rust”, prisão de ventre e caganeira para prosseguir à boleia dum sonho, com umas quantas cuecas e umas quantas flanelas metidas em uma mochila camuflada.
Mas, diga-se que ouve coisas bem desacostumadamente bonitas tais como os cantares matinais no lugar de M´Libizi dos trabalhadores; de vozes ordenadamente religiosas que se sentiam em tons bonitos de ouvir – cânticos africanos dirigidos a N´Zambi. Seguiam-se-lhe palestras de como quem descreve um canto com conto e mais um ponto do Evangelho com dissertações – e o silêncio também se fazia sentir ali aonde me encontrava. A neblina do Lago Kariba dava notoriedade a este ambiente das sete horas matinais!
Minhas bikwatas e imbambas, resumiam-se a uma lanterna, canivete suíço, binóculos, alicate multifunções, o telemóvel, o GPS, 3 livros de leitura, um cadernos de contas, outro de apontamentos, um serrote extensível, lápis, canetas e marcadores mais pequenos pedaços de papel a cores para apontar tudo o que fosse conveniente. Pois! Um tira e mete, um mete e tira e anota; coisa chata mas importante porque a cabeça tem de ficar suavemente aliviada de tanto nome e quilómetros mais referências.
Isto está a afundar, dizia o rodesiano à frente do conjunto de chalés situados na encosta do Kariba. Todos são unanimes em o dizer e logo depois da destituição do presidente Roberto Mugabe, a múmia imperial. Todos os brancos contactados de aspecto bóher são unanimes em dizer isso o que me leva a perguntar: Será assim que os dirigentes destinaram ao branco – afugentá-lo paulatinamente por meio de leis e práticas nitidamente persuasivas do género “ou vais ou nós te levamos” sem se saber qual o destino…
Anotei em meus cadernos uma restrita lista de animais existentes na reserva Hwange National Park e, aqui as deixo para um qualquer dia, alguém as poder rever: Lion, chetah, leopard, wild dog, bat-eard, hyena, jackal, eland, kudu, waterbuck, sable, hippo, wite-rhino, elephant, bufalo, giraffe, zebra, wildebeest, warthog, baboon…; Pássaros: Secretary bird, laughing, dove-ground, horn bill, red-billed, francolin, crested barbet, saddlebil-blue, waxbill, yeblon, billed hornbill, red-billed teal, blacksmith plover, carmine, bee-eater, bateleur, crowned crane crimson, breasted shrike, hamerskop, witle, bached vulture.
Árvores: Plerocarpus angolansis-mukwa, temindia serricea-silves terminales, colophos permum mopane-mopane, baikiaea plurijuga-teak, banhiria petersiana-wite, bauhinia, acacia erioloba-camel-thorn, coubeturn herenoense-russet bushwillow. Só menciono parte do que consta em gráficos; em verdade existe uma extensiva exposição a que só mesmo os entendidos irão dar algum valor e, é por isso ser esta uma curiosidade a ficar em registo.
A noite de 3 para 4 de Outubro foi passada no mesmo local aonde já tinhamos estado, o Rest Camp Victória só que em uma outra antiga casa do antigo bairro de trabalhadores que por ali permaneceram quando da construção da ponte férrea e rodoviária sobre o rio Zambeze e, que liga o Zimbabwé à Zâmbia. Amanhã dia quatro, lá teremos de levantar kwachas do banco com nossos cartões para mantermos despesas pela Zâmbia; Lá teremos de gastar os últimos cartuchos em dinheiro de fingir mas com o nome de dólares; Três pedras empilhadas nas notas também verdes, para substituírem uma qualquer figura de presidente.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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