Actualização no Kimbo Lagoa Crónicas 3228 e 3229 por acerto com a numeração do blogue, prevalecendo a ordem deste: Crónica 3229 como se o fora uma só…
MULOLAS DO TEMPO . 11 – 16.01.2022 - RECORDANDO: Nós, bazungus no povoado de Matumbo – Perto da Tanzânia Border… 16º dia - Óh mundo de túji, ainda teremos de atravessar a Tanzânia para chegar a Dar es Salaam… Crónica 3228 - (Escrita manual feita a 07 de Outubro de 2018 – Um domingo…)
Por T´Chingange (Ot´Chingandji) no AlGharb do M´Puto a 10.07.2022
Vissapa mostra sua identidade de angolano a qualquer bafana pé-rapado. Não sei porque nunca fez questão de me mostrar essa cédula esverdeada! Nem vocês que me lêem, saberão decerto o porquê deste procedimento tão bizarro, considerando termos já feito tantas viagens por tantos outros lados e, em outros tempos - até para sul dos montes Atlas nos confins de Elrrachidia; terra berbere, do sudeste de Marrocos… O comportamento das pessoas, quase me levam no dia-a-dia a lamber pensamentos confusos, aonde faltam traços e virgulas no parágrafo de entendimento, sem índice nem prefácio…
Ali, longe de tudo, em um qualquer lado de África, manter a personalidade, seriedade e serenidade seria bem melhor para suportar o vento que soprando de várias latitudes, trazem areia para nossos olhos. Na área de serviço de M´Pika, uma bomba savana-rust-chop de novo o “my friend” mostra seu cartão de angolano aos bafanas lavadores de carro – terreiro de terra avermelhada e uma mangueira que encharca a lama. Na área de serviço com aspecto de uma velha e decadente mercearia, há prateleiras com latas e pacotes de farinha, feijão, ovos, vários cereais e até frascos com mopane, as larvas chamadas de catato em Angola.
Lá terei de descrever ao pormenor este sítio comum, para poderem absorver a fotografia com cheiros ladeados por pneus carecas a cercar espaços de bancas improvisadas e também ladeadas de sacos de carvão, pilhas de lenha, sacos de maças, laranjas, bananas e várias quindas com sal das minas. A secção de Car-Wash era suportada com vários baldes e paus a suportar tapetes, pedaços de pano para limpeza, usados pelos dois profissionais. Uma meia hora de espera e ficou completa a lavagem de nosso (salvo seja) Jeep “ford by ford”. Levaram 150 kwachas pelo serviço que dentro das condicionantes, ficou perfeito.
Desapareceram as dedadas nos vidros, os riscos das rilheiras do pó e os pelos alheios de chacais presos na mistura com pasto fino, manchas de besouros esparramados na vidraça e até moscas e formigas cadáver. Bem que a minha empregada do Uganda Mery me avisou: Patrão! Tu vais sofrer andar nessas lonjuras de mato, garganta seca, a golos de água quente choca. Vais ver como até os espinhos vão ter contigo. Tambulakonta!
Háka! Senti mesmo isso pois que logologo e pelas manhãs o comandante “my friend” já estava nervoso, desvairado da silva. Só podiam ser os espíritos dos “photoles”, buracos e mais buracos, os ziguezagues aos camiões e dos cabritos atravessando no momento errado. Patrão, tu vais sofrer! Vinha-me sempre ao pensamento esta sapiência de Mary de Campala. Minha sonolência ficava atormentada fingindo também que tinha sangue de barata – só por vezes debelava minhas farturas de matumbice – um homem não é de pau.
Mandei um whatsApp a Mary de Campala do Uganda a recordar das suas razões ao que veio uma resposta seca: Quem anda por gosto, não cansa - aiué. E, entretanto já estávamos a chegar ao povoado de matumbo, um sítio mesmo a condizer com o panorama. Meu filho Ricar de Johannesburg mandava entretanto uma mensagem dando a indicação do câmbio da moeda na Tanzânia: Um Euro valia neste dia 2.637 Shillings tanzanianos… Fazendo contas em meus papeis coloridos, ia apaziguando meus conflitos de viagem, mudando no possível o humor! Será bem melhor.
Tratando das finanças do “ford by ford” ia anotando 1€ = 834,51 Malawi Kwachas – 1 rand = 59,56 Malawi Kwachas. No leka-leka-shop M´zuzu vi um barbeiro em seu mukifo cortando o cabelo com uso de uns cabos que saiam directo de uns pequenos painéis de sol, para sua máquina de cortar cabeças, entenda-se por cabelos, carapinha e, fui deixando de ficar enkafifado com estas tecnologias de ponta e com sol...
Estando em África, em um qualquer momento, ao se olhar para dentro de si mesmo, se deparará com um quadro que são mesmomesmo tecnologias de ponta, uma verdadeira resiliência como se diz hoje. Aiué patrão…é o ideal. Talvez se sinta o coração quebrantar-se pela consciência da própria fraqueza e se entristeça profundamente apesar de se saber que a alegria é um componente do fruto espiritual. Um dia virá em que na presença de um ser superior, a “plenitude de alegria surgirá, tirando até águas das mulolas com um cesto de vime, assim se acredite nos milagres da vida. Amanhã será outro dia! - (Continua…)
O Soba T´Chingange
PARACUCA . XLI
MULOLAS DO TEMPO . 12 – 18.01.2022
RECORDANDO: Nós, bazungus depois de TUNDUMA Border Zâmbia / tanzânia… 17º e 18º no Utengule Cauntry Hotel - Óh mundo de túji, ainda teremos de atravessar a Tanzânia para chegar a Dar és Salaam… Crónica 3229 - (Escrita manual feita a 11 de Outubro de 2018 …)– No Nordeste do Brasil
Chegamos já era noite fechada a M´Billize-M´Beya no itinerário que nos levaria a Dar és Salaam; a estrada estava entupida de motorizadas e, foi um grande problema chegar a este agradável Utengule Cauntry Hotel inaugurado com a visita de Kofi Atta Annan, um diplomata ganês que era nesse então o sétimo secretário-geral da Organização das Nações Unidas; o mesmo que foi laureado com o Nobel da Paz em 2001. Exerceu funções entre Janeiro de 1997 e Dezembro de 2006. Numa das paredes da recepção podia ver-se o grande quadro com este personagem. Ficamos aqui por indicação de um alemão quando tratávamos dos trâmites da fronteira em Tunduma.
Nós, quatro pessoas, pagamos por dois dias e dois jantares a quantia de 661 US$, dólares americanos. Achamos caro o preço de 150 US$ por noite mas, a paisagem circundante desvaneceu esta superficial arrelia. A partir desta operação fui destituído das funções de secretário da economia pois que havia dúvidas permanentes quanto ao câmbio que praticava tendo como base o Rand Sul-africano. Em realidade já estava farto de fazer as contas do deve e haver do “ four by four”. No meio de espontâneos obséquios seria fácil ser tomado por intrujão e, isso repuxava-me más raivas…
Por via das incursões dos jihadistas do Boko Haram que aterrorizavam a região de Rovuma a norte de Moçambique e, por via dos avisos que nos chegavam dos familiares do M´Puto o comandante do “four by four” decidiu fazer uma inflexão para sul cruzando todo o Malawi. Pagamos o dobro do que era normal para tirarmos o visto na fronteira da Tanzânia para aqui ficarmos uns escaços dois dias. O planeamento aqui falhou e eu, que tinha tanta vontade de ir até ao Norte ver o Serengeti caí em mim desiludido, numa lazeira de sertão com a alma meio adoecida…
A Tanzânia é um país da África Oriental conhecido por suas vastas áreas selvagens, como as planícies do Parque Nacional de Serengeti, uma das mecas do safari e habitada pelos cinco animais de grande porte mais difíceis de serem caçados (elefante, leão, leopardo, búfalo e rinoceronte). Outro destaque é o Parque Nacional de Kilimanjaro, onde fica a montanha mais alta da África. Em alto-mar, estão as ilhas de Zanzibar, de influência árabe, e de Mafia, com um parque marinho que abriga tubarões-baleia e recifes de corais. O sonho de ver parte disto, desvaneceu-se para calibre de cão sem trela.
Passadas as cidades de M´beya, Tukuyu e Ipinda, chegamos a Songwe Border, fronteira com o Malawi. Deste modo, forçado à ponderação, a ideia de ir a Arucha lá no Serengeti, ficou posta de lado. Quem vai até aqui de avião, é depois e sempre acompanhado por guias dos respectivos parques e em carros de tracção. Há por muitos lados filas de turistas que aceitam pagar caro por mordomias exóticas. Entretanto fui fazendo actualizações do câmbio pelo meu microondas e anotei: Um euro valia 835 kwachas malawianos e um Rand correspondia a 60 Kwachas malawianos.
De M´Beya até à fronteira, ainda na Tanzânia pode-se ver grandes plantações de chá embelezando as encostas daquele espaço montanhoso, muito bananal, campos de batata, café robusta, florestas de mangais, e lavras de mandioca. Estas terras altas pelo que se via, eram boas para qualquer agricultura pois que por ali a chuva, a bençoava. As fronteiras em África são sempre problemáticas e demoradas no trato de expedientes, pagamento de visa e o respectivo seguro obrigatório do carro; aqui, também não foi diferente!
Tivemos de usar nosso cartão multibanco por seis vezes a fim de obter a quantia certa para pagar os 75 US$ e ficar com mais algum. Uma vez que só eu tinha dólares, não seria conveniente desfazer-me deles pois poderiam vir a faze falta mais à frente, tal como veio a acontecer. O pagamento aqui poderia ser pago em Kwachas malawianos e, para o efeito ficamos com um bom molho de notas em carteira. Nestas três a quatro horas que ali permanecemos, ocorreu algo que me levou a considerar ser o povo malawiano mais honesto que dos demais países.
Tive de faze uso dos balneários para urinar e procurando, fui dar a um cubículo sem tecto nem porta, tijolos sem reboco nem pintura e um pano encardido a fazer de porta; tinha uma pia turca como única peça e, tive de pagar pelo uso. Sucede que não tendo os 200 kwachas (mais ou menos 25 cêntimos do Euro$), paguei com uma nota de 5 US$ e, sem esperar o troco fui para as instalações da aduane do lado de Malawi aonde permaneci sentado. Qual o meu espanto quando passado pouco tempo surge o moço bafana com os 5 US$ trocados em kwachas. Aceitei e dei-lhe 1000 kwachas de gasosa! Gostei de no meio de tanta carência e tanta trambiquice, haver uma atitude de honestidade… Sim! vale a pena visitar o Malawi, é terra de gente boa!
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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