Quinta-feira, 25 de Agosto de 2022
PARACUCA . XLV
MULOLAS DO TEMPO -(16.02.2022) - 25.08.2022
RECORDANDO: Do 30º ao 32º dia da expedição – sexta-feira, “HAJA PACIÊNCIA”. Nós, bazungus no PARK MVUU LODGE do Malawi… manuscrito de 19 de Outubro de 2018 - Crónica 3236
Por soba0.jpegT´Chingange - No M´Puto 
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Saímos do PARK NVUU LODGE de Liwonga aonde ficamos as noites dos dias 17 para 18 e a seguinte até o dia 19 no Mvuu Camp do Chiwambo ao lado do Shire River. Ficamos estas duas noites em tendas nossas e montadas no Camping de mato rodeado de locais para fazer churrascos brai e outras acomodações própria de um campo de campismo. Muxitos de verdura a fazer-nos sombra, mesas com bancos corridos com rede sombreadora, acesso a piscina e demais infraestruturas de restaurante e lavabos.
Foi aqui que tivemos de estudar a montagem de uma tenda familiar que meu filho Ricar a morar em Johannesburg comprou para o efeito. O maior problema na montagem era ficarmos com olho nos muitos macacos babuínos com focinho de cão que tentavam roubar-nos tudo o que fosse de comida ou volumes que a eles lhe parecesse ser. Acabaram por levar uns pacotes de batata frita, pertença do comandante Vissapa e pelos gritos de kwata-kwata sempre ficou algo remanescente.

paracuca25.jpg De mim levaram um pacote de cebolas que comprei no percurso mas, logo o largaram no meio das bissapas por não gostarem do conteúdo. Antes de aqui chegarmos passamos numa barragem chamada de Liwonga na lagoa do Shire River em construção; falamos com uns encarregados de construção de nacionalidade portugueses que nos deram as indicações solicitadas, como chegar e pormenores desconhecidos. Disseram que sim era boa opção ir até o Mvuu Lodge e, que aí iríamos encontrar os Big Five e várias espécies de antílopes.

O Lago Malombe fica a montante do Shire River e faz parte da linha dos lagos Niassa ou Malawi que tenho vindo a descrever. Lugares aonde andou Livingston, o mesmo que chamou de preto ao sertanejo Serpa Pinto, aquele que lhe deu os pormenores do que viria a encontrar e, de que a história se cuidou em esquecer. Estes lagos ligados por canais naturais de rios ao longo da East African Rifts, são parte da enorme fenda aqui já descrita que divide em dois a África - um complexo de falhas tectónicas criado há cerca de 35 milhões de anos com a separação das placas tectónicas africana e arábica.

paracuca27.jpg Aquelas águas vão desaguar no rio Zambeze aonde e a montante deste, se situa a barragem de Cabora Bassa construída pelos portugueses no tempo colonial. Aqui no PARK NVUU LODGE, foram momentos TOP porque vimos milhares de hipopótamos, dezenas de elefantes que passaram bem ao lado de nossas tendas, centenas de boksprings, antílopes vários como o watterbugs ou songues. Pela primeira vez e nesta expedição Potholes, vimos várias palancas pretas e vermelhas (diferentes das de Cangandala de Angola) e kudus às centenas.

Também pela 1ª vez vi alguns porcos do tipo de javalis que em Angola têm o nome de Gimbo e que se alimentam maioritariamente de formigas, das mesmas que constroem seus casulos chamados de morros de salalé. Vimos Hartogues (javalis) às centenas. Valeu a pena sim mas, ficou extremamente caro se compararmos os preços aos da Namíbia praticados em parques ou reservas animais como Okaukuejo, Halali ou Namotoni no Etosha… aqui neste Mvuu, as infraestruturas são bem piores do que as da Namibia e pior geridas…

paracuca17.jpg Pagamos pelos dois dias a quantia de 130.000 Kwm, pelos dois dias, mais o camping e passeio de barco para ver hipopótamos ao pôr-do-sol e duas ligeiras refeições. Pagamento na recepção do Nvuu Lodge. Com entrada e no total ficou em 192.892 Kwn que dá em euros a quantia de 1.279,70 €. Muito caro para as condições de atendimento e espera. Coisas só mesmo param “bazungus ricos”. Só as refeições ligeiras ficam em 25 US$ por pessoa – um preço elevado em qualquer parte do mundo. Os amigos dos bichos aqui, têm de pagar bem caro para os ver!

E, tudo continuava difícil no lidar com o comandante, o Hemingwey branco e angolano. Sua irreverência e pedantismo, faz ferver meus zingarelhos da memória; a todo o momento tenho o desejo de que o tempo passe rápido, chegar ao fim. Digo com custo, quanta paciência para suportar o egocêntrico feitio que sempre saia de si na forma de nuvens imaginativas, o quanto baste. Não fazia falta vir a África viver este castigo vindo de um mwadié cheio de loucuras absurdas; já lá vão mais de 3 anos e, este compasso de espera viralizou ainda mais minha complacência. Haja paciência…

(Continua…)
O Soba T´Chingange
 
 


PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:54
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Quinta-feira, 8 de Julho de 2021
MUJIMBO . CXXIV

SER OU NÃO SER COMENDADOR - FUNERAL SEM CHORO

- É costume ouvir-se dizer: " foi-se sem deixar de si saudades”...  Crónica 3063 - de 08.07.2021

monteiro2.jpg

Por soba04.jpgT'Chingange, no AlGharb do M'Puto

Não me lembro de ter ouvido falar nem de ter assistido a alguma cerimónia fúnebre em que as faltas “ou pecados” da pessoa falecida tivessem sido destacadas pelos oradores. Elas podem até ser amplamente conhecidas, mas o bom senso manda que se realce só os aspectos positivos; afinal, todo mundo tem defeitos misturados nas virtudes e, nunca o inverso disto.

Certamente deixamos a marca do que fazemos positivamente, ou do que fazemos e que não deve ser imitado. Entretanto, é certo que ninguém quer imaginar ser mencionado em nenhuma ocasião, muito menos depois que tiver morrido ainda em vida, por causa dos seus defeitos ou procedimentos não usuais. Nem no livro sagrado da Bíblia, se escondem as falhas de nenhum de seus personagens, mesmo dos mais destacados heróis, entre os quais não está o rei mencionado em este nosso verso explanado em texto co o nome adulterado de Joe! A Joe, o que é de Joe… A Berardo o que é dele! Joe e Berardo são uma só pessoa…

soba21.jpeg E, lendo “ao calhas” ou aleatoriamente o livro dos livros camado de Bíblia, leio que Jeorão era filho primogênito de Josafá que reinou pouco tempo, mas deixou um histórico lamentável. Para começar, embora fosse rei e tivesse a maior parte no espólio deixado pelo pai, tão logo assumiu o reinado, de olho na herança dos irmãos, matou-os à espada. Já naqueles tempos havia formas bizarronas de tratar a vida...

A esposa de Jeorão, Atalia, filha dos ímpios Acabe e Jezabel, mais tarde tentou acabar com a linhagem de Davi. Jeorão rejeitou as advertências e promoveu a decadência moral e espiritual dos moradores de Jerusalém e de Judá. Finalmente morreu acometido de uma terrível enfermidade, que deixou suas entranhas expostas.

roxo135.jpg De acordo com um costume da época, os reis, ao morrerem, eram colocados em uma sepultura especial, em um local chamado “sepulcro dos reis”, algo como se fora um panteão. Não foi esse o caso de Jeorão. Quando morreu, não recebeu nenhuma homenagem por via de seus graves desvios às regras sociais de então.

O povo não lhe queimou incenso, ele não foi sepultado no sepulcro dos reis, e o cronista diz a respeito dele que “se foi sem deixar de si saudades”. Em contraste, Ezequias “foi sepultado na colina onde estão os túmulos dos descendentes de Davi. Todo Judá e o povo de Jerusalém lhe prestaram homenagens".

berard1.jpg Os bons exemplos, por norma, eram e ainda o são, enaltecidos pela sociedade. Por vezes leio a Biblia e, fico com vontade de não mais a ler porque são muitos desaires e até comportamentos bárbaros no meu entender. Em verdade, nem carece estarem esparramados no livro dos livros! Vejo no estágio de um qualquer curriculum, não ser pecaminoso desejar ser estimado, mas isso é resultado do bem que a pessoa espalha ou espalhou, difundiu ou influiu em seu meio, noé!? Será que posso entender este caso tão antigo com o de JOE BERNARDO, um ilustre cidadão português que, num repente, MORREU, estando vivo…

berard2.jpg Morreu, por fruto da hipocrisia dum povo que o bajulou, de governantes e gente com poder nas instâncias bancárias, que o embalaram e subsidiaram; mesmo de altos dignatários que lhe deram guarida e ajudaram, com dolo para todos NÒS, ao ponto de merecer medalhas de mérito e comendas como se o fora: um exemplo a seguir… Isso! Do amor e perdão que reparte, da acolhida que oferece e do serviço prestado, com altruísmo e lealdade - supostamente!

berard3.png Acima de tudo, é importante que sejamos conhecidos e lembrados por nossa fidelidade aos nossos com o beneplácito superior... Ele, Bernardo, lá terá a sua fé... O filme continuará com este e outros ilustres TRAPACEIROS… Com o suceder de TANTOS ERROS E AZARES, corremos o risco de ver O M´PUTO cair novamente, engolido num culto de personalidade com ataque á já frágil democracia…

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:51
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Terça-feira, 25 de Maio de 2021
XICULULU . CXXXVIII

MULOLAS DA VIDA

Crónica 3153 - NÓS E OS GERENTES DE UM PLANETA CHAMADO TERRA... 25.05.2021

mulola1.jpg

Por soba24.jpg T´Chingange - no Algharb do M´Puto 

E, pensar que Deus colocou o HOMEM no jardim do Éden para o cultivar e o guardar (Gênesis 2:15) - São recorrentes os avisos de que o descuido com o meio ambiente pode levar o nosso planeta ao caos. Eles, os avisos, são veiculados pela mídia, em campanhas educativas promovidas por instituições governamentais e não governamentais. Já nos anos 1960, livros e artigos em revistas advertiam contra os danos naturais causados pelo uso de pesticidas químicos.

mulola2.jpg No início do ano 2000, pesquisadores norte-americanos do Fundo Mundial para a Natureza, esboçaram um cenário caótico para o planeta até o ano 2100: extinção de espécimes de aves e animais, inundações, nevascas, furacões, ciclones e outros fenômenos como o actual vírus covidesco, ceifarão milhares de vidas. Há cerca de quatro anos, Stephen Hawking, falecido em 2018, falando a estudantes da Universidade de Oxford, fez previsões sombrias para a Terra também para os próximos 100 anos. Como solução, sugeriu que o ser humano precisa encontrar outro lugar no espaço para sobreviver.

mulola4.jpg Posso adivinhar poder estar daqui a 100 anos, a ser perturbado pelas cavadelas de um qualquer paleontologista ou arqueólogo a fim de medir a estrutura da minha tíbia e, não será por causa da engenhosidade humana que me considerarão primo da Luzia,  um revolucionário zulu. E, pelas catanadas riscadas em seu, meu crâneo, dirão ter sido originadas na gruta de Cango Caves aonde  saberemos que a partir das nervuras, “toda a criação, a um só tempo gemeu e suporta ainda angústias, até agora”... Somos muitos a gemer, infelizmente...  Em meio a discursos sábios a favor da preservação ambiental, ouvidos com reservas por desenvolvimentistas, ou enfatizados com forte colorido ecumênico de grupos religiosos, precisamos relembrar nosso papel na qualidade de  subordinados aos tais gerentes deste planeta.

mulola3.jpg O Senhor confiou ao ser humano a tarefa de cuidar da natureza e preservá-la, não agindo como destruidores dela em benefício próprio, noé!?  Por isso, entre muitos, o filósofo Douglas Groothuis afirmou: “A visão cristã nem deifica a natureza nem denigre seu valor. A criação é divina e não deve ser cultuada. Porém, ela não é má nem ilusória  devendo ser tratada com respeito”...

Felizmente, demorando muito ou o suficiente, virá o fim, e tudo o que foi estragado pela desobediência e rebeldia dos "maus gestores" tudo virá a ser renovado de acordo com o plano original. A plena harmonia entre seres humanos, animais e o restante da natureza será restaurada pela eternidade - dizem!; será?

kuvale5.jpg Então, se me  transladarem para Marte, ficarei assim  nessa esperança de dar sentido à vida largado neste  mundo, vítima do egoísmo humano. Pelo sim pelo não, já tirei senha para ir até Marte! Só falta tratar do meu passaporte verde das vacinas...

O Soba T'Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:16
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Sexta-feira, 4 de Maio de 2018
MALAMBAS . CCIII

NAS FRINCHAS DO KALAHÁRI - KIMBERLEY –  5ª de Várias Partes

- XOXOLOSA TREM . JÁ EM CAPE TOWN31.08.2018 – Na Waterfront e Shopping de Cape Town…

Por

soba15.jpg T´Chingange - No Nordeste brasileiro

Estamos a 04.Maio.2018; Continuando a passar a limpo meus gatafunhos do baú do Karoo do Xoxolosa Trem, irei desde Maceió do Nordeste brasileiro até Cape Town, uma das cidades mais lindas do Mundo. Os antigos armazéns do porto no Watwerfront, são agora modernos espaços de lazer com uma vasta área comercial; envolvendo os canais com acesso aos lagos têm comportas desniveladas para chegar de iates aos hotéis de gente VIP, maioritariamente saídos dos Emiratos árabes. Pode notar-se pelas roupagens…

xoxolosa6.jpg Neste espaço que antes era mar, ali fomos passar o dia com a neta, lugar aonde nos distraímos assistindo a grupos itinerantes de animação, música e folclore africano: sempre diferente nos gestos e na forma de vestir, cultura ubuntu-xhosa e Zulu aonde nós, certamente, eramos vistos como mulungus do kumbú (brancos com dinheiro). Lugar bem aprazível, tendo sempre presente lá no alto a sua majestosa Mesa da Montanha e a Cabeça do Leão, lugar que já escalei até seu topo, há dezoito anos atrás. 

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Tendo nós, já dado uma volta pelo centro da cidade, podemos verificar uma degradação na vida citadina, fazendo relação com o tempo de há dezoito ou vinte anos atrás! Nesse então pude reparar haver muito indiano e muito mulato; seus nomes eram bem portugueses como Pereira, Moreira, Cerejeira ou Manuel da Silva. Eram tempos em que a Academia do Bacalhau abrilhantava o quotidiano daquele corno sul de África com grupos de danças saídos do Minho ao Algarve do M´Puto.

xoxolosa5.jpg Eramos agora a embaixada da diáspora dum povo aventureiro; pelo que observei, os tempos já não são os mesmos de então; entre edifícios de beleza impar há degradações, montes de desalojados da vida, emigrantes do Zimbabwé, do Malawi, Tanzânia, Congo  ou Moçambique. Viam-se por todas as ruas, arrumadores de carros, brancos, mulatos ou negros retintos, desfrisando seus gestos de capatazia, deslocando baldes e panos num desenrasca de tarefa, os coroinhas da urbe, das gasosas.

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Gente pedindo dinheiro para comer, fora e dentro dos restaurantes, um vigia à coca enxotando estes milhares de homens ou mulheres que vieram à rédea solta para dar votos aos seus manos do ANC. Gente amontoada nos subúrbios de qualquer jeito entre amonturas de lixo e barracas apertadas na sobrevivência insalubre aonde as ruas são becos de gatos ramelosos. Passar assim pelo centro da cidade, assediados a todo o momento e, a cada esquina dá um desconforto bolorento. Cruzamo-nos com muitos brasileiros que não estranham tanto este reboliço urbano…

oxo136.jpg Rapidamente, regressamos ao solar rosa vitoriano a fim de apreciar as pombas gordas que quase comem na mão do senhor Amadeu. Enquanto escrevo esta memória de recordo a Dona Cora Esteves vinda da Luua de Angola, dona da agência Mundial e, a quem paguei em dinheiro vivo, 3.858 Rands para os três nómades da minha tribo; viagem de rape Town para Johannesburg: Eu, Bibi e Lara Mendes, minha neta (chata como a potassa).

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Na própria rua da mansão Rosada de Don Elaine, na Iaton Road notei algo de curioso, um senhor negro sentado bem no início, no nº 3, vestido com um colete amarelo igual ao dos muitos outros arrumadores de carros nas ruas, tinha a particularidade de ir a cada uma das casas impares saltitando em suas muletas pedir um café. Era seu pretexto para solicitar qualquer sobejo das lidas de cozinha de cada qual.

cape2.jpg As moradias tinham suas próprias garagens mas este, também recebia propina cidadã de quem ali estacionasse o carro. Calculo que era um ex-soldado do exército Sul-africano desmobilizado por ter ficado sem uma perna. Em Moçambique já tinha passado por algo semelhante. O Sr. Amadeu referia-se ao desaforo deste em solicitar lanche! Nada disto pude verificar nas anteriores idas à cidade de cape Town. Creio que a AD – Aliança democrática que governa agora o Cabo, deu facilidades a estes para colmatar a falta de trabalho.

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Só faço menção destes pormenores para demonstrar a gravidade de não poder ser dada assistência a tanto cidadão sem ocupação. Por outro lado, dificultam ao máximo qualquer cidadão não negro a obter o visto de trabalho, mesmo que tenha formação superior e curriculum dos melhores. Só por portas travessas e com propina se consegue aligeirar tal pretensão.  Fazendo ali tanto frio de noite, observei haver gente a dormir em terreno descampado tendo como tecto uma manilha, uma alcantarilha como tecto.

cape8.jpg E, por mais que tente compreender esta transitoriedade de África, fico apreensivo por ver as ondas de detestabilidade governamental agravando os empresários maioritariamente brancos; Parece seguir as burradas de Robrt Mugab, numa ânsia negra e doentia de obter as mordomias dos brancos; tal e qual como sucedeu em Angola! Mas, se estes saírem em massa, como vai ficar o país? Correm o risco de seguirem as passadas erradas de Angola, Zimbabwé,  Moçambique  entre outros países africanos…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:53
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Sábado, 21 de Outubro de 2017
MALAMBAS . CLXXX

NAS FRINCHAS DO TEMPO - POTHOLES . I

- 24.07.2017 – Da minha mochila. Aqui no Pilanesberg de África, apaziguando rijezas adversas, perfilando anjos com a singularidade do mundo …

Potholes são buracos

Por

soba0.jpegT´Chingange

Saímos de Pilansberg às 10 horas depois de tomarmos o café da manhã, o breakfast com ovos e esparregado de espinafre e borrabwós, umas salsichas de búfalo e torradas de pão integral. Depois de três horas e meia de caminho pela R 516, R33 e R555 chegamos a uma aldeia característica do Limpopo, casas dispersas construídas com os materiais mais diversos. Chapas de zinco dos lados e em cima com pedras ou pneus a dar suporte; Tudo serviu na construção daquelas barracas podendo deduzir-se serem algumas feitas de tambores de gasóleo cortadas e achatadas a marreta. 

bak1.jpgVistas de longe parece uma favela desordenada cruzada com ruas de terra, mal definidas, cubatas primitivas se a confrontar com as luxosas casas de Bela-Bela, Johannesburg ou outra cidade de maior destaque. Mas também as vi ao longo de largas vias em plena cidade de Johannesburg. Em um dia que nos deslocamos ao Casino Carnival City sobressaltei-me com o fumo que soprava daquelas casas e reparei depois que este saia das frinchas daquelas casas insalubres, com um simples janelo ou mesmo nada ao redor delas (uma casa um fogo de lenha)

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Foi-me dito que ali mora gente saída do Zimbabwé, do Malawi, de Moçambique; gente aos milhares senão milhões que correm para a África do Sul na esperança de aqui encontrarem trabalho. Um mulungo (branco) empresário ou dono de farm (fazenda) que lhe dê trabalho. Nunca vi isto em Angola; ali os musseques eram disciplinados e as cubatas eram feitas de adobe ou de taipa, tinham janelas e as portas não eram umas simples chapas de zinco presas por uns arames, como aqui.

bak3.jpgMas, diga-se que também vi grandes mansões em lugares de destaque, propriedade de negros, um pouco por todo o Johannesburg e outras cidades. Vi brancos a pedir esmola nas ruas tal como negros, atirando bolas ao ar e até descalços, mal cuidados; creio que a viverem entre papelões e jornais nas sacadas dos lugares comerciais mais centrais. A cada cinquenta metros em um centro de cidade ou centro comercial há um branco ou preto a dar indicações de arrumação a troco de uns cinco randes. Nunca em anos anteriores, tinha visto tamanha proliferação de carências humanas aqui na África do Sul.

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Em nossa viagem e depois de Rossenekal na R 555 e R532 viramos por uma estrada de terra bem ruim para o turismo alugado que levávamos, com ondinhas e pedras soltas, picada própria para um four-by-four e após 10 quilómetros chegamos ao Valley of the Rainbow, uma farm com tendas de lona junto a uma lagoa e situada na encosta arborizada de um morro. O escudo do Valley tem três gansos e três peixes, lugar certo para observar aves, e ficar ali por horas à pesca.

bak4.jpg O Witpport River passa ao lado envolto com árvores de grande porte; e, foi aqui que ficamos na rustic-tent nº um assente em uma base, ripados de madeira com gretas de quase centímetro. Era bem ampla com uma varanda e um avançado também de lona com uma churrasqueira de fazer ali o característico brai, um quarto amplo com quatro camas e uma grande casa de banho com água quente e fria. Na varanda havia um armário fechado com os apetrechos de cozinha tais como torradeira, máquina de café, garfos, facas e pratos variados. Também tinha um frigorífico e cinco cadeirões com uma mesa central.

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Havia café e chá rooibos em sacos assim como açúcar e a respectiva cafeteira de aquecer água para as habituais sopas pré-feitas e as papas de mitabix. Estávamos num rústico sítio fresco de verão, mas demasiado frio para estas noites de agosto a chegar aos menos 4 graus. Esta temperatura foi sendo suportada com três pares de meias e camisas grossas de algodão. E, foi assim que todos dormímos envoltos em flanelas e sacos cama.

limpopo1.jpg Chegamos aqui ao Rustic-Camp do Valley of the Rainbow perfazendo 999 quilómetros de viagem vindo pela R 555 e chegando exactamente às 4.44 horas, dezasseis minutos antes de fecharem a recepção; 444+555=999. Parece até uma estória de cabalística, uma numerológica visão revista em astrologia pela minha neta Lara Mendes Monteiro quase a completar os 16 anos. Uma neta muito cheia de sabe-tudo que me fazia rodar os neurónios amiudadamente e me punha os zingarelhos descontrolados.

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O custo da tented-challet ficou em 750 randes, o correspondente a uns cinquenta €uros, um preço aceitável! Não tinha intensão de voltar aqueles dez quilómetros por aquele caminho horrível de noite e sem booking em outro qualquer lugar! Aventura é aventura! Sempre sucedem coisas diferentes e, não previstas nos planos B ou C.

limpopo3.jpg Como disse, acabamos por dormir vestidos, com os tais três pares de meias e deixando as malas e sacolas no VW Up Wite alugado no First Car Rent de Rynfield de Benoni. Há oito dias que andamos sem internet mas usando os dados moveis (data) para através do Smarthpone 0636.1696.03 da Vodacom podermos ter O GPS e mapas. Nosso destino é Grascop, terras altas de largas e bonitas vistas não muito longe do Kruger Park.

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:02
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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