RECIFE – A SAGA DO AÇÚCAR
FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA - O bodo dos pobres na “Folia do Divino” - ILHA DE SANTA MARIA nos AÇORES
Crónica nº 3293 de 03.05.2022 – Republicação na Lagoa do M´Puto a 12.11.2022
Por T´Chingange (Ochingandji)
Saíram deles MADEIRENSES, os canaviais com seus canais de rega, engenhos e rodas motrizes. O seu contributo na feitura do Brasil teve início com a libertação do Maranhão (S. Luís) que se deu no ano de 1642 tendo António Teixeira de Mello como libertador enquanto em Pernambuco e, pelo ano de 1645, João Fernandes Vieira organizava resistência armada aos Holandeses (Mafulos); para tal, em 1646, recebeu do rei D. João IV a carta de patente de mestre-de-campo para chefiar um terço da Infantaria formada nas Ilhas.
Ficaram a seu comando, 500 homens recrutados na Madeira, Ilha do Pico, S. Miguel, Faial e Graciosa no Arquipélago dos Açores. Este terço era constituído por quatro companhias de 125 homens. Os combatentes Madeirenses que se bateram nas campanhas de Bahia e Pernambuco contra os Mafulos, receberam tenças ou cargos administrativos como recompensa pelos serviços prestados; assim, se alicerçou as instituições régias de soberania local defendendo-a de corsários franceses, castelhanos e os aqui referidos Mafulos.
Por via do novo Tratado de Madrid que substituiu o já desusado trato de Tordesilhas, constituiu-se como primordial, a efectiva ocupação do território por gente Lusa. Em 1746 foram enviados casais Açorianos para terras do Sul; estava em curso o estancar de gente de Castela que ao longo dos anos se tinha instalado na foz do Rio Prata, actual Uruguai, uma parte da grande Cisplatina.
Florianópolis passou a ser nesta corrente migratória a 10ª ilha dos Açores em terras do Brasil. É curioso dizer-se agora, ano de 2022, estarem as evidências culturais de sua origem mais vivas do que em sua terra mãe através das festas do Espirito Santo e os mistérios em honra do “Divino”, festa de Pentecostes que no calendário católico têm lugar cinquenta dias após a celebração da Pascoa. A tradição foi difundida nas ilhas por influência da Rainha D. Isabel (1276 a 1336).
Tive oportunidade de assistir anos atrás à coroação de um Imperador na Ilha de santa Maria dos Açores e, nesse dia fui ao bodo dos pobres; ”folia do divino” que ocorre em toda a Ilha e que foi transposta para Santa Catarina do Brasil. Em S. Vicente, persiste a tradição do bodo, mesa farta no dia do Divino Espírito Santo aonde ninguém paga e ainda leva merenda ou bolo para suas casas.
Na ilha de Santa Maria comprovo porque vi, em Santa Barbara e Vila do Porto, aos fins-de-semana andarem uns mordomos com vestimentas brancas como as das irmandades, fazendo peditório para esta época de quermesse. Por vezes gente vinda da diáspora da globália saudosa desses costumes dá alvissaras ofertando tudo para esta festa e, são inúmeros os voluntários a ajudar nas muitas actividades.
Neste triângulo Europa (Portugal), África (Angola) e Américas (Brasil), no que concerne ao conjunto de países dos PALOP´s (Países ou estados autónomos de língua oficial portuguesa), a Madeira e os Açores, estão no princípio de singularidade dos usos como um laboratório experimental da sociedade Atlântica. Há neste conjunto de tradições laivos de cultura Guanche levadas das ilhas Canárias de Tenerife e Gomera tais como bordados e trabalhos manuais com uso de madeira… Convém aqui lembrar que no mundo Mediterrânico, crescente fértil e em África em geral existia de há muito tempo a escravidão entre tribos como coisa natural, mão-de-obra barata entre etnias branca e preta.
Isto aqui referido está descrito nos testamentos da Bíblia, no livro do Géneses em que os vencidos eram tornados à condição de escravos, em troca de suas vidas; gente da tribo de Canã; este gesto era tomado como “humanitário” e, fez parte de todos os códigos da antiguidade como o de Hamorábi, e o direito Romano que serviu de referência ao mundo Português, mas não só, até o século XIX. Entender-se assim a forma de servilidade tão característica nestes grupos de gente Lusa ancestral com origens diversificadas. Tudo isto para concluir que a escravidão foi introduzida na América em 1492 pelo próprio Colombo e conquistadores que se lhe seguiram pois que, em suas naus já levavam escravos. Foi, no entanto, a partir de 1501 que os introduziram em São Domingos. No Brasil, só se comprova a existência de escravos a partir de 1531, na Capitânia de São Vicente.
GLOSÁRIO: Mafulo: - Holandês em dialecto kimbundo de Angola
NOTA: A reconquista de Angola virá logo a seguir à Saga do Açúcar pois que foi do Recife que saiu Salvador Correia de Sá e Benevides com uma frota de naus, que libertou Loanda do jugo Mafulo
O Soba T´Chingange (Ochingandji)
NAS FRINCHAS DO TEMPO . Espreitando pelo postigo da memória antropológica - 29.06.2019
Xicululu é mau-olhado, olho gordo e, normalmente invejoso…
Por
T´Chingange – No Algarve do M´Puto
Desde que me lembro de conhecer o mundo, cumprindo o curso da vida, obedeço sem outro querer à ordem astronómica dos astros que me regem. Que regem qualquer um por muito que se diga ser-se agnóstico, ateu ou de um sem numero de sinónimos enganadores. Com Deus ou com a Natureza vai-se definhando em rugas e surgem crateras apocalípticas de cores preocupantes e por vezes bem periclitantes. Num repente, deixa-se de ser o maior, cumprindo a profecia e, mesmo sem o querer, também nesse constante nascer e morrer, um susto, uma crise, um desenlace com um ái ou úi, num valha-me Deus
Na sequência normal de passarmos nesta trilha, o filho sepultará o pai depois de muitos e fartos dias de inquietação; sempre vai ser assim até à eternidade de cada qual, semelhante a um sopro, seus dias passarão como a sombra no tempo aonde só a memória é capaz de fazer mover e aproximar; animados a crescer o quanto se possa, dependendo claro, de terem o coração amargurado ou dócil e, na vil preocupação de ter os impostos em dia – um paradigma involuntário fabricado por nós para fazer vingar a democracia aonde uns saem mais bem fartos do que outros.
E, como diz a sombra esquerda de Saramago, o tempo não é uma corda que se possa medir nó a nó; é uma superfície oblíqua e ondulante, dependente da memória como já foi dito. O sol, o ar, a água, e a terra, têm de ser considerados permanentemente parte de nós. O sol é a verdadeira fonte da vida e, ao invés do que alguns conceituados doutorados dizem, ele não é prejudicial; não é o sol que provoca o câncer de pele mas sim os muitos venenos que ingerimos e que serão queimados ao serem expelidos por ela.
Numa tarde já descaindo para a noite, habilitando-me a ser ninguém entre tantas e curiosas vivências, gozava do sol morno na Ilha de Santa Maria dos Açores, a mais ocidental das nove ilhas Da esplanada do Hotel Cinco situado no alto da chapada, aprecio a manta de retalhos definindo os retalhos de terra. Terra de cada qual e, descendentes de Gonçalo Velho Cabral que em 1431 colonizou. Terá sido a primeira ilha dos Açores a ser avistada, por volta de 1427, pelo navegador português Diogo de Silves. Posteriormente, em Fevereiro de 1493, Cristóvão Colombo escalou esta ilha no regresso da sua primeira viagem à América; terá sido na Vila do Porto, o único da ilha aonde terá aportado. É daqui que falo, pisando a calçada desse Colombo!
Rodeados a muros de pedras vulcânicas, canas ou milho e pontículos de hortenses, é um rendilhado que nos consola. O mar divisa-se ao redor do lado esquerdo e, não muito longe e junto à costa acidentada ouvem-se tiros; pode perfeitamente ser de um caçador de coelhos porque aqui eles, são quase praga. Desde o aeroporto até à Vila pode ver-se terras trabalhadas com amor como quem faz filigranas entrecortados por fios verdes que descem as vertentes tapando linhas de água que as tornam encantos refrescantes.
Estávamos no penúltimo dia do mês de Julho de 2005, dia 24, sessenta anos feitos, dia de festejo a Santa Bárbara com cheio e sabores direccionados ao povo que por tradição levam a rigor o oferecimento das sopas do Santo Espírito. Fui ver os mistérios da Nossa Senhora dos Milagres e assistindo à missa, pude ver a coroação do Imperador e Imperatriz que irão coordenar as festas do ano seguinte, dar sopas ao povo até ao domingo de Pentecostes. Tinha tudo isto anotado em um papel timbrado pelo Hotel Cinco de Santa Maria e, já quase a rasgar inutilidades, ao reler, quis o destino ser fruto deste escrito passado que são catorze anos desse então.
Na procura de um porquê, uma vida cheia de entãos, o ser só agora, só posso dizer que é um fruto do acaso tal como um tesouro de vida e, como um milagre que sobe a rampa dum fim de Mundo, a mesma rampa que desce para o Porto da Vila lá embaixo, uma pequena e pedregosa enseada. Tenho anotado o nome do Padre Chaves que presidiu àquela missa e à margem uma indicação aos “Impérios Marianos”. Notei a forte presença de emigrantes açorianos vindos da América e Canadá – gente que perpétuo este oferecimento de comida e bebidas a custo zero – oferendas graciosas que fazem distinguir esta ilha de todas as demais. Uma experiência única, a dos cultos Marianos.
Ao que se diz este culto vem desde os milagres da rainha Santa Isabel, esposa de Dom Dinis que nos ofereceu o milagre das rosas e, que deu sequência a outros nomes como o de Nossa Senhora da Conceição. Os Impérios do Divino Espírito Santo são um dos traços mais marcantes da identidade açoriano, constituindo um culto que para além de marcar o quotidiano insular, determina traços identitários que acompanham os açorianos para todos os lugares onde a emigração os levou. Para além dos Açores, o culto do Divino Espírito Santo está hoje bem vivo no Brasil (para onde foi levado há três séculos) e na América do Norte. Não é por acaso que a Ilha de Florianópolis do Brasil, é considerada a décima ilha dos Açores…
Fui com Ibib a um cruzeiro visitar o pedaço mais pequeno de Portugal - as Ilhas Formigas! Não me lembro do nome do barco grande que nos levou lá, mas só posso dizer que ali ia a maioria do povo morador naquela Ilha de Santa Maria, demos uma volta ao farol daquele montículo de rochas no meio do mar agitado e azulissimo. Depois daquelas águas fundas com golfinhos a nos saudarem e já no regresso, quase noite, assistimos ao fogo-de-artifício ao largo da praia de São Lourenço. Para trás ficaram as Formigas, traiçoeiras ao ponto de provocar muitos naufrágios. Assim foi em tempos idos de quando as luzes não piscavam porque nem farol havia e, a espuma das ondas pretas ao bater nas fragas pretas, ficavam escuras…
Formigas era um sítio aonde os dias se cruzavam mal com as noites e, porque o nevoeiro assim originava, criar mistérios. Entre parreiras nas encostas trabalhadas na forma de curraletas, cheirei os vinhos, bebi verdelho e, assim num lugar aonde tudo parece ser uma outra coisa, deixei um pedaço de mim. Há ali, um claro permanecer de doutrinas esquecidas, inspirando manifestações religiosas e acções rituais e simbólicas que perduram até hoje. Talvez por influência dos franciscanos espiritualistas, que partilhando com os primeiros povoadores as agruras da colonização, o culto do Divino Espírito Santo que, por apagamento se deixou de ver na Europa – Pois! Porque cada homem é um mundo, tem que ao tempo, dar-se tempo…
O Soba T´Chingange
AS ESCOLHAS DO KIMBO
PORTUGAL . OE 2013 - a prova de fogo – 1ª de 2 partes
João Bosco Mota Amaral! [Opinião] - Militante de topo do PSD - jornal Correio dos Açores
Ao fazer aprovar na Assembleia da República o OE 2013, o Governo passou o seu Rubicão e já não tem retorno possível: - a solução adoptada tem mesmo de resolver a crise, inverter a tendência recessiva e permitir o regresso de Portugal aos mercados financeiros internacionais, pondo termo ao método antigo de posicionar a liquidez da banca doméstica que assim fica sem dinheiro para as empresas e para as famílias. Repetir para 2014, certamente em tom maior, o que já não deu resultado em 2012 e agora é objecto de insistência, afigura-se politicamente impossível. Não tinha porque ser assim! O memorando de entendimento com a Troika foi negociado pelo Governo anterior com pressupostos pelo menos errados, se é que não foram mesmo manipulados por má fé. O défice das contas públicas era afinal superior ao então admitido, conforme se veio a verificar posteriormente. O ajustamento orçamental exigido era já de todo impossível no curto prazo de três anos, entretanto estendido para quatro… Tornou-se óbvio que sempre precisámos de mais tempo e de mais dinheiro, só por teimosia se amarrando o Governo ao dikat socratiano, aliás apresentado ao País, com frivolidade, para não dizer com desfaçatez, pelo principal responsável da nossa derrocada financeira, como um mar de facilidades, com sacrifícios mínimos.
Alertei em tempos, no lugar devido, para o custo reputacional que o Governo sofreria ao adoptar uma medida expressamente negada durante a campanha eleitoral, nomeadamente a redução a metade do subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos pensionistas logo no ano de 2011, agravada com a retirada total do mesmo e do subsídio de férias em 2012. Mas isto é já apenas uma memória longínqua no rol de incidentes do mesmo teor.
Ilustrações: Autoria do Soba
Mussendo: Conto de raiz popular, missiva em forma de mukanda (carta) do Kimbundo de Angola (N´gola), Comunicado.
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
"Colonização do Namibe e Planalto central de Angola"
Piratas
Convem recordar que do fim do século XV a metade do XIX, o contacto dos navegantes europeus com o Continente Negro, serviu apenas como uma grande reserva de mão-de-obra escrava, a ser extraída e exportada pelos comerciantes para o resto do mundo, mais própriamente para as Américas do Norte e Sul sendo no Norte usados como mão-de-obra nas culturas de algodão (E.U.A.) e do Sul e mar do Caribe para trabalharem no plantio e manuseamento de cana de açucar. Traficantes de quase todas as nacionalidades montaram feitorias nas costas da África fazendo incursões no interior do território a recolher "peças" humanas a serem negociadas como gado. Havia também piratas que atacavam de surpresa o litoral apresionando o maior número de gente. Este procedimento de ataque rápido era mais frequente nas ilhas de cabo Verde e Açores aonde podiam ter um dominio total do espaço com cães amestrados na busca de gente como se fossem coelhos.
Serra da Chela
Os cães de fila brasileiros por exemplo, que têem no genes por constante ensinamento a busca de pessoas, foram usados na procura de "fujões" escravos que ousavam fugir dos engenhos de açucar. Mercadores negreiros europeus, com o crescer da procura por mão-de-obra escrava, associaram-se militarmente e financeiramente com sobas e régulos africanos dando-lhes em troca o poder das armas, pólvora e cavalos por forma a estes se afirmarem como autoridade. Os prisioneiros das guerras tribais eram encarcerados em “cubatas” na costa Atlântica, aonde esperariam a chegada dos navios negreiros que os levariam como carga humana pelas rotas transatlânticas.
Fundador de Mossâmedes (Namibe)
Bernardino Freire de Castro
A partir da metade do século XIX as costas africanas passaram a não ter interesse ao comércio de negreioros por via do término da escravatura pelo que, passou a ser vista como saída para encaminhar gente desavinda de outras paragens juntando-se-lhes os degradados para ali enviados por castigo penal; na maior parte dos casos eram rúfias da sociedade que a todo o custo tinham de ser afastados da metrópole. Alguns dos novos colonos, idos do Brasil e Ilha da Madeira para Mossâmedes buscaram lugares mais frios e de terras férteis subindo o plananto após galgar as Serras da Leba e Chela; gradualmente, e enquanto decorriam batalhas a conter sublevação de alguns sobas mais a Sul, a colónia ia-se formando ao redor de barracões num lugar que se veio a chamar de Sá da Bandeira, o actual Lubango. Falar destas odisseias é recordar a missionação dum povo, duma gente que não deixou de peregrinar a vida. Nestes folhetins de ordem temporal, aleatória, recorde-se essa estirpe de gente miscigenada a quem chamaram de Chicoronhos (Xi-colonos), oriundos das ilhas da Madeira e Açores, após estarem alguns anos na Olinda brasileiro.
Referência de consulta: Blog Mossâmedes do antigamente
(Continua...)
O Soba T´Chingange
"Minguito....A arte da sanfona"
Minguito
Minguito, acordeonista de raro talento, invisual desde os 14 anos após ter contraído sarampo, viveu tacteando o teclado, introduzindo novos acordes na música popular. O cancioneiro de Angola a partir do Bengo potenciou a humildade músical do batuque em uma eloquente interpretação, jamais vista nos meios Luandinos. A entrega plena com afeição à concertina acompanhou-o até à sua morte prematura. Bem cedo, foi influenciado pelo merengue de Luís Kalaff, um compositor de intervenção dominicano, cujo lema era: "Cantar em Liberdade". Os processos de assimilação da cultura portuguesa, são os responsáveis pela introdução do acordeão, sanfona, gaita, harmónica ou concertina nas tonalidades da musica angolana dando à rebita um folgo diferente, história que não deve ser desvirtuada por arrogância ou soberba pelas novas gerações como se tudo tivesse sido parido do nada ou em uma singela esquina do Sambizanga. O acordeão emigrou da música folclória portuguesa para a massemba ou rebita entrando a gosto no panorama da música popular angolana.
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Um militar do exército colonial português, vendo todo o potencial musical de Minguito, ofertou em 1964 um acordeão e, não se enganou porque como ninguèm, Minguito introduziu este instrumento de origem Oriental na crioula música Angolana que marcou um momento alto, que perdura. A primeira apresentação pública de Minguito foi numa sessão musical do “Dia do Trabalhador”, no emblemático N´gola Cine, bairro do Caputo de Luanda, em 1967. A pose com o acordeão e a sua invisualidade, conferiram a Minguito uma personalidade própria que o fazia distinguir dos demais artistas, numa época em que o uso deste instrumento bem como o da concertina estavam circunscritos ao tango de Gardel, ou figuras emblemáticas de Fançony e Firmino e outros como Eugénia Lima que tocavam concertina na música ligeira e folclórica portuguesa.
O Gaúcho Teixeirinha, fazia sucesso com suas músicas usando a sanfona tão ao gosto dos carreteiros e tropreiros das pampas do Sul e matutos do sertão; nesse então todo o brasileiro tinha em casa um disco de Teixeirinha com seus passos de bolero e marchas juninas tão popularizadas em todo o Brasil com especial enfoque nas principais cidades Nordestinas. São famosos os arraiais nos estados de Sergipe, em Aracaju, o de Alagos em Maceió e Marechal Deodoro do Brasil, em estilo de forró, lembrando as festas-marchas de Santo António, São João e São Pedro com baile de mastro, bem à maneira das terras do Sul de Portugal e nas cidade de Natal do Ceará e Olinda de Pernambuco no Brasil. O arrasta-pé Nordestino, ao som da sanfona fazem peregrinar milhares de foliões aos bailes pé-de-serra no Cariri e Araripe, alegrando o adro do Padre Cícero, bem ao geito das rebitas de Angola ou os arraiais com mangerico nas faldas da Serra de Monchique no Algarve, nas Serras do Marão e Alvão em Trás-os-Montesou ou nos bairros Alto, Benfica, Alfama, Restelo ou Alto do Pina em Lisboa. No espaço da Lusofonia não podemos esquecer as festas floridas em homenagem aos Santos no Funchal da Ilha da Madeira ou entre milhares de hortenses em Ponta Delgada dos Açores e demais ilhas com seus mistérios beira de estrada.
Teixeirinha
(Continua...)
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
O apetrexamento urbano
BRASIL
Os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, atingiram os melhores niveis de vida do Brasil no século XXI graças a esse povoamento de redefinir franteiras além do Tratado de Tordezilhas segundo o “Uti-possidetis” do novo Tratadod Madrid de 1750.
Santa Catarina, estratégicamente situada no Atlântico Sul, com
Povoar, colonizar e guarnecer militarmente a ilha de Santa Catarina, foi o baluarte na defesa contra piratas europeus, principalmente holandêses, inglêses e uns tantos francêses.
A custas da Fazenda Real, do recenceamento voluntário, resultaram companhias formadas por cinquenta homens cada uma, tendo no mando um capitão, dois alferes e quatro sargentos. Mas, não foram só estes os intervenientes na história do Sul do Brasil; à semelhança do nordeste Brasileiro, os Angolanos foram também os primeiros escravos a irem para Santa Catarina tendo também chegado ali, gente ida de Cabo Verde e da Guiné.
VIII – O TRAÇADO URBANO
As casas no seu todo, tinham acabamentos com ângulos nos extremos dos telhados, quatro águas e telhas de goiva ou calha portuguesa, que recebiam nas linhas de cunhal uma forma de pomba pousada. Esta pomba em olaria ou cerâmica cozida junto com a telha de arremate, trata-se e segundo a tradição do símbolo da pombinha do Espírito Santo abençoando a casa e seus moradores. Os Açoreanos têm uma predileção especial com o culto ou festas do Santo Espírito.
Havia também o refinamento das beiras ceveiras como os bordados, ou de cortinado em cimalha e outras platibandas com desenhos ou adornos enfeitando o alçado ou fachada principal. Com as canaletas de drenagem aproveitavam as águas no desaguar de drenagm de beirados e algeróz em uma cisterna algures situada por baixo do logradouro posterior. As carências de chuvas em suas terras de origem, levaram-nos a seguir os velhos métodos de armazenamento árabe ainda em uso nas ilhas açoreanas, na província do Algarve no Portugal Europeu ou todo o Sul de Espanha e Itália e também no sertão de Pernambuco.
Os beirados enfeitados dava ao seu senhor “status”, posição social altiva de poder e dai, dizer-se que as casas pobres eram de “gente sem eira nem beira”.
O traçado urbano das vilas tem algo a ver com as directivas de base: “- no sítio (de citadino ) destinado para o lugar de povoação, assinalará um quadrado para uma praça d quinhentos palmos de face e em hum dos lados se porá a igreja. A rua ou ruas se demarcarão ao cordel com largura ao menos de quarenta palmos, e por ellas, e nos lados, se porão as moradas em boa ordem deixando entre humas, e outras, e para detras, lugar suficiente e repartido para quintaes, atendendo assim ao comodo prezente como a poderem ampliarse as cazas para o futuro”.
A língua dos novos colonizadores com sotaques e modos diferênciados deram no correr do tempo uma mistura de linguajar a que se pode chamar a prosódia que domina hoje todo o extenso território do Brasil.
Muita coisa foi legada pelos Portuguêses continentais ou insulares e, para terminar a escrita da saga, relembra-se uma dança com letra, levada pelos povoadores de Florianápoles chamada de “A jardineira” que fez furor e ainda é cantada nos momentos altos de farra ou eventos carnavalescos.
O Jardineira porque estás tão triste?
Mas, o que foi que te aconteceu?
Foi a Camélia que caíu no no galho
Deu dois suspiros e depois morreu
( estribilho – bis )
Vem Jardineira, vem meu amor!
Não fique triste que esse mundo é todo teu,
Pois és muito mais bonita
Que a Camélia que morreu!
( Fim da saga do açucar e povoamento)
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
A emigração contemporãnea
MULHER RENDEIRA DE NITEROI
V – A EMIGRAÇÃO CONTEMPORÃNEA NO ESPAÇO LUSO
Já com o rasto da saga do povoamento distante, é interessante analizar entre os madeirenses “o mito da ascenção social” pelo trabalho árduo com privação sistemática. Efectivamente, a maioria dos emigrantes entre 1940 e 1960 idos para o Estado do Rio de Janeiro, o trabalho árduo e a poupança de aforro, forma meios, tanto de ascenção social como de integração à sociedade de acolhimento, os Fluminenses (nascidos no Rio de Janeiro).
Esta ideologia dos madeirenses “trabalhar e trabalhar”, define uma fronteira para com os demais grupos de emigrantes e, em especial os Portuguêses do Continente que eram mais cultos e conhecedores de novas relações humanas. Os madeirenses, numa esmagadora maioria eram analfabetos, impreparados no tracto, outras éticas e posturas de vida moderna, já bem acentuado no povo Fluminense. Esta maneira de estar na vida, foi motivo de ao longo do tempo, rebaixar ou “cotucar” a condição de se ser Português, denegrindo-o ao estigma de parolo ou caboclo de pé-de-chinelo.
A mulher madeirense impresiona pela tenacidade que, após um dia estafante de trabalho em casa, cozinhando,lavando ou passando roupa para fora ou no balcão, substituindo os maridos ou criando os filhos, dedeicam-se à noite ao bordado,ofício de muita criatividade e precisão. A jornada de trabalho da mulher, supera em muito o labor do homem pois que se prolonga do amanhecer às magrudadas, quando sobrava tempo para bordar.
ILHA DA MADEIRA
As bordadeiras da ilha de de Niteroi, reprodução do quotidiano das bordadeiras da ilha d Madeira, trabalham sem sessar para fregueses ou lojas do Rio de Janeiro. Foram estas actividades do bordado, fortes vínculos de solidariedade na tradição do bordado transposto da Camacha ou ribeira Brava.
A maior parte dos homens madeirenses a viver em Niterói eram leiteiros,”para trabalhar neste ramo, só portuguêses da Ilha da Madeira” porque eram quase todos analfabetos. Alguns, ao chegar da Madeira iam trabalhar para chácaras sem qualquer condição, descalços saiam cortando com facões o capim e cuidar de vacas que davam leite ao senhor e tornava-se difícil amealhar dinheiro para pagar uma passagem de regresso ou mandar vir da Ilha a sua família; família que desesperava, esperando anciosamente por carta. E, os poios lá da ilha não eram suficientes para suportar os encargos da família. As mulheres naquelas encostas de Curral das Freiras ou Camacha, rezavam à vela trepidante
E, tantos outros anos passando com a saudade da avó ainda viva lá na Ilha; mas,... um dia aconteceu voltar por algum tempo a rever a já velhota avó : - “Ela vinha com um feixe de folhas de inhame, sabia que eu ia mas não naquela hora. O inhame p´ra fazer p´ros porcos,... lá me viu, parou de espanto, jogou p´ro lado o inhame, assimm,...para se abraçar comigo,... foi,... foi a coisa mais dolorosa da minha vida toda, ter de deixar a minha família,... e voltei de novo”.
O vizinho, também leiteiro diz: - “A minha vida lá, era trabalhar na fazenda, catar lenha, catar areia p´ra ganhar roupa. Era uma vida muito difícil, acordar de madrugada para ir p´ra serra, cortar lenha e durante cinco horas andar com ela às costas p´ra ganhar 6 ou 7 tostões a arroba. Por isto tudo, eu saí dali; já o Continental, eles eram diferentes, eles era, o ramo deles era mais assim, fazer horta, chácara,... quase 70% deles. Depois que eles arrumavam dinheiro, era padaria,... era bar”.
- “Os nascidos e criados aqui, e a gente, e no caso eles depender da gente. Ah,...você vem de lá,... chamam de galego, chamam de,... burro,... isso ofende, doi, mas tem que engolir”.
- “ No negócio quantas noites eu não conseguia dormir. A gente ia fechar a casa e sempre tinha aborrecimento, era xingado. Uns comia e não pagava já de propósito já ia magoado,... aquilo foi magoando,... ( a gente ) sofre muito, até se controlar sofre muito!!!”.
( Continua... AÇORES - A emigração dos Ilheus... XIV )
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
A colonização da Amazónia
AMAZÓNIA
Quando em 1641 os Malufos (Holandêses) dominavam grande parte do Nordeste Brasileiro, aportaram a São Luis do Maranhâo e, tomaram a fortaleza cometendo atrocidades de guerra raiando a pirataria de saque; prenderam as autordades, destruiram prédios públicos e exilaram os civis notáveis. Segundo descrições, 150 dos mais notáveis cidadãos, foram deportados para a Ilha da Madeira em um navio podre e mal aparelhado, que por merçê de de Deus, foi arribar à ilha de São Cristovão, nas mãos de administradores piratas inglêses e francêses.
Para se ter ideia dos procedimentos e negócios de então, temos que em 1764 o rolo de pano e o fio de algodão serviam para pagar pré aos soldados e governadores. Por esta data em Angola, do outro lado do Atlântico acontecia o mesmo geito de negócio de permuta, sendo os libongos os tais panos com que compravam escravos aos chefes tribais. Estes libongos substituiram a moeda de conchas, bivalves n´zimbo e caurins, apanhadas nas costas marítimas de África e Brasil.
O dinheiro moeda, só começou a ser cunhado em princípios de Maio de 1749. Um decreto de 12 de junho de 1748, mandava substituir os novelos de algodão ou rolos de pano, por moedas de ouro, prata ou cobre, tendo na inscição de faces, o valor, a lei e o tipo. Desse então em diante, os governadores passaram a receber o soldo de seis mil cruzados.
A colonização portuguêsa no Maranhão teve início só em 1615, depois de se expulsarem os francêses.
São Luis do Maranhão é uma cidade singular do antigo império português; o seu traçado rectílineo com uma ocupação ordenada, permitiu com base nas plantas urbanas do século XVII, sob a tutela do Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Mello, que a Unesco em
III - A COLONIZAÇÃO DA AMAZÓNIA
Quando da subida ao trono de D. José I, na Amazónia Brasileira decorria uma virulenta epidemia de variola entre os índigenas. Por este motivo, dimínuiu de forma drástica a percentagem demográfica, afectando assim os moldes prescritos no novo acordo de Madrid, “Utis Possidetis”. Quarenta mil índios terão perecido desse “mal de contágio” e, havia que tapar esta lacuna, pois que a posse, exigia gente na Amazónia. Assim, manda D. José I na pessoa de seu ministro, o Marquês de Pombal, que se transporte com a maior brevidade o maior número de gente para as Capitânias de Maranhão e Pará. Esta ocupação teria de ser feita em articulação com as forças militares na fixação efectiva de colonizadores.
Naquela onda e, com a expulsão de outras praças do Oriente pelos mouros, como Mazagão, vêm estes, a ser encaminhados para o Amapá, onde se viria a fundar a Vila Nova de Mazagão. O preço do transporte e sustento desde as ilhas de Madeira, Açores, ou do Continente até ao Pará, ficava ao encargo da Fazenda Real. O valor da passagem era de 19.350 Reis por cada pessoa acima dos três anos. Esse transporte marítimo, só seria pago após conferência das pessoas à chegada, fosse Pará ou outro qualquer destino da costa bresilerira.
Aquele pagamento era referente só a pessoas vivas como garantia de bom trato na travessia e, por forma a evitar perdas. Só para Maranhão, no ano de 1576, foram levadas 480 famílias que ali se estabeleceram.
À nova condição de colonizadores, era dito que “não iriam na mira de virem a ser senhores de escravos, devendo consciencializar-se de que teriam de cultivar as terras que lhes eram dadas nas sesmarias pelas suas próprias mãos, tal como o faziam em seus locais de origem”. Daqui dizêr-se que a colonização Portuguêsa foi “Sui-genéris” sem igual e, por isso terem sidos os ultimos a ceder as suas posseções; a última foi Macau em 1999.
( Continua... O Povoamento... XII)
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
Os caixões de açucar
OLINDA
Os Tugas, resgataram a prática do uso escravo podendo de forma sintética mencionar o padre António Virira quando refere “ Sem açucar não há escravos e sem escravos não há açucar”.
A Madeira como berçário de novas práticas sociais foi nos primordios da expanção Lusa, o primeiro e mais importante mercado receptor de escravos aficanos. À illha chegaram os primeiros escravos guanches, marroquinos e africanos que contribuiram para o arranque económico do arquipélago e a diáspora Lusa.
Nos dias de hoje, ainda se pode apreciar mobilias feitas de boas madeiras levadas do Brasil como o jatobá, jacarandá, sucupira ou angico; estas madeiras, curiosamente eram tão somente a estrutura dos “caixões” para transportar 300 quilos de açucar. Talves por isso se designe aos contadores ou administradores das remessas de “caixeiros” pois, mais não eram tão somente do que zeladores dessas caixas de açucar.
Os maiores e melhores organizados destes caixeiros eram os imigrantes ou colonos de ascendência judaica, essa grande diáspora unida à semelhança dos Ilheus que por via da inquizição levaram famílias inteiras a se refugiarem nas praças do Norte da Europa como Amstedão, Antueérpia, Rochela, Londres ou Bordeus. Por iniciativa própria e por sobrevivência, estabeleceram redes de negócio familiares que vieram a ser considerados como o principal suporte da rede comercial resultante dos descobrimentos. Esta rede comercial é em realidade uma verdadeira contradição com os comportamentos da expanção cristã, o que me leva a salvar a teoria de que em negócios tudo é possivel. Nesta rede comercial, Angola, aparece como principal consumidor de vinho da Madeira a par com o Brasil, país irmão.
Há escritos de caixeiros referindo fornecimento de 100 pipas de vinho da Madeira no ano de 1651, poucos anos após Salvador Correia de Sá e Benevides ter escorraçado os Mafulos de Loanda.
No Funchal,
Muitos de nós de genes mestiça, somos o fruto deste fado chamado de diáspora; o fruto desses antigos mestiços, capitães, mestres e serviçais, escravos duma sanzala qualquer, servindo sempre um senhor. O senhor do engenho ou navegador aventureiro da rota do cabo.
A rectórica com manipulação de novos discursos, para serem históricos, terão de se basear nessa evocações, fundamentos na reposição da verdade. É para isso que servem os grandes homens, a que vulgarmente chamamos de estadistas.
( Continua... A batalha de Guararapes... V)
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
O bodo dos pobres na “Folia do Divino”
Aos combatentes Madeirenses que se bateram nas campanhas de Bahia e Pernambuco contra os Mafulos, receberam tenças ou cargos administrativos como recompensa pelos serviços prestados; assim, se alicerçou as instituições régias de soberania local defendendo-a de corsários franceses, castelhanos e os referidos Mafulos.
Por via do novo tratado de Madrid que substituíu o já desuzado trato de Tordesilhas, constituiíu como primordial a efectiva ocupação do território por gente Lusa. Em 1746 foram enviados casais Açoreanos para terras do Sul; estava em curso o estancar de gente de Castela que ao longo dos anos se tinha instalado na foz do rio Prata, actual Uruguai, uma parte da grande Cisplatina.
Florianópolis passou a ser nesta corrente migratória a 10ª ilha dos Açores em terras do Brasil; as evidências estão mais vivas do que na terra mãe atravês das festas do Espirito Santo e os mistérios em honra do “Divino”, festa de Pentecostes que no calendário católico têm lugar cinquenta dias após a celebração da Pascoa. A tradição foi difundida nas ilhas por influência da Rainha D. Isabel (
Tive oportunidade de assistir anos atrás à coroação de um Imperador na Ilha de santa Maria dos Açores e, nesse dia fui ao bodo dos pobres; ”folia do divino” que ocorre em toda a Ilha e que foi transposta para Santa Catarina do Brasil.
Na ilha de Santa Maria comprovo porque vi, em Santa Barbara e Vila do Porto, aos fins de semana andam uns mordomos com vestimentas especiais como os das irmandades, fazendo peditório para esta época de quermesse. Por vezes gente vinda da diáspora da globália saudosa desses costumes dá alvissaras ofertando tudo para esta festa e, são inumeros os voluntários a ajudar nas muitas actividades.
Na triângulação Europa, África e Américas, principalmente a Madeira mas, também os Açores, estiveram no princípio dos usos como um laboratório esperimental da sociedade Atlântica.
Convêm desmistificar de que não é verdade terem sido os portuguêses que estiveram na origem da escravidão do negro e a criação desse mercado. No mundo Mediterrânico, crescente fértil e na África em geral já existia há muito tempo a escravidão entre tribos como coisa natural, mão-de-obra barata; isto está descrito nos testamentos da Bíblia, no livro do Gênises em que os vencidos eram tornados à condição de escravos, em troca de suas vidas; gente da tribo de Canã; este gesto era tomado como “humanitário” e, fez parte de todos os códigos da antiguidade como o de Hamorábi, e o direio Romano que serviu de referência no mundo Português, mas não só, até o século XIX.
A escravidão foi introduzida na América em 1492 pelo próprio Colombo e conquiatadores que se lhe seguiram pois que, em suas naus já levavam escravos. Foi, no entanto, a partir de 1501 que os introduziram
( Continua... Os caixões de açucar... IV)
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