FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
OS QUILOMBOS DO BRASIL . 11ª parte
Por
Kimbo
Ensaio de
Arnon Afonso de Farias Melo- Nasceu em Rio Largo, 19 de setembro de 1911 e faleceu em Maceió, 29 de setembro de 1983 - foi um jornalista, advogado, político, empresário brasileiro, pai de Fernando Collor de Mello, ex-presidente do Brasil.
O curioso é que não existe ciúme entre os negros, e não se conhece crime cometido por amor. O sexo desabrocha muito cedo entre os africanos; essa ardente sexualidade que nas mulheres se anuncia pelos doze anos, nos homens que também surge cedo, também cedo os abandona. Em Luanda, olhando casas que parecem ter sido transladadas do Brasil, com fisionomias iguais aos nossos nordestinos, anoto com emoção costumes nitidamente brasileiros, uma capacidade quase única de se perpetuarem a outros povos: Portugal estendeu os limites do Brasil muito além do Prata e do Oyapoc revendo-nos em vários continentes com afinidades psicológicas, sociais e culturais, uma forte peculiaridade da forma de colonizador distinta de todos os outros. O fenómeno, por qualquer parte por onde se ande, no espaço lusófono, é o mesmo que se observa no Brasil: A cultura lusa a se rejuvenescer ampliando-se, constituindo de formas diversas a continuação de um novo feito de vida e de uma nova civilização
De todas as colónias visitadas, Cabo Verde é a que mais se aproxima do Brasil nos diversos aspectos da sua formação. É verdade que o negro para lá transplantado não encontrou o índio americano mas teve o branco com os mesmos métodos de colonização. Assim se fundiram raças e culturas, gerando essa quase absoluta unidade de emoções e sentimentos que ligam o mundo lusófono. Em Cabo Verde encontrei brancas casadas com pretos e pretos retintos em situações de relevo, ocupando cargos de destaque na administração do território. A democracia social existente nas colónias africanas sob administração portuguesa é distinta do que se observa na África do Sul, onde os direitos dos homens de cor, se reduzem a nada. Pode-se atacar a colonização portuguesa mas não se pode deixar de reconhecer a extraordinária contribuição que trouxe à humanidade, o seu formidável poder criador rompendo com audácia e inteligência fronteiras raciais e promovendo uma experiência étnica e biológica das mais interessantes para o futuro do mundo.
Quando Salvador Correia de Sá e Benevides libertou a colónia de Angola fê-lo como lembra Oliveira de Cadornega “ em unidade de todas as praças “ referindo-se a Portugal, Brasil e Cabo Verde. Seria o branco luso nos novos continentes, um elemento civilizador e criador, na mistura de sangues reduzindo na prática distancias sociais através das suas qualidades de aclimatabilidade, miscibilidade, mobilidade, indiferentes a preconceitos raciais fazendo somente restrições em matéria religiosa. Para a África teriam ido os mesmos brancos lusos, levados por estímulos totalmente diversos dos que os impeliam para o Brasil. Aqui chegaram eles, quase como turistas. Vinham para escravizar os pretos, exportá-los e vendê-los mas o tempo e prática, fez entendê-los da importância na igualdade dos cidadãos.
FIM
Referência Bibliográfica: A África Revelada , ensaio de Arnon de Melo.
O Soba T´Chigange
“CRIANÇA ESPERANÇA”
Por Cabo Verde
Honório Fragata natural do Berço do Reino e membro de uma família inteira de Maconginos. Há anos saiu de Angola e radicou-se em Cabo Verde, tornando-se cidadão Caboverdeano. Com grandes dificuldades ali ergueu uma obra ímpar de apoio social a toxicodependentes e a jovens carenciados. Já este ano Honório Fragata foi distinguido pelo Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, com duas Medalhas: uma que o distingue a si e outra à instituição que criou e a que chamou "Tendas El-Shaddai".
Conta teus anos não pelo tempo, mas pelo espaço que fazes em teu coração. Não pela amargura de uma dor, mas pela ressurreição que ela traz. Não pelo número de troféus de tuas conquistas, mas pelo gosto de aventura em tuas buscas. Não pelas vezes que chegaste, mas pelas vezes que tiveste coragem de partir. Não pelos frutos que colheste, mas pelo terreno que preparaste e as sementes que lançaste. Não pela quantidade dos que te amam, mas pela medida de teu coração, capaz de amar a todos. Não pelas desilusões que tiveste, mas pela esperança que infundiste. Não pelos anos que fazes, mas por aquilo que fazes em teus anos. Não pelas vezes que celebraste aniversário, mas pelas vezes que teu aniversário se tornou uma celebração de vida. Parabéns!
PAZ DE DEUS. GOSTEI DESTAS IMAGENS NO MEIO DE TANTAS OUTRAS, POR ADMIRAR E MUITOS FALAREM DE AMOR, AMIZADE, DIVERSIDADE, CARINHO E TANTOS OUTROS NOMES DO CORAÇÃO. HOJE SINTO-ME FELIZ COM VOCÊS FACEBOKIANOS E EM ESPECIAL MWANGOLES – XICORONHOS, MACONGINOS, CABEÇAS DE PEIXE, PORTUGUESES, BRASILEIROS, ETC...ETC. IMAGENS QUE FAZEM VIVER SAUDADES! BOA SEMANA DE TRABALHO, KANDANDOS. DESCULPEM -ME TANTO COMPARTILHAR... AS IMAGENS, QUE ME TOCAM NO DESAFIO MISSIONÁRIO, DE IR MAIS LONGE, LEVAR A PALAVRA E FAZER SEGUIDORES.... ANGOLA, MUXIMA. OBRIGADO PELA INSPIRAÇÃO NO OLHAR OS DESAFIOS DE FRENTE.
Honório Fragata dirige uma casa de abrigo para jovens em Cabo Verde, meninos de rua ou rejeitados. As palavras doces e de paz supra, são extractos de mensagens que manda para quem tem apetência a ser seu amigo. De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, que chegam a desanimarmo-nos das virtudes, e até em ter vergonha de sermos honestos vulgarizando-nos na omissão, deixo aqui vinculada a grandeza deste homem chamado de Honório Fragata que determinado, luta contra essa insensatez tão vulgar nos infiltrados no poder. Acredito em ti neste tempo tão difícil em que os que mandam perdem a vergonha e os que obedecem perdem o respeito; missionarei chafurdando a terra ou a palavra para que tudo o dito, em ti se destaque no bem de Cristo, que tanto elevas.
O porquê desta crónica, tem a haver com as novas formas de estar na vida, a vida de facto que, queiramos ou não, terá sempre de ser balizada por posturas nobres como a de Fragata. A felicidade do nosso encontro aconteceu às margens do rio Arade, fruto da empatia macongina, temperada no tempo e desejo de o ser; ambos dispostos a suportar a cruz da vida. E como a amizade é um valor que se cultiva, uso o meu arado para dirigir até ele, quem possa ser prestável numa dádiva ou patrocínio. Quando a família tradicional ou nuclear, começa a ser digerida (dirigida) na sociedade com outras nuances e parâmetros sem controlo, dá-se origem a novas tomadas de consciência, comportamentos ou hábitos. Honório Fragata por conta disso, tornou-se notoriamente o eleito, superando a todos nós em dedicação ao próximo. Bem-haja! Sem liberdade a vida não faz sentido, no desejo, espaço físico e na mente; quando tudo isso desacontece o amanhã suplanta o hoje e o ontem, em retrocesso envergonhado. Obrigado Fragata!
O Soba T´Chingange
AS ESCOLHAS DO EMBAIXADOR*
“Militares cumprem missão em resort de Cabo Verde “ - foi noticia
Por
Carlos Ferreira *
QUANTOS SUBSÍDIOS DE FÉRIAS E NATAL ESTÃO CUSTANDO ÀS REFORMAS DA TERCEIRA IDADE? HAJA SAÚDE E ""PATÓS"" COMO NÓS QUE DEIXAMOS ISTO CHEGAR AONDE CHEGOU.
Fonte: Jornal de Notícias - Política
Parte do contingente militar destacado para a eventual missão de resgate de portugueses na Guiné-Bissau está alojado, há três semanas, num resort turístico de quatro estrelas em Cabo Verde. Cenário de férias das tropas portuguesas no Sal deixa turistas perplexos. Espetáculos fazem parte do quotidiano dos militares alojados no Belorizonte. As Forças Armadas garantem que a situação é normal, quando não existem instalações militares adequadas para alojar as tropas. "Foi uma surpresa estar no mesmo hotel do contingente de militares", testemunha um turista, hospedado no Belorizonte, o melhor resort da ilha do Sal, segundo informação veiculada por agências de viagem. Os militares integram a Força de Reação Rápida (FRI) que partiu para a região na sequência do golpe de Estado na ex-colónia.
A FRI, que ontem recebeu ordem - depois dos contactos do JN - para começar a regressar é composta pelas fragatas Corte Real e Bartolomeu Dias, a corveta António Enes (com as respetivas guarnições e fuzileiros a bordo) e o avião de reconhecimento P-3 Orion. São 36 os militares afetos à aeronave que estão alojados no resort, situado na primeira linha de mar, perto de Santa Maria . Em sites de marcação de viagens estadias, o preço diário por pessoa apontava, ontem, para 82 euros (bungalow) ou 113 (quarto). Os militares garantem, contudo, que foram negociadas tarifas favoráveis, que reduzem o preço para metade. Contactado pelo JN, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), do qual depende a FRI, alega que a opção pelo Belorizonte se justifica por ser o único capaz de preencher requisitos de "proximidade, segurança e qualidade". Foi preciso garantir o fornecimento de "food packs" para os voos, que duram 12 horas, e a disponibilização de reforços alimentares para períodos noturnos e de refeições "fora das horas convencionais".
"São muitos, passam o dia na praia , na piscina ou a fazer passeios de jipe e a pé", testemunha uma turista que entretanto regressou a Portugal . "Fazem tudo o que os outros turistas fazem. Mas nós fomos a Cabo Verde com viagens pagas com o nosso dinheiro e estes militares estão a receber o salário pago pelo Estado e ainda têm todas as despesas pagas", nota: O EMGFA desvaloriza a perplexidade dos turistas e garante que existe uma intensa atividade operacional de que poderão não se aperceber. A operação inclui, além de prolongados voos de reconhecimento noturnos, rotinas como "preparação das missões, tratamento dos dados recolhidos e manutenção da aeronave". Relativamente ao uso da piscina, às idas à praia ou as festas no hotel, admite o EMGFA, em resposta escrita ao JN, que os militares "podem ocupar o seu tempo livre nas atividades que entenderem, desde que garantam a disponibilidade adequada à missão e adotem comportamentos de acordo com a condição de militar".
Confrontado com imagens de festa a que o JN teve acesso, o esclarecimento nota que é uma "situação comum no hotel; o grupo de dança, após os espetáculos diários, disponibiliza-se para que, a título de recordação, os presentes tirem fotografias de grupo". Segundo os relatos que chegaram ao JN, o contingente português não se limita à participação nas festas promovidas pelo Hotel Oásis Atlântico Belorizonte.
São frequentes as deslocações a bares e discotecas muito procurados pelos turistas da ilha do Sal - seja o Salinas, seja o Pirata, por exemplo. E muitos dos militares exibem, além de pulseiras vermelhas, que sinalizam o facto de serem clientes em regime de pensão completa no resort, outras pulseiras que lhes dão acesso livre aos bares e discotecas da "movida" da ilha.
QUE MAIS É QUE NÓS IREMOS SABENDO, NO DIA A DIA DE UM PAIS ARRUINADO E, AINDA CAPAZ DESTE DESCALIBRE ? ISTO É MESMO O FIM !!!
KAZUMBI: Feitiço; pouca sorte; coisas de kazucuta (malabaristas, pais de santo e mwangolés); macumba obscura.
O Soba T´Chingange
FÁBRICA DE LETRAS DO KIMBO
ESTE SENHOR TEM A COR DUM ARCO-IRIS. CONHECI-O NUM DIA DE KIZOMBA MAKONGINA ÀS MARGENS DO RIO ARADE, EM PORTIMÃO DAS TERRAS ULTRAMARINAS DO PUTO; NÓS, AMBOS, NAVEGAMOS NA DIÁSPORA INTORNADOS DE VONTADE, PARA ALTERAR NÃO O CURSO DA HISTÓRIA MAS, COMO DIZ FRANCISCO XAVIER: Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim.
MURAL DO FRAGATA
ROSA DE PORCELANA
ALGURES EM CABO VERDE - É O ABRAÇAR AMIGO DE NOSSA MOCIDADE REFLECTIDA HOJE EM NOSSOS CABELOS BRANCOS E QUE A NOSSOS DESCENDENTES POSSAMOS PASSAR E EXIGIR, SÓ PARA SUA ALEGRIA PESSOAL.
FANTASIAS DE VERÃO
TERNURAS TROPICAIS - CONTINUEMOS...A AMAR- MO-NOS UNS AOS OUTROS COMO O SENHOR NOS AMOU....LINDO DEMAIS E NOSSA PRÓPRIA EXPRESSÃO ANGOLANA - AFRICANA - MACONGINA - XICORONHA
TENTAÇÕES DE SANTIAGO . Cabo Verde
KAZUMBI: Feitiço; pouca sorte; coisas de kazucuta (malabaristas do Sambizanga , pais de santo e mwangolés); macumba. NADA DISTO TEM A HAVER COM HONÓRIO FRAGATA. PELO CONTRÁRIO, ELE LUTA CONTRA A MÁ SORTE OU DESVIO DOS SEUS IRMÃOS, DESAVINDOS DA SORTE OU MAL ORIENTADOS.
Gentileza de HONORIO FRAGATA - Um Angolano em Cabo Verde, fazendo da vida um mistério.
O Soba T´Chingange
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A turma da Galera do Paraíso
Em terras de Vera Cruz reunidos que estavão condições para formar uma Assembleia digna da Globália deu-se alvissaras aos emissários originários de Cabo Verde, Moçambique, Angola, Portugal, Brasil e Itália.
Esta amálgama de gente designada de “Turma da Galera” após um entretanto do Soba T´Chingange após a chamada “por badalo”, acharam por bem dar conhecimento ao Reino de Manikongo, ao seu rei D. Grafanil I, a toda a nobreza, clero e Kimbanda, deste modo.
Em quórum unissono tomaram a decisão de que este Akto ficasse registado nas gavetas de jatobá da Torre do Zombo com a chancela de D. Rosa Comendadora das terras do Paraíso e Massagueira.
Assim, a representante de Cabo Verde Leonor, tendo ofertado uma cachupa com todos e a todos, foi-lhe atribuido o galardão maior das terras de “
Miguel Cervantes idealizou uma guerra de vento tendo moinhos como guerreiros inimigos. Aludindo a essa guerra sem sangue, retribuimos o agradecimento a Leonor com o seguinte documento:
ALVARÁ DA CACHUPA
A vida sem amigos, é um céu sem andorinhas.
A turma da GALERA DO PARAÍSO, neste dia da graça de 15 de Novembro de 2009, explorando os recantos da amizade que existe em cada um de nós, reunidos em Assembleia no lugar do Francês em Alagoas do Brasil com uma mui digna representação nas pessoas de Dona Rosa, Comendadora da Galera, Senhor Tulio, Emissário do imperador defuntado Nero, Senhor Aristides Arrais, Donatário da Lagoa Azeda e seus mangais, e os Exmos Antónios I, II e III respectivamente Embaixadores da Calábria, da Guarda e Allgarves, com suas Exmas Esposas, vêm neste singelo Akto, agraciar a Exma Madame Dona Leonor, como a Princesa da Cachupa.
Extraindo alegrias das pequenas coisas, com Ela, queremos fazer da vida um espéctáculo permanente revelando-nos: - Ás vezes o maior inimigo que temos, somos nós próprios.
Porque estamos aqui reunidos fazendo um hino à vida, vamos recordar este agrado rindo dos nossos anceios e outros absurdos obstáculos com a humilde chancela que nos foi legada: - O Nome, Sobrenome e, Cognome.
E, para que este acto conste em registo de memórias e emoções, com Ela, a Princesa da Cachupa, soltamos as depressivas visões omissas, compartilhando o caminho e o carinho aos vindouros.
Encarquilhados num feitiço louco, subscrevemos esta dita cuja.----
A Agraciada:__________Leonor Jordão
Os Agraciadores:_____ Toda a Turma da Galera do Paraíso
O Soba T´Chingange
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A LARA E O RIO SENA
Oportunamente, irei conhecer Paris, muito breve e, se Deus quiser. Este centro do mundo, entretanto virou um sonho: - numa ponte do Sena, parei junto a um recanto aonde um já velho senhor tocava sanfona, músicas da “Bell époque” de França, com arranjos e mistura de coisas crioulas, coisas de morna chorada, um fado. Fiquei simultaneamente surpreso e encantado com aqueles sons e, por ali fui ficando até confirmar ser este senhor de São Nicolau de Cabo Verde. A vida daquele distinto velho estava toda ela ali, exposta naquelas baladas, num recanto aonde cabia toda a sua vida.
Turistas da Globália entrecruzavam sons a combinar com o violoncelo que outro velho negro haitiano, de trancinhas encimadas por um chapéu rocambolesco, parecia gozar conosco, os turistas.
Estes velhos senhores, longe dos seus mares, estavam positivamente gerindo farpas de sobrevivência, dedilhando inibições, faltas e, coisas camufladas de nobre fingimento, porque ninguém quer ser pobre.
Têm no mínimo a felicidade de fugir a impostos, comissões, rendas, pagamentos por conta, previdência, seguros e, um montão de expedientes inúteis que só servem para atrapalhar; múltiplas incertezas, que tiram o sono, a liberdade a qualquer mortal.
Em chapéus exóticos recolhem moedas de agruras cantadas em ladainha que, nem sempre dão para o mata bicho.
A sonoridade da beira rio, mais para cá e para além das esplanadas tornavam as manhãs em encanto permanente inebriado de perfumes trespassando as sombras, e luzernas de gente espalhada.
Sentado no mais distinto palco do meu sonho, naquela pequena ilha fluvial de Saint-Louis completava-o com um café cheiroso e uma água,
A minha vida é isto mesmo, um regresso e abandono dum desconforme estar; ir e voltar, sentar-me para descansar em Paris.
Ali, tudo é efêmero, uma vida de sonho com perda do sentido da realidade, mistura de ritmos, cheiros e aromas.
E, ali está a Lara, minha neta, desfrutando a primavera da vida em um dia de Junho; promessa feita do outro lado do mar para ver as magias da Disneylândia, a torre Eiffel, o Louvre e este rio Sena, o palco das mornas e todos os fados da vida.
O Soba T´Chingange
No reino de Manikongo
Apresentação dos principais personagens do romance Manikongo.
Diogo Cam foi o primeiro a contactar com este reino e daí, ter este previlégio, ser o primeiro do ainda projecto de história e romanse em fábrica de letras “avulso”.
Manikongo é um sub-estado do grande reino Bakongo. Este reino independente também conhecido por reino do Kongo, abrangia os territórios da Matamba e N´dongo posteriormente designado de N´gola e mais tarde por Angola.
Matamba ficava a norte do estuário do rio Congo ou Zaire e ia até ao vale do Cuango a sudoeste. A região de N´dongo, era quase toda a parte central de Angola de ambos os lados do rio Kwanza. Diogo Cam, apesar de ter sido o descobridor do rio Kwanza, só a 3 de Maio de 1560 é que Paulo Dias de Novaes assentou bases no intuito duma ocupação Lusa; submetendo os povos Bantos e, negociando-os como coisas ou peças, em verdade, os escravos que viriam a desenvolver o Brasil de hoge.
Este projecto passa por Palmeira dos Indíos e União dos Palmares, terras do Zumbi e, termina em São Paulo de Assunção de Loanda com os os retornados escravos de 1640 com Salvador Correia de Sá e Benevides.
Serão uns cento e cinquenta anos de geitos, trajeitos, falas e linguajares de muita inventação com a ajuda de N´zambi, o sempre deus dos Bantos.
Os Vanguardistas do Kimbo, O Soba T´chingange, O Rei Dom Grafanil I, o Cipaio-Mor N´dalatando, O Visconde do Mussulú e o Juis da Festa Jamba, Senhores da heráldica e brazão, donos da Catana, altos magistrados da Globália com assento permanente na Torre do Zombo, vão decerto dignificar este folhetim.
Nada surge sem trabalho. Fogo ao arcabuz!
Diogo Cam Nasceu na região de Vila Real em data desconhecida. D. João II enviou este a descobrir a costa aficana e principalmente chegar ao cabo da viragem dos mares a que se veio a chamar das tormentas ou Bojador; Logo na primeira viagem o rei foi induzido em erro e o entusiasmo fez crêr nas mentes que aquela passagem do rio que mais parecia um mar, seria o tal outro mar Índico e deste erro induzido, caiu em descredito.
As repercuções para Diogo, foram negativas pois que foi deichado sem pensão de sobrevivência tendo morrido em abandono.
As duas viágens a África foram feitas entre 1482 e 1486. Na primeira chegou à foz do Zaire tendo avançado até às quedas de Lebala que pensou que seria um outro rio a dezaguar naquele estuário (um outro suposto mar). Foi nesta viagem que tomou os primeiros contactos com princepes do reino de Manikongo de M´banza Kongo, capital do reino.
Em 1485, na segunda viágem ergueu um padrão em Cape Cross de Serra Parda, na Namibia, a fim de assinalar a presensa Portuguêsa naquela costa e, que é hoge conhecida como a costa dos esqueletos.
Em 1490, na sequência do primeiro contacto de Diogo Cam, é enviada uma expedição constituida por padres, monges, soldados, camponeses e vários profissionais na intenção de introduzir ali uma sociedade do tipo Luso.
O rei N´zinga-a.-N´kuvo é baptizado em 1509 com cerimónia a condizer, numa igreja alí construida a propósito. Foi, em África, o primeiro rei a ser cristianizado, tomando o nome de Dom Afonso I. O filho do rei N´zinga, com o nome cristão de Henrique, foi mandado para Portugal estudar as artes da magia da Cruz, tendo dali regressado em 1521 padre de estola com todos os rituais; Veio a ser o primeiro Bispo negro com diocese naquela mesma M´banza Kongo.
A envangelização, a reboque dos interesses dos Portuguêses e do monopólio comercial do reino, deram início ao tráfico negreiro sendo numa primeira fase enviados para São Tomé que com o correr dos tempos se tornou em parceria com Cabo Verde , os inerpostos comerciais de maior significado nesse então.
Aquelas operações de negócio, tinham a ajuda implícita dos Jezuitas, e Franciscanos. Era o início duma crua realidade em que homens, crianças e mulheres eram postos em porões de barcos nas piores condições de salubridade para outras paragens.
É neste roteiro, atravéz dos mares, o sertão e florestas, que vamos desenhar vivências daquele entâo.
O Soba T´chingange
OS BLOGS DO ANTIGAMENTE . I
Arte de navegar na Globália
No longínquo ano de 1506, o astrolábio, as correntes marítimas, os ventos e o Sol eram os instrumentos que processavam a navegação.
Os blagueiros de hoje como eu, usam o computador, tecnologia de ponta a comparar com os instrumentos de faca e alguidar daqueles idos tempos. Recordar que naquele então, o pincel de “lava rabo”, era usado por todos os tripulantes, na ré da nau.
Ao invés dos dias de hoje em que parece já estar tudo inventado, naqueles tempos descobrindo novas paragens, usavam-se o astrolábio de latão para bordo e o de “pao” ou grande, para as observações em terra; entretanto, já era conhecida de forma elementar o regime do Sol, Estrela Polar e Cruzeiro do Sul e, até se faziam deduções entre o Norte da agulha e o verdadeiro.
Naquele tempo, as blagues, eram as descrições inchadas de imaginação que os marinheiros nos portos iam passando
Na necessidade de estar solto, em vivência de uma vida anterior, vi-me junto do caramurú Diogo de Álvares em terras quentes da Bahia, como aprendiz de astrólogo. Ali, a gente era toda alva, ”os homens mui bem dispostos e as mulheres mui fermosas, que nam ham nehua inveja às da rua nova de Lixboa”.
Tive de recorrer ao diário de viagem de Pero Lopes de Sousa, afim de recordar-me dos abrolhos de então, dos muitos corsários que tínhamos a enfrentar; regras promulgadas pelo Papa Alexandre VI e sua sereníssima Majestade D. João II rei de Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas no ano de 1494.
Hoje não há tratados desses, a globalização leva-nos a casa toda a informação; má ou boa, chega-nos sem uma triagem homologada por instituição idónea.
Voltando ao ano de 1506, estando na foz do rio S. Francisco, assisto a um combate naval entre índios; cinquenta canoas de cada banda e “secenta homes” em cada qual. Os vencedores mataram os prisioneiros assando-os e comendo-os em seguida com grande festança. Eram “homes grandes e nervudos”.
:::::::::::continua:::::::::
O Soba T´chingange
AS TORMENTAS DO IMPÉRIO
O Infante D. Henrique morreu a 13 de Novembro de 1460, sem saber içar uma vela e toscamente chimbicar um remo duma qualquer canoa ou chata. Ficou na história como o grande navegador, alterou o destino do mundo por ser o mentor e executor de projectos ousados, descobrir novas terras.
Efectivamente, a mando dele, gente destemida afoitou-se mar adentro, tendo a terra sempre do lado esquerdo. Porque era bom esse lado, passou-se a chamar de bombordo. De cabo em cabo em 1448, Cadamosto, um Genovês às ordens do D. Henrique chega ao rio Gâmbia.
Este senhor Cadamosto, cumprindo ordens, ali construiu uma pequena fortaleza que mais não era senão um abrigo, afim de garantir segurança e também dar assistência a futuras expedições marítimas.
Deste pequeno forte de 18 por 18 metros, num lugar chamado de Casamansa, um pouco a norte da actual Guiné Bissau, foram trazidos para Portugal gente de pele negra que após a curiosidade inicial, serviram de escravos, dando inicio ao lucrativo negócio para senhores portadores de carta branca, ou mando específico.
Deu-se inicio a um perturbador casamento de culturas, europeia e africana em atmosfera negra, numa miscelânea de odores, aromas, moscas e calor peganhoso da humidade e, sempre para sul ao toque da cobiça ergueram-se fortalezas, cruzeiros e padrões.
No Sambuia, (barco) pode ainda viajar-se até às terras planas dos Bijagós, numa amalgama de gente empanada de cores garridas e algazarra dum crioulo em fermentação permanente. Hoje, pode ainda viver-se as sensações de então, ressurgidas numa emancipação mal forjada, nos baixios de Bijagós, aonde os homens ainda se vestem de saias de palha.
Cinquenta e dois anos mais tarde, em terra fértil, de gentios com plumas de papagaios, deu-se inicio ao negócio chorudo com timbre real de sua majestade o rei de Portugal, o separar de gentes para estibordo; Era o Brasil.
Desse outro lado do Atlântico, num recife do mesmo nome, o cabra (sanfoneiro popular) chora saudade de doer com apego repentista, lagrimando sentimentos dum xodó passado, tão distante que só o xote e o fevro (danças) relembram aqueles idos tempos de 1500, dos antepassados mortos, morridos p`ra valer, soltaventados.
O meu sentir saudoso, envolvido de negro, também abraçava o xote maracatu. Ao largo do Cariri no Piauí pernambucano, giboiando catinga de roça em rede, relembro as baladas de Gilberto Gil:
A vida aqui só é ruím,
quando não chove no chão,
mas se chover dá de tudo,
fartura tem de porção.
Tomara que chova logo,
tomara meu Deus tomara,
só deixo meu carirí,
no último pau de arára.
Enquanto a minha vaquinha,
tiver o couro e o osso e,
puder com o chocalho,
pendurado no pescoço,
vou ficando por aqui,
que Deus do céu me ajude,
quem sai da terra natal,
em outro canto não pára.
Disfarçadamente limpei duas lágrimas traídas; silenciosas. Eis o agreste!
O Soba T´chingange
N´DAFA CABI
Este senhor, Primeiro Ministro da Guiné Bissau, afirmou que há figuras ligadas ao estado Guineense que enriquecem com o negócio da droga.
O governo resvala progressivamente para a dependência por financiamento do narcotráfico.
CARMELITA PIRES
Esta Senhora, Ministra da Justiça, foi ameaçada de morte por estar envolvida nas investigações do tráfico de droga. Querem o seu afastamento do " Processo Narco"
LUÍS VAZ MARTINS
Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, afirmou que o avião recentemente apreendido no aeroporto de Bissau, levava droga e não medicamentos, conforme afirmaram as fontes governamentais.
25% das 300 toneladas de cocaina consumidas na Europa, entram pela Guiné-Bissau e Cabo Verde.
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O Soba T´chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
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