Quinta-feira, 13 de Julho de 2023
VIAGENS . 24

UM ANTIGO DESERTO

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBACrónica 3434 – 13.07.2023

-“Divundo e Katima Mulilo - Secreta missão ” no Okavango River - relembrando o Mazambala Lodge da Namíbia

Por Okavango0.jpgT´Chingange – no AlGharb do M´Puto

Okavango1.jpgA Baía dos Tigres (livro) de Pedro Rosa Mendes, introduziu o jornalista aos relatos vivenciados na viagem feita  entre Baia dos Tigres em Angola e Maputo de Moçambique, com passagens pelo Sul do Zaire, Zâmbia, Zimbabwe e Malawi. O nosso encontro foi no início da Faixa de Kaprivi, cruzamento de rotas com saída para Botswana e Zimbabwe. A novela, romance, resulta de um cruzar das realidades de então com a ficção, onde se misturam histórias inventadas, um tudo-nada tendenciosas assentes no subterfúgio da ficção.

"É o multiplicar a mentira a partir de coisas que realmente existiram", usando seu próprio linguajar. A viagem narrada nesta obra tenta retratar as angústias vividas por uma população anónima que quotidianamente contacta com uma realidade atroz, o poder entre dois partidos que querem o poder, UNITA e MPLA. Na visão de Rosa Mendes sobre um quotidiano diferente, constitui-se como um narrador subjectivo que observa e opina sobre situações que se lhe deparam, ausente dos meandros intestinos da guerra; omitindo o embrião dos factos.

A aventura deste trajecto descrita por um beirão do M´Puto sem conhecimento profundo das realidades angolanas de então, tem o mérito de relembrar 100 anos mais tarde, as explorações feitas por Capelo e Ivens. Num encontro fugidio, trocámos aleatórios pontos de vista sem preâmbulos encabulados. Ele e eu, escondíamo-nos do outro lado das margens duma guerra parva que nem o destino dava justificação. Ambos, seguimos rumos de interesses e curiosidades diferentes. Neste dia iria visitar as margens mansas do Okavango a convite da Ana Maria Miranda. Ver a natureza esplendorosa na companhia dos bois-cavalos dos rios chamados de hipopótamos.

div2.jpg Passamos por lá todo o dia, comemos debaixo dum d´jango podendo ver do outro lado o desmantelado quartel da UNITA quando ainda eram os Sul-africanos que ali mandavam. Os hipopótamos e nós expeditos comparsas do acaso naquele instante, nada queriam saber da guerra, era a natureza que nos empolgava, as águas barrentas conspurcadas de merda do boi-hipo de boca grande e a mata circundante cheirando a África. São momentos que marcam; irrepetíveis.

Depois de ter estado com San Nujoma (Presidente de então da Namíbia) na margem do rio Okavango, seguimos o caminho de Katima Mulilo cruzando todo o Kaprivi Game Reserve, uma faixa com 32 km de largura apresentando-se no mapa como um dedo indicador apontando o Zimbabwé. Com cerca de 180 Km de extensão com floresta de folha larga, ela foi desenhada pelos britânicos em Berlim para poderem ter acesso a todas as suas possessões.

zambeze1.jpg Os ingleses, tinham o sonho de unir Cape Town ao Cairo. Estende-se pela fronteira do Sul de Angola até ao rio Cuando formando o Delta do Okavango do lado namibiano, com ilhas dispersas a partir daquele rio, tendo o Botswana a Sul. Os rios Zambeze e Chobe formam as fronteiras Nordeste e Sudeste. O nosso destino são as Cataratas de Vitória Falls no encontro da fronteira com o Zimbabwe bem próximo da cidade de Livingstone.

Já em Katima Mulilo resolvemos fazer compras no maior supermercado da região pertencente ao Sr. Coimbra, um refugiado Tuga vindo de Angola logo após o 25 de Abril; parece que este senhor tinha uma qualquer ligação com a PIDE e numa primeira etapa de sua fuga assentou em Windhoek e depois rumou a Norte. Tomamos contacto esporádico com a família que tomava conta do negócio e depois dirigimo-nos até às margens do Zambeze aonde assentamos arraiais no hotel Zambeze River Lodge de características africanas e com acomodações para visitantes de mochila, como nós.

div3.jpg Foi bom ficar ali sentado na margem daquele Zambeze ainda manso cruzando pensamentos das terras do Fim-do-Mundo que no correr dos tempos parecia ser só uma ilusão. Era assim, a bem dizer, um explorador moderno com todas as mordomias seguindo a peugada de Silva porto, Serpa Pinto e Capelo e Ivens. E, como foi bom pisar aquelas terras, ver manadas de elefantes raspando a terra impondo poder e abanando as grandes orelhas a meter medo. Ao cair da noite fizemos o nosso brai com aquela carne saborosa de caça que só existe por aquelas paragens. E, como eu gostaria de repetir esta volta mais uma terceira vez; E, aconteceu voltar por mais vezes à revelia de meu amigo José Pedro Cachiungo, um dirigente da UNITA que me aconselhou pela negativa acabando por me dar alvissaras.

Estas áreas remotas do globo são completamente diferentes de qualquer outra região; com muitas aves, plantas aquáticas, grande número de mamíferos e muitas espécies de vegetação de pequeno e grande porte como a Marula. No Mudumo National Park podemos apreciar búfalos, elefantes, leopardos, hipopótamos e muitos outros antílopes. Pelo menos uma vez na vida, o ser humano deveria ter a possibilidade de ali ir ver o verdadeiro paraíso da terra. Fui lá uma terceira e quarta vez para condizer com o ditado, não há três sem quatro, conciliar assim minha turbulência…

 O Soba T´Chingange (em Mazambala Lodge)



PUBLICADO POR kimbolagoa às 07:00
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Terça-feira, 9 de Março de 2021
LAGOA DO PUTO . VII

Fábrica de letras da kizomba (Kimbo - M´Puto) - 07.03.2021

Crónica 3125 . “ A presa da Moura e seus cazumbis do GARUM” Em tempo de pandemia. Meu passeio de hoje, para espairecer…

LAPA2.jpeg

Por soba24.jpg T´Chingange – No Al Gharb do M´Puto

Este passeio pela orla algarvia do M´Puto, já é uma rotina de longos anos e, é sempre muito agradável vivificar a natureza acompanhando o rendilhado de falésias definindo a fronteira sul com o oceano. Subindo e descendo por entre fragas e milhares de flores de variadas plantas, carrego as energias tão desmilinguidas por via dum vírus COVARDE XIX que nos tolhe ao confinamento de nossa kubata, nosso mukifo.

Desta feita e no correr do sotavento pude rever sítios já conhecidos mas que, sempre renovam nossa vontade de observar e cheirar dando felicidade à vida… Em tempos, já vi por aqui raposas mas com o alastramento da urbanidade, foram desaparecendo; vê-se sim caganitas em restolhos de coelhos. Desta feita vou repor aqui o já descrito em parte e, em tempos com outras novas falas de minha lavra, para ginasticar a mente a modos de não criar mofo nela, em demasia ou avondo como se diz por aqui entre linguajares marafados.

LAPA02.jpeg Nesta pequena bacia dos barrancos de Vale da Lapa, há no “reino da aroeira”, a palmeira anã, a erva rasca, trevisco, arruda, zimbro, os gladíolos e tantas outras a que chamamos no seu todo de carrascos, resistindo ao calor tórrido de verão pela brisa húmida do mar que entra no lugar da presa, junto à praia. Se houver consciência na preservação dos coutos, reservas naturais e legados históricos, poderemos ainda passear por este património ecológico pertença dos mourinhos, gralhas, melros pegas e cucos. Até há bem pouco tempo havia zorras (raposas) mas, nos últimos sete anos, deixei de as avistar

Foi a partir do século VIII que as lendas das mouras encantadas que guardavam tesouros, se associaram florestas, rochedos, serras e fontes, numa tradição oral. Cultura que prevalece nos cultos pré-cristãos, chegando até os nossos dias. Podemos assim encontrar lendas de mouras em toda a costa Sul da Ibéria como a lenda da Moura Salúquia por exemplo e, que em 1554 deu origem à actual cidade de Moura. Depois da invasão árabe, entre a lenda e a história, constatou-se em vários lugares a importância duma Moura.

LAPA1.jpeg Desta feita irei descrever esta “Presa da Moura” no lugar de Vale da Lapa que advém de umas quantas levadas nas encostas pedregosas, construídas desde então, que serviam para irrigar pequenas hortas dos socalcos separados por muros de suporte, em pedra solta. Estas levadas terminavam nos barrancos existentes, agora uma densa mata de mato de aroeiras, tomilho e arranha-cão. Creio que a água armazenada nesta represa daria para gerir durante todo o ano as irrigações dos produtos hortícolas numa fase recente e, lá longe em tempo de Romanos, lugar de tratamento de conservas.

Dos vestígios da ocupação romana, neste litoral algarvio, talvez as mais emblemáticas sejam estes tanques em forma de represa para lhes garantir a salga e conservação de peixe associados à produção do tão apreciado GARUM, um condimento confeccionado a partir da salmoura de sangue e vísceras de atum ou cavala, triturado com crustáceos e moluscos. A represa da Presa de Moura (salmoura), teria sido o apoio ao complexo industrial de salga e conservação de peixe, com estruturas de apoio hoje desaparecidas em consequência do recuo da linha da costa.

LAPA01.jpeg Anda se podem ver nos topos das falésias lajedos formando poças de água e, aonde se desenvolvem plantas como a beldroega e poejo; lugar de bebedouro de coelhos e outros pequenos rastejantes. Aqui teria sido construído um paredão com uns 3 metros de largura na base tendo blocos irregulares de calcário do tempo miocénico marinho e cimentados com uma argamassa muito dura de cal e ouros aditivos. Pelas argamassas usadas juntando as pedras, ainda visível no pequeno troço existente, tudo leva a crer remontarem a esse período de dominação romana. As técnicas usadas em construção nos séculos I a III antes de Cristo e o coliseu de Roma que se manteve em funções até à queda do Império no ano de 476, são em tudo semelhantes a esta argamassa.

Esta, tinha em sua composição uma percentagem de gesso e cal aérea ao que se juntava aditivos de gordura animal, ceras e resinas do látex da figueira que aqui havia em abundância. Pode perfeitamente ter sido construída quando das reconquistas de localidades importantes tais como Évora, Beja, Badajoz e Sevilha. Originalmente deveria ter uns seis a sete metros de altura o que me leva a supor pela sua bacia, provocar uma reserva de 15.000 metros cúbicos de água potável.

LAPA4.jpeg Porque a costa era frequentemente fustigada por ataques de mouros, leoneses e portugueses da Lusitânia; como um primeiro aviso às invasões por mar havia as vigias, “as torres de vigia”  que se alinhavam ao longo da costa em toda a bacia Sul do Mediterrâneo e costas da Ibéria. Em caso de ataques vindos do mar eram atiçadas fogueiras de aviso aos militares olheiros e à população. Com estes avisos os populares refugiavam-se em castelos ou lugares de resguardo; Esta costa era em tempos muito dada a ataques de corsários com intuito de roubar depósitos de frutos secos e vasos dessa tal conserva chamada de GARUM mas, e também para fazer escravos e abastecerem-se de cereais       

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:15
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Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2021
MUJIMBO. CXIX
O SOL morre sem sepultura e, todos os dias isto se repete…
Portanto, vou pôr o burro às costas e o arado a comer - 14.01.2021
Crónica 3101
Por
T'Chingange – No Algarve do M´Puto
:::::1
Ser dono definitivo de mim, é o que eu quero, na sequência de sempre o querer, mas por vezes muito amiudadas, estremecem dentro de mim, por se repetirem alvoroços nos meus arrabaldes e, como se quase o fossem, intimações! Acalmando meu fôlego de branco mazombo pálido ou até avermelhado, engrosso meu próprio nojo na vontade de pensar de mim uma decisão… E, quase sempre não sou nada nem alguém…
:::::2
Abro as quatro janelas de minha cubata para arejar, os quartos, a sala, o meu espaço de escritório e o meu espaço de lambiscar securas, lugar do café com leite para calar as tremuras que sobem dos tornozelos até aos zingarelhos a dar forças superiores e fazer funcionar os neurónios sem despairecer o cerebelo…
:::::3
Surripiando miúdas palavras legitimo-me nos silêncios picados das mutucas porque de tão fechado na minha sina, no meu mukifo, não haverá um sim no meu possível definitivo futuro mesmo que, adivinhado numa lei-fofa (off) simplificada. Não fora eu aposentado e estaria aflito nesta regra com prescrição de princípio e, cláusula de simplificar ou minimizar a resiliência de forma macia, almofadada ou elástica na tufada gravidade… O que tem de ser, será!
:::::4
Bolas!? Eu que nem sou homem de noitadas, vejo-me na contingência de purgar a paciência sem alcançar dois dias a fazer um tik tok personalizado; a não ser só, mascarar-me feito Zorro, sair à rua sem ter de assaltar que nem assim e, só; ter de viver enfileirado numa perigosa missanga. Permanecer assim duvidando de onde e aonde se apanha o tal tik do tok feito mutuca, sem nem ter o tamanho dum pernilongo - Filho do capeta gelatinoso, melga lambido de cuspo.
:::::5
Bom! Depois e, já na minha açoteia, estendo-me na cadeira de kota T´Ching, chamuscando-me ao sol da kúkia, literalmente a chupar a tal de vitamina D. Sem nuvens e, até que tirite de frio, ali fico até o desaparecer do Sol, lá para os lados do barlavento - feito brisa. Ficar assim repassado num creio que nada creio, num teste que me solta a venta, merdas e coisas sem loisas. Não fora meu entender, se por azia reumática, ou se por andar pingando medo feito água quente.
:::::6
Neste processo de desmudar os costumes, uns ficarão mais iguais e outros, logicamente, mais desiguais a indicar a todos que afinal ainda não fomos terminados… Ué, viver nste agora, torna-se mesmo muito perigoso. É aquela velha estória que aqui explicito: -Era um era e, não era; andava lavrando com dois carrapatos! Veio-lhe a notícia que o pai era morto e a mãe por nascer. Pôs o burro às cotas e o arado a comer… Hem! Hem! Hem… O que mais penso e testo em explicar: Todo o Mundo, é louco - o quanto baste…
O Soba T´Chingange


PUBLICADO POR kimbolagoa às 22:37
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Quinta-feira, 4 de Julho de 2019
N´GUZU . XXXV

CINZAS NO TEMPO – NA ROTA DAS FALÉSIAS - Andamos com o credo na boca, motivo de causas alheias e à revelia da nossa vontade … 04.07.2019

N´GUZU é força, em Kimbundo

Por

soba0.jpegT´Chingange - No Algarve do M´Puto

praia.jpg Para ler até ao fim – São só DEZ itens…

Emagrecendo o tempo ao invés da barriga, uso suspensórios de encurtar chatices afiveladas e, em minhas caminhadas pelos promontórios da terra, uso-o mais para segurar o microondas-ipad a fim de ouvir música e balelas da rádio. Assim na divisa com o mar cuja vista pertence aos ricos porque os pobres assim vão ficando, engordando a imaginação e vendo passar os navios por entre as silhuetas das casas, daqueles. Com o tempo vão surgindo na cércea palmeiras a substituir alfarrobeiras e oliveiras importadas da arábia e, num repente o mar vai desaparecendo tapado pelos oásis e, por quem canta de galo.

CARVOEIRO01.jpg Ou por quem tem suficiente dinheiro para o mandar cantar, o galo de cima, o de poleiro feito de pau torto ou o granisé freguês da junta; manter uns jardineiros e um sem número de células de raios vermelhos e envernizados no disfarce para detectar intrusos, calar a boca aos patos e gansos com manias de empertigados, assim como eu. Raio que detectam quem tente entrar num parque quase temático, cercado quase até à falésia, assim fugindo ao rigor dos planos com projectos de ordenamento. As leis do Domínio Público Marítimo, pelo que é sabido, ainda não mudaram mas, deste jeito e quase fechando seus acessos ,parece que sim – que as há.

::::::

Num lugar aonde as casas não deveriam ser mais altas que uma amendoeira, surgem palacetes com elas, as amendoeiras metidas em vasos nas açoteias, vulgo terraços, para inglês-ver, tá-se-a-ver! Amendoeiras, suficientemente grandes, para nos adulterar; a nós ou às leis que são seguramente untadas com bilhões como se permite dizer tão vulgarmente nos dias de hoje e, porque já ninguém rouba tostões assim como nos livros das vendas do antigamente. Em lugares destes, que o devem ou deveriam ser, nobres para toda a gente, não deveria ser permitido construir até 500 metros da costa ou falésia casas cuja cércea subisse mais alto do que uma alfarrobeira.

praia1.jpeg Mataram o Muammar Al-Gaddafi da Líbia, porque era um filho-da-mãe e déspota, mataram Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti que foi um político e estadista iraquiano, porque pelo que diziam era também déspota e andava a usar umas armas terrificamente maléficas (agora, tudo por li está pior...); E, na onda da subserviência do M´Puto aos DDT do Mundo, seguiram-se as estranhas façanhas made in USA; e assim como uma marionette comandada à revelia da gente (povo do M´Puto) e, agora o que se vê, é gente a imitar vidas espiraladas como se estivéssemos na Babilónia de há um quatrilhão de tempo. Andamos a ser enganados – Tambulakonta!

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Nem tanto um quatrilhão de anos mas mais propriamente no século VI a.C. e, que foi capital da principal potência da Mesopotâmia. Ainda se fosse o nosso José Manuel Rodrigues Berardo, habitualmente conhecido como Joe Berardo, um empresário conhecido coleccionador compulsivo com o dinheiro do povo, formatado numa tão ecléctica versão de misturar budas com caixas de fósforos ou postais de navios que atracavam na sua ilha de sonho. Sim! Ainda se fosse este senhor, vá que não vá! …

praia2.jpeg Mas, eu que saí bem cedo para apreciar coisas, emagrecendo o tempo, vejo-me de novo encavalitado nas arrudas que quando pisadas cheiram mal pra caraças - menos mal que ainda há calafito para curar todas as maleitas. Pois! Vamos ver se componho bem o ramalhete: O M´Puto, por via dum desenrasca nacional encarquilhado de crise, fez uma lei a que se se chamou de PIN – Projectos de Interesse Nacional tipo Visas Golden, para captar dinheiro vivo (Eles estavam todos, aflitos - EETA). Estão a ver o filme: Isto para permitir bizarrias desacostumadas entre nós a troco do tal PILIM – um desenrasca. Em qualquer cor de goveno, seremos sempre uma Geringonça

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Depois disto, das leis que provavelmente até já devem ter mudado, resultou em fraudes, em burlas e adjacências adjectivadas de coisas feias com derivados de descarado roubo e, assim, para porem em segundos ou dias, chineses a falar português, coisa quase inaudita e, como se fosse possível pôr gaivotas a ladrar e, ou cães a piar. Algo está mal! Por isso também ladro. Mas, e porque se trata dum passeio pedonal pelas arribas do cú da Europa, passo ao promontório que tão bonito é…

praia4.jpeg Chegado a uma das torres de vigia do tempo antigo conhecidas pelo linguajar popular de fachos, almenares ou atalaias, por aqui diviso o azul que se cola no horizonte com o céu. Estes, eram ocupados dia e noite e sobretudo durante o verão para dar alerta dum qualquer desembarque de piratas ou corsários vindos do norte de África e de outras paragens. Hoje vêm de todo o lado, coisa pouca para quem pensa pequenino.

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Estes flibusteiros pilhavam e faziam cativos, principalmente durante a secagem do figo e, de vez em quando, havia muita gente por aqui distribuídos em fazendas e, ou quintas. Há menos de um século ainda se faziam contractos com gente do Alentejo e até das Beiras do M´Puto para estes trabalhos sazonais da apanha do figo, da amêndoa ou alfarroba. Hoje quase tudo está ao abandono! A agricultura deste género é coisa de pobre e a água não é de fartura. Ou é por falta de diálogo com nosso Senhor ou falta de procissões a pedir chuva e também escravos da Mauritânia para trabalhar de borla.

praia3.jpeg Os tais flibusteiros, fitavam também as armações de atum e sardinha chegando com facilidade às alagoas; nestes tempos havia necessidade de se captar gente para escravizar lá naquelas arábias. Esta torre ou Atalaia da Lapa foi construída no século XVII; é uma estrutura maciça, em alvenaria de pedra e argamassa de forma circular, com cerca de cinco metros de diâmetro. O olheiro chamado de facheiro do mar, subia numa escada para este maciço que em caso de avistar barcos estranhos fazia uma fogueira de noite e, de dia provocava nuvens de fumo com lenha molhada; tal como o faziam os índios americanos Sioux nos sítios altos de lá; da forma como em pequenos líamos tal e qual nas bandas desenhadas e literatura de cordel brasileiras.

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Desta forma protegiam a barra do rio Arade por onde entravam esses tais de flibusteiros moiros, alertando com estes sinais as populações e as guarnições das fortificações da região costeira. Há bem perto daqui, deste vale suspenso, uma linha de água conhecida por Vale da Lapa, uma barragem aonde se retinha água no período das chuvas para poderem tratar, lavar olear e meter em ânforas o atum, cavala ou sardinha a enviar para toda a nossa costa Atlântica e até, mas também, ao Mediterrâneo. Cá para mim isto é do tempo dos Romanos  e muito antes do tal século  ZERO, de quando pregaram Cristo numa Oliveira com pregos artesanais (versão de espeleólogos, arqueólogos, geólogos e afins - todos agnósticos que não crêm em  SãoTomé)...

estombar2.jpeg Tenho aludido ao termo carso por ao longo deste promontório que vai desde a Ponta do Altar em Ferragudo até terras de Albufeira, porque é um relevo produzido pela dissolução das águas superficiais e subterrâneas sobre a rocha calcária. E, é assim que surgem grutas, arcos e algares que são poços naturais feitos pelo desgaste dos solos mais soltos e as lapiás, relevo plano de calcário do qual fazem "pias" de superfície  (algo quase raso) como se fossem eirados, diria ser assim uma cisterna que capta a água desse lajedo. Com tempo, vos darei mais conhecimentos que irei partilhar convosco porque vós sois, parceiros cinco estrelas! E, também porque são candidatos ao prémio “ Catana Doirada”…Mungweno!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:02
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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