NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - BATALHA DE CUITO - CUANAVALE
RETIRADA CUBANA - Crónica 3599 – 21.07.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
A Batalha de Cuíto Cuanavale foi assim, o maior confronto militar da Guerra Civil Angolana, ocorrido entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988. O local da batalha foi na região do Cuíto Cuanavale, província de Cuando-Cubango, onde se confrontaram os exércitos de Angola (FAPLA) e Cuba (FAR) contra a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) e o exército sul-africano.
Foi a batalha mais prolongada que teve lugar no continente africano desde a Segunda Guerra Mundial. É considerada também a segunda maior batalha de terreno do século XX, superada apenas pela batalha de Kursk. Ambos os lados do conflito reivindicaram vitória, e até hoje as narrativas e memórias sobre a batalha são objecto de debate.
Não obstante, o evento tornou-se o ponto de viragem decisivo na guerra que se arrastava há longos anos, incentivando um acordo entre Sul Africanos e Cubanos para a retirada de tropas e a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à implementação da resolução 435/78 do Conselho de Segurança da ONU.
É a resolução 435/78 que conduz à independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial, que vigorava na África do Sul. Em 23 de Março de 1988, trava-se a batalha decisiva. O Alto Comando das tropas sul-africanas decidiu passar à ofensiva. As forças conjuntas SADF/UNITA, após intenso fogo de barragem, lançaram-se numa derradeira ofensiva contra as posições angolano-cubanas.
Aquele ataque, foi rechaçado ao fim de 8 horas de combates, com as forças revolucionárias a desencadearam uma contra-ofensiva, obrigando-os a recuarem… Em Dezembro de 1988 o MPLA e a UNITA, assinam o Acordo Tripartido na cidade de Nova Iorque, acordando com a retirada das forças estrangeiras do conflito angolano. Na mesa das negociações, o regime da África do Sul vê-se obrigada a aceitar os acordos aqui supra citados (Afirmações generalizadas, afirmam que é quem perde que cede...)
Desfecho Final: -O impasse militar de Cuíto-Cuanavale foi reclamado por ambos lados como uma vitória. O lado angolano afirmou que, em situação inferior, impediram a invasão do território angolano, pelas forças da África do Sul. Porém na África do Sul, os partidários da guerra proclamavam como triunfo o facto de o exército deles menos equipado mas melhor treinado, ter impedido o avanço do comunismo.
Em Janeiro de 1989 os cubanos iniciam a sua retirada de Angola, pelo que o representante Episcopal, Cardeal D. Alexandre do Nascimento difunde a mensagem de “Reconciliação e Paz”. A 22 de Junho de 1989, Eduardo dos Santos e Savimbi encontram-se em Gbadolite, no Zaire, sobe mediação de Mobutu. No plano negocial apresentado por Luanda, o “caso especial Dr. Savimbi” é o ponto 5 da agenda que exige a retirada temporária do líder da UNITA da cena politica angolana.
Inicialmente, Jonas Savimbi concorda em afastar-se. Chega a estabelecer-se um cessar-fogo, mas a euforia nas frentes de batalha de um e outro lado, foi breve. As armas voltam a crepitar, quando Savimbi dá o dito por não dito anunciando que não se retirará de Angola. O MPLA utilizando 20.000 homens e 400 tanques lança a “Operação Último Assalto” para recuperar Mavinga. O objectivo não é conseguido pelos governamentais pois que não conseguem o pretendido - atingir a Jamba.
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Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e RTP - Notícias e Wikipédia…
(Continua…)
O Soba T'Chingange
TEMPO COM FRINCHAS - O amanhã, esfumou-se no tempo!...
MALAMBA: É a palavra - O OUVIDOR DO KIMBO
As escolhas de: Kimbo Lagoa
Publicada por
H. Nascimento Rodrigues - Jurista eminente e homem público em Portugal – Nasceu no Luena (Kangamba), antiga Vila Luso em Angola… Fundador do PSD, ministro do Trabalho do Governo Balsemão e ex-Provedor de Justiça. Licenciado em Direito - Falecido em abril do ano de 2014
Eu fui concebido nos longes de Angola, num despovoado que se chamava Cangamba, nos Luchazes. Era por aí que se marchava, a pé ou de tipóia mas não de jipe, para as ”terras do fim do mundo”, as do Cuando-Cubango. Julgo que ainda hoje as chamam assim. E assim também se chamavam então porque delas não havia notícia de gentes, apenas de animais, de chanas, lagoas e pântanos, até lá muito ao sul, ao Dirico, ao Mucusso, a Sambio e ao Cuangar. Estes eram nomes que me lembravam cabeças de alfinete quando, anos depois, já no liceu, me punha a mirar o mapa de Angola pregado nas paredes da sala de aula e me espantava com a ousadia de terem plantado aqueles pedaços de casinhotos por cima da linha de fronteira do sul mais a sul de Angola, assim a modos de que se desafiava, de peito feito, qualquer veleidade do Sudoeste Africano, a Namíbia de hoje.
Cangamba, nada tinha de especial nesses idos de 1940, salvo reclamar-se como sede de uma das maiores circunscrições administrativas do distrito do Moxico, os Luchazes. Era uma área extensíssima e com uma densidade populacional das mais baixas dessa época. Aposto que ainda hoje é assim. Havia quimbos e senzalas, claro, com gente negra que trabalhava: as mulheres na lavra dura dos campos, no amanho dos filhos às dúzias e na cozedura do pirão; os homens na caça, no desbaste de lenha e nas longas horas contando histórias da vida.
Um despovoado igual a muitos outros que por essa época se espreguiçavam, isolados e esparsos, pelas terras vastas de Angola e se mantinham como que obscuros, atacados por uma estranha sonolência que talvez provocada por mosca tsé-tsé. Fui lá concebido, mas tive de ir nascer a centenas de quilómetros, à capital do Moxico, que era, e ainda é, a maior província de Angola. A capital era uma vilazita, então chamada Vila Luso, mas que para muitos era só Luena, o seu nome gentílico, histórico e infinitamente mais belo. E assim teve de acontecer pela simples razão de que por toda a lonjura dos Luchazes não existia um médico, um enfermeiro ou uma parteira para mulher branca - as mulheres negras, essas tinham os filhos nas suas palhotas do kimbo, acompanhadas pelas mais velhas e por isso mais experimentadas.
(Continua...)
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