Sexta-feira, 2 de Junho de 2023
VIAGENS . 19

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA“MILAGRANDO A VIDA”

TEMPOS CUSPILHADAS – Crónica 3411 – 02.06.2023 

- Subsidiamo-nos por bagatelas…istopassa, deixandar

Por araujo27.jpg ´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió

dia89.jpg Nossas vidas são estórias armadilhadas de segredos, de não digas nada, istopassa, que não é importante; juntando lixo com luxo procura-se sossegar a vida andando entre os pingos da chuva, agradando como a história diz, a gregos e a troianos; não fales porque te podem queimar, e edecéteras medrosos, para poder levar uma vida mais fácil!

Em dado momento, somos carneiros que seguimos como manda o governo, o líder, a religião, subsidiando-nos por bagatelas… Não há maneira de sair deste imbróglio de viver a modernidade, falar da história tão engravidada de idiotas erros de cálculo e, ficar-se indiferente, assobiando para o lado - parecendo concordar com tudo, para não obstruir uma amizade, duas e, ou muitas mais.

tonito 20.jpg Talvez, cada um de nós interveniente na contestação, se interrogue: - serei eu que estou errado? Mas, então porque é que as pessoas (a maioria) não falam!? Que indiferença é esta de não se ser metal ou metalóide, de se ser ou não e, dar a conhecer - ser de esquerda ou de direita; ficar assim escondido na obscuridade, simplesmente encolhendo os ombros da precaução.

Embatocar num deixandar- Nem carne nem peixe – uns morcões! Mas que raiva! E, as forças provocatórias de mudança, para pior ou melhor, que libertam o mundo das formas que ninguém tampouco poderia imaginar. Ninguém quer forjar a revolução procurando uma dependência humana – mas depois queixam-se: Ai que a vida está cara! É mesmo, a precaução não tem ombros…

mulaa2.jpg O carapau está ao triplo do preço; e, muitos outros têem de ir ao mato defecar, suportar o mau cheiro dos excedentes de todos e carregar baldes de água sob o inclemente sol. É mesmo uma grande chatice, atiçada por fungos, bichos de pé com salmonelas, a modernidade alheia a passear.

Nesta modernidade, os académicos não conseguem evitar os factores não materiais como a ideologia ou a cultura. E, em dada altura sabe-se por suficientes provas, de que as guerras nem são provocadas por haver escassez de alimentos ou por pressões demográficas, mas por um qualquer doido desmotivado de fé e, porque simplesmente assim o quer.

Eu, que sou vitima de uma revolução, por muito que lhe remexa, não encontro pistas reveladoras de uma verdade verdadeira. E, surgem novas obrigações, novas habituações, novas modas e exigências do qual não conseguimos mais viver sem elas – as modernidades. Agora que tudo é feito por computador, não há mais cartas, escasseiam os selos, também escasseiam os balcões…

TORRES15.jpg Os balcões de atendimento e, num repentemente estando onde quer que seja, no sossego, o zumbido de um drone faz-se ouvir, passa para lá, volta e gira, talvez filme, talvez leia, talvez vigile. Isto já me passa dos limites. É sim a modernidade, uma vida mais fácil, uma vida melhor – o futuro. O plano é esse!? O futuro tona-se paulatinamente num dos principais actores no palco da mente humana…

O Soba T`Chingange      



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:03
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Quinta-feira, 1 de Junho de 2023
MUXOXO . LXVI

TEMPO COM CINSAS – A Democracia tende para o Totalitarismo

Crónica 3410 – 01.06.2023

Por picasso3.jpg T´Chingange (Otchingandji…) Na Pajuçara de Maceió - Brasil

Congo0.jpgResumidamente: A Democracia é um regime político em que os cidadãos usam seus direitos políticos participando igualmente, enquanto o Totalitarismo é caracterizado por um dirigente, que se apoia num único partido (ou uma maioria), deixando o povo em conflito e, culpando sempre um “outro” nos desaires.

Sendo assim, o totalitarismo pode bem ser considerado um acontecimento típico de modernidade que surge encapotado ou trasvestido, entrelaçado com muitas e diversificadas leis, acordos, relatórios ou despachos que saem da base como picos de um cacto de matriz democrática.

Assim sendo, a modernidade chega ao limite da inventação no que leva a perguntar se não herdamos no imaginário, entre muitas, um das formas fraudulentas de conceber “a política”. Esta referência à imaginação totalitária advém de uma noção equivocada de que a verdade absoluta deve ser resolvida por um acto político com uso à mentira ou narrativa; uma exposição de factos, uma narração, um conto ou uma história.

DIA73.jpg Narrativa ou mentira em que a realidade vem embrulhada em celofane. Surge assim a intenção firme de como fazer promessa em dar apoio com 100 ficando assim assinado e noticiado mas, na prática desses 100 cativam-se na fonte 50, defraudando obviamente as espectativas de um prometimento. Usar deste jeito, uma prática extractivista do trabalho do povo (+ de 50% do produto) - actividades de colecta mais além dos habituais produtos naturais, sejam eles de origem animal, vegetal ou mineral…

Este acto de sub-reptícia é um tipo de encoberta violência que mesmo sendo morna, não pode ser simplesmente compreendida como um subproduto da imaginação totalitária mas que, está sim na sua raiz socialista! Teremos por isso de fazer uma reflexão filosófica investigando conceitos à medida que eles se apresentam na forma constante de variedade de fenómenos observados.

coelho5.jpg Fenómenos que surgem não por mero capricho de curiosidade intelectual mas, pelo firme desejo de compreender experiências de governação seguindo um ideário pré concebido na inverdade, um pecado quase capital – técnica socialista!

E, interrogamo-nos: - mas que tipo de democracia é esta que nos força a aguentar passivamente a “engolindo sapos”, provocando uma desordem na razão pelos fenómenos que surgem com erros de caprichos. Caprichos com a bastante arrogância que nos levam em crer que sua capacidade especulativa passa de prenúncio a anúncio de um problema real.

alcaçuz2.jpg Condição que consequentemente se tornam em “actos políticos totalitários”. É isto que vivenciamos hoje em Portugal em que a fórmula E= mc2 (Estado = Marcelo x Costa ao quadrado) é simplesmente clausurada. Neste ensaio banalizado em bomba atómica teremos de considerar os factores de fragilidade impostos pelo próprio limite do medo – um delicado limite pessoal de quem pode, mas, não quer!

O medo é que guarda a vinha; assim ficamos…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:35
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Quarta-feira, 31 de Maio de 2023
N´GUZU - LVIII

 

CONHECER MELHOR O BRASILCANDOMBLÉ

Parte - Crónica 3409 – 31.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)

Por candomblé6.jpgT´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió

roxo206.jpgAR - As diferentes identificações dos candomblés entretanto, não impediram que solidariedades mais amplas fo- - ssem ali tecidas, entre africanos e crioulos, entre escravos e homens livres e entre negros e homens brancos de posses, incluindo autoridades - algo difícil de ocorrer em outros espaços sociais. Tal solidariedade também se expressou em termos religiosos pois as divindades de origem africana e os santos católicos eram reunidos no mesmo espaço de culto.

Para lutarem contra a opressão e discriminação, os afro-brasileiros criaram uma das religiões mais tolerantes e flexíveis diversificando matrizes cuja raiz ainda existe em Angola e, sendo praticada nos dias de hoje com o nome de Tocoismo. Interessa por gora, dar um resumo desta prática que foi motivo de perseguição pelas autoridades coloniais portuguesas, antes da independência a 11 de Novembro do ano de 1975.

tonito05.jpg  Tocoismo é um movimento formado por seguidores do “profeta angolano” Simão Gonçalves Toco (1918-1984). Igreja constituída administrativa-mente de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo. Trata-se de um dos maiores movimentos cristãos em Angola, contando igualmente com sucursais em vários outros países. Simão Toco, concluiu os estudos liceais no Liceu Salvador Correia em Luanda. Terá conhecido um acontecimento milagroso que lhe despoletou a  missão religiosa: o encontro com Deus em Catete em 17 de Abril de 1935.

Tendo ido para Leopoldville (Congo Belga) para colaborar com uma missão local, dirigiu um coro musical com cantores zombos, oriundos da mesma região dele - Maquela do Zombo. A este coro dará o título de Coro de Kibokolo. Em um momento de “vento tremido” em que o Espírito Santo desceu em África, por sua invocação, a igreja cristã foi “relembrada”, de forma a retomar o caminho da igreja original do tempo dos Apóstolos.

ROXO133.jpgar -  Expandindo sua actuação, por esta altura, ano de 1990, é inaugurada a primeira Igreja Tocoísta em Lisboa, pouco tempo depois, seguir-lhe-iam núcleos em Madrid, Paris, Londres e Roterdão…O Tocoismo sendo um tema de religiosidade a descrever lá mais à frente, daremos um salto para dar continuidade do tal de Candomblé no Brasil.

Assim, apesar de toda a tradição que pretendem ostentar e manter vivas, sendo considerados como uma constituição central de representação politica, reinvenção cultural e negociação dos negros na Baia oitocentista. Os candomblés foram quase sempre vistos pelas autoridades da época um bárbaro costume religioso de africanos, preponderantes entre os escravos da Bahia na primeira metade do século XIX.

pombinho15.jpg Se no período colonial os motivos para a condenação dos encontros religiosos negros conhecido como calundus, baseavam-se na suspeição de que neles, havia feitiçaria. Quanto a esta insinuação de feitiçaria com prática de seita, também Simon Toco teve problemas com as autoridades administrativas lá em Angola, pois que num dado dia e em um momento, sentiram um vento diferente começando a tremer.

 Assim, realizando supostos milagres invocando algumas passagens bíblicas tal como se podem observar nos dias de hoje em muitas igrejas; igrejas que curam com cuspo no rosto e coisas bem difíceis de o serem credíveis pela lógica que os olhos observam e que os ouvidos escutam. No Brasil em uma carta oficial, no ano de 1824, apesar de se estabelecer a tolerância para as religiões não católicas, desde que os cultos fossem domésticos, esteve longe de garantir a liberdade religiosa para os escravos e libertos, pois a concessão estava obviamente voltada, para outras religiões importadas de nações europeias.

(Continua)

O Soba T´Chingange  



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:19
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Terça-feira, 30 de Maio de 2023
MOAMBA . LVII

A NUDEZ DA VIDAPETER, o "pai da administração moderna"…

Crónica 3408 – 30.05.2023 na Pajuçara de Maceió - Brasil

Porfig3.jpg T'Chingange – (Otchingandji) 

kimbo3.jpg A história é fundamental! Só sei que cada vez mais seremos governados por gente que já foi competente, um degrau mais abaixo, porque o foi bom, antes de ocupar este último cargo. Antes de ser o que hoje é; assim o sejam presidente, primeiro-ministro, ministro, secretário de estado ou essa nova sigla de CEO - gestores responsáveis pelo cumprimento de funções específicas, tais como marketing, finanças, operações, desenvolvimento de recursos humanos e tecnologias de informação que poderão também ser chamados de Vice-Presidentes… Pois então, considerando Laurence Johnston Peter, o autor de um princípio que tem seu próprio nome, poderemos assim, comparar.

Melhor dizendo: Segundo o “princípio da incompetência”, num sistema hierárquico, todo funcionário (PS) tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência. Aí, pude dar-me por bem informado. A gente do mando, um Presidente ou um Primeiro-Ministro, tende logicamente a atingir os seus objectivos organizando e planeando os recursos da Nação da forma que melhor permita a vida do vulgar cidadão - organizando as estratégias politicas e de marketing, como um todo sem recorrer à falácia à mentira ou compadrio entre seus pares sem despifarrar o saco de dinheiro de todos nós.

engraxador2.jpgEles, os da máxima competência de Portugal, não devem ter lido o receituário de Peter. E, é sim! É fundamental para melhor compreensão em como tudo pode ou poderia ser diferente, para todos termos um melhor futuro. Com efeito, nenhuma compreensão histórica se pode furtar de uma criteriosa metodologia teórica, para explicar os fenómenos na dinâmica do tempo. A frustração surge quando um encarregado auxiliar é bom em sua função e, ao subir na carreira passando a chefe, é uma desilusão. Uma falha na nossa sociedade. Só em muitos raros casos têem o condão de chegar a ser ESTADISTAS. Nesta fase de entendimento terei de recorrer ao que disse Marcelo Caetano em seu tempo: "Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência"…

 - Afirmações virais de Marcello Caetano são autênticas? E não é que acertou mesmo?! Sobre o vinticinco de Abril, disse Marcelo Caetano, último primeiro-ministro do anterior regime, tendo acrescentado: “…reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional”. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa”; “Veremos alçados ao poder, meninos mimados, escroques de toda a espécie. A maioria não servirá para criados de quarto chegando a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República”. Lê-se na segunda parte da citação atribuída a Marcello Caetano naquele texto viral.

araujo112.jpg As crenças motivaram reacções que foram antecipadas pelos poderes da imaginação. Este acto de imaginar, consiste justamente na tentativa de dar vida à própria realidade imaginada. Tomar em conta que “a unidade e a realidade absolutas, podem nem sempre, iludir-nos”. É certo! O poder moderador em toda a Globália, vai ter em mãos a chave de toda a organização politica, o nível de equilíbrio e harmonia de todos os poderes com altas e enérgicas atribuições, para que o desempenho seja mesmo elevado.

Quem poderia supor que em qualquer dessas atribuições não convém prescindir de um maduro Conselho e de um profundo esclarecimento. Se a justiça vai mal, se desleixa sua função, fazendo da prescrição de crime um “modus operandi”, perde assim sua independência na troca de benesses, arranjos e baldrocas com o governo, assim o seja de direita ou esquerda; tudo então, na justiça, terá de ser revisto para mudar os paradigmas, revisando talvez a constituição.

oxo136.jpg A título de garantia às liberdades públicas terão de forçosamente remexer nas leis, acabar com os megas processos judiciais e técnicas dilatórias e de falsas situações que a todos tolhem de vicissitudes. A revolução mansa do vinticinco teve o nome de “revolução dos cravos” – ora sucede que pelo andar dos acontecimentos do Governo maioritário do PS, se está a cair na radicalização de poder chamar a essa morna arruada de “revolução para escravos” de hoje, pois que estamos a ser governados com sinais totalitários similares às práticas sociais de “coronéis do Brasil” dos séculos XIX e XX.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:28
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Segunda-feira, 29 de Maio de 2023
N´GUZU - LVII

CONHECER MELHOR O BRASILCANDOMBLÉ

Parte - Crónica 3407 – 29.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)

Por candomblé.jpgT´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió

candomblé5.jpg Na passagem do século XIX para o XX, os etnólogos definiam o Candomblé como sendo a única forma organizada baseada na mitologia Jeje-ioruba, do que se conhecia do fetichismo africano na Bahia. Numa nova perspectiva poder-se-ia definir o candomblé como uma das maiores instituições religiosas criadas pelos afro-brasileiros na Bahia desde o início do século XIX quando pela primeira vez foram feitas referências à expressão em documentos policiais.

Em certos bairros das cidades, aonde contavam com a cumplicidade dos vizinhos próximos a quilombos urbanos e cortiços de libertos ou fujões associados a líderes de rebelião, que podiam estar relacionados a irmandades católicas, inicialmente formadas por africanos.

ARAUJO227.jpg  Era surpreendente a extraordinária resistência e vitalidade dessas crenças chamadas de africanas, especialmente depois da abolição de escravidão no ano de 1.888. Observou-se ainda que os candomblés em geral atraiam pessoas importantes a despeito de constantes reclamações da imprensa e medidas repressivas das autoridades.

Gente ligada a questões sociológicas, afirmavam nesse tempo que os candomblés, iriam permanecer por longo tempo, mesmo depois do desaparecimento dos velhos cotas africanos. No século XX, ressurgiram velhos candomblés modificados, confirmando as previsões tornando-se até uma das maiores manifestações de religiosidade afro-brasileira e uma das bases de afirmação de uma identidade especificamente afro-baiana.

ARAUJO222.jpg Se os candomblés partilham muitas características comuns, como o culto aos orixás e santos católicos, a execução de uma série de festas, iniciações, incorporação de santos e obrigações através de seus ritos, ritmos, cânticos e tambores sagrados. Ritos que cada qual possuía vida e história própria, assim como segredos invioláveis.

Embora o termo candomblé apresente evidente filiação linguística ao mundo africano banto, os seus terreiros podiam identificar-se como herdeiros de diferentes tradições africanas, apresentando certas fontes culturais comuns como o “queto” pertencente ao que se costumava chamar de cultura “nagõ”; a mais influente nos candomblés.

candomblé3.jpg A tradição de Daomé originou o “Jeje” enquanto Angola fez sobressair a cultura banta. Por muito tempo, os antropólogos e membros do “povo santo”, defenderam a tese de que os candomblés nagõs, foram os que mantiveram a forma mais autêntica das tradições africanas na Bahia. Isto implicou a construção de uma hierarquia entre os candomblés com alguma desvalorização de outras práticas religiosas afro-brasileiras.

Estas, foram relegadas ao campo das “ inferiores misturas” por veze rotuladas de sincréticas – que combinam princípios de diversas doutrinas ou de concepções heterogéneas. Entretanto diversos estudos evidenciaram o quanto esta auto-identidade “pureza” resulta de uma recriação de identidade do próprio grupo, fundamentais para legitimarem seu prestigioso culto, assim como para a solidariedade da “família-de-santo”.

(Continua)

O Soba T´Chingange  

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:34
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Domingo, 28 de Maio de 2023
MOAMBA . LVI

A NUDEZ DA VIDA – O MPLA DA LUUA inventava a maka!

Crónica 3406 – 28.05.2023 na Pajuçara de Maceió - Brasil

Por valentina3.jpg T'Chingange – (Otchingandji) 

maximbombo.jpeg A história é fundamental para a compreensão de nós mesmos enquanto imaginamos constantemente como tudo poderia ser diferente, melhor no futuro. Tem a função de nos fazer lembrar o tempo todo do que fomos e somos capazes; do que aconteceu de uma certa forma e que nunca deveria ter acontecido daquele modo. Compreender a história requer o minucioso trabalho de reconstrução dos factos e, escalpelizar por meio de estudos de documentos, tratados, acordos, actas, crónicas, decretos de lei, e posturas, para daí não se enveredar pelo pendor especulativo ou inventivo para outras periclitãncias.

Quantos e quantos tratados ou acordos assinados pelas partes não foram depositados logo no dia seguinte no caixote do lixo – e, tudo feito por gente dita responsável. Militares de alta patente que garantiram quase com juras, que tudo; tudo seria feito em conformidade. Estou a lembrar-me do Acordo de Alvor assinado pelos intervenientes da descolonização na Penina (MFA,MPLA, UNITA e FNLA) obedecendo às cláusulas desse tal de MFA – Movimento das Forças Armadas do M´Puto. Nada foi cumprido como estava formatado na Angola de há 49 anos atrás

mavinga1.jpg As feras foram largadas das jaulas com a lei 7 barra 74 do MFA. E, agora vamos fazer o quê para o M´Puto!? As NT - Nossas Tropas já não eram nossas. Davam cunhetes, canhões e até carros de combate numa perfeita cooperação de entreajuda FAP- FAPLA mandando prólixo os acordos de Alvor, assinados na Penina. O MPLA da Luua inventava a maka! Inventava os pioneiros! Depois o Poder Popular! E surgiu o Kaporroto, o kuduro e a victória é certa. Eles já tinham inventado o monstro Imortal, o Valodia e o Monacaxito. Por fim o MPLA ficou com o poder e a guerra sangrenta, de onde eu e minha família saímos.

Tudo foi largado ao desbarato destruindo a vida a mais de um milhar de cidadãos, juntando nesta desventura a Província Ultramarina de Angola do mar Atlântico e a de Moçambique no Oceâneo Indico. O tempo passou, aparentemente curou feridas, muitos morreram com esse desgosto a fazer de câncer, sem o ser. Os perseverantes trilharam caminhos na terra matriz ou na diáspora; um pouco por todo o mundo. Eu, por exemplo, acabei por ir para a Venezuela na alçada do CIME – Comité Internacional de Migrações Europeias. Felizmente, dei-me bem naquele então em que governava o país Carlos Andrés Peres.

mavinga2.jpg Foi um momento alto da minha carreira! Foi ali que realizei o meu pé-de-meia e que originou meu trilho de vida digna. Não obstante sempre mantive o sonho de voltar a Angola mas, a guerra civil que durou mais de trinta anos não o permitiria. E, o resumo é este: eu, saí de África, mas África não saiu de mim! Estando em Venezuela de Andrés Peres, entretanto no M´Puto o lema era "a terra a quem a trabalha". Na Rádio Renascença os trabalhadores avançam para a greve. O Conselho de Estado fazia reuniões atrás de reuniões.

A bem do povo e em nome da Junta de Salvação Nacional e do MFA, o almirante Rosa Coutinho, ligado ao PCP, aparece aos conselheiros de Estado, civis e militares, a sugerir legislação revolucionária. Qual? "Que o MFA não seja a expressão de um simples levantamento militar". De igual modo, o almirante Pinheiro de Azevedo que não lidava bem com aquela revolução, em tom jocoso levanta-se, esbraceja. "Os Srs. conselheiros civis assinaram a sua sentença de morte! Puseram em causa a Revolução!"

mavinga4.png Na imprensa, na televisão e na rádio destacam-se notícias denunciando a sabotagem económica, a fuga de capitais para o estrangeiro. Esta breve estória da história deve funcionar como uma âncora mas, neste meu caso tive a sorte de seguir os atalhos certos na hora que o tinha de ser. Esta âncora não me deixou naufragar sob a ilusória segurança de pretensões e crenças, lamentando todo o mal.

Recorrendo agora à história sem a pretensão de esmiuçar casos mais específicos de regimes, governos que adulteraram regras na ideal linha civilizadora, num mundo em que me considero “Cidadão do Mundo” antes de tudo. E, sempre, sempre submetido de esperança de um mundo mais livre e justo. Sim! Porque a memória consiste na capacidade em trazer de volta ao presente as representações construídas no passado. A ilusão permanece mas, meu sonho esvai-se…

O Soba T´Chingange   

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:17
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Sábado, 27 de Maio de 2023
A CHUVA E O BOM TEMPO . CXXXIV

NAS FRINCHAS DA GLOBÁLIA

Crónica 3405 de 27.05.2023 - Na Pajuçara do Brasil

Um homem sem a liberdade de ser e agir, por mais que conheça ou possua, não é nada…

O PERIGO É AMARELOVêm lentos e, com DISSIMULAÇÃO Parte

Por Christopher Wray, Director do Departamento Federal de Investigação Instituto Hudson

Por escolha de:ara3.jpgT´Chingange (Otchingandji)

arco iris2.jpg Dos mais de trinta países devedores à CHINA, maioritariamente africanos, sobressaem: 1º- Angola com US$ 42,6 bilhões: 2º - Etiópia com US$ 13,7 bilhões; 3º- Zâmbia com US$ 9,8 bilhões e Quénia com US$ 9,2 bilhões. Não demorará que parte de seu património passe a ser gerida directamente pela China…

Este tipo de característica deveria dar às empresas americanas uma pausa quando elas consideram trabalhar com corporações chinesas como a Huawei - e deveria dar a todos os americanos uma pausa, também, quando confiam nos dispositivos e redes de uma empresa deste tipo. Como o maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações, a Huawei tem amplo acesso a muito do que as empresas americanas fazem na China. Também tem sido acusada nos Estados Unidos de conspiração de extorsão e, como alegado na acusação, tem repetidamente roubado propriedade intelectual de empresas americanas, obstruído a justiça e mentido ao governo dos EUA e seus parceiros comerciais, incluindo bancos.

máscaras3.jpg As alegações são claras: Huawei é um ladrão de propriedade intelectual em série, com um padrão e prática de desconsiderar tanto o Estado de Direito quanto os direitos de suas vítimas. Devo dizer que certamente chamou minha atenção a leitura de um artigo recente que descreve as palavras do fundador da Huawei, Ren Zhengfei, sobre a mentalidade da empresa. Em um centro de pesquisa e desenvolvimento da Huawei, ele disse aos funcionários que, para garantir a sobrevivência da empresa, eles precisam - e cito: “avançar, matando à medida que avançamos, para deixar um rastro de sangue”. Ele também disse aos funcionários que a Huawei entrou, para citar, “num estado de guerra”. Certamente, espero que ele não possa ter significado isso literalmente, mas não é um tom encorajador, dado o comportamento criminoso repetido da empresa.

Em nosso mundo moderno, talvez não haja perspectivas mais ameaçadoras do que a capacidade de um governo estrangeiro hostil de comprometer as infraestruturas e os dispositivos de nosso país. Se empresas chinesas como a Huawei tiverem acesso irrestrito às nossas infraestruturas de telecomunicações, elas poderão colectar qualquer informação sua que atravesse seus dispositivos ou redes. Pior ainda: eles não teriam outra escolha senão entregá-la ao governo chinês, se lhes fosse pedido - as protecções de privacidade e do devido processo que são sagradas nos Estados Unidos são simplesmente inexistentes na China.

sacag4.jpg Respondendo Com Eficácia à Ameaça - O governo chinês está envolvido em uma ampla e diversificada campanha de roubo e influência maligna e pode executar essa campanha com eficiência autoritária. Eles são calculistas. Eles são persistentes. Eles são pacientes. E não estão sujeitos às restrições justas de uma sociedade aberta e democrática ou ao Estado de direito. A China, liderada pelo Partido Comunista Chinês, vai continuar tentando se apropriar indevidamente de nossas ideias, influenciar nossos formuladores de políticas, manipular nossa opinião pública e roubar nossos dados. Eles usarão uma abordagem de todas as ferramentas e de todos os sectores - e isso exige nossa própria abordagem de todas as ferramentas e de todos os sectores como resposta.

Nossos funcionários do FBI estão trabalhando todos os dias para proteger as empresas de nossa nação, nossas universidades, nossas redes de computadores e nossas ideias e inovações. Para fazer isso, estamos utilizando um amplo conjunto de técnicas - desde nossas autoridades policiais tradicionais até nossas capacidades de inteligência. E vou notar brevemente que estamos tendo um sucesso real. Com a ajuda de vários de nossos parceiros estrangeiros, prendemos alvos em todo o mundo. Nossas investigações e os processos judiciais resultantes expuseram a experiência adquirida e as técnicas que os chineses usam, aumentando a conscientização da ameaça e as defesas de nossas indústrias. Elas também mostram nossa determinação e capacidade de atribuir esses crimes aos responsáveis.

144.jpg Uma coisa é fazer afirmações - mas em nosso sistema de justiça, quando uma pessoa ou uma corporação é investigada e depois indiciada por um crime, temos que provar a verdade da alegação além de uma dúvida razoável. A verdade é importante - e assim, estes indiciamentos criminais são importantes. E vimos como nossos processos criminais uniram outras nações à nossa causa - o que é crucial para persuadir o governo chinês a mudar seu comportamento.

Também estamos trabalhando mais do que nunca com agências parceiras aqui nos Estados Unidos e com nossos parceiros no exterior. Não podemos fazer isso, sozinhos; precisamos de uma resposta de toda a sociedade – de todo o mundo. É por isso que nós, nas comunidades de inteligência e segurança pública, estamos trabalhando mais do que nunca para dar às empresas, universidades e ao próprio povo americano as informações de que precisam para tomar suas próprias decisões e proteger seus bens mais valiosos.

sistelo7.jpg Confrontar esta ameaça efectivamente não significa que não devamos fazer negócios com os chineses. Não significa que não devamos receber visitantes chineses. Não significa que não devamos receber estudantes chineses ou coexistir com a China no cenário mundial. Mas significa que, quando a China violar nossas leis penais e normas internacionais, não vamos tolerar isso, muito menos permitir. O FBI e nossos parceiros em todo o governo dos Estados Unidos responsabilizarão a China e protegerão a inovação, as ideias e o modo de vida de nossa nação com a ajuda e a vigilância do povo americano.

Christopher Wray, Director do Departamento Federal de Investigação Instituto Hudson.- Obrigado por me aceitarem aqui, hoje…

FIM

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:13
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Quinta-feira, 25 de Maio de 2023
A CHUVA E O BOM TEMPO . CXXXIII

NAS FRINCHAS DA GLOBÁLIA

Crónica 3403 de 25.05.2023 - Na Pajuçara do Brasil

Um homem sem a liberdade de ser e agir, por mais que conheça ou possua, não é nada…

O PERIGO É AMARELO – Vêm lentos e, com DISSIMULAÇÃO… 3ª Parte

Poraraujo160.jpgT´Chingange (Otchingandji)

perola3.jpg Dos mais de trinta países devedores à CHINA, maioritariamente africanos, sobressaem: 1º- Angola com US$ 42,6 bilhões: 2º - Etiópia com US$ 13,7 bilhões; 3º- Zâmbia com US$ 9,8 bilhões e Quénia com US$ 9,2 bilhões. Não demorará que parte de seu património passem a ser geridos directamente pela China…

(…) A vingança! Isso só por si, é ruim no suficiente. Mas o Partido Comunista Chinês muitas vezes não para por aí; ele não pode parar por aí se quiser permanecer no poder - por isso usa sua influência ainda mais perniciosamente. Se a campanha de influência mais directa e ostensiva da China não surtir efeito, eles às vezes se voltam para esforços indirectos, dissimulados e enganosos de influência. Para continuar com a ilustração da autoridade americana com planos de viagem que o Partido Comunista Chinês não quer, a China trabalhará incansavelmente para identificar as pessoas mais próximas a essa autoridade - as pessoas em quem ela mais confia.

CONFRARIA3.jpg A China trabalhará então para influenciar essas pessoas a agir em nome da China como intermediários para influenciar a autoridade. Os intermediários cooptados poderão então sussurrar no ouvido do oficial e tentar influenciar os planos de viagem ou posições públicas do oficial sobre a política chinesa. Estes intermediários, é claro, não estão dizendo à autoridade americana e as demais Ocidentais, que são instrumentos do Partido Comunista Chinês - e pior ainda, alguns destes intermediários podem nem perceber que estão sendo usados, porque, também eles foram enganados. Em última análise, a China não hesita em usar a fumaça, os espelhos e a má condução para influenciar os americanos e os demais pelo Globo. Da mesma forma, a China frequentemente empurra académicos e jornalistas à autocensura, se eles quiserem viajar para a China.

E vimos o Partido Comunista Chinês pressionar a mídia global e, em especial a americana e, os gigantes do desporto a ignorar ou reprimir as críticas às ambições da China em relação a Hong Kong ou Taiwan. Este tipo de coisaS está acontecendo repetidas vezes, em todo o Mundo. Infelizmente a pandemia não conseguiu impedir nada disso - de facto, ouvimos de autoridades federais, estaduais e até mesmo locais que os diplomatas chineses estão insistindo agressivamente no apoio à China para lidar com a crise da COVID-19.

CHINOCAS1.jpg Sim, isto está acontecendo tanto em nível federal quanto estadual. Não há muito tempo, tivemos um senador estadual americano que, recentemente foi até solicitado a incluir uma resolução apoiando a resposta da China à pandemia. Ameaças ao Estado de Direito na América - O ponto principal é este: Todas essas pressões aparentemente inconsequentes somam-se a um ambiente político no qual os americanos se vêem à mercê do Partido Comunista Chinês. Durante todo esse tempo, o governo chinês e o Partido Comunista violaram descaradamente normas bem estabelecidas e o Estado de Direito.

Desde 2014, o secretário-geral chinês Xi Jinping, tem liderado um programa conhecido como “Caça à Raposa”. Agora, a China descreve a Caça à Raposa como um tipo de campanha internacional anticorrupção – e, não é assim. Em vez disso, a Caça à Raposa é uma oferta abrangente do Secretário-geral Xi para atingir cidadãos chineses que ele vê como ameaças e que vivem fora da China, em todo o mundo. Estamos falando de rivais políticos, dissidentes e críticos que procuram expor as extensas violações dos direitos humanos na China. Centenas de vítimas da Caça à Raposa que eles visam moram aqui mesmo nos Estados Unidos e muitos são cidadãos americanos ou portadores de “Green Card”.

CHINOCAS2.jpg Bem!? Em Portugal será o “Golden Card” com direito a cidadania sem sequer saberem dizer um “Bom Dia” ou “Obrigado”. O governo chinês quer forçá-los a voltar à China e as tácticas chinesas para conseguir coisas chocantes. Quando não for possível localizar um alvo da Caça à Raposa, o governo chinês envia um emissário para visitar a família do alvo aqui nos Estados Unidos ou lá aonde o seja, por esses países, seja na Europa ou África. Qual a mensagem que eles mandaram transmitir? O alvo tinha ou tem duas opções: voltar à China imediatamente ou cometer suicídio. E o que acontece quando os alvos da Caça à Raposa se recusam a retornar à China? No passado, seus familiares, tanto fora quanto na China, foram ou são ameaçados, coagidos e os que voltarem à China são até presos para serem usados como influência ou enviados para um campo de reabilitação.

Christopher Wray, Director do Departamento Federal de Investigação Instituto Hudson: -Vou aproveitar esta oportunidade para observar que, se você acredita que o governo chinês está visando você - que você é uma vítima potencial da Caça à Raposa - por favor, procure o escritório do FBI mais próximo de você. Compreendendo como uma nação poderia se engajar nestas tácticas, chego à terceira coisa que o povo americano precisa se lembrar: que a China tem um sistema fundamentalmente diferente do nosso - e está fazendo tudo o que pode para explorar a abertura do nosso, ao mesmo tempo em que aproveita seu próprio sistema fechado. Muitas das distinções que têm grande significado aqui nos Estados Unidos são ténues ou quase inexistentes na China - estou falando de distinções entre o governo e o Partido Comunista Chinês, entre os sectores civil e militar e entre o estado e o sector “privado”.

CHINOCAS3.jpg Por um lado, um grande número de grandes empresas chinesas são empresas estatais - literalmente de propriedade do governo e, portanto, do Partido. E, mesmo que não sejam, as leis da China permitem que seu governo obrigue qualquer empresa chinesa a fornecer qualquer informação que solicite - inclusive dados de cidadãos americanos. Por certo o mesmo acontecerá pelos países da América do Sul, África e Europa. Além disso, as empresas chinesas de tamanho significativo são legalmente obrigadas a ter “células” do Partido Comunista dentro delas para mantê-las alinhadas. Ainda mais alarmante é o facto de que células do Partido Comunista têm sido estabelecidas em algumas empresas americanas que operam na China como um custo de fazer negócios lá…

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:47
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Quarta-feira, 24 de Maio de 2023
VIAGENS . 18

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – “SONHAJANDO A VIDA”

TEMPOS CUSPILHADAS – Crónica 3402 – 24.05.2023 

- ATÉ CHEGAR AO PARAISO, TIVEMOS O PURGATÓRIO…

Por:chicor1.jpg T´Chingange (Otchingandji) – No Bom Concelho de Pernambuco

santi1.jpg Li algures de que a mortificação do corpo acontece para superação do espírito. Se para os cristãos ir desde longe para Fátima será sempre por uma promessa em troca de um benesse que se concretiza, uma cura, um milagre de mudança, uma esperança que se realiza. Os muçulmanos também necessitaram de inventar que Nossa Senhora era filha de Maomé. Anos a fio andei tentando seguir a pé pelos caminhos conhecidos até Santiago de Compostela mas tal desejo sempre se vetou ao esquecimento na hora que nunca surgiu.

Já fui de carro várias vezes a Santiago, mas não será de nenhum valor acrescentado o facto de ir na comodidade de um carro. Até fui lá no dia 25 de Julho, dia da consagração de São Tiago que calhando a um domingo, a porta santa da Catedral é aberta excepcionalmente nesse ano; foi o caso do ano de 2010. Juntei-me assim a histórias de cavaleiros Templários, um misto de religiosidade e desafio, buscando o autentico de si mesmo num percurso de estilos romântico e gótico, como um monge beneditino cruzando montanhas, rios, cidades e bosques de pinheiros, faias e trigais só em pensamento.

PAPAL4.jpgRecordar a Catedral de Santiago de Compostela aonde desde a idade média se juntavam peregrinos idos de toda a Europa. O Bota-fumeiro gigante balouçando no átrio principal-altar da Catedral, que era nem mais nem menos para fazer desaparecer o cheiro nauseabundo que acompanhava os viajantes. Hoje, não podemos imaginar o fedor que soprava então por entre aqueles antigos prédios das muitas cidades, do estrume acumulado nas travessas, becos com matilhas de cães mordiscando restos como se abutres fossem.

Também das centenas de carroças despejando toneladas de excrementos que por ali iam sendo pasto de milhares de moscas com milhões de bactérias. Pois foi assim que fizemos no chegar ao sítio da xácara do Senhor Ferreira, um homem que a vida curtiu entre bizarrias de superstições misturadas com aflições; e desta feita, eu, Arrais de Bustos e Ana de União dos Palmares, terras de Zumbi, da nação de N´gola lá no Morro dos Macacos numa serra chamada de Barriga. Agora a descrição passa a ser dele a relembrar seus artigos de antigamente com o nome de Arico Siarra:  

santiago3.jpeg COMO TRANSFORMAR UM Fim-de-semana NUMA EXPERIÊNCIA INESQUECÍVEL! - Tenho consciência de que escrevo este texto um tanto ou quanto húmido de tanta garoa (cacimbo). Por isso, concluo a recomendar que cada um o leia com o humor possível, já que a nós, nos bastam nossas roupas molhadas, os buracos e as lamas rupestres mas, as estrelas vão com prazer para a tão dedicada hospitalidade de Aldaide e António, pais de Quitèria. Pois, neste fim-de-semana (de 19 a 22/04/023) fomos até um município de Pernambuco divisa com Alagoas – “O Paraíso”…

Se tivéssemos ido por União teríamos demorado menos mas, tivemos que ir por Arapiraca, a fim de pegarmos uma pessoa da família que visitamos, o que nos exigiu mais tempo. Foi uma viagem muito desafiante. Destino? Cidade de Bom Conselho. Do centro daquela cidade até o sítio de nossos anfitriões, demoramos uma hora a chegar. Existem apenas quatro casas: moram lá, pais e filhos. Alto da montanha e, sempre subindo, sempre resvalando. 

santiago1.jpeg Faltou pouco para chegar ao céu! Passamos em seis porteiras por via da criação de gado pastando por lá. Depois que passamos a antepenúltima porteira, o carro começou a derrapar na bosta do gado e argila e parou. Tivemos que carregar nossas atrangalhas (bikuatas, tralhas) às costas, uns 800 metros de subida com o chão todo bosteado... E, tome chuva! Nunca pensei viver tão dignificante experiência pingando que nem um pinto no baptismo.

Nem sei, como agradecer esta oportunidade de podermos avaliar toda a nossa capacidade de resistência física e mental, com chuva durante três dias e duas noites (o diluvio). Sem dúvida nutrimos a certeza de que teremos condições de viver ainda bons anos, sem percalços fatais! Para a impecável hospitalidade encontrada, nota mil e um.... Conseguiram extrair água pura das pedras, para nos servir açucarada de cayena. Da parte de Deus, que a forneceu na forma de garoa cacimbada, um bem-haja para toda aquela família visitada a saber para além dos citados; Docas (o voluntário), e Francisco (o churrasqueio e bebedor de pitu) - filhos, assim como para com o nosso amigo Monteiro T´Chingange o coordenador-mor, desta desafiante aventura

:::::

T´Chingange (O Zelador-Mor do Zumbi de N´Gola)

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:13
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Terça-feira, 23 de Maio de 2023
N´GUZU - LVI

CONHECER MELHOR O BRASIL BATUQUES

Parte - Crónica 3401 – 23.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)

Por tonito16.jpgT´Chingange (Otchingandji) Na Pajuçara de Maceió

kilo01.jpg Nestes encontros, celebravam identidades étnicas e até mesmo ensaios de levantes (revoltas). Algumas revoltas aconteceram ou foram planeadas para os dias de festa, como o grande levante dos Malês da Bahia no ano de 1835; esta aconteceu com o ciclo das festas de Nossa Senhora do Bonfim e com a celebração muçulmana do ramadão. A disposição que os escravos apresentavam para realizar os batuques, dificultavam as autoridades pelo efeito de dissimulação, bem à madeira moderna da política chinesa...

Isto indica que em volta da subordinação e resistência havia sempre reticências pela forma ordeira com que tudo faziam por sequência da disciplina laboral, uma forma de treino permanente que dava motivos de preocupação nas alturas dos batuques: dali poderia advir sempre algo de surpresa ou espanto. Nos municípios do Império sempre procuravam estar estabelecidos com preocupação mas nem sempre havia anuência ou unanimidade entre os detentores do mando.

socie2.jpg O controlo sobre a festa negra, sempre requeria cuidados reforçados. No Rio de Janeiro, capital do Império eram proibidos os ajuntamentos de pessoas, mais propriamente de escravos; com “tocatas, danças e vozerias” facilitavam-se os “batuques, cantorias e dança de pretos dentro das casas e xácaras”, desde que não perturbassem os vizinhos.

Em uma das principais áreas da cafeicultura chamada de Vassouras, no século XIX, as posturas permitiam “ danças e candomblés” apenas para escravos de uma só fazenda; sobre o caxambu (um derivado de batuque), existiam proibições nas ruas e casas das cidades mas, era autorizado pela polícia no meio rural. Em Porto Alegre, o código se posturas, não abria excepções, proibindo “batuques, zungus e candomblés” em qualquer local e hora.

ROXO13.jpg As posturas das cidades de Pernambuco, também seguiam esta linha mais dura do sul do Império proibindo as “danças de pretos escravos ou maracatus” nas ruas e praças, os “sambas ou batuques de caixa” em casas públicas ou particulares, assim como a “farsas públicas” – origem do bumba-meu-boi. As diferentes restrições por posturas municipais, longe de controlarem os batuques, revelavam um impasse entre senhores e autoridades sobre a melhor forma de se lidar com aqueles…

Na Bahia quando os indícios de rebelião chegavam a vias de facto, na década de 1830, os “batuques lundus” de negros foram terminantemente proibidos em qualquer hora e local, Surpreendentemente, com seus contínuos ressurgimentos, a Assembleia Provincial, em 1885, determinou a proibição de “batuques e vozeiras em casas públicas”.

praga3.jpg Ao longo do período Imperial, do “Brasil, do mundo Luso, Oriente, Timor, África, Algarves e edecéteras de escambau”, o batuque sempre haveria de encontrar um espaço como o candomblé, nas negociações entre autoridades que vigiavam e, a liberação para a diversão, ainda a melhor forma de controlar os conflitos entre os senhores coronéis e os escravos. Relembrar que os Povos Lusófonos eram comandados a partir do Rio de Janeiro.

Registe-se neste epílogo do assunto batuques, que na Colonia de Angola, o procedimento era análogo e, posso ainda lembrar-me do controlo feito por auxiliares da Administração do Posto, em Luanda, os cipaios africanos que exerciam sua autoridade usando bastões chamados de cassetetes. Era normal vermos estes polícias de Bairro, africanos com um chapéu de cofió enfiado na cabeça, cor vermelha e, tendo uns fios a penderem para os lados. Estávamos então no inico da segunda metade do século XX. A jurisdição da Maianga era o Posto de Belas e, nesse então, era o famoso chefe Poeira que mandava na cipaiada.

FIM

O Soba T´Chingange                             



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:31
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Segunda-feira, 22 de Maio de 2023
VIAGENS . 17

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – “SONHAJANDO A VIDA”

TEMPOS CUSPILHADAS - A natureza tem suas normas! Com tantas experiências o sapo Cururu tornou-se canibal …

Crónica 3400 – 22.05.2023  

Porsapo1.gifT´Chingange (Otchingandji) - Na Pajuçara de Maceió do Brasil

corimba4.jpg Desde que o mundo é mundo, milhares de milhões de seres humanos, armados de ramos, de mata-moscas milhares de venenos caseiros, acabaram por chegar aos sprays vaporizados para travar guerra implacável com formigas diligentes, carrapatos ousados, nojentos ratos e baratas furtivas mais escaravelhos insensatos. Lá na minha horta todos os santos dias tenho de mirar as folhas de couve senão, senão fico sem caldo verde.

Neste grande palco aonde se desenvolve a história da humanidade, o bicho homem acumulou cada vez mais coisas, uns classificados patrimónios de trastes e outros de difícil ou impossível locomoção. E, foi juntando muitos corotos, muitas imbambas que chegaram ao futuro. Para tal tiveram de inventar o planeamento para que tudo tivesse ordem no sentido da criação. As ligações de ele com ele e ela com ela com os desígnios de LGBTYL+ ainda não eram reconhecidos nos cartórios como uma união de facto.

DIA76.jpg Inventaram o comércio, a compra e a venda de coisas ou géneros distribuindo ou retraindo riquezas, favores, invejas, vinganças, ofensas e retaliações a estas. Inventaram o trabalho, a semana das 40 horas e depois 35; o trabalho em casa, o nomadismo digital recente, preguiça, a inveja, a cobiça e, deram início á economia, o apego ao poder mentindo socialisticamente com truques de encarecer a dívida. Formaram grupos a que chamaram partidos e como gangues fizeram roubo com repartição de benesses furando o saco de dinheiro.

Estranhamente surgiu a compra de divida, juntaram os impostos com taxas e alcavalas chegando ao tecto de gastos para vedar o despilfarro. Surgiu a ansiedade, a subsidiodependência, o cabaz de compras mais o auxílio extraordinário e normalizaram o preço dos ansiolíticos para superar as tensões, as mazelas ouvidas lidas e engolidas. Surgiram os especialistas da mente, peritos em trepanação em frio, especialistas do sono, do bocejo, da terapia do relax e da levitação, técnicos do riso e da clavícula.

Namibia4.jpg Surgiram vendedores de banha da cobra, quimbandas a granel, “personal trainer” e dentistas ao domicílio. Diversificaram as colheitas, as mudas e milhares de novas químicas para matar desde o pulgão à cochinilha mais fungos, parasitas e bichezas de toda a espécie com bichos de mil pés e filárias chamando a isto, maravilhas transgénicas; passaram a manusear as sementes, alterando-as, introduzindo-lhe logologo o veneno a só despontar na hora do desabrochar ou do florir …

Colocaram rosas e cravos nas fileiras de parreiras para antecipadamente se poder detectar as doenças nos bagos de uva, deram-lhe musica para adocicar a casta, anti ácaros, anti fungos e muitos edecéteras especificados por enólogos e carrapatologos. Coisas chamadas de fitogénicas a fim de se ter a máxima rentabilidade. Nesta evolução de coisas e tratamentos ouve desaires. Em um dado momento a Austrália levou do Canadá 102 sapos para matarem os besouros do milho; estes alimentando-se das pragas aumentaram vertiginosamente seu número, passando também a serem pragas.

monteiro4.jpg Já havia sapos por todo o lado, nas casas, nos demais pastos e o gado começou a morrer por via da baba destes que era venenosa. Então levaram milhares de cobras de um outro país que comiam aqueles sapos. Sucede que estas cobras que comiam sapos, ao degluti-las um que fosse, morriam envenenadas. Este tipo de sapos tinha um veneno no seu costado. Acabaram por ficar sem cobras e os milhões de sapos, aumentaram em número ao ponto de perderem o controlo. Acabaram por fazer caça aos mesmos triturando-os em grandes tanques para fazer biodiesel. Tudo isto começou lá no ano de 1930. Os sapos-cururus se multiplicaram “como praga” às custas de outras espécies. Suas glândulas de veneno são altamente tóxicas e assim, derrotam facilmente os oponentes predadores…

Agora, para surpresa dos cientistas, os mesmos sapos-cururus estão se transformando em canibais implacáveis. Segundo um novo estudo experimental, a selecção natural tem favorecido girinos que comem outros girinos da própria espécie. Os girinos do sapo-cururu que costumavam alimentar-se de algas e matéria orgânica em decomposição agora é o que é! Os iniciais 102 sapos individuais que foram originalmente introduzidos no passado agora, a espécie já soma mais de 200 milhões de exemplares. Para além de os usarem como combustível, testam outras hipóteses. Se tivessem cumprido com a lei de Deus na ordem natural das coisas, nada disto aconteceria noé!?  

O Soba T´Chingange  



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:41
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Quinta-feira, 18 de Maio de 2023
N´GUZU - LIV

CONHECER MELHOR O BRASIL – BATUQUES

Parte - Crónica 3397 – 18.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)

Por amendo5.jpg T´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió

festa 2.jpg Batuque, é dança com acompanhamento de tambores. Era ao longo do século XIX, genericamente, para designar danças, músicas e tambores negros de características populares. Em criança, candengue e, na ainda colónia de Angola, capital de Luanda, morando eu no subúrbio (Maianga) e perto de alguns musseques (favela aquilombada), podia ouvir o toque de tambores durante as noites de sábado para domingo. Fui influenciado por esses firmes traços do povo banto que legou ao mundo e em especial ao Brasil, além da música, a forma de nutrição, folclore e a sua mística.

Enquanto em São Tomé, mulheres com lenços amarrados na cabeça como baianas desfilam seus longos e largos vestidos coloridos, com os seus balangandans, com seus tabuleiros à cabeça, com doces, batendo os pés com os bons sapatos que Deus lhes deu, exibem a sua dança do Kongo ao som do batuque. Isto da Lusofonia, aqui descrito, não é mais do que o auto do Cucumbi ou Kongo na forma de cavalhada ou Folia de Reis, relembrando as batalhas de funantes em que prenderam a irmã da rainha N´Zinga. Pois assim, foi em terras de N´Dongo, no bastião dos nobres de Pungo Andongo numa batalha chamada de M´bwila do outro lado do Atlântico.

Francês1.jpgFoi, a raiva dançada ao estilo de capoeira que os escravos de N´Gola levaram para o Brasil, encrespada nos tempos, de fedorentos porões de navios, lembranças do chicote no poste da sanzala, dos grilhões, da canga e infortúnio; era a camangula e a bassula com finta e a esquindiva que depois de transferida foi cantada com um fio e um pau, instrumento chamado de berimbau. Sim! Foi aí em Lândana do enclave de Cabinda, com os originais povos imbindas, que tudo começou. No centro da paliçada chamada de terreiro (sambódromo), o Rei traja gibão e calças brancas e manto azul bordado, tendo na cabeça uma coroa dourada tal e qual como o rei N´Zinga-a-N´Kuvo, baptizado em 1509, o primeiro rei a ser cristianizado pelos Tugas.

Esse rei, N´Zinga-a-N´Kuvo tomando o nome de Dom Afonso I deu a seu filho, o nome cristão de Henrique; foi mandado para Portugal estudar as artes da magia da Cruz, tendo dali regressado em 1521 padre de estola com todos os rituais. Vale a pena referir essa luta da bassula, finta ou esquindiva utilizada pelos pescadores imbindas do Kongo (Cabindas e Boma do N´zaire).

frances.jpg Foram também os Muxiloandas da ilha da Mazenga da baia de Loanda e Mussulo (Kaluandas ou Camondongos) da região dos Dembos e foz dos rios Dande, Bengo e Kwanza que como escravos, levaram isso para o Brasil derivando na Capoeira, uma forma de dança para ludibriar o patrão fazendeiro, usando a falsa ginástica de dança como luta com um dá e um larga sem agarrar, usando a força do adversário com suaves e mágicos “toques de bassula” ou “toque de finta”. A “negralhada” seminua dançava e cantava alegremente, livre do senhor do engenho e do feitor com seus ralhos (era assim que diziam seus patrões)

E o batuque veio junto, com as galinhas d´Angola, o pregão que surgiu já depois da proibição do tráfico de escravos. Dizia o pregoeiro mazombo, indo de fazenda a fazenda, de engenho a engenho; não quer comprar, coronel? Esta festa negra chamada de batuque, poderá ser vista como sinonimo de Lundus, sambas, caxambus e maracatus, segundo as variações regionais. As posturas municipais do Rio e São Paulo, documentam discussões nas câmaras, jornais e relatos de viajantes como sendo os batuques uma reunião de negros – escravos, africanos ou libertos, em variadas ocasiões.

FRANCES2.jpg Aos domingos e dias santos, nos locais, nas fazendas, nos cortiços da periferia das cidades, podem observar-se momentos altos desse costume. Surgem associações de batuques conhecidos como “danças de pretos” ou “baile do Kongo” que reafirmam o quanto esta prática estava envolvida com valores culturais trazidos de África, expressando nesse então, uma identidade muito distante das marcas alcançadas pela “civilização” europeia salientando-se visões preconceituosas.

Embora não se referisse nessa época, o termo de preconceito, veio no correr do tempo a se relacionar com o racismo. Por outro lado, foi a partir destas associações que surgiram as “escolas de samba” originando o carnaval - evento tão afamado no mundo cujas características deram ao Brasil a quase exclusividade. De lembrar que tendo sido os europeus, mais propriamente os portugueses, a levarem o entrudo com cavalhadas para as colónias de Angla e Moçambique, estes, por sua vez - os indígenas locais, deram largas a seus teatros de fingir, terminando nestes batuques.

(Continua…)

O Soba T´Chingange 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:02
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Quarta-feira, 17 de Maio de 2023
A CHUVA E O BOM TEMPO . CXXXII

NAS FRINCHAS DA VIDA

Crónica 3396 de 17.05.2023 - Na Pajuçara do Brasil

Um homem sem a liberdade de ser e agir, por mais que conheça ou possua, não é nada…

O PERIGO É AMARELO – Vêm lentos e, com DISSIMULAÇÃO… 3ª Parte

Por berlim1.jpgT´Chingange (Otchingandji)

dia69.jpg A China, mais propriamente o Partido Comunista Chinês usa para manipular os americanos, o que chamamos de influência estrangeira maligna. Agora, a influência estrangeira tradicional é uma actividade diplomática normal e legal, tipicamente conduzida através dos canais diplomáticos. Mas os esforços malignos de influência estrangeira são tentativas subversivas, não declaradas, criminosas ou coercivas de influenciar as políticas de nosso governo (USA), deturpar o discurso público de nosso país e minar a confiança em nossos processos e valores democráticos. Isto é a prática em todo o Ocidente.

GRÈCIA DA EUROPA – PORTO DE PIREU - Percorrendo a costa em uma pequena lancha, encontramos uma fila de enormes navios porta-contentores alinhados no horizonte aguardando ancoradouro. Um gigantesco estacionamento aquático, cheio de centenas de milhares de toneladas de mercadorias chinesas, que em breve serão enviadas para todos os cantos da Europa. O boom no Pireu! Incluindo oportunidades de emprego para os habitantes locais, isto reflecte uma transformação mais ampla nas fortunas financeiras da Grécia. Por agora, o país tem uma das economias da União Europeia que mais crescem.

CHINOCAS2.jpg Mas, não é só na Grécia que os chineses estão investindo bilhões; tudo começa assim - o dinheiro que vai volta para se multiplicar. Na Sérvia em uma colina com vista para a cidade de Bor é possível pensar que fomos transportados para uma província chinesa. Há gritos em mandarim, as bandeiras são vermelhas e, estão colocados em casarões que lembram templos chineses. A mina de cobre que define a projecção cultural do local, está a ser inundada de dinheiro. Devido à extracção do metal, a água de alguns lagos e reservatórios locais, apresentam um tom carregado de ferrugem. Da fábrica de pneus Ling Long, organizações sem fins lucrativos, denunciaram a condições que ali se praticam: “é visível o tráfico de pessoas com exploração de trabalhadores, coisa nunca vivenciada por ali”. Esta prática deverá servir de alerta para o resto da Europa, diz um responsável local dessa ONG Sérvia.

Apesar de todas as críticas dirigidas à China, há quem na Croácia, dê boas referências a esta cooperação entre o Ocidente e a República Popular da China. Pode observar-se em um Domingo haver grande azáfama na ponte de Peljesac, camiões que passam colocando vigas no tabuleiro da mesma. O maior projecto de infraestruturas da Croácia que unirá a península de Peljesac ao continente Croata. Actualmente o percurso faz-se através da vizinha Bósnia. A maior parte da conta desta nova ponte foi paga por Bruxelas, capital financeira da Europa da qual a Croácia é membro! Para espanto, esta ponte foi construída em Pequim, até o último parafuso. Como se a Europa não tivesse as condições requeridas para a executar – brada aos céus! E, o exército de trabalhadores na obra, é todo Chinês! Sério que estou escandalizado e seriamente preocupado.

sardinha01.jpg

                                A licitação da estatal chinesa The China Road and Bridge Corporation, foi 20% mais barata que seu concorrente mais próximo. Rivais europeus, acusaram irregularidades, mas não conseguiram impedir o negócio. A Casa Branca de Biden herdando uma guerra comercial com a China do governo de Donald Trump, não suavizou sua postura sobre Pequim em muitas áreas e pediu à Europa que se afaste do financiamento da China. Houve diligências para recolher dados sobre o que pensa Pequim, a nível de alto escalão, mas nenhum dos cinco embaixadores chineses abordados, estavam disponíveis; nos momentos certos; eles, sabem gerir silêncios.  

Seja dentro da UE, como a Servia e a Croácia ou em sua periferia, como a Servia e Montenegro, as nações europeias, terão que pesar os prós e os contras de firmar acordos com os chineses. As análises por parte de Bruxelas têm de o ser mais firmes em defesa da Europa; com eles, todo o sofisma não será suficiente para acalmar sua dissimulação. Isto, já é uma guerra branca e, poucos se encorajam a fazer valer seus pontos de vista. Eu, que sou um pé-de-chinelo, vejo isto! O facto de o melhor amigo declarado do presidente Xi Jinping ser Vladimir Putin, o homem que mergulhou a Europa em sua maio crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial, é um factor que pesará em todas as decisões tomadas! Fiquem atentos…

ROXO165.jpg Os diplomatas chineses usam tanto a pressão económica aberta e crua, como intermediários aparentemente independentes para pressionar as preferências da China sobre as autoridades americanas. Quanto a Taiwan, a China não quer ver os Estados Unidos a planearem qualquer aproximação a este território por modo a legitimá-lo, algo naturalmente contrário à política chinesa de “Uma só China”. E, Então, o que faz a China? Bem, a China tem influência sobre os constituintes daquela autoridade - empresas americanas, académicos e membros da mídia em que todos têm razões legítimas e compreensíveis para querer ter acesso aos parceiros e mercados chineses – Hipocrisia!

E, devido à natureza autoritária do Partido Comunista Chinês, a China tem imenso poder sobre aqueles mesmos parceiros e mercados. Irá tentar influenciar as autoridades americanas e de Bruxelas da UE de forma ostensiva e directa. Pode advertir abertamente que, se um mandatário, funcionário americano prosseguir e, fizer viagem a Taiwan, ela, irá descontar em uma empresa do estado de origem dessa autoridade; irá reter a licença de fabricação da empresa na China o que, pode ser economicamente desastroso para uma qualquer suposta a empresa… A vingança serve-se fria!

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:00
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Terça-feira, 16 de Maio de 2023
VIAGENS . 15

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – “SONHAJANDO A VIDA”

Estado = Marcelo x Costa² - REINVENTANDO O FUTURO DO *M´PUTO

Crónica 3395 – 16.05.2023 – A EQUAÇÃO ATÓMICA

Por dia63.jpg T´Chingange (Otchingandji) Na Pajuçara de Maceió do Brasil

dy23.jpg Ainda não fui ao futuro! Ando só a vislumbrá-lo. O primeiro LAR, conhecido do homem nos primórdios, muito antes do AC - Antes de Cristo, foram os montes, os rios, os bosques e o firmamento. Progressivamente sua táctica recolectora mudou, fixando-se num espaço encurtado, domesticou lobos e outros animais que foram suporte de sua resiliência, coisa ainda desconhecida nesse então. Domesticaram ovelhas e vacas agasalhando-os próximo de seu lar para lhes proporcionarem aquecimento. As grutas e cavernas foram sendo abandonadas na procura de novos pastos para alimentação de seus animais domésticos; buscaram terras mais férteis para cultivar hortas e macieiras. Para além doutros indígenas, havia um tal de Adão umbigado com a Eva e, foram estes os percursores do futuro.

Este prólogo de vida teve mau inicio porque cometeram logologo o pecado original; a única coisa que lhes foi proibida! Lixaram tudo. Saltando este prólogo, todos tiveram de se disciplinar criando regras. A partir dai a ligação ao LAR requereu ajudas extras, recursos de vizinhos, tornando-se no traço distintivo psicológico de criatura humana. Nesses tempos ele, era ele e, ela era ela. Ele tinha um caroço no pescoço por castigo daquele tal erro e, que por isso ficou a “maça de Adão” e ela, castigada com dois contrapesos de procriação com o nome de seios ou mamas.

dia35.jpg Bom! A partir desse pecado, surgiu o stresse, a inveja, a mentira, o egoísmo e um sem número de coisas ainda desconhecidas mas, sempre com o sentido de melhorarem relações entre si, tornando-se até afáveis, solidários mas e também, raivosos ao ponto de usarem coisas afiadas e que, espetadas causavam morte. Utensílios em cobre, em ferro em madeira e até ossos como por exemplo tíbias.

Dentro dos lares meteram lajedos aonde queimavam lenha para aquecimento pois o frio era muito e, foi quando e porque dali saia fumo, passaram a se chamar de “fogos” – porque em verdade, não há fumo sem fogo! Ali havia gente. No decorrer dos anos e séculos, abriram clareiras pelo abate de árvores. Inventaram a enxada, fizeram canais, faziam monturos perto dos fogos com restos de comida e ramos juntando-lhe esterco dos animais. Esta compostura melhorava suas colheitas de legumes vários menos a batata porque se desconhecia tal tubérculo.

ARAUJO232.jpg Passaram a viver em lugares cada vez mais seguros protegendo-se nos píncaros das fráguas com ameias a que chamaram de castelos. A roda já era usada em cangulos, carros de mão e carretas puxadas por bois cornudos dando lugar ao ciclo da vida organizada com estratégias e segredos. As ervas daninhas foram arrancadas, nasceram cactos, folhas e raízes comestíveis, foram defumados fogos com arruda para espantar maus-olhados, outras para curar maleitas.

Os raizeiros testaram cascas de árvore como o ipê roxo, o doutor e o doutorzinho que tudo cura mais o samba caetá, a salsa e o coentro para dar cheios e sabores, outras para delas se fazer azeite, pomadas ou lamas de curar. Exterminaram bichos rastejantes, roedores, baratas e centopeias de mil pés. Das peles fizeram canoas a servir de sapatos, chapéus e alforges. Higienizaram com rudimentos de folhas com mamona, amaciaram as carnes com folhas de mamão. Com tudo isto, criaram ilhas artificiais.

dia65.jpg Fizeram artefactos e acumularam conhecimentos com tralhas fazendo vassouras de giestas e baldes pintados a verniz natural, cabazes entrançados com arte, fizeram cajados e bengalas e um sem número de coisas que hoje dão dinheiro a artesãos e no qual nem damos o real valor tais como agulhas feitas em madeira ou ossos, linhas entrançadas saídas de cascas. Foram tempos de superstição, ainda nem se falava em um Deus omnipresente ou omnipotente. É quando surge um homem que apregoa, faz milagres , das pedras saem peixes e pães para matar a fome.

E num mundo estranho aparecem astrólogos e outros cientistas a dizer que o mundo não tem bordos, não tem nem cinco nem quatro linhas, não tem fim, estudam as estrelas a anos-luz de distância. Entretanto matam aquele homem com o nome de Cristo que por coisa pouca cruxificam pregado numa cruz e com pregos artesanais de muito comprimento. E num repente um homem sábio e matemático, descobre a fórmula do epílogo com o nome de Albert Einstein. É ela: E=mc². Entre o início de prólogo e o fim de epílogo decorrem nossas vidas na espectativa de que Deus é forçoso que exista e, que por favor, venha cá abaixo meter ordem nisto…

Notas - * M´Puto é Portugal

O Soba T´Chingange



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Domingo, 14 de Maio de 2023
A CHUVA E O BOM TEMPO . CXXXI

NAS FRINCHAS DA VIDA

Crónica 3393 de 14.05.2023 - Na Pajuçara do Brasil

Um homem sem a liberdade de ser e agir, por mais que conheça ou possua, não é nada…

O PERIGO É AMARELO – Vêm lentos e, com DISSIMULAÇÃO… Parte

Por pica2.jpgT´Chingange (Otchingandji) - No Nordeste Brasileiro

eleuterio4.jpg  (…) Em um dos aspectos mais desagradáveis e flagrantes do esquema, os conspiradores realmente patentearam na China o próprio processo de fabricação que tinham roubado, e então ofereceram à sua empresa americana vítima uma joint venture usando sua própria tecnologia roubada. Estamos falando de uma empresa americana que gastou anos e milhões de dólares desenvolvendo essa tecnologia, e a China não poderia replicá-la - então, em vez disso, pagaram por a terem roubado.

E recentemente, Hao Zhang foi condenado por espionagem económica, roubo de segredos comerciais e conspiração por roubar informações proprietárias sobre dispositivos sem fio de duas empresas americanas. Uma dessas empresas passou mais de 20 anos desenvolvendo a tecnologia que Zhang roubou. Estes casos estão entre mais de mil investigações que o FBI tem sobre roubos reais e tentativas de roubo de tecnologia americana pela China. Na Europa acontece o mesmo panorama - o que não quer dizer nada diante de mais de mil investigações de contra-inteligência em curso, de outros tipos periclitantes relacionados com a China.

dragão2.jpg Estamos conduzindo esse tipo de investigação em todos os nossos escritórios. Na última década, vimos casos de espionagem económica ligado à China aumentar em aproximadamente 1.300%. As apostas não poderiam ser maiores, e o potencial dano económico para as empresas em geral e a economia como um todo, desafia qualquer cálculo. A China, também está fazendo uso liberal de hackers para roubar nossos dados corporativos e pessoais - e eles estão usando hackers militares e não-estatais para fazê-lo. A intrusão da Equifax que mencionei lá atrás, que levou ao indiciamento de militares chineses, não foi a única vez que a China roubou as informações pessoais confidenciais de um grande número do público americano.

Por exemplo, algum de vocês tinha seguro de saúde da Anthem ou de uma de suas seguradoras associadas? Em 2015, os hackers da China roubaram os dados pessoais de 80 milhões de clientes actuais e antigos da empresa. O Ocidente que alimenta o Dragão tem o dever de progressivamente os mandar para os seus próprios guetos; seus campos de reabilitação que mais não são do que campos de concentração com escravos anti regime a trabalhar de borla. As coisas sucedem na calada entre o prólogo e o epílogo sem se saber o conteúdo. Talvez você até seja um funcionário federal - ou costumava ser um, ou se candidatou a um emprego no governo uma vez, assediado por um membro da família ou um colega de quarto. Bem, em 2014, os hackers da China roubaram mais de 21 milhões de registos do OPM, o Escritório de Gestão de Pessoas do governo federal (Nos EUA).

luua03.jpg E, porquê estão fazendo isso? Em primeiro lugar, a China tornou a liderança mundial em inteligência artificial como uma prioridade, e esses tipos de roubos alimentam-se apenas no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial. Adicionando à ameaça, os dados que a China roubou são de valor óbvio enquanto tentam identificar pessoas para colecta secreta de informações. Nessa frente, a China está usando plataformas de mídia social - as mesmas que os americanos ou europeus usam para se manter ligados ou de encontrar empregos - para identificar pessoas com acesso a informações confidenciais dos vários governos e, em seguida, focar-se nessas mesmas pessoas para as tentar roubar.

Só para citar um exemplo, um oficial de inteligência chinês, passando-se por “headhunter” (Caçador de cabeças) em uma plataforma popular de mídia social recentemente, ofereceu a um cidadão uma quantia considerável de dinheiro em troca dos chamados serviços de “consultoria”. Isso soa benigno o suficiente até você perceber que esses serviços de “consultoria” estavam relacionados a informações confidenciais, que o alvo americano, teve acesso como especialista em inteligência militar dos EUA. Agora essa história em particular tem um final feliz: o cidadão americano fez a coisa certa relatando o contacto suspeito, e o FBI, trabalhando em conjunto com nossas forças armadas, tirou-o de lá. Será bom afirmar que todos esses incidentes terminaram assim.

dia01.jpg  Por meio de programas de recrutamento de talentos como o Programa Mil Talentos já mencionado, a China paga aos cientistas das universidades americanas para levar à China o conhecimento e inovação - incluindo pesquisas valiosas, financiadas pelo governo federal. Falando claramente, isto significa que os contribuintes OCIDENTAIS estão efectivamente pagando a conta do desenvolvimento tecnológico da própria China. A China, aproveita seus ganhos ilícitos para prejudicar as instituições de pesquisa e empresas ocidentais em geral, e as americanas em particular. E, estamos vendo este tipo de casos cada vez mais; somente em Maio, prendemos Qing Wang, um ex-pesquisador da Clínica Cleveland que trabalhava em medicina molecular e genética de doenças cardiovasculares, e Simon Saw-Teong Ang, um cientista da Universidade do Arkansas que fazia pesquisas para a NASA.

Aqueles dois pesquisadores, supostamente cometeram fraude ao ocultar sua participação em programas de recrutamento de talentos chineses, enquanto aceitavam milhões de dólares em fundos de financiamento federal americano. Nesse mesmo mês, o ex-professor da Universidade Emory Xiao-Jiang Li declarou-se culpado de ter apresentado uma falsa declaração de renda, por não ter relatado a renda recebida através do Programa Mil Talentos da China. A investigação, descobriu que, enquanto Li estava pesquisando a doença de Huntington na Emory ele, também estava embolsando meio milhão de dólares não declarados provenientes da China…

(Continua…)

As escolhas do Soba T´Chingange



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Sábado, 13 de Maio de 2023
N´GUZU - LII

CONHECER MELHOR O BRASIL – CORTIÇOS

Parte - Crónica 3392 – 13.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)

Por lagar2.jpg T´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió

cortiço01.jpg Nos cortiços dos puxadinhos, era comum haver mutirões (voluntários ajudando) para fazer esses puxadinhos de varandas e espaço para mais um filho, fazer gatos de luz sem contador nem gastos adicionais, a amizade fabricava-se como família, havia trocas e baldrocas entre eles, permutava-se para além do feijão, a alegria e tristeza quando era necessário recorrer à solidariedade.

A água escassa, era armazenada em caixas redondas e azuis no topo e bem junto à antena da emissora da rádio (nos anos mais recentes). Havia calor humano à mistura com zumbidos, cheiros partilhados e zangas repartidas; havia namoros farfalhados e ensaios para o carnaval com a marchinha cantada no banheiro, raivas deslizantes untadas a boato e de deitar fora aparafusando uma profusão de gambiarras, uma geringonça com muitos estralhos e desaforos. O beija flor aparecia com encanto nas manhãs de sempre.

cortiço4.jpg Também havia vasos com avencas, samambaia e pé de goiabeira nascida só átoa porque Deus é grande. Acho até que vivia ali! Também havia uma orquídea alimentando-se do ar húmido. Havia redes colgadas zoando um agudo persistente, um raspar de olhal de baloiço, a zoada do relato de futebol com aqueles golos de espantar pardais, goooooolo. Mais vasos na beirada do terraço com coentros, salsa, doutor e doutorzinho.

Um feijão-maluco que trepava por qualquer lado fazendo comichão ao toque e acasalando com o feijão de corda e até chá caxinde ou capim doce ou cidreira, para fazer o chá da tarde a juntar a dona Alzira e a dona Josefa; Isso! Que contando novidades daquela outra que roubava descaradamente o marido da outra, outra! Línguas de trapo, visse!

roxo223.jpg Um forrobodó giro como dizem os Tugas recém-chegados, os caramurus excêntricos fumando erva do diabo, tranças de tabaco de cheiro forte, de efeito forte, droga pela certa. Queixas de um vizinho que anda a fazer uma máquina de avoar, faz chinelos, faz vassouras com uma máquina inventada por ele mesmo e, arranja sapatos na hora. Bem! Um outro fazia química de onde saiam cheiros fortes para limpar chão, sanitas e espantar bichezas rastejantes mais calangos das paredes sem reboco ou encrespadas de ranhuras com plantinhas a nascer.

Em principios de 1870, o termo cortiço, adquiriu um sentido cada vez mais estigmatizado das habitações colectivas servindo para dar nome de enfase aos defensores do higienismo. Modernamente, temos os condomínios, as vilas muradas, os alojamentos locais e hoteleiros com regras bem definidas, uma outra coisa com cheiros caos e mais diferentes!

olinda2.jpg Mas, voltando ao ano de 1873, foi feito um edital em Dezembro que proibia expressamente a construção de cortiços nas áreas centrais de Rio de Janeiro e São Paulo. As controvérsias em torno dos critérios desta tipologia de construção e habitação tornaram-se confusos, pelo que fortalecia os interesses dos pequenos e médios investidores, que controlavam a exploração daqueles.

Associados às epidemias, à malandragem, promiscuidade e desordem social, as habitações populares de um modo geral e, em particular os cortiços passaram a constituir o lugar privilegiado para a identificação entre classes pobres e classes perigosas, bem à semelhança do que sucede hoje na favela brasileira, musseques de Angola ou bairros de lata da Amadora, cidade cercana a Lisboa em Portugal…

(Continua…)

 O Soba T´Chingange

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Sexta-feira, 12 de Maio de 2023
A CHUVA E O BOM TEMPO . CXXX

NAS FRINCHAS DA VIDA

Crónica 3391 de 12.05.2023 - Na Pajuçara do Brasil

Um homem sem a liberdade de ser e agir, por mais que conheça ou possua, não é nada…

O PERIGO É AMARELO – Vêm lentos e, com DISSIMULAÇÃO… Parte

Por malamba01.jpg T´Chingange (Otchingandji) - No Nordeste Brasileiro

CHINOCAS1.jpg Dos mais de trinta países devedores à CHINA, maioritariamente africanos, sobressaem: 1º- Angola com US$ 42,6 bilhões: 2º - Etiópia com US$ 13,7 bilhões; 3º- Zâmbia com US$ 9,8 bilhões e Quénia com US$ 9,2 bilhões. Não demorará que parte de seu património passem a ser geridos directamente pela China…Também na Europa há Bilhões de dólares em dinheiro chinês impulsionando algumas economias - Dos acordos que estão sendo fechados há um problema - muitos projectos são "ARMADILHAS DE DIVIDA", em que a China tem poder para decidir o que acontece quando os empréstimos não são pagos. Vivi isto no Zimbabwé… No dia de abertura de seus próprios Jogos Olímpicos de Inverno, a China declarou uma parceria "sem limites" com a Rússia e prometeu colaborar mais em uma posição contra o Ocidente. Desde então, a China se recusou a condenar o ataque do presidente Putin à Ucrânia seguindo-se-lhe outros líderes bajuladores como por exemplo o do Brasil. O maior cego será sempre aquele que não quer ver…

O destino da humanidade repousa irremediavelmente e, cada vez mais que nunca, sobre as forças morais do homem. A China está engajada em um esforço de todo seu Estado ditatorial para se tornar a única superpotência do mundo por qualquer meio. Entram mansamente e, irão com tempo, conseguir dominar o Ocidente se, se não abrirem os olhos! Christopher Wray, Director do Departamento Federal de Investigação Instituto Hudson, alerta na evidente tentativa da China influenciar instituições dos EUA e do resto do Mundo. Um caso ocorre no porto grego de Pireu, Europa, perto de Atenas. É um daqueles momentos de câmaras de segurança em que logo se percebe que um desastre está prestes a acontecer; mas há mais e parece que Bruxelas não está aí… Em toda a Europa, enquanto os governos se preocupam com a invasão da Ucrânia pela Rússia no pós-pandemia, Pequim está expandindo seu portfólio. Gerindo portos e minas na Europa, construindo estradas e pontes e investindo onde outros não investem.

paradi2.jpg Numa abordagem diversificada diz: A maior ameaça a curto prazo à informação e propriedade intelectual das nações Ocidentais, e suas vitalidades económicas, é a contra-inteligência e a ameaça de espionagem económica da China. Uma ameaça à segurança económica do resto do mundo - e, por extensão, à própria segurança usando a dissimulação. Disse em suas recentes observações: não podemos fechar os olhos e ouvidos para o que a China está fazendo - e hoje, à luz da importância desta ameaça, são aqui dados mais detalhes sobre a ameaça chinesa do que o FBI já apresentou em um fórum aberto. Essa ameaça é tão significativa que o procurador-geral e o secretário de Estado também abordaram muitas dessas questões. Mas se vocês acham que estas questões são apenas um caso de inteligência, ou um problema do governo, ou um incómodo para grandes corporações; vocês não poderiam estar mais errados.

São as pessoas dos Estados Unidos que são vítimas do que equivale ao roubo chinês em uma escala tão massiva que representa uma das maiores transferências de riqueza da história humana. Se você é um adulto americano ou outro, é bem provável que a China tenha já roubado seus dados pessoais. Em 2017, os militares chineses conspiraram para hackear a Equifax e fugiram com as informações pessoais confidenciais de 150 milhões de americanos - estamos falando de quase metade da população americana e da maioria dos adultos - e como discutirei em alguns momentos, este não foi um incidente independente e casual. Nossos dados não são a única coisa em jogo aqui - assim como nossa saúde, nossos meios de subsistência e nossa segurança.

CHINOCAS2.jpg Chegamos ao ponto em que o FBI está abrindo um novo caso de contra-espionagem relacionado à China a cada 10 horas. Dos quase 5.000 casos activos de contra-inteligência do FBI, actualmente em andamento em todo o país, quase metade está relacionada à China. E neste exacto momento, está trabalhando para comprometer organizações de saúde americanas, empresas farmacêuticas e instituições académicas que conduzem pesquisas essenciais em vários itens. Mas antes de continuar, deixem-me ser claro: isso não é sobre o povo chinês, e certamente não é sobre chineses; quando falo da ameaça da China, quero dizer do governo e do Partido Comunista Chinês.

O Mundo livre deve lembrar-se de três coisas: - Precisamos ser claros sobre a ambição do governo chinês. A China do Partido Comunista Chinês - acredita que está em uma luta geracional para superar o Ocidente. Isso já é preocupante o suficiente. Mas, está travando esta luta não através da inovação legítima, não através da concorrência justa e legal, e não dando aos seus cidadãos a liberdade de pensamento, discurso e criatividade que valorizamos aqui nos Estados Unidos e no mundo dito civilizado; - A segunda coisa que todos precisam saber é o de que a China usa uma gama diversificada de técnicas sofisticadas - desde invasões cibernéticas até corromper insiders confiáveis envolvendo-se até em roubo físico. - Eles foram pioneiros em uma abordagem expansiva para roubar inovação através de uma ampla gama de actores - incluindo não apenas serviços de inteligência chineses, mas empresas estatais, empresas ostensivamente privadas, certos estudantes de pós-graduação, pesquisadores, e uma variedade de outros actores trabalhando em seu nome.

maian1.jpg Para alcançar seus objectivos e superar o mundo livre, a China reconhece que precisa dar saltos em tecnologias de ponta. Mas o facto triste é que, em vez de se envolver no trabalho duro de inovação, rouba a propriedade intelectual usando-a depois para competir contra as próprias empresas americanas e no resto do mundo, que vitimou. Estão mirando pesquisas em tudo, desde equipamento militar a turbinas eólicas e até arroz ou sementes de milho. Por meio de seus programas de recrutamento de talentos, como o chamado Programa Mil Talentos, o Partido Comunista Chinês, atrai cientistas para levar secretamente nosso conhecimento e inovação à China, mesmo que isso signifique roubar informações ou violar controlos de exportação e regras de conflito de interesses.

ARAUJO235.jpg Veja-se o caso do cientista Hongjin Tan, por exemplo, um residente permanente legal chinês e americano. Ele se inscreveu no Programa de Mil Talentos da China e roubou mais de US$ 1 bilhão - ou seja, com um “b” - em segredos comerciais de seu antigo empregador, uma empresa de petróleo com sede em Oklahoma, e foi preso. Há alguns meses, ele foi condenado e enviado para a prisão. Ou, o caso de Shan Shi, uma cientista do Texas, também condenada à prisão no início deste ano. Shi roubou segredos comerciais sobre espuma sintética, uma importante tecnologia naval usada em submarinos. Shi, também, se aplicou ao Programa de Mil Talentos da China, e se comprometeu especificamente a “digerir” e “absorver” a tecnologia relevante nos Estados Unidos. Ela fez isso em nome de empresas estatais chinesas, que finalmente planeavam colocar a empresa americana fora do negócio e assumir-se no mercado.

(Continua…)

As escolhas do Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:08
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Quarta-feira, 10 de Maio de 2023
VIAGENS . 14

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – “SONHAJANDO A VIDA”

CHERNOBYL . 2 - Crónica 3389 – 10.05.2023

 A democracia portuguesa está a ficar uma imperfeita equação atómica a copiar o E=mc²

– Estado está igual a Marcelo.Costa elevado ao quadrado…kiákiákiá

Por cão1.jpg T´Chingange (Otchingandji) Na Pajuçara de Maceió

chernobil1.jpg Não fui lá mas, também não quero ir a cuspir fogo - torna-se perigoso manusear ali, factos em artefactos vaporizados. Poderei fazê-lo como “nómada digital” informado que estou que, por ali a quietude é fantasmagórica. Mesmo antes do desastre na central nuclear, o facto de haver letreiros a dizer “carne”, “leite”, “queijo”, entre outros – não queria dizer que os houvesse.

Tratava-se da União Soviética ou URSS, onde o fosso entre a imagem projectada pela propaganda governamental e a realidade, só era ultrapassada pelas anedotas. Uma delas dizia: “Se quiseres encher o frigorífico de comida, liga-o á telefonia”. A rádio espalhava a estória em como o nível de vida melhorava constantemente enquanto a geleira vazia mostrava uma outra estória, bem diferente.

UCRANIA4.jpg Nos dias de hoje este tipo de falas mentirosas, passam nas televisões lá na Rússia em substituição das rádios por escritos de vendedores de assinatura pagos a preço de oiro. “Quer ter a casa cheia, ligue a TV directamente ao frigorífico”. Comentadeiros mentirosos, que mesmo fora desta URSS/ Rússia e, também no Portugal de Costa & Selfito, Isso! Com as canetadas esquerdistas de jornaleiros pseudo resilientes que só o são para serem custeados pelo Fundo de Recuperação do Banco Central – É assim como uma pescadinha de rabo na boca.

Os de lá e os de cá, os jornaleiros, são pagos ao tal preço de oiro para serem bons pintores. E, ou é da minha vista ou este processo de usar falácia nos meios de informação, generalizou-se por muitos nómadas digitais, jornaleiros que cospem fogo até pelas orelhas, consagrando-se no progressismo dito socialista, talqualmente como os comunistas - é moda ser-se assim, esquerdista. Artistas de “cospe fogo” só consagrados na arte de defraudar a sociedade em proveito próprio.

cronicas mano corvo.jpg Quando tudo está mal, só pode ficar pior, é quando se dá o caso de aparecerem legiões de desmilinguidos vendendo a alma ao diabo.Torna-se lamentável que nos dias de hoje não haja uma verdadeira RD - Revolução de Dignidade que acabe com essa ilusão, de que sim! Ser-se de esquerda é subir na cotação; não vejo em quê, juro! Estou sim incomodado! Porque Democracia portuguesa está a ficar uma imperfeita equação atómica a copiar o E=mc² – Estado está igual a Marcelo x Costa elevado ao quadrado…kiákiákiá

Como é possível que todos se calem desses secretismos, das muitas manigâncias nascidas do KGB, amachucando nossos valores, escamoteando factos. Valores pisoteados que adulteram as constituições instituídas; E, feito executada com gente que deveria ser guardiã da lei e da ordem, mantendo cativas ou açambarcadas a justiça que sempre se propuseram ser céleres.

O permanente uso da máquina estatal para nos plastificarem o pensamento, coisas inauditas a serem vivenciadas no mundo Lusófono. Tudo o dito, usando influenciadores, também uma forma de proporcionarem radiações que tal como reactores causam no tempo, problemas de tiróide, e formas outras imprevistas que inevitavelmente sacrificam nossa saúde, uma fusão com profusão de maleitas congénitas.

ARAUJO224.jpg Nas minhas narrativas de vida sempre haverá uma perspectiva de desastre nestes efeitos nefastos sociais e culturais desses ventos de Leste. O peso dessas ideologias colectivas tendem para o ódio, o desprezo pela vida alheia como o que se observa nessa guerra da Ucrânia, vencer a qualquer preço, eliminando aleatoriamente gente inocente de todo, sem um pingo de humana compreensão, disfunção feita barbárie gratuita, uma imperfeita equação…  

Nota*: E=mc² é uma equação da física moderna utilizada como parte da Teoria ou Princípio da Relatividade, desenvolvida pelo físico alemão Albert Einstein.

O Soba T´Chingange   



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:34
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VIAGENS . 13
FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – “SONHAJANDO A VIDA”
CHERNOBYL - Crónica 3388 – 10.05.2023
PorUcrania01.pngT´Chingange (Otchingandji) Na Pajuçara de Maceió

UCRANIA4.jpg Hoje mesmo, comecei a ler o livro de Chernobyl, propriedade do Conde do Grafanil, património do mukifo do San Lorenzo, aonde pude recordar que no dia seis de Abril de 1986 pelas uma hora e vinte e três minutos, que tudo aconteceu na Ucrânia quando ainda o era, território da URSS. Este complexo explodiu! Várias dezenas de pessoas tiveram morte imediata e, mais de 4.000 vítimas mortais, viriam a se registadas. Muitos milhares ficaram irreversivelmente doentes com encurtamento de vida por dias, meses ou anos.

A Europa testemunhava a maior catástrofe nuclear da história. Longe daqui, na cidade de Viseu em Portugal, a milhares de quilómetros deste acidente aonde meu pai se encontrava, dias depois, caiu chuva ácida destruindo na zona toda a colheita de vinho prevista para esse ano de 1986; isto foi vivenciado por mim, seu filho que até fiz registo dias depois em crónica na Gazeta de Lagoa do Algarve, lugar aonde vivia.

geri0.png Enquanto as autoridades tentavam perceber o que acontecera, trabalhadores especializados, engenheiros, bombeiros e famílias residentes na área, ficaram entregues a si próprios. Agora que há uma guerra aberta por indevida invasão que teve início a 24 de Fevereiro do ano de 2022 vive-se com receios do mau uso do potencial bélico nuclear que a actual Rússia tem. O ditador desse país faz ameaças constantes desse uso pondo todo o Ocidente em palpos de aranha. Poderá esse louco assim proceder? É a pergunta que paira no ar.

Embora a guerra tenha sido iniciada na Crimeia quatro anos antes, em 2018 com uma insipida victória russa, com a apatia e surpresa generalizada de todo o mundo Ocidental, desta vez, a Europa da NATO reagiu em força. À beira de um ataque de nervos, todos os membros da NATO assumiram defender aquele espaço chamado de Ucrânia, pais independente tendo como presidente Vladimir Zelensky, um jovem com envergadura de estadista.
Naquele Chernobyl de 1986 o perigo por contaminação radioactiva, afectou dois terços da Europa. A OTAN, Organização de Defesa do Atlântico Norte sem qualquer indício de interacção no caso não podia desta vez ficar a olhar passar os canhões e assumiu-se contra este terrorista intencional chamado de Putin. Um líder inconsequente, criminoso e destruidor de infraestruturas, mortes sem conta e de uma forma nunca vivenciada, aleatória no destruir por destruir.

CUCO1.jpg A possibilidade de ocorrer uma nova tragédia nuclear é hoje um risco tão perturbador que nenhum país deve descartar e, muito menos ficar hipocritamente a bajular um doido já condenado pelo Tribunal Internacional de Haia. Mas infelizmente há, um grupo de países que se escondem por detrás da falácia de “por bem da nação” – sua nação, esquecendo que se naquele desastre de Chernobyl e caso os três restantes reactores tivessem explodido ninguém mais restaria aonde quer que fosse para contar tal cena.

Infelizmente observa-se que no Mundo, muitos países estão no comando com ditadores, gente sem um pingo de pejo para alcançar seus objectivos desprezando o todo; alimentando-se na bajulação a um patético personagem que deve ser morto de pé para não ocupar espaço. Triste realidade que vivemos! Aquela explosão libertou 50 milhões de “curies” - uma unidade de actividade de radionuclídeos, que definida a desintegração do genes por segundo. (um grama do isótopo de rádio-226) - uma substância estudada pelos pioneiros de radiologia em 1898, por Marie e Pierre Curie.

cuca4.jpg Aquela explosão foi equivalente a 500 bombas de Hiroxima; recorda-se para salvaguardar nossa subsistência: A meia-vida do plutónio 239 libertada pela explosão de Chernobyl levada pelos ventos, nuvens negras até à Suécia, irá diluir-se em 24 mil anos. Está na altura de eu próprio entrar em contacto com meu novo amigo ET STAR 3C325 da estação orbital YYY3C, uma galáxia a mais de 260 mil anos-luz. Bom! Viver, está a ficar demasiado perigoso! Por Favor não dêem vivas ao KGB, por amor de Deus…

O Soba T´Chingange


PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:42
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Terça-feira, 9 de Maio de 2023
N´GUZU - L

CONHECER MELHOR O BRASIL – ALFORRIA 

Parte - Crónica 3387– 09.05.2023 - N´Guzu é força (Kimbundo)

Poraraujo38.jpg T´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió

quilombo3.jpg A partir do fim do tráfico Atlântico deu-se a falência do domínio senhorial com os escravos obtendo liberdade a despeito da vontade dos senhores, rompendo os laços de dependência por várias vias. A partir da década de 1860, outra forma de obtenção da alforria deu-se através do contacto entre abolicionistas, muitos deles advogados, e escravos , eu iam sendo informados sobre suas possibilidades de libertação pela via judicial, sobretudo depois das leis do ventre livre  de 1871 e, das sexagenárias em 1885. Tais leis abateram de vez a inviolabilidade d vontade senhorial, sancionando a intervenção do Estado nas relações entre senhores e escravos reconhecendo legalmente as lutas dos cativos pela liberdade.

No ano de 2009 estive lá, na Serra da Barriga, um Quilombo que funcionou com fujões que a tudo se submetiam para atingir a liberdade. Montaram ali no Morro dos Macacos, como era conhecido nos escritos e falas do povo, um governo que se manteve por alguns anos. Do que vi e li, concluí o que a seguir descrevo. O termo de Muxima que é a saudade dos mwangolés - quimbundos, pode ler-se no quadro de entrada naquela Serra da Barriga. “Muxima dos Palmares” é uma homenagem aos Comandantes-em-Chefe que formavam o Conselho Deliberativo do Quilombo dos Palmares.

quil6.jpg São eles: Acaíne, Acaiuba, Acutilene, Amaro, Andalaquituche, Dambrabanga, Ganga-Muiça, Ganga-Zona, Osenga, Subupira, Toculo, Tabocas, e seus principais líderes:-Aqualtune, Ganga-Zumba e Zumbi, Banga, Camoanga e Mouza, que resistiram depois da morte de Zumbi; aqui, são homenageados todos os negros e negras, guerreiros e guerreiras. Todos aqueles que ao longo de quatro Séculos lutaram (e ainda lutam) pela liberdade racial”. Uma outra placa com fundo preto e letras salientes reconhecido no final pelo Governador Alagoano, Engenheiro Ronaldo Lessa a 20 de Novembro de 2002: -“Homenagem aos Heróis Quilombolas que tombaram lutando pela liberdade em 06 de Fevereiro de 1694: Ganga Zumba, Dandaro, Acotirente, Andalaquituche, Aqualtune, Gana Zona, Ganga Muiça, Acaiúbo, Toculo”.

A SERRA DA BARRIGA - “CERCA DOS MACACOS”, o termo Sanzala ou Senzala em Angola é um povoado normal, enquanto que no Brasil, está conotada com as casas de tortura, da canga, dos grilhos, da chibata, da bola, da máscara de sino e correntes. Kimbo é o nome de sanzala na região de fala Umbundo em Angola, planalto Central com suas casas, libatas. Neste tema todo o mundo da actual lusofonia que banha os Oceanos Atlântico e Indico estão de pouca ou muita monta, relacionados com esse que foi o triângulo da escravidão. Temos assim São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Cabo Verde, Cabinda, Angola no lado Atlântico e Moçambique do lado do Oceano Indico, como terras fornecedoras e o Brasil, como terra recebedora.

quilombo0.jpg Até às vésperas da abolição, muitos senhores tentaram manter o controlo sobre a alforria, originando a geração de dívidas de gratidão, que resultassem na manutenção dos vínculos após o fim do regime. Estas manobras de diversidade não conseguiram conter as alforrias em massa que culminou no ano de 1888 cohartando as diligências dos senhores com seus representantes da lei; já poucos suportavam esta tão longa injustiça, dando total reconhecimento aos seus direitos de libertação.

Todo este trabalho de pesquisa, foi objecto de promessa minha ao fiel depositário do Guardião da cultura em União dos Palmares e Zelador do Museu de Maria Mariá, Senhor Paulo de Castro Sarmento Filho, que teve amabilidade de me mostrar o actual mocambo de Muquém, a Serra da Barriga e descrever o seu trabalho ainda em esboço duma Cartilha Pedagógica, num projecto de cultura viva.

araujo 42.jpgAcompanharam-me nesta visita que durou todo um dia, a Dra Rosa Casado, natural daquela cidade de União, e f ilha de um dos últimos prefeitos de União dos Palmares. Ficou a promessa de uma futura visita aos mocambos de Cajá dos Negros e Palmeira dos Pretos, povoados em que ainda são visíveis os costumes antigos trazidos de África. Vivem da agricultura, da venda de artesanato, potes em cerâmica, feitos de forma manual. Estar ali, é o mesmo que estar em qualquer sanzala de Angola nos dias de hoje. Por todo o interior de Pernambuco, perto de Guaranhuns e Alagoas em União e Palmeira dos Índios, as características levam-nos à África longínqua da qual saí no ano de 1975.

Sintetizo aqui, o essencial com algumas e poucas introduções de meu foro - “A África revelada por Arnon de Mello” e publicado no jornal Gazeta de Alagoas. No século XVII, Alagoas oferece reduto para os negros formarem os inúmeros quilombos que prosperavam em todo o território brasileiro, mas que tiveram na Cerca dos Macacos da Serra da Barriga, nos Palmares, sua maior simbologia. O Brasil foi o país com a maior concentração de escravos negros do mundo com dados indicadores de 3,5 milhões. A liberdade, por meio de fuga, consolidava-se pela anormalidade da vida administrativa e económica da capitania de Pernambuco.

FIM

O Soba T´Chingange 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:18
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Segunda-feira, 8 de Maio de 2023
MUXOXO . LXIV

TEMPO COM CINSASXiritung, muito para lá do cú de judas

Crónica 3386 – 08.05.2023: Contacto hertziano com meu novo amigo ET STAR 3C325  

PorMANDRAK1.jpgT´Chingange (Otchingandji…)

mandrak2.jpg Tento por meios arcaicos saber da rejeição por incompatibilidade nas ideias, conjugar os spins de partículas subatómicas com os fotões; e da radiação electromagnética que colidem com os paradigmas teóricos. É alta a probabilidade de sofrerem rejeição nos mecanismos de conflito de ideias com os velhos conceitos, porque estes sempre irão competir com os novos e agora que tem o poderoso e ardiloso algoritmo…

Muitas vezes é uma questão de sorte, e nem sempre o caminho que encontramos, o é de elevada exclusividade. Cortei uma batata grande já grelada ao meio e, espetei nela as bananas eléctrodos plug-p2 stereo de dois auriculares de avião TAP, enrolei um fio de cobre a parecer uma bobine e, acreditem ou não, entrei na corrente electromagnética, um contacto hertziano da banda do meu novo amigo ET STAR 3C325 da estação orbital YYY3C, uma galáxia a mais de 260 anos-luz.

homem do fraque0.jpg Os zumbidos desta ligação ao mundo sideral diminuíram ao fazer uma segunda espiral envolvendo uma chapa daquelas que unem as folhas soltas aos cadernos de escola. Foi neste então e pela primeiríssima vez que ao invés da comunicação telepática recebi sons na forma de um chiado sussurrada de osga e, deu para entender algo pouco decifrável assim: “O Mundo real é uma excepção“. Liguei a mesma entre os plug-p2 stereo dos dois auriculares e, foi neste então que a ideia ficou como brilhantina com código para entrar no seu canal PiFaXaKaxinde. Vi então o quanto era difícil fazer coincidir completamente a Natureza com um paradigma de xiritung neste conjunto de zingarelhos feito bem ao jeito do professor Pardal, mesmo que estando iluminado nos vários tópicos com sintomas de crise envoltos num montão de estralhos.

Ficou assim claro que um conflito não se resolve em pleno quando se envolve na confrontação dois teimosos que não têem a perfeita noção do que é um buraco negro que suga raivas e desesperos tornando-os em nada. Assim e, por falta de dados em um mecanismo de reacções sugadas, mesmo tendo eu um código espacial PiFaXaKaxinde atribuído por um ET, nada posso concluir.  

tarzan.jpg Aonde já se viu alguém poder entrar em contacto com o cosmos com uma meia batata, quatro auriculares com dois plug-p2 stereo da TAP e uma latinha de prender folhas mais um clipe e uns arames enrolados no vazio?! O mais certo é que ninguém acredite. E, após a ideia veio o paradigma, os sintomas, o enigma e a crise do algoritmo não se sabe vindo de onde. Aí pensei e, ao deitar fumo pelas orelhas, liguei uma pilha normal duralex de um e meio voltes entre o clipe e a chapinha retorcida colocando um díodo e um condensador. Abracadabra, gritei!

Comecei então a ouvir grunhidos intermitentes à mistura com tiros e rajadas nas transferências de electrões, confrontando-me com um tal de MIE - modelo de intercepção de estados, com velocidade de reacção moleculares revolucionárias de um tal de CR - Concelho de Revolução fazedores de charadas magnetofónicas descolonizantes num tempo extra espacial. Não me perguntem nada porque simplesmente, aconteceu! Aí é! Foi o SIS**…

mandrakue.jpgA parti daqui a minha perspectiva de visão alargou-se quando a química da batata se alterou depois de aquecida à luz de uma vela benzida em Fátima da Cova da Iria, via SIS. No polo positivo surgiu uma mancha azul e, no outro negativo um amarelo de caca* (C). Sei que esta estratégia deu algum sucesso com a teoria do efeito túnel da minhoca; mas, foi mesmo só um grupo de guedelhudos feitos ninja-PREC do tempo antes da Dona Branca que também fazia milagres com juros brancoins (muito antes de surgirem esses tais de bitcoins…)

fantasma0.jpg Notas*: C de caca; **SIS: Serviço de Informações de Segurança - um dos serviços, integrado no Sistema de Informações da República Portuguesa fundado em 1984. (Wikipédia)

Homenagem a Carlos Fernandes, o criador do Xiritung na revista “Notícias” – Luanda – Angola.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:29
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Domingo, 7 de Maio de 2023
MUJIMBO . CXXX

FRINCHAS DO AGORA

- Em tempo de prescrições e outras procissões … ora toma!

Crónica 3385 – 07.05.2023

Por papi1.jpg Soba T´Chingange (Otchingandji) na Pajuçara de Maceió

soba002.jpg Por vezes é necessário ficar de longe para perspectivarmos melhor o quadro, a foto ou a cena porque de perto, tudo fica desfocado, não temos o alcance para ver tudo com nitidez pois o campo focal não o permite. Assim teremos de, no salão de exposições, retroceder uns quantos passos até tudo se harmonizar ficando com os raios de visão descruzados. No espaço de imagens e em fusos diferentes, também isto acontece!

Depois sim! Aproximamo-nos para ver ao pormenor aqueles fungos encortiçados entalados entre a unha e a carne, levantando a mesma de um lado e encravando-a do outro. Olhado ao pormenor podemos imaginar a seguir a dor que aquela personagem pintada ou em esqueleto de osso poderá sentir, essa dor ao calçar um sapato na justa dimensão e no padrão da moda.  

roxo68.jpg Na foto do governo do M´Puto, aqui de longe e com quatro horas de diferença, posso ver todos os políticos latinos, a querer alcançar o saco do dinheiro ainda recheado de ajudas à resiliência; esse tal de PRE - Plano de Recuperação Económica da UE que assenta em dois instrumentos de apoio financeiro principais: o Próxima Geração UE (750 mil milhões de euros para o período 2021-2024) e o Quadro Financeiro Plurianual (1 074,3 mil milhões de euros para o período 2021-2027). É muita prata!

Vejo os socratistas socialistas e outros esquerdistas, um ou outro desvirtuado de direita com pinças arreganhadas para se coligarem num programa de interesses; comandar a engenharia financeira socratista para desfrisar os muitos fechos ecleres do saco, um baú de contentar amigos, família, camaradas e outros urubus especializados com unhas de falcão. Essa é a arte muito própria redistributiva dos amigaços do partido socialista. Eles, até enganam! Só que não o conseguem fazer a toda a gente, todo o tempo.

mulola1.jpg Tenho observado que o povo que também é interesseiro, joga sim na não perca de reforma ou vencimento apegados ao quinhão manuseado pelo partido-estado. Partido que sempre se assenhora dessa prática ao invés do Passos Coelho que num dado momento teve de castigar a todos. Depois, e com a maioria absoluta adulteram a ordem das coisas, corrompem-se no poder estimulando as ideias já absurdas tipo estalinistas. Sim! E, que desta feita deram cabo do Serviço de Saúde, da educação, dos valores de nossa cultura, corromperam as infraestruturas com gente incompetente, boys do partido! Bordam e pintam em tons rosas – sempre parecendo!

As instituições descumprem-se na missão, sobrepõem-se a tudo pisoteando as próprias leis. A justiça protela-se, não tem papel, tudo quando lhes interessa, prescreve! O povo nas redes sociais fala e fala mas, tudo fica na mesma. Seus amigos da geringonça põem seus cachorros sindicalistas a perturbar a ordem e organizações a dar prejuízo grosso entram em semanas de paralisação, entende-se esta democracia!? E o presidente? O presidente nada - anda a nadar, isso mesmo!

xique xique4.jpg A palhaçada é generalizada, o presidente assobia pró lado ficando sem poder de manobra, as instituições não funcionam, a carestia de vida sobe, a saúde mazela-se. Quebram sigilos, dizem e desdizem, enganam-nos descaradamente, demitem-se ou são demitidos! Portam-se eles e elas, ministros ou ministras, como putos de escola, mau preparo, fazendo bosta. Já não há estadistas como antigamente. Não mais teremos honra à altura do Aio Egas Moniz do nacimento de nossa nacionalidade.  

Para os novos governantes, o que importa mesmo é sobressair, fazer-se notar no estágio do partido político, saber dizer mentiras e circunscrever-se de gente que diz sempre ámen, sim senhor, e após chegar ao topo como cereja no topo do bolo, distribuir benesses, altos vencimentos, altas percentagens, sobrevalorização das comissões, seguir a máquina redistributiva ao jeito jeitoso de Sócrates. Já não há mais figuras de gesta-Lusa, só mesmo de borrada-Lusa, uma cambada. Lembrar-me agora dum tal prócere chamado de D. João de Castro, quarto Vice-rei da Índia no século XVI que empenhou suas barbas para salvar Diu. O Vice-Rei da Índia, correu o risco de ficar com a cara escanhoada. Uau! Valeu

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 01:12
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Sábado, 6 de Maio de 2023
KWANGIADES. XXXVII.

ANGOLA DOS MWENE-PUTO

MAIANGA - Tempos de FANTASMA - Crónica 338406.05.2023

Por:ngola01.jpgT´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió - Brasil

mo1.jpg Marianita e Pombinha - Com um jeito de riso mole, Pombinha, com sua preguiçosa lealdade, pedia a Marianita algo que despertou em mim uma total curiosidade. Quero que você me dê um feitiço para prender meu homem! Disse ela. Com um saco de sisal cheio de capim seco fazendo de travesseiro que, esperava a quitandeira que sabia ir passar por ali a vender maças-da-índia enquanto lia achaparrado nos refolhos dos loandos, mesmo ao lado da venda do Senhor Cruz as comiquitas de Mandrake e seu auxiliar gigante, o negro Lohtar.

Ali estava eu, dissimulado e despercebido ouvindo com curiosidade as falas das duas amigas. Aquelas mulatas sacudidas em assanhamento, fumegavam num cheiro de suas roupas, prazer de fogo fervente refogado de mocotó fresco. Pelas frestas das aduelas, podia ver seus torneados pés morenos enfiados em chinelos coloridos que quase iguais, só diferiam nas flores; uma era nitidamente uma hortense e a outra quase jurava ser uma flor-de-lis.

abraço0.jpg Espevitado na curiosidade, espreitando mais acima nas frestas das aduelas de barril do vinho do m´puto, pude ver melhor o perfil de Pombinha. Tinha um farto cabelo, tipo juba de leoa, crespo com um molho de manjericão seguro de lado por um gancho a imitar uma joaninha; aquilo deu-me uma sensação e odor sensual de trevos verdes e caxinde com outras plantas aromáticas.

Pela conversa entendi que Marianita não queria cativeiro prolongado com homem nenhum porque a dada altura protestou! Casar, eu? Para quê? Um marido é pior que o diabo! Pensa logo em escravizar a gente! Deu para entender que a cafuza Marianita no delírio de enriquecer, adornou-se de todo à labutação de amigar com homem; homem que dispusesse de algum pecúlio ou patrimónios de baús de couros trabalhados com tachas de ouro ou até prata.

rosa1.jpg Pombinha, babada de amores anotou como fazer um chá de pulgas saltitantes à mistura com brututo e urtigas apanhadas na kúkia do sol nascente num dia de intenso cacimbo e, após uma noite com lua de quarto crescente. Comprometido pelos ouvidos, eu, que por ali estava lendo um livro de bolso de cowboyadas no remanso da solidão, como sombra, esgueirei-me quase rastejando para o capinzal dos fundos da venda. Por algum tempo, ali me mantive dissimulado em um tufo de bananeiras e, foi quando um meu vizinho de nome Alex, o travesti do choupal, amaneirando-se, dirigiu um bom dia àquelas damas e, lá foi botando cheiro de madressilvas na direcção da paragem do maximbombo número três, na rua da Maianga.

As duas, pelo adiantado da hora, ficaram comentando o tardio cumprimento, do porte de bichinha, louro e esbelto homem. Um desperdício! Remata a assanhada Marianita. Era normal encontrar-me ali com Rente, filho do senhor Cruz, Braga, Chiquito, Zorba, Guerra, Necas e o Almeida, mulato do cortiço das Vacas bem perto da oficina de tornos do Paulino Branco, um futura meu cunhado.

OSGA1.jpg Era ali que desfolhávamos avidamente os livros de quadradinhos do homem de borracha, do Fantasma, do Tarzam e Lampião mas, nem eles nem a quitandeira das maças-da-índia surgiram naquela biblioteca de aduelas, ao ar-livre do Rente Cruz. É sempre emocionante ler as mokandas de amigos mesmo que tenham nomes estranhos como N`dapandúla, nas falas genuínas dum kamba dum Rio Seco! Dum Rio que só o é na lembrança antiga que até tinha areia sem cacos velhos.

E, um amigo sempre tem missangas para enviar, por apitos ou estalidos ou mesmo muxoxos com uma máquina de fazer “alegria” para comemorar os kambas que cada qual tem; essa máquina é capaz de produzir arco-íris pra deslumbrar cazumbis mas, também duplos e triplos, e até alguns invertidos ou enrolados nas pontas para animar banga ninita. Até posso desvendar que o último protótipo é parecido com uma foice! Quero sim venerar meu culto crente, sem coisas desatinadas dos dias comuns do Malhoas antigo pois, sempre haverá um amigo que me vai  tentar convencer que sushi é a melhor comida do mundo!

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:10
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Sexta-feira, 5 de Maio de 2023
VIAGENS . 12
FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – “SONHAJANDO A VIDA”
TEORIA DA BESTIALIDADE - Crónica 338305.05.2023
- Na Praia do Francês como Zelador-Mor do Zumbi de N´Gola…
PorÁFRICA7.jpg T´Chingange (Otchingandji)

sapatos longos.jpg TEORIA DA BESTIALIDADE - Ando cismado. Algo me tem chamado a atenção nos últimos tempos no modo como as mídias brasileira e portuguesa dão singelamente tanta ênfase à bestialidade, tornando coisas banais em episódios de relevância. Não seria melhor meterem a viola no saco como se diz em Coimbra. Para quê, usar falas de forma cínica e sem um pingo de sabedoria e que, em nada enaltece a cultura Lusófona.

Ao concebermos um texto, uma crónica ou um acontecimento, teremos de primeiro esboçar, pôr de molho, pô em barrela se necessário, ensaboar, depois lavar, torcer, colocar a corar, curtir, enxaguar, e fazer com que nosso sol aconchegue na secagem, a ideia final. Antes de a colocar no ar, de a escrever ou de a publicitar, haverá que dar uma última leitura para que já tudo engomado se possa dobrar e arrumar na gaveta correspondente!

cauny0.jpg Faço aqui referência ao grande escritor brasileiro Graciliano Ramos que mexia e revirava o texto muitas vezes para obter a capacidade literária optimizada. Em seu dizer, um escrito deve ser lido e relido, batido no lajedo, no burgau, como uma peça de roupa suja; depois, corar e enxugar e, de novo, voltar a ler.

O certo é que no tempo, tudo mudou e, muito rapidamente. O que interessa na mente de alguns utilizadores é a de “rasgar ou esfolar”, com ou sem razão, com ou sem conhecimento, no intuito de se fazer notar ou então fazer sobressair a ideologia que lhe é influente ou imposta. Não compreendo como é que não lendo, não interpretando e não pensando, se podem ter ou dar opiniões tão críticas e absolutas sobre o que seja…

Como sabemos, actualmente poucos lêem, poucos o fazem de cabo-a-rabo, pois isso dá trabalho e o tempo “ruge”. O bobão do Urubu só não ficou "a ver navios" porque não havia navios naquela lagoa. E é por isso que, quando alguém perde a partida e tem de sair quieto e calado, dizem que "fulano teve de meter a viola no saco".

METRALHAS.png Pode-se escrever direito com caneta torta, tal como fazer coisas desalinhavadas sem usar agulha e linha. Graciliano Ramos possuía uma loja de tecidos com o nome de Sincera na Cidade de Palmeira dos Índios; Sem o querer acabou por ficar prefeito (presidente) desse Município. Isto para acrescentar que ficaram conhecidos seus relatórios ou actas pela transcrição de forma muito pessoal.

“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para se dizer”. Assim dizia Graciliano no ano de 1962, para comparar seu ofício de escrever com o acto de lavar roupa pelas lavadeiras do rio. Infelizmente nada disto é observado e, é lamentável que não se leia um artigo de fundo, um esboço ou síntese de um livro de que se goste, coisas acreditadas por busca consciente via internet ou em páginas credíveis e com senso comum; se assim não proceder entra nessa de teórico da bestialidade …

serrão7.png Há aqui uma visível ironia por via dos procedimentos de honestidade hodiernos, mentirosos o quanto baste a comparar com os governantes que são já mais que muitos, usando santinhos no Brasil, a gasosa com arrogância em Angola e a massala em Moçambique – todos eles, dos chamadas de PALOPS - LUSÓFONOS… Cansado do culto às coisas de preconceito, toda a gente fala do mesmo, correndo o risco de entornar a verdade da palavra - Isso! De inverter as cores e marginalizar os outros por sempre se vitimizarem…

T´Chingange


PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:45
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Segunda-feira, 1 de Maio de 2023
VIAGENS . 11

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – “SONHAJANDO A VIDA”

Metáforas com ALGORITMOS - Crónica 3380 – 01.05.2023

PAJUÇARA - Em Maceió como Zelador-Mor do Zumbi de N´Gola…

Por:algoritmo1.jpg T´Chingange (Otchingandji)

algoritmo4.gif As metáforas, ajudam a expressar conceitos abstractos de maneira que se entendam com mais facilidade. Só que, por vezes são tão poderosas que nos levam a algo desconhecido como o buraco negro do qual ainda temos bastante para conhecer e entender. O mundo das plataformas de comunicação digital está cheio disso, dos algoritmos, porque funcionam frente a temas tecnológicos difíceis.

Um exemplo, que pode ser menos agressivo que uma nuvem de algodão em uma nuvem útil. Aí é onde as plataformas nos pedem que guardemos copias do que fazemos, um lugar acolhedor, mas, obviamente, o que nos estão dizendo, é em verdade um conjunto  de aplicações  que essas entidades estão criando para que todos os  nossos  arquivos fiquem alojados em suas gigantescas gavetas de servidores, de modo a que possam fazer actuar os algoritmos desenhados ou formatados por essas mesmas empresas.

dom5.jpg O objectivo real é obter milhares de milhões de dados para uso comercial ou para fins políticos em campanhas ou até eleições, forçando os instrumentos a seguir suas mecânicas previamente balizadas em suas directivas; uma nítida adulteração a regras de transparência a que, democraticamente são chamadas de fraude. Não transijam, os responsáveis das plataformas são magníficos criadores de metáforas que deturpam o nosso rumo e nossa mente sem deixar rasto…

Pude ser informado por uma recente literatura que a constituição do algoritmo, supostamente, adverte-nos sobre a necessidade de se actuar no mundo digital, para que haja compatibilidade de nossos direitos de cidadania nos sistemas constitucionais. A instrumentalização dos algoritmos que desenham ou esboçam problemas constitucionais por um modo de viés, tanto em sua utilização como em seu próprio desenho originam uma plena incidência sobre direitos fundamentais dos cidadãos.

dia139.jpg O problema também é bem polémico quando se formaliza o uso desses algoritmos na administração pública. Dir-se-á ser óbvio seu uso porque facilita enormemente o trabalho o que parece acentuar a objectividade de se tomarem decisões e, porque sempre se abrirá uma interrogação sobre se o serão, uma fonte de direito. Em qualquer caso exigiria decidir se matematicamente realizam as funções assertivas.

O Facebook, por exemplo, fez frente às queixas dos usuários que pediam uma certa moderação em seus conteúdos criando para o efeito uma Junta de Supervisão que se encarregará de analisar essas queixas mas?!… Como se conhece popularmente a essa Junta!?... Como uma “Corte Suprema” do Facebook! Que é que pode despertar mais respeito do que um Tribunal Supremo?! La empresa ficará até encantada, noé!?. Mas o Facebook, ainda que pareça, não é um Estado, felizmente.

dedos 0.jpg Levamos anos falando de uma prodigiosa, utilíssima e revolucionaria Inteligência artificial (IA), máquinas com capacidade de aprender e de elaborar processos inteligentes por si, próprias. Inteligência artificial é também uma metáfora maravilhosa: não dá a entender em nenhum momento que esteja exigindo que centenas de milhões de pessoas se dediquem horas y horas a fio, em países pobres, ao aborrecido trabalho de colocar as etiquetas que essas máquinas possam reconhecer.

Depois do dito supra, segue-se sem haver consciência clara da necessidade de proteger directamente os direitos fundamentais, tal como se configura na Constituição. E, isto é válido para todos os países do Mundo. Durante anos observamos com alegria o como alguns jovens empreendedores davam, uma bola,  vendendo por quantidades superbilionárias suas inovadoras empresas a essas grandes corporações. Era pois, a metáfora perfeita do êxito, mas essas brilhantes aquisições.

demo4.jpg Francisco Balaguer, Catedrático de Direito Constitucional na Universidade de Granada, afirmou que as Constituições, deveriam ser submetidos por modo a dar garantias ao cidadão. Então, que se pode fazer às Constituições Nacionais para evitar lesões graves em direitos básicos? A esta pergunta o professor afirmou: Até agora tem-se feito bem pouco; entre outras coisas, pela natureza contractual da relação entre as companhias que oferecem seus serviços e seus usuários. A tendência será por agora, intervir em essas questões, não em defesa de direitos constitucionais, mas sim dos direitos do consumidor com a protecção  de dados. Esse será o caminho que marcará a inovadora e interessante normativa europeia sobre o tema…

Nota: Há alguns detalhes extraídos de uma crónica de “El Pais” – Espanha.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:49
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Sábado, 29 de Abril de 2023
N´GUZU - XLVIII

CONHECER MELHOR O BRASIL – ALFORRIA  

1ª Parte - Crónica 3379 - N´Guzu é força (Kimbundo) – 29.04.2023

Por araujo175.jpgT´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió

arau44.jpg Ao longo do século XIX, no Brasil, várias foram as diligências buscadas pelos escravos para conseguir sua liberdade. Muitos tentaram a fuga refugiando-se em quilombos. O sonho da liberdade não se desvanecia, contudo a fuga do engenho, seu normal lugar de trabalho, só era possível em direcção ao agreste e depois sertão. Quase sempre os escravos fujões, voltavam ao engenho, normalmente ao fim de alguns dias, debilitados e até feridos pelas dentadas dos cães de fila que acompanhavam o guardas nas buscas. Vinham carregados de ferros!

Regressados ao engenho, eram submetidos a castigos no tronco. Eram chicoteados e por vezes ou quase sempre era-lhes aplicado um ferro em brasa na cara gravando-lhes um “F” de fugitivo. Os que não regressavam eram possivelmente capturados pelos índios selvagens e, nalguns casos, certamente comidos. Todos eles se interrogavam por muitas vezes sobre qual seria a situação do seu reino do outro lado da kalunga. Sempre que chegavam novos escravos ao engenho, procuravam saber por eles, notícias da Matamba, do seu Kongo de N´Dongo.

arau4.jpg Mas, nem sempre obtinham os resultados desejados, pois que ou eram de Minas, gente do Zaire, Benim ou Muçulmanos e, muito raramente da sua etnia. Assim, metidos num atoleiro aparecia o capataz, um encorpado mulato mazombo que por via deste empate e quebra no rendimento, logo o ameaçava levar ao pelourinho, o tal tronco das calamidades. Alguns até obtinham sucesso, escondendo-se nas cidades; outros participavam em rebeliões e alguns optavam por saídas mais drásticas assassinando senhores, feitores ou cometendo seu suicídio.

Mas, um grande número obteve a liberdade pela via institucional, por meio de formas de libertação previstas em lei legitimadas pela sociedade que geria as alforrias. Assim como no período Colonial, antes de 1822, ano do início do Brasil Imperial, os veículos legais de alforria eram a “carta de liberdade ou alforria”, registada em cartório, o registo de baptismo em que o senhor libertava a criança, a denominada “alforria na pia”, a disposição testamentária do senhor ou de um seu representante legal  ou por procuração.

quilombo2.jpg A alforria poderia ser de dois tipos: a gratuita ou a incondicional. Nesta última, quando o senhor dono dava a seu escravo carta de liberdade que doravante, como se dizia então e, que passava a dispor de si e do seu tempo como bem entendesse; também da compra da alforria, quando escravos ou terceiros interessados em sua liberdade, pagavam determinada quantia aos senhores pela troca; da restrição em que se condiciona ao escravo um tempo determinado para trabalhar por sua conta e assim, perfazer o valor previamente estipulado.

A alforria condicional, pressupunha a prestação de serviço ao senhor por tempo alternado ou até à morte deste. Um dos problemas causados pela concessão desses dois últimos tipos de alforria, era a definição jurídica dos filhos das mulheres libertadas condicionalmente ou, pela coarctação, pois havia os que entendiam que elas ficavam livres, desde que se estabelecessem condições para a liberdade, enquanto outros, defendiam que as mulheres só ficariam libertas de facto e, com elas o seu ventre ao receber sua carta de alforria.

arau155.jpg Teoricamente, todas as alforrias podiam ser revogadas caso houvesse ingratidão, por parte dos escravos, possibilidade que se foi tornando remota ao longo do tempo e, não mais admitida a partir do ano de 1860. Para além dessas alforrias concedidas de comum acordo entre o senhor e o escravo, havia outra cuja libertação era concedida contra a vontade do senhor.

Em primeiro lugar, a liberdade obtida por meio de acções judiciais quando os escravos procuravam a justiça reclamando escravidões ilegais, ou argumentar que seus senhores haviam descumprido acordos previamente estabelecidos. Em segundo lugar, as alforrias mediante serviços militares, nas quais escravos fujões, procuravam o exército  A fim de servir como soldados e, assim conseguir a tão almejada carta de alforria ou pelo simples recrutamento para as fileiras por via de guerras em curso. Esta prática da instituição militar foi exercida na Guerra do Paraguai.

(Continua…)

O Soba T´Chingange       



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:50
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VIAGENS . 10

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA “SONHAJANDO A VIDA”

Crónica 3378 – 29.04.2023 - PAJUÇARA - Em Maceió como Zelador-Mor do Zumbi de N´Gola…

Por urubu.jpg T´Chingange (Otchingandji) – Na da Ponta Verde de Maceió

dia147.jpg O boi, está entre os animais mais infelizes do planeta terra. Contemporaneamente, um vitelo em uma exploração industrial de carne, logo depois do nascimento, é separado da mãe e trancado numa jaula minúscula, pouco maior do que seu próprio corpo. Passará ali toda a sua vida, em média, cerca de quatro meses.

Nunca deixa a jaula nem lhe é permitido brincar com outros vitelos ou mesmo andar. E, para que os músculos não se tornem demasiado fortes – músculos fracos, significará que a carne fica mais macia e suculenta. A primeira vez que o vitelo tem uma hipótese de andar, esticar os músculos e tocar noutros vitelos é a caminho do matadouro.

pajuçara02.jpg Em termos evolutivos, o gado bovino representa uma das espécies animais mais bem-sucedidas no respeitante à sua evolução. Deveria ser assim mas, está entre os animais mais infelizes do globo. Tudo o aqui descrito, provem de uma forma de dizer, uma linguagem que nem sempre o é eficientemente comedida por obedecer a uma fórmula baseada em factos demonstráveis.

Depois, com as metáforas damos arranjo à justificação para tudo. E, se nós de repente fossemos vistos e tratados como bois, no criar normas de como acabar os dias, regularizar a morte pela eutanásia, a vida pelo uso do desagravo ao aborto, fazer conferências de conhecimento usando palavras mais carregadas de sentido por supostos especialistas ou científicos.

abobora2.jpg Obrigarem-nos a substituir a lei natural, a que nos foi legada pela natureza com Deus no topo da pirâmide ou hierarquia do entendimento. Tudo se torna muito complicado com derivações no culto da mentira e, sabendo de antemão que não sabemos tudo acerca de nós próprios. Este mundo de celebridades, da futilidade da bisbilhotice, romances e falta de justiça com negócio de assinaturas…

Também um estado cada vez mais estado, cuidando das regras, ajustando e regulando as leis a seu contento e dando origem a prescrições a contento de suas vontades ou pancadas ideológicas. Como todos podem verificar, andam a retirar-nos a capacidade de sobrevivência de grupo, deturpando e dividindo-nos na via normal de raciocínio.

missosso2.jpegSe os deuses da tradição grega da antiguidade estivessem a observar-nos, olhariam decerto para o erro humano, do mesmo modo que o fizeram em relação às comédias e às tragédias. Sim! Que diriam esses nossos antepassados ao observar nossas fraquezas, nossas muitas falhais que nos deixam constrangidos.

Do como somos orientados por governantes de alto coturno, do topo da hierarquia, a tomar atitudes que fazem de nós gatinhos, sempre jovens, a balouçar, correndo e saltando atrás de um novelo de fio que se arrasta pelo chão. Bem! Nesta crónica sempre é melhor ser gato que boi! Não é boiada!?

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:25
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Quinta-feira, 20 de Abril de 2023
CAZUMBI . LXXII

TEMPO DE FRINCHASPajuçara

Crónica 3373 - 20.04.2023 – Havia carros de churros, camelós vendendo nuvens de açúcar e cozinhas volantes de acarajé …

CAZUMBI: É feitiço…

Por xavier 01.jpg  Soba T´Chingange (Otchingandji) - Na Pajuçara de Maceió

No último domingo percorri a pé o espaço de calçadão entre os Sete Coqueiros e a Ponta dos Corais da Ponta Verde, lugar conhecido antigamente como o Gogo da Ema, lugar aonde gerações de gente iam fazer camping no espigão de areia com muitos coqueiros sendo um deles retorcido e, que deu origem a este nome. O Coqueiro, morreu faz tempo mas, naquele seu lugar fiou um monumento moderno a recordar o seu retorcido desenho.

xavier02.jpg A Ponta dos Corais está assente em uma já existente estrutura aonde funcionava um clube náutico, ficando bem ao lado do farol que avisa a navegação dos perigos de ali arribar; Farol que assenta no início do recife que forma a piscina natural da Pajuçara indo até ao Poto do Jaraguá. Este percurso estava apinhado de gente que por ali foi acampando entre a água e o asfalta da via da orla impedida ao trânsito. Havia carros de churros, de gente ambulante vendendo desde farrapos de nuvens de açúcar, o acarajé de cheiro forte a óleo de palpa, dendém.

E havia caixas térmicas de isopor carregadas de cerveja frias levadas por cada qual, carros a vender espigas cozidas de milho e pasteis vários e espetadas de corações de galináceo ou muelas. Uma feira sem o ser aonde uns andavam de patinetes, havia bicicletas, carrinhos com bebes, gente ouvindo musica ou dançando e outros só sentados a receber o vento fresco do mar, vendo os outros ou a maré com cheiro de algas. Os camelós eram muitos e até usavam luvas no manuseio dos paus e guardanapos.  Também havia sorvetes e açaí entre outros que se borrifavam de skol cerveja nas bordas das pistas verdes ou vermelhas para peões e bicicletas.

xavier03.jpg Uma azáfama barulhada em conversas, gritos de ais e uis e, com rádios vomitando musica a gosto. No regresso e já noite passei pelo quiosque da Pedra Virada com música ao vivo, pela barraca do Pirata com animação dum grupo forro, no quiosque da Lopana com música de aguçar vontades e também na barraca quiosque Kanoa com a animação ao rubro. Não houve tempo para me sentar a apreciar os jogadores de FutVolei e, ali permanecer meus minutos de silêncio. Era por assim dizer tudo junto um forro pé de maré; isto é Brasil, gente!

Agora que passo estes memorandos a limpo, cheguei à quarta-feira; o tempo correu aproximando-me do feriado de vinte e um a recordar que de novo vai haver esta azáfama, uma cortição permanente bem ao jeito brasileiro porque um feriado à sexta-feira é pela certa um fim-de-semana alargado. Pois é, dia 21 é dia de “Tiradentes” – feriado que faz alusão à morte do mineiro mais conhecido na história por Joaquim José da Silva Xavier.

xavier1.jpeg As vidas são assim, intemporais e fui ao ano de 1790 chamado desde a vila de São Vicente observar revoltosos capitaneados por Joaquim José da Silva Xavier, conhecido pela alcunha de Tiradentes. Reclamavam contra o pesado pagamento de um tributo em ouro cobrado aos mineiros brasileiros pela coroa portuguesa e, vai daí e para exemplo, enforcaram o Alferes por liderar aquela insurreição. Em verdade era um militar às ordens régias; verdadeiramente era um funcionário do reino de Portugal.

O curioso disto são os contornos que dão às conjuras para aproveitamento político e, vai daí o pobre alferes viu-se metido em alhadas pelos ideólogos políticos que conjugaram o facto, tal como sendo uma revolta a favor da independência do Estado de Minas Gerais. A tal revolta, quase uma inventação a que chamaram de Inconfidência Mineira. Reinava então a rainha D. Maria I e, ainda estou para saber por que carga de água, me escolhi como nomeado para lembrar isto, quando um sargento ou cabo-de-guerra o poderia fazer sem algum transtorno para a administração.

xavier2.jpeg Construindo história na fantasia e utopia, a nação Brasil, aparece ao mundo como justa, fraterna com um futuro a trote, senhores duma cultura diversificada; o Brasil está condenado a ser uma civilização original e rica até aos carnavais do terceiro milénio. A terra “em que se plantando, tudo dá”, uma quase profecia do cronista Vaz de Caminha, que se tornou na graça de Deus, um povo mestiço na carne e no espírito, sua maior valia. Brasil de românticos escritores como Machado de Assis e Jorge Amado e a gente de veredas de Graciliano, do vasto sertão tendo como modo de justiça e vida a vingança açoitada com as próprias mãos na lei do cangaço; do Lampião fazendo poeira nas cavalgadas e, suas rezas nas preces do padre Cícero de Juazeiro seu “paínho” com os bailes ferfumados, com as histórias de dizer: -“Deus mesmo, se vier, que venha armado!”.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 02:15
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Quarta-feira, 19 de Abril de 2023
MOAMBA . LIII

MORAL DE HOJE – O FALSO, O VERDADEIRO E OS CACOS

Crónica 3372 - a 19.04.2023 na Pajuçara de Maceió

Pornoé001.jpgT'Chingange – Otchingandji 

noé3.jpgNa história breve da humanidade escrita por Yuval Harari, é referido que a presença de um osso humano, uma ponta de lança quebrada ou um caco de louça partida ocupam o centro do palco das extinções de muito animais. Diz que em Madagáscar, como exemplo, as aves elefantes, lémures gigantes e todos os outros animais de grande porte desapareceram de súbito há cerca de 1 500 anos, tempo coincidente com a chegada dos primeiros humanos à ilha.

Que por esse tempo quando agricultores se instalaram na ilha de Salomão, na Indonésia, nas ilhas Fidji e na Nova Caledónia, levaram à extinção directa ou indirectamente centenas de espécies de pássaros, insectos, caracóis entre outros animais nativos. Nos dias de hoje e em pleno Algarve do M´Puto, seguindo esta lógica de raciocínio, em que o homem surge como o maior predador do mundo, irá na certa extinguir esses pequenos gastrópodes. E, antes que isto aconteça lembra-se que os caracóis são essencialmente herbívoros pois comem verduras como a couve e a alface (uma praga).

arau155.jpg Esse camarão dos pobres, comem frutos carnosos como a melancia, banana e maçã e ração rica em cálcio. São animais de hábitos nocturnos e vorazes, pois comem uma grande quantidade de alimentos. Essa voracidade está directamente relacionada ao clima e às estações do ano; não se alimentam por vários dias em clima seco e quente sem chuva mas, consomem diariamente cerca de 40% de seu peso nos dias frescos. Fazem-nos tantos estragos nas hortas que merecem ser comidos e regados para vingança de tanto desaforo. Na vila de Porches do Algarve, todos os fins de verão se faz o já muito conhecido “Festival do Caracol”. Este ano de 2023, em fins de Julho, far-se-á o 29º festival.

Caracóis e caracoletas, por este andar, serão lembrados como uns vagarosos e estranhos bichos metidos numa concha e assim serão lembrados, como se comiam com edecéteras antropológicos. Eles, os antropólogos, estudarão ao detalhe, esses fosseis amontoados num torrão de argila quase petrificada e, tendo ao lado cacos de grandes garrafas conhecidas por garrafão que em tempos idos tiveram vinho de uva pela análise das grainhas da uva parreira, tintureira caramujeira.

noé003.jpg Deduzirão pela pesquiza, uso da escova e espátula serem aquelas cascas de santola, de lagosta e até um dístico ainda legível nos cacos de vidro, garrafa branca com o nome de “Casal Garcia” entre muita ferrugem a ser verificada pelo teste de carbono. Era uma farturinha, dirão os técnicos. Ao invés destas descobertas, lá longe num ilha chamada de Gomera, dirão ter havido ali grande penúria por não haver utensílios de cobre ou ferro pois descobriram que ali usavam cornos de cabra para lavrarem as terras. Uma ilha misteriosa com giestas de sete metros de altura.

E, Laurissilva, da família das lauráceas e endémico da Macaronésia, região formada pelos arquipélagos que para além das Canárias as há também na Madeira, Açores, e Cabo Verde. Irão dizer que nós e outros ainda mais antepassados, vivíamos em harmonia com a natureza, antes duma tal de Revolução Industrial e uma outra de atómica. Pois se hoje detemos a duvidosa intuição de sermos a espécie mais mortífera nos anais da biologia, amanhã tudo pode mudar.

noé002.jpg Dividirão o tempo em vagas de homo-sapiens, no AC – antes de Cristo e do AC – depois de Cristo e, as vagas serão tantas que relembrarão também a era do plástico, do macro plástico pois que encontrarão em nosso sangue pequenas partículas desse produto, tanto nas pessoas como nos peixes e até encrustados em troncos de árvores que retorceram sua resistência uma nova matéria que tanto se vulgarizou no período das guerras usando canhões de ferro com ligas e volfrâmio e outros materiais de dar dureza e elasticidade a estes.

Concluir-se que tendo havido vários dilúvios e guerras de uso com material atómico, mais outros raros minérios como nióbio, o lítio e muitos mais como o cério, disprósio, érbio, europium, gadolínio, holmium, lantânio, lutetium, neodímio, praseodímio, proménio, samarium, terbium, thulium, ytterbium, ítrio e escandium. Tantos e diversos a serem traficados a preço de sangue em países que desconhecem que já não existe o planeta Plutão. Nesta altura dos acontecimentos desconhece-se se as vindouras vagas serão de AP – após Putin a recordar, a outra anterior de AP – antes Putin, sem haver menção por parte dos Putinologos de uma outra arca – a de Noé nº 2 …

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 09:31
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Terça-feira, 18 de Abril de 2023
VIAGENS . 9

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – “SONHAJANDO A VIDA”

Crónica 3371 – 18.04.2023 - PAJUÇARA - Em Maceió como Zelador-Mor do Zumbi de N´Gola…

Poraraujo189.jpgT´Chingange (Otchingandji) – No San Lorenzo da Ponta Verde.

sorte1.jpg Li recentemente algures, que os estados independentes no mundo andavam espantosamente desinteressados da guerra. E, que com poucas excepções, desde fins de 1945, que os estados já não invadiam outros estados para os conquistar e engolir. Pude ler a teoria de que após formação dos impérios, a maior parte dos soberanos e das populações, esperavam de que as coisas ficassem assim. Vasculhando a história, já não haveria lugar para campanhas de conquista como as dos Romanos, dos Mongóis ou dos Otomanos não podendo ocorrer nos dias de hoje e, em qualquer parte do globo.

Mais se afirmava que desde 1945, há quase 78 anos, ano de meu nacimento, nenhum país independente e reconhecido pela ONU, tinha sido conquistado e arrasado do mapa. Com o raciocínio desejável, lembro que nos meus tempos de estudante dizia-se que a lógica era uma batata e, foi com essa dúvida que fiz um rádio galena a partir de uma batata cortada ao meio, uns quantos fios e uns auscultadores e um condensador. E, deu música!

tonito18.jpg O certo é que a batata forneceu energia enviando para o espaço ondas electromagnéticas dessa suposta lógica. Tudo se aperfeiçoou no tempo e com tal velocidade que este embrião de galena parece até estar a anos-luz da realidade. E, o impossível aconteceu no meio da apatia generalizada ver a Rússia da Ex-URSS invadir e tomar vários países já independentes dos quais o último, a Ucrânia a 24 de Fevereiro do ano 2022.

Estou a tentar encasquilhar refutações sofísticas que dependem da linguagem usada, que podemos chamar de "sofismas linguísticos" ou refutações sofísticas que não dependem da linguagem extralinguística (palavrório) usadas por líderes de países de cariz esquerdista dos quais uma grande parte nem é democrática, nem foram escolhidos por seu povo.

Nem foram escolhidos por seu povo - usurparam, simplesmente! Isso sim e, de formas variadas omaram o poder e, aos quais se junta agora o pseudo Estadista Lula que nem sabe que uma batata pode dar musica. Para além da Crimeia, Moscovo declara que as regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, em grande parte ou parcialmente ocupadas por forças russas invasoras ou apoiadas pela Rússia e, que fazem parte da Ucrânia. E, tudo se fez com um suposto referendo à velocidade da luz. E, como são mentirosos! “As pessoas fizeram sua escolha clara”, disse Putin, numa sexta-feira. Podia até ser numa oitava-feira. “A escolha das pessoas para fazer parte da Rússia está predicada na história”, acrescentou o dito cujo.

toledo20.jpg Os votos nos referendos são ilegais sob a lei internacional e foram rejeitados pela Ucrânia e nações Ocidentais como “uma farsa”. E agora, Lula junta-se a Daniel Ortega, Maduro e Evo Morales entre outros que nem sabem como fazer musica com uma batata. E, imaginem até, querer inventar uma outra ONU, porque esta já está desbotada, kiákiíkiá! Mas que grande pancada! Desde quando é que este personagem de só se ter respeito institucional, se julga estadista se, se nem sabe que de uma batata pode sair musica…  

Putin altera o destino de milhões nestes falsos novos países. Lealdade a Kiev ou a Moscovo, colaborar ou resistir: para os habitantes locais, uma escolha dramática. E, não é que o ditador Putin diz: "Para mim o importante, não são fronteiras e territórios estatais, mas o destino dos seres humanos." Quanta hipocrisia minha nossa senhora do Parto. Pois foi o que Vladimir Putin, disse a uma entrevista ao jornal alemão Bild, em Janeiro de 2016. Na época, tratava-se da anexação da península da Crimeia. Na época todo o mundo meteu a viola no saco ocasionando a invasão a Ucrânia quatro anos depois…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:14
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Segunda-feira, 17 de Abril de 2023
N´GUZU - XLV

CONHECER MELHOR O BRASIL – QUEM ERAM OS AFRICANOS

Parte - Crónica 3370 - N´Guzu é força (Kimbundo)17.04.2023

Por escravatura1.jpgT´Chingange (Otchingandji)Na Pajuçara de Maceió

helder12.jpg Neste povo Banto dos Congo-Angola, para além da proximidade de línguas ou dialectos tendo o N´Zambi (Deus) como aglutinador comum, a comunicação entre eles, era assim, facilitada. O catolicismo deles por via da missionação, para muitos estudiosos é a consolidação cosmológica, estando na origem nas formas de religiosidade afro-carioca, especialmente a da Umbanda. A diversidade das várias “Nações” presentes no Rio de Janeiro, era rotineira para todos os que visitaram o Brasil nesse então e, principalmente o Rio, tendo fascinado a literatura e a iconografia produzidas pelos viajantes vindos de fora.

A partir da efectiva interrupção do tráfico, a percepção social das diferenças entre os escravos naturais de África se reduziu consideravelmente, resultando numa divisão de entre escravos crioulos e de nação, sem qualquer especificação. Os escravos resgatados de navios negreiros viriam a ser conhecidos apenas como africanos livres. Assim, a categoria de Africanos seria entendida como uma identidade comum aos diferentes povos de África subsariana, construída no século XIX. Todo o envolvente a esta temática difundiu nas teorias sociais a doutrina cientifica reforçando o interesse etnográfico sobre o Continente Negro.

escravatura2.jpg Foi desta disseminação de gente de tez negra para as américas, que originou a grande diáspora alterando os conceitos de raça por via de miscigenação. Na escola básica, aprendi que no Mundo havia quatro principais raças, a branca, a negra, a amarela e a vermelha. Os sociólogos perante esta realidade, tiveram muita dificuldade em estabelecer padrões na sua classificação e, muito rápidamente o conceito de raça humanizou-se simplesmente na correta definição de Raça Humana; por vias tortas, fica evidente nesta questão a chamada globalização, com a forte participação portuguesa.

Nestes reveses da história tão despendurada, o conceito de gente em raça Humana teve seu inicio neste episódio trágico que uniu para sempre Angola, Portugal e Brasil tendo este, ficado com a fatia mais nutrida. Curiosamente no início de comercialização o dinheiro eram conchas com o nome de zimbos (n´jimbus); pequenas conchas, propriedade do rei do Congo que apareciam por toda a costa de N´Gola mas com os mais belos exemplares colhidos na ilha da Mazenga de Loanda. Eram os m´bikas (cipaios) às ordens dos chefes m´fumos que recolhiam esses tesouros. Mergulhavam na contracosta da ilha retirando-os por meio do arrastamento com cestos estreitos e compridos chamados “cofos”.

escravatura3.jpg Hoje, o Mundo deve olhar a este estágio de vida com a alegre tristeza que a história carregou nas consciências vindouras, como já foi dito, por linhas demasiado tortuosas. Também eu entre milhares de gentes, sofremos na pele o término da descolonização ficando de um para o outro dia sem casa, sem emprego, sem vontade de reiniciar vidas em outras latitudes, das quais o Brasil. As coisas da política, quando ficam ruins, a partir daí só podem melhorar, só que muitos ficaram no caminho sem a necessária força para vingar a vida. Foi a 11 de Novembro de 1975 que os políticos determinaram que os brancos ficassem também com suas vidas negras. Não teria de ser assim mas tudo desaconteceu com a oferta de um voo de Luualix sem volta…

No correr do tempo do comércio com mercadores negreiros foram surgindo outros meios de permuta das chamadas “peças” tais como o sal, a cera, o cobre, os panos ou libongos, marfim, mel silvestre, as cruzetas e outros escravos saídos das guerras entre tribos. Mas, sabe-se por ensaios numismáticos-arqueológicos que entre Monomotapa e o Catanga corriam entre as classes dominantes desta região uns lingotes de cobre com o nome de HANDA, (ref.ª de Octávio de Oliveira na revista Notícia do ano de 1966).

escravatura5.jpg Recapitulando: Angola, foi uma das grandes fontes emissoras de comércio de escravos desde o século XV até o terceiro quarto do século XIX. No domingo de 13 de Maio de 1888, dia comemorativo do nascimento de D. João VI, foi assinada por sua bisneta Dona Isabel, e Rodrigo Augusto da Silva a lei que aboliu a escravatura no Brasil. Só neste então é que Porto Galinhas do Brasil deixou de receber oficialmente escravos idos de áfrica. Mas, havia fugas ao regulamentado. Ainda por alguns anos e até fins do século XIX chegavam “peças humanas” de contrabando.

sorte2.jpg O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir completamente a escravatura. O último país do mundo a abolir a escravidão foi a Mauritânia, somente a 9 de Novembro de 1981, pelo decreto n.º 81.234. Libongo foi o nome que veio a ser dado em kimbundo ao “paninho” tecido originário do Loango ou palmeira-bordão, semelhante ao “paninho do congo” ou likutu que circulou como moeda no princípio do século XVII; acrescente-se que é palavra do kimbundo calunda lu m´bongu,”moeda – m´bonge”. Um libongo valia 5 réis em 1695. O libongos de N´Gola dividiam-se em “bongós, sangos e infulas” enquanto os do Kongo eram chamados de “panos lim´kundis. Os panos conhecidos por sambu ou nollolevieri, tinham a condição de objecto-moeda e serviam apenas para vestir os nobres africanos. Há coisas verdadeiras que contadas, sempre vão parecer ser mentiras…

Fim

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 21:56
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Sexta-feira, 7 de Abril de 2023
N´GUZU - XLII

CONHECER MELHOR O BRASIL – QUEM ERAM OS AFRICANOS

1ª Parte - Crónica 3362 - N´Guzu é força (Kimbundo) – 07.04.2023

Porsoba50.jpgT´Chingange (Otchingandji) – Na Pajuçara de Maceió

kilo01.jpg AFRICANOS. No Brasil, a escravidão foi sempre marcada por uma intensa dependência do tráfico atlântico caracterizando-se mais do que em qualquer outra sociedade esclavagista das américas, fundamentalmente africana. Não obstante, gente, homens e mulheres trazidos de África para o Brasil como escravos, possuírem varias origens linguísticas, étnicas ou religiosas e, não raro o eram inimigos no próprio lugar de onde foram desgarrados. Eles, nem sabiam ou se reconheciam como africanos por dali serem originários.

No período colonial, esses africanos eram identificados pela região ou porto aonde teriam embarcado. Surgem assim, africanos de Minas, do Congo, de N´Gola, da Matamba, de Benguela, Guiné ou Moçambique. A designação por procedência foi assumida por eles mesmos, enraizados num conceito de “guarda-chuva”; preservavam isso, para assim se identificarem, permitindo a novas levas de gente chegada, organizar-se de uma forma mais eficiente no relacionamento entre eles e, os outros.

araujo158.jpg Nesse comportamento, a história esclavagista, regista a existência de nítidas fronteiras entre os escravos no Brasil formando verdadeiras nações e, muitas vezes organizadas assim separadamente, mais por contexto de irmandades religiosas. Como exemplo os escravos de Luanda de N´Gola entendiam-se no dialecto kimbundo, alguns originários do N´Zaire, falavam em kioco, enquanto os de Benguela usavam o dialecto umbundo mas tinham por comum a base bantu, como por exemplo seu deus era designado por todos, de N´Zambi.

Nas primeiras décadas do Brasil monárquico eram nítidas as divisões entre os oriundos da Costa Ocidental de África chamados genericamente de Minas mas, também designados como Jejes, Bancás e Nagôs. As muitas nações provenientes da região do Congo, Guiné e N´Gola ou N´Zaire, Lândana e Matamba com gente Imbinda ou cabindas, de Rebolo Cassange ou Benguela reuniam-se sob a denominação genérica de “Os Angolas”. Aos nascidos no Brasil chamavam-nos de crioulos, não deixando de ser diferentes dos demais e, eram designados igualmente de “Africanos”. E, foi no contexto das lutas pela independência e afirmação monárquica brasileira que, pela primeira vez a tradicional oposição entre recém-chegados do tráfico e os crioulos se apresentaria de feição mais geral, nos assumidos conteúdos políticos.

louva3.jpg Nesta descrição, o Brasil apresenta-se em três distintas épocas a saber: a da colonização brasileira; a da época do Brasil Monárquico e a Monarquia Imperial com sede na capital em Rio-de-Janeiro, reino alargado de Portugal, Algarves e terras Ultramarinas em África e Oriente com a Índia de Goa, Damão e Dio e Timor, na Indonésia. As primeiras décadas do Brasil Monárquico foram marcadas por um “boom” de produção agrícola por via do tráfico negreiro. Nesta data, na capital da Colonia de Angola, havia um edifício chamado de Palácio de Dona Ana, pertença de Joaquina dos Santos Silva, a negreira (mestiça), que teve a maior relevância na sociedade luandina ou camundonga.

ana2.jpg Esta ilustre senhora de então, chegou a ter um quintalão em frente à escadaria do Palácio por onde passaram milhares de escravos endereçados para Porto de Galinhas em Recife. Os cálculos da Atlantic Slave Trade dizem que entre 1501 e 1866, aproximadamente 5,7 milhões de escravos saíram dos portos de áfrica para as américas. No Brasil, os pregoeiros iam às roças anunciar que tinham chegado galinhas ao porto. Era uma forma de enganar as autoridades do reino perpetuando a venda de gente depois de 1850 – ano final da proibição. E, é por este motivo que Porto Galinhas, um lugar de veraneio brasileiro é assim chamado. Dona Isabel sancionou a Lei Áurea, na sua terceira e última regência, estando o Imperador D. Pedro II em viagem ao exterior, às três horas da tarde do dia 13 de Maio de 1888.

No início do século XIX, delinearam-se duas grandes áreas de comércio negreiro para o Brasil destacando-se as rotas entre os traficantes baianas e, o reino de Daomé na Costa Ocidental da África, e as dos traficantes de Angola e do Rio-de-Janeiro e Recife com a África Central-Ocidental e a chamada contracosta de Moçambique. Nas áreas açucareiras do Recôncavo Baiano entre os fins do século XVIII e as primeiras décadas do XIX, a rasão de africanidade das populações dos engenhos era de dois para um, raramente somando menos de 60% do conjunto da escravaria. Nas primeiras décadas, já no período Imperial, com o tráfico ilegal, os falantes de língua banto alcançaram até os 90% da escravaria das fazendas de café da região, às vésperas da extinção definitiva ao tráfico atlântico, em 1888.

(Continua…)

O Soba T´Chingange  

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:58
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Terça-feira, 4 de Abril de 2023
MISSOSSO . LIX

NA PAJUÇARA COM ANDREY BLAZHE Biólogo da Bulgária e, a Psicóloga RITA  FIUZA

– DA FUNDAÇÃO DE ZUMBI DE N´GOLA…

- Crónica com ficção* 3360 – 24ª de Várias Partes com ***FK – 04.04.2023

Por Arrais3.jpeg T´Chingange (Otchingandji) no Mukifo de San Lorenzo

paju2.jpg Maré rasa! Enquanto escrevo por debaixo do chapéu, propriedade do Conde do Grafanil, areia lisa e molhada em um novo dia de Abril, de novo observo o caranguejo cirí esbranquiçado que triângula visões com seus olhos afastados, dois pontos negros reluzentes de intranquila presença. De novo sacode cuspindo bolos de areia saídos de um buraco gruta, feito sua casa. Deveria estar a melhorar as condições de sua lage de cobertura. Quase como provocação vem justamente sacudir minha tranquilidade concentrada no pé direito, o mais sensível aos calos, nem sei do porquê.

Talvez ele, o cirí, saiba que por via de tanta cooperação não deve abusar nas cuspidelas e espero que não lance seu mijo corrosivo de cloreto para cima desta empática relação. Da minha parte quero até alinhavar-me na suficiente medida de com ele confraternizar uma domesticada amizade assim como é possível fazer com um cão; esse mesmo que há 15.000 anos foi coiote ou lobo alfa. Bem! À partida não se vê como nos iremos comunicar mas, isso será mesmo matéria de escrita para novas oportunidades. Nada é impossível…

paju3.jpg Assim dialogando no vazio com um artrópode do grupo dos crustáceos, ouço uma saudação de Bom Dia em tom feminino e, por obvio revirei o olhar a sul confrontando-me com a simpática senhora psicóloga de meu ilustre amigo ex-coronel, guerrilheiro, contrabandista de armas letais com gente escusa e agora comendador e dono da Fundação de Zumbi de N´Gola. Era mesmo a psicóloga de FK, Rita Fiúza, funcionária supranumerária da Nomenclatura nobre da Fundação e que, por estas paragens de Ponta Verde, toma assento durante alguns períodos do ano. Não é de estranhar  esta missiva ao vivo pois que sempre se mantem em contacto com o centro Baobá bem no sopé da Serra da Barriga, lugar do Kilombo dos Palmares…

Após preliminares de cortesia normais em executivos de supra quadratura, pude apreender reptíciamente que sua expressão era de teor bem sigiloso, como se tivesse algo para me comunicar fora dos parâmetros vulgares. Fiquei de orelhas atentas ao que aí vinha e, veio! Noticia fresca a comunicar- me uma importante tarefa. E, referindo a vontade do chefe M´fumo Mwata FK, foi-me dito que o mais rápidamente, entrasse em contacto com o Biólogo búlgaro Andrey Blazhe instalado no hotel Ritz bem em frente do local de San Lorenzo aonde me instalara. E subsistiu a dúvida em minha mente: mas como é que sabiam que o Zelador-Mor  e Soba do kimbo T´Chingange estaria aqui neste agora; como… se nada disse, a ninguém da Nomenclatura?

Na espectativa de coisa nenhuma por via da relutância segredista de Fiúza, podia adivinhar que seria algo de muita importância e sigilo com intervenção da minha pessoa mas, que seria!? Dito e refeito telefonei ao gerente Napumosseno do Ritz, que estaria lá pelas duas exactas horas dos pós meridiano. Na hora certa depois de almoçar beringela com queijo e cebola no meu mukifo, deparo com o cientista biólogo búlgaro sentado em um canto, bem ao pé do comprido aquário muito coberto de corais e peixes coloridos que no meio das algas, dançavam sua beleza.

pajuçara02.jpg Mas, antes deste encontro assegurei-me averiguar as causas com o Presidente da Fundação Arrais de Cantanhede em cidade de Marechal Dodoro; ele, Arrais, nada sabia! Não obstante foi-me dizendo que havia tarefas que só alguns eleitos sabiam e neste caso seria coisa nova – era uma prática segredista dele, o Mwata Comendador. Sempre enigmático e com estrito segredo não dava azo a invulgaridades. Dito isto para esclarecer-me, dirijo-me ao senhor emissário e, de braços abertos saúda-me com um cordial e quente braço. Sentados, ambos tomamos um café para arrefecer entretantos. Bem! Embora tivéssemos uma relação institucional, pelo vistos, convinha haver sigilo total só depois do empregado Sepúlveda se afastar  é quedeu início às suas falas.

Nosso chefe, o Comendador FK delegou em mim esta missão de lhe comunicar o seguinte: Quer que diligencie junto às autoridades angolanas a implantação de uma Sucursal da Fundação de Zumbi de N´Gola no Planalto Central de Angola; mais propriamente na cidade da Caála que você bem conhece, acrescentou. Resumindo: quer que seja o embaixador desta missão, a quem ele dá a máxima importância. Disse que para o efeito deve escolher uma delegação de gente de máxima fidelidade e competência mantendo absoluto silêncio quanto a detalhes!  Sempre, mas sempre tudo pareciam ser técnicas de guerra com sigilo e contra-informação quando algo descambava…  

zedu4.jpg Não obstante ter de início franzido a testa com rugas de dúvida, Andrey achou melhor esclarecer algo que lhe tinha sido abordado. O Comendador optou por si pelo facto de ter saído da Cidade da Caála, de ter conhecido e trabalhado com o Comandante Kalakata e, até apontei tudo para poder não esquecer: No bilhete que rasgou em seguida pode ler: Maciel D´Achala, Alcides Sakala, José Cachiungo, Benjamim Liuanhica, M´Fumo Manhanga, Adalberto da Costa Júnior com quem colaborou próximo, Ekuikui e o próprio Mwata Jonas Savimbi. Bem! Estava tudo até demasiado explicado pelo que achei por bem ter destruído o papel rascunho queimando-o a seguir, pois tornavam-se numas letras que juntas, podem tonar-se bem perigosas. Teria mesmo de ser assim pois que a estória, mesmo não se querendo, sempre deixa riscos em nós e no ar…

(Continua… 25ª Parte…)

Notas: * Esta é uma estória inventada só no que concerne às mentiras… ; **kalundu – É uma divindade ou espirito justiceiro, presente na natureza;  *** FK – Fala Kalado

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:28
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Segunda-feira, 3 de Abril de 2023
VIAGENS . 4
FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – *SONHAJANDO A VIDA*
Crónica 3359 – 03.04.2023 - PAJUÇARA - Em Maceió curtindo férias de Zelador-Mor do Zumbi de N´Gola, FEITO KALUNDU
Por pajuçara03.jpg T´Chingange (Otchingandji) – No San Lorenzo

Pajuçara4.jpg Ontem, já noite, fui até à Ponta do Coral de Maceió, lugar entrado na água como um barco ancorado no lugar de Ponta Verde, também conhecido como o Gogó da Ema e aonde em tempos funcionou um clube náutico. Olhei lá embaixo a água e no lugar aonde deveria haver corais, nada vi para além de pedras soltas cobertas pela água e aonde até poderia visionar ossos fossilizados ou utensílios do tempo da pedra lascada com aparelhos de uso corrente do tempo do Caramuru mas, nada disso eu vi.

Poderia até ter visto um razoável aquário mostrando cavernas com peixes da costa alagoana com polvos envolvendo pedras antes manuseadas por Ganga Zumba do tempo em que os quilombos eram refúgio de fujões escravos. Vi sim ao nível do convés muitas famílias confraternizando de forma muito peculiar, conversando cada qual por si com seu próprio celular.
Coisa trágica dos dias que correm em que este utensílio passou a ser o coração de cada qual. Beijos e abraços eram enviados na hora, para lugares distintos, longínquos até, sem se notar entre elas, as famílias, a azáfama dos cordiais abraços e falas encaixotadas nos baús das recordações com estórias banais mas de primordial importância na vida de cada qual.

alcaçuz2.jpg E, como foi rápida esta despersonalização da amizade no correr do tempo ouvindo vozes através de caixas com válvulas, depois transístores e agora este tal de smartphone que pode conter 62 tipos de metais diferentes em sua composição; entre eles, ouro, prata, platina, coltan, tungsténio ou até nióbio. No antigo tempo da pedra lascada, entre os caçadores recolectores sem este negócio chamado de celular ou telemóvel, havia no mínimo a sensação da fraternidade com afecto e calor sinceros.

Hoje o cinismo é curtido com hipocrisia, com beijos espaciais de sonoro beijo de cú de galinha soltando som ao espaço. Que mudança tão trágica, tão moderna neste inicio do século XXI. Há tibieza ou encobrimento no mostrar de sensações ao vivo – que trágica doença está contaminando esta forma de estar na vida! Terá sido pela vivência do tal de Covid? Para quem não tem prática de usar afectos com carinho, o filme é de 3D, banalidades com selfie e coisas sem uma grande explicação por o serem demasiado incomuns.
No futuro, nossa reconstrução de vida mostrada por arqueólogos vai ser bem problemática mostrando artefactos calcinados com pozinhos de plástico, nióbio e lítio envoltos em fraldas descartáveis, luvas de médico e cuecas inteligentes de detectar gazes de cariz cancerígeno e, ou até preservativos com chipe de ultra sensação nas diversificadas relações sexuais com sensualidade só vivenciada no vácuo do prazer terreno, uma nanotecnoloia com sensores de endurecer o ânimo às coisas amolecidas. Uau!

Pajuçara01.jpg Num ai, num ui, irá ver-se sotainas sacerdotais, escapulários e antigas vestimentas feita de linho fino, carmesim, estofo azul e púrpura, e bordado a ouro, paramentos com mitra, peitoral ou túnica e demais zingarelhos de desfazer essa visão de omnipresente e omnisciente. E, é mesmo confrangedor neste futuro ver familiares inteiras da primeira à terceira geração, confraternizando com um celular, afagando-o como se o fosse: gente! Gente supostamente culta…

É interessante desconviver de perto com estas alvissaras mistificadas de fantasia da vida quase irreal e, como sempre o vivessem num perene carnaval, resquícios de memória das terras de fingir o entrudo. Todos tiram dúzias de fotos ao horizonte escuro, luz cintilante dos barcos lá longe rebrilhando imaginação resvalada nas águas quietas da piscina natural da Pajuçara; barcos contentores de assucar a granel ancorados no porto do Jaraguá.
O Soba T´Chingange


PUBLICADO POR kimbolagoa às 02:23
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Sábado, 1 de Abril de 2023
VIAGENS . 3

FÁBRICA DE LETRAS DA KIZOMBA – *SONHAJANDO A VIDA*

Crónica 3358 – 01.04.2023 - PAJUÇARA - Em Maceió curtindo férias de Zelador-Mor do Zumbi de N´Gola, FEITO KALUNDU

Por t´xipala1.jpg T´Chingange (Otchingandji) – No San Lorenzo

deserto01.jpg Enquanto espero a inspiração muito cheia de novidades desconhecidas, dou voltas ao miolo em como irei dar solução ao enredo da estória intrincada e, que no capítulo seguinte virá a ter o número de ordem 24º. Para o efeito tive de recordar o último Missosso do Kimbo elaborado a 03 de Dezembro de 2022 e, pois sucede que chegando ao fim da página, depois de ler: **Esta é uma estória inventada só no que concerne às mentiras, segue-se a explicação do que quer dizer a palavra kalundu no dialecto kimbundo de N´Gola. **kalundu – É uma divindade ou espirito justiceiro, presente na natureza (A entrevista com o Brigadeiro N´Dachala, continuará lá mais para a frente - depois das eleições previstas neste ano de 2022…). Até aqui tudo nos conformes mas, eis que se segue um comentário ainda não lido por mim, pelo que o vou transcrever talqualmente como está inserido no Blogue. Motivo mais que relevante para destravar a minha própria tranca letárgica e pegar de novo na estória de Fala Kalado

kimbanda1.jpg Comentário: De Patrícia C. Neto a 3 de Dezembro de 2022 às 23:46

Olá, sou Patrícia C. Neto, estou aqui para espalhar esta boa notícia para o mundo inteiro sobre como recuperei o amor do meu marido. Eu estava enlouquecendo quando meu amor me deixou por outra garota no mês passado, mas quando conheci um amigo que me apresentou ao Dr. WAVA o grande mensageiro (entenda-se feiticeiro kimbanda ou t´chingange)

Narrei meu problema ao Dr. WAVA sobre como meu marido me deixou e também como eu precisava conseguir um emprego em uma empresa muito grande. Ele apenas me disse que vim ao lugar certo, aonde obteria meu desejo do coração e, sem nenhum efeito colateral.

Ele me disse o que eu precisava fazer; depois que foi feito, nos próximos (sequentes) 2 dias, meu amor me ligou e pediu desculpas por me matar antes de agora e também na próxima semana. Depois que meu amor me ligou para estar implorando por perdão, fui chamada para uma entrevista na empresa desejada, aonde precisava trabalhar como supervisora.

kimbanda3.jpg Estou tão feliz e emocionada que tenho que contar isso ao mundo inteiro sobre como o Dr. WAVA me ajudou a realizar o desejo do meu coração. Dr. WAVA é um especialista em todo tipo de feitiço e boa magia. Se precisar de qualquer tipo de ajuda, entre em contacto com Dr. WAVA no seguinte endereço de e-mail: drwava3@gmail.com, você também pode ligar ou whatsapp/Viber +66992602953 se precisar de sua ajuda. https://www.drwavaofspirituallovespells.com

RESPONDER A COMENTÁRIO:

kimbanda5.jpgDesta feita, verifico ser este “Kimbanda” muito superior ao Primeiro-Ministro de nome António Costa. Deveria ser seu assessor para acudir às mazelas do M´Puto pois que sua “propaganda” é bem oleada nas muitas difíceis engrenagens do optimismo… Suas entidades vibram nas matas, cemitérios e encruzilhadas, com o "Povo da Rua" abrangendo os mensageiros ou guardiões (é dos livros…). Estou a ver-me tirando uma senha a fim de ficar depenado nos trinques, talqualmente fazem os muitos políticos do “M´Puto” rectângulo. Mas, ele, há coisas…

Afinando as pestanas denota-se que o Dr. WAVA é para além de um bom candidato a politico, um homem de ética apurada, enfim, um bom republicano. Perante esta mokanda, acho que o espírito da gente é cavalo que relincha e até escolhe estrada. Que quando numa de para tristeza, e morte, vai não vendo o que é bonito e bom; seja!? Contando assim este episódio de quase resiliência, coloco até minha sobrada amizade, assim mesmo, um pouco para ele singrar, pois que surge do nada em criatura de simples coração que em verdade, me fez desacreditar que o inferno é mesmo possível! Ainda estou *sonhajando…

*Nota: Sonhajando: - Viajar com sonho…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 00:46
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Quinta-feira, 30 de Março de 2023
KAZUMBI DE BORUNDANGA . XIV

O Mundo actual tornou-se um espaço muito complicadoM´PUTO A CAMINHA DA RECESSÃO

Crónica 3357 - a 29.03.2023 – De cada 100 euros de PIB, 40% vão para o estado.

 Por t´chingange 0.jpgT'Chingange (Otchingandji) na Pajuçara de Maceió (Nordeste do Brasil)

A capacidade do homem criar uma realidade imaginada a partir da palavra, permite que grande quantidade de estranhos coopere de forma eficaz. Não obstante há casos em que se baseiam em mitos e elas, as estórias sem agá, surgem diferentes conforme mudam as narrativas de realidade independente, que evolui com as condições históricas ou étnicas de uma dada cultura, demonstrando por acção ou modo, a forma de ser das personagens…

macuta 1.jpg Desde a Revolução Francesa que o homem se passou a rever conforme as alterações de suas necessidades; o mito dos reis com destino divino passou para o mito ou crença da democracia, com soberania do povo – 0 povo é quem mais ordena! Coisa linda noé? Recorde-se esse então das Tulherias: Dia 10 de Agosto de 1792, os parisienses, liderados por um grupo de revolucionários conhecidos como sans-culottes (gente que não utilizava um tipo de calça curta típica do vestuário dos nobres e burgueses e, que tinham boa vida…), tomaram o palácio das Tulherias, onde vivia a família real. Nesse momento, a monarquia francesa acabava de vez, dando lugar à república, proclamada no dia 21 de Setembro desse ano.

Bom! Agora, tudo está mudando e, muito rápidamente porque usam e abusam da mentira para nos alterar o azimute e, perder assim o norte da vida. E, ao contrário da mentira, uma realidade imaginada, algo em que quase todos acreditam. Essa crença colectiva, persistindo, faz com que exerça força sobre a nação ou o mundo. Vamos por aí – andamos todos enganados.

silas3.jpg Com o envelhecimento e sequente estagnação social, dá para ver que em Paris as ruas estão cheias de manifestantes reclamando da idade de aposentadoria de 62, passar para os 64 anos. Esses manifestantes devem saber que o problema é biológico e a demografia exige que se façam actualizações na matemática de equilíbrio das contas da sustentabilidade; duvido que possam alterar a estória como o foi em 1792 quando assaltaram as Tulherias.

A imensa diversidade de realidades imaginadas, leva os homens a inventarem origem de diversidade nos padrões de comportamento, ocasionando serem os principais componentes da base que conhecemos por “cultura” e a sequente estória com agá (história). 

abac1.jpg Hoje os franceses travam nas praças públicas indícios de uma nova revolução; de novo tentam alterar os mitos  usando novos conhecimentos  com novas verdades que tudo indica não vir a se possível. Tomar em conta que actualmente em Portugal a idade de reforma está nos 67 anos e mais uns pozinhos, mantendo uma diferença de 5 anos e mais qualquer coisa…

Será que isto vai ser possível e que vai ser escrito um novo capitulo nesta turbulência quando a idade média de vida subiu para próximo dos oitenta anos. Veremos um outro lado da cortina, se os políticos de lá têm outros reposteiros? Se assim for, como se justifica esta moleza, frouxidão do homem Tuga que tudo aceita sem virar a mesa de pantanas!?

adiafa1.jpeg Tudo está ficando muito igual no trato da mentira e desta vez os mitos ficam na sacola, amarfanhados. Até nos mitos somos verdadeiramente pobres. O mito “socialista” do M´Puto fica no saco misturado com o novo coiso chamado de “Marcelo” – uma verdadeira tragédia, Os países de língua dos PALOP`s estão cheios destes mitos: em Angola temos o mito da “gasosa”, no Brasil o mito dos “sem terra” em conjunção com o “molusco”

-Vive la France ---

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:42
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Sexta-feira, 10 de Março de 2023
KAZUMBI DE BORUNDANGA . XIII

O Mundo actual tornou-se um espaço muito complicado. A justiça, é uma treta…

Crónica 3354 - a 10.03.2023.

Por barao1.jpg T'Chingange (Otchingandji) no AlGharb do M´Puto

araujo1.jpg Os cidadãos hodiernos são fartos de valores; o difícil é a aplicação desses valores num mundo globalizado complexo. Mesmo que fique quietinho no meu canto sempre haverá um socialista muito perfumado em valores a perturbar a minha quietude, retirando cotação à minha tranquila vida, sem ter nada a ver com essa tal de exploração infantil, ou actos violentos cometidos por soldados do tempo colonial.

Os defensores dos direitos dos animais lembrar-me-ão que dar ossos ao cão pode ser perigoso, bem como dar espinhas de sardinha ou sargo ao tareco, porque podem causar ulceras; os naturalistas irão insistir com persistência que devo lavar os dentes com seiva filtrada de aloé vera feita baba-de-camelo e por aí vaí, sem mencionar as lambisgóias oferecidas que surgem do nada na minha página escancaradas a oferecerem alvissaras – Cruzes credo!

Os activistas de esquerda lembrar-me-ão que minha reforma foi criada a custo de exploração de alguém e sem mais nem menos, lembrarão a exploração de gente desmilinguida com crimes hediondos da História incluindo-me no rol de engravidados de fortuna arregimentada no exercício de cargos, cargos dum tal de sistema que nunca exerci. E, afinal que culpa terei eu? Não é fácil desfazer o conceito pois que minha existência depende de uma grande rede de ligações económicas e politicas nas ideias causais com ideais que outros formataram por mim, mesmo sem delegação firmada .

dia94.jpg E, uma vez que essas ideias causais do mundo se misturam tanto, é-me difícil responder às perguntas simples, tais como de onde veio o meu jantar ou de quem fez as minhas botas que tenho calçadas. Também se metem com a minha minguada aposentação querendo saber qual o fundo financeiro e a cor dele, do meu pecúlio. Já velho, pois quase sou do tempo em que as pessoas só tinham um fundo de pensões chamado de “filhos”, dá voltas ao cerebelo. Hoje que há escritórios repletos de advogados conciliando os cofres do estado estudam parâmetros, redescobrem furos da lei e modos de fanar, de como fazer no esmiuçar matemático das taxas para suprirem suas necessidades governamentais, uns finórios…

Esmiuçando um tal e um qual, até querem saber qual o destino das galinhas de cujos ovos comi ontem ao jantar. Estruturam o esquema da economia estatal do modo de quem não faz esforço de investigar o quanto gastei na chocadeira sem averiguar as reais dificuldades. Depois de tudo só poderei ter alguma ganho se criar aos fiscais as certas dificuldades em descobrirem a verdade. Penetram na minha casa ajustando-a e dando fins ao modo de como posso explorá-la a contento dos “lóbis hoteleiros” como se o fossem, donos dela! Estalinistas!

E, então como é possível evitar o roubo ou lucro quando o sistema nacional tabelado com a economia mundial, estar constantemente a roubar em meu nome e sem o meu conhecimento. Como é!?  O mandamento que nos dita que não devo roubar, dizem que vindo de Deus, acredito piamente, foi formatado num tempo em que roubar significava apoderarmo-nos fisicamente de algo que não nos pertencia.  Hoje, porem, as discussões importantes sobre os roubos dizem respeito a cenários bem diferentes pois que com chancela do governo retiram de nosso pecúlio somando milhões para dar vida a uma CP – Comboio de Portugal ou de uma TAP – Transportes Aéreos de Portugal, mantendo legiões de advogados ajustados com políticos dados à corruptela para protegerem os deslizes.

dy28.jpg Posso então ser eu o responsável pelo roubo, pelo desvio, pelo despifarrar, corruptela ou compadrio!? E, como podemos agir moralmente, com sucesso e sem custos, se não temos forma de conhecer todos os factos de traquinices?

A amarga verdade é a de que o mundo se tornou demasiado complicado para o nosso cérebro de cidadão, gente de pé-de-chinelo. E, afinal todos seremos cúmplices por acreditarmos nos valores daqueles tais senhores, daquele grupo político, do presidente rolha, da chusma de gente com rabos-de-palha que nunca deve nada ao fisco, gente de falsa “Ficha Limpa”. Não vale a pena! A elite que nos comanda, que domina o discurso, torna-se quase impossível ignorar suas perspectivas. Eles, os grupos políticos, têm subgrupos, labirintas barreiras, critérios e ambiguidades e até insultos a nozes (plural de nós); insultos mesmo, codificados com discriminação institucional.  Eles, sempre irão fazer de nozes: Totós.

O Soba T´Chingange  



PUBLICADO POR kimbolagoa às 22:06
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Segunda-feira, 6 de Março de 2023
A CHUVA E O BOM TEMPO . CXXVIII

ENTRE OS PINGOS DA CHUVA

Crónica 3353 de 06.03.2023 no AlGharb do M´Puto

Porcazumbi2.jpegT´Chingange (Otchingandji)

araujo108.jpg Nos dias de hoje, como poderemos descobrir a verdade acerca do mundo e evitar cair nas garras da propaganda dos Fake News e de desinformação - notícias falsas ou informações mentirosas que são compartilhadas como se fossem reais e verdadeiras, divulgadas em contextos virtuais, especialmente em redes sociais ou em aplicativos para compartilhamento de mensagens. O termo, embora largamente usado, ainda não foi formalmente integrado à lista de palavras da Língua Portuguesa, tratando-se portanto de um estrangeirismo.

E, sempre iremos ficar com a incómoda sensação de que tudo é demais para nosso cabal conhecimento pois decerto, não iremos assimilar tudo; acho mesmo que ninguém o irá conseguir sem recorrer à inteligência artificial. A democracia, baseia-se na ideia de que o eleitor é que sabe, que o capitalismo de mercado livre considera que o cliente tem sempre razão e, que o sistema educativo ensina os alunos a pensarem pela própria cabeça.

Em verdade, é um erro depositar tanta confiança no individuo racional. Este suposto individuo pode muito bem ser uma fantasia que glorifica a autonomia e o poder dos homens de classe alta ou de suposto alto coturno. O Mundo anda frustrado e ninguém sozinho, sabe tudo o que é preciso para fazer uma catedral gótica ou romana, assim como uma bomba nuclear ou um avião supersónico.

marcelo1.png Pude mais ou menos, ler estas dissertações nas 21 lições pra o século XXI de Yuval Harari que um caçador da idade da pedra sabia fabricar sua própria roupa, seu sapatos, fazer fogo, caçar javalis e fugir dos leões mas hoje, pensando que sabemos muito mais, como indivíduos, em realidade sabemos muito menos. Dependemos dos conhecimentos especializados dos outros no que diz respeito a quase todas as nossas necessidades.

Todos temos a ilusão de conhecimento embora individualmente saibamos muito pouco pois tratamos o conhecimento nas mentes dos outros como se fosse nosso. Numa perspectiva evolutiva, confiar no conhecimento dos outros trouxe evolução ao homem mas, e porque o Mundo está a tornar-se cada vez mais complexo, os seres humanos não conseguem compreender a extensão de sua ignorância quanto ao que se passa em seu redor, das leis de seu governo e amolgadelas em seu cofre económico com taxas subterfugias.

garrafão tuga.jpg Por sequência, técnicos genuínos que nada sabem de metereologia ou biologia, propõem políticas sobre as alterações climáticas, advogados falam sobre os alimentos transgénicos ou genéticamente modificados, ao passo que outros, sempre classificados como especialistas, ou graduados peritos militares, têm pontos de vista muito fortes sobre o que se deve fazer no Iraque, no Irão ou na Ucrânia em guerra. É raro as pessoas (algumas), contemplarem a sua ignorância pois que se fecham numa caixa-de-ressonância de amigos que pensam como eles ou canais noticiosos que reforçam suas convicções mesmo sem o serem questionados. Alguns propalam-se no sentido de se alcandorarem a cargos mais altos no gabarito da gestão pública.

A maioria de nossos pontos de vista é moldada pelo pensamento de grupo e, não pela individualidade racional; convém dizer que também nos agarramos ao erro, narrativas ou perspectivas devido à lealdade ao grupo. Mutas vezes caímos no logro deste ou daquele personagem e, ficamos defraudados com tal figura decepcionante, gente que deveria ter o porte de estadista e sai um vulgar pé-de-chinelo com truques de cacaracá e até falsidades. A maioria dos seres humanos não gosta de factos em excesso e, certamente não gosta de se sentir estupidamente enganado.

bordalo2.jpg As democracias modernas estão cheias de multidão a aplaudir e a seguir como ovelhas, gente supostamente sábia e que só diz besteira para bode dormir. E, todos repetem: “o eleitor é que sabe!”, “o eleitor é que sabe!”. Explorando becos sem saída aparente crio muitos esparadrapos de fricção de muita dúvida. Surge daqui o tédio em sempre esperar que as pequenas sementes de lucidez cresçam e floresçam. Agora, mais velho, sei que o poder em grande quantidade (muitas paletes), isso da maioria absoluta, distorce a verdade inevitavelmente e, muito repetidamente! É um Ai Jesus nos acuda. Quando temos uma marreta na mão tudo nos parece um prego. Bem! O poder engravidado funciona como um buraco negro que distorce todo o espaço ao seu redor. Para além do Acosta, o Selfito põe-me CAFUZO…

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:48
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Sábado, 25 de Fevereiro de 2023
MALAMBAS . CCLXXVI

NAS FRINCHAS DO TEMPO

Crónica 3352 – 25.02.2023 em AlGharb do M´Puto

Poraraujo41.jpgT´Chingange (Otchingandji)

dia 135.jpg Pude ler e, agora transcrevo ao meu jeito, que todos os mamíferos em sociedade como macacos, golfinhos ou lobos, têm códigos éticos adaptados pela evolução, para se promoverem na cooperação de um grupo. Os mamíferos humanos também têm esses códigos mas, ao longo de milénios foram sacrificando sua prática usando inverdades para subirem de estatuto no grupo social usando derivações e modos de falar com sofismas e maneirismos nada comparáveis com o aprumo dos demais animais ditos irracionais.

Uns serão safados, bestas, ladrões mas todos, em geral, aspiram subir na escala, mesmo que seja atrapalhando os outros. Usam a mentira ou a fraude acomodando-se quando têm descaramento, lata ou dialéctica para se superarem perante a tibieza dos demais. Enquanto os lobos usam regras de “jogo limpo” os homens mordem o adversário com agressivos dizeres, acções de pintar e bordar julgando em casa própria e até (quando políticos), refazem as leis a seu contento com a satisfação inerente ao seu ego. Todos serão iguais mas, sempre há uns mais diferentes…

A democracia tão badalada fica assim eivada de truques enganadores com falácias recobertas em creme doce ou baba-de-camelo. Entre os macacos nem o alfa-macho retira a banana que um outro encontra para se alimentar. “Não matar” e “Não roubar” eram principios bem conhecidos dos códigos legais e ética das cidades estado sumérias do Egipto faraónico e do Império babilónico. Lembrar Hamurabi que dizia ter recebido dos grandes deuses a instrução: “demonstrar-se justiça sobre a terra, destruir-se o mal e malevolência, e impedir os fortes de explorarem os fracos”.

florido3.png Ao invés de tudo isto a corrupção oficial sufoca-nos com entupimento de taxas e muitas mais alcavalas entupindo-nos as narinas, olhos e orelhas secando-nos os bolsos. Em verdade, entre os judeus já havia mandamentos para amar o próximo não havendo qualquer mandamento para amar os gentios.

A Bíblia ordenava (e ainda ordena aos judeus) que exterminar certos povos como os amalaquitas, e os cananeus - "Contudo, nas cidades das nações que o Senhor, o seu Deus, dá a vocês por herança, não deixem vivo nenhum ser que respira”; “Conforme a ordem do Senhor, o seu Deus, destruam totalmente os hititas, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus – assim o diziam: como Deus seu senhor, ordenou”… Podemos ler isso em Deuteronómio, 20.16-17. 

Putin, o senhor da Rússia, deve ter esta passagem bem por debaixo de seu travesseiro pois que segue a descrição desse “Velho Testamento. Testamento que detesto com dentes rilhados, sendo em verdade o primeiríssimo registo da história humana e, em que o genocídio foi apresentado como um dever religioso. Vejamos: O cristianismo divergiu do judaísmo exactamente por isso! Tudo mudou com o surgir do apóstolo S. Paulo em sua Epistola aos Gálatas - Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Jesus Cristo (Gálatas 3:28)

araujo69.jpg Pópilas! Caramba…ainda bem que surgiu S. Paulo que pela primeiríssima vez afirmou que como um ser humano, pregou uma ética universal. Desta feita e em consideração a esta postura santa, deduzo por reflexão que a Bíblia está, ela também, longe de ser uma fonte exclusiva de moralidade humana. Confúcio, São Tomé, Buda e Mahavira estipularam códigos éticos em outros moldes e muito antes de S. Paulo e Jesus, sem nada saberem sobre a terra de Canaã ou sobre os profetas de Israel.  

Pelo dito, não tem qualquer sentido atribuir ao judaísmo e aos seus descendentes cristãos e muçulmanos a criação da moral humana. Por via disto não venero ninguém para não ser apodado de preconceituoso! Só sei que ainda ando a reconstruir-me revendo a moral como uma utopia.

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:01
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Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2023
KAZUMBI DE BORUNDANGA . XII

O Mundo actual tornou-se um espaço muito complicado…

Crónica 3351 - a 21.02.2023. Dia de ENTRUDO

Por soba50.jpgT'Chingange (Otchingandji) no AlGharb do M´Puto

araujo58.jpg O Mundo actual tornou-se um espaço muito complicado; muito mais que um jogo de xadrez e, a racionalidade humana não consegue entender na perfeição. A estupidez humana tornou-se numa das forças mais importantes na hodierna história mas, todos tendem a desvalorizá-la: a estupidez! Vários líderes do Globo, frequentemente acabam por fazer coisas estupidas ou ridiculamente impensáveis.

E, todos estamos errados em pensar que não irá existir um líder suficientemente louco a pontos de provocar uma guerra de âmbito mundial. Mesmo que uma guerra seja catastrófica para todos nós, não haverá Deus nem lei da natureza que nos proteja da estupidez humana. Sempre se salientará a falta de humildade a esses líderes; a arrogância só piorará pondo o seu interesse à frente da dos outros e, sempre irão entender que a sua cultura, religião ou estória, terá o factor de querer fazer girar o Mundo à sua volta.

Os norte-americanos, os russos, britânicos, franceses ou portugueses e uma infinidade de outros tais como os brasileiros da linha Lula ou Bolsonaro, estão convencidos de que a Humanidade viveria numa ignorância bárbara ou imoral se não existissem os feitos espectaculares de sua nação. Deste conceito podemos salientar os britânicos com a sua sempre arrogância com laivos de superioridade e, de sempre se afirmarem como os senhores donos da verdade.

moirões 2.jpg A saída da Comunidade Europeia da Grã-Bretanha por referendo e, por esta maneira de estar altiva, originou a sua saída da UE pelo designado BREXIT. Relembrar que os Aztecas acreditavam que sem os sacrifícios que faziam todos os anos, o sol não se ergueria e, todo o Universo se desintegraria. Os judeus também se julgam a coisa mais importante no Mundo pois que sempre reclamaram autoria dos valores e invenções da humanidade. De forma cautelosa entra agora na contenda a China com suaves avisos ao Ocidente mandando balões espias e, não só…

E, o grande erro ou mal, para o resto do Mundo é o de que estas nações desaforadas, estão genuinamente convencidas de suas fofocas. Bem! Neste capítulo convém relembrar a postura dos americanos que são useiros e vezeiros em suas prosápias.  No entanto, a Rússia pela mão de Putin tem saltado a mais alta fasquia de insolência, blefando a todo o momento como se, pelo medo nos pudesse tolher. Sem duvida é o campeão do desaforo…

capeta0.jpg Se o Mundo ceder a esta provocação com terror e carnificina praticadas todos os dias na Ucrânia, iremos ficar mal e sem a necessária Liberdade; se nossos líderes se agacharem estamos feitos ao bife! Que fique claro que o Yoga foi inventado pelos judeus, eles assim o dizem; Os indianos irão dizer que o inventor desse jogo foi Buda e os Cristãos que foi Santo Inácio de Loiola. Provavelmente até foi o Abraão ou o Noé – Juro que não sei…

Os britânicos acreditam veementemente que são eles os heróis, o centro da estória e a fonte última da moralidade, espiritualidade e do conhecimento humano na generalidade. Eles, fazem de nós genuínos, uma grande multidão de genéricos… Quando os portugueses chegaram à Austrália antes de 1500, depararam-se com tribos aborígenes com uma mundividência ética apurada apesar de desconhecerem totalmente Jesus, Moisés e Maomé.

pinto3.jpg Seria difícil defender-se que como colonos cristãos expropriaram com violência os nativos que tinham padrões éticos superiores. O tempo de “jogo limpo” e de “fixa limpa” só muito recentemente chegaram à política com a vitória de Lula na presidência do Brasil que ganhou por uma “unha negra” a Bolsonaro que usava a palavra virada para o céu “Deus acima de todos e Brasil acima de tudo”. No meio de tanta fraude e mentiras descaradas, vou antes gozar os últimos suspiros do carnaval…

O Soba T´Chingange  



PUBLICADO POR kimbolagoa às 18:51
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