Terça-feira, 4 de Março de 2025
VIAGENS . 240

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3669 – 04.03.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

unita002.jpg O VIII Congresso da UNITA, teve lugar no Bailundo, Província do Huambo de 7 a 11 de Fevereiro de 1995. A busca de unidade entre os membros do Partido com vista a implementação do Protocolo de Lusaka foi seu maior objectivo. O aquartelamento, desarmamento e desmobilização das forças e a entrega do território administrado pela UNITA à administração central do Estado, foram as decisões tomadas durante o evento.

Neste Congresso, foi abordada  a incorporação dos generais da UNITA nas FAA. Neste evento, Abel Chivukuvuku foi demitido das funções de Secretário para as Relações Exteriores  Eugénio Manuvakola, subscritor do protocolo de Lusaka sem o aval de Savimbi, e em nome da UNITA, para além de ser preso, foi demitido do cargo de Secretário-Geral…

Abel Chivukuvuku era do Bailundo. Ekuikui III , o então rei do planalto, era seu tio.  Andava no ar a ideia de que Abel tinha planos para afastar o Mais-Velho mas, a quietude dele em sua modesta casa junto à família e esclarecimentos mais recentes de sua resiliência em Luanda, foi desvanecendo esse estado de  desconfiança.

143.jpg Em certo dia, o general Gato que ocupava o então posto de Secretário-Geral do Movimento,  conhecedor da mais valia em ter Chivukuvuku como alguém que cria ideias, capaz de pensar no futuro do Movimento, tenta fazer entender ao Mais-Velho por forma a recuperá-lo do ostracismo a que estava a ser sujeito.

É assim que um dia ao entardecer, surge um sobrinho de Abel, Jobito Chimbili, com a informação de que o presidente pretendia vê-lo. E, assim o foi! Em hora aprazada Abel, encontra Jonas Savimbi em seu lugar de Estado-Maior em companhia de seu secretário-Geral Lukamba Gato.

O Mais-Velho, estende-lhe a mão  acto continuo pede-lhe desculpas por tudo o que aconteceu. Nós recebemos muitas informações contraditórias e, por não sabermos o que aconteceu, comportámo-nos de forma errada.  Embora Abel não consiga esconder sua indignação a solução tem bem expressa do mais-Velho: com Abel Abel foi: -vamos trabalhar juntos!

mike1.jpg Abel atendendo os subterfúgios,  a confusão que se gerou em volta dele, defende que a direcção da UNITA deveria ter lidado com a situação de forma mais inteligente. Estou magoado sim! Sofri muito em Luanda,  não obstante, chegado aqui, ainda tive de enfrentar toda a animosidade, um ambiente pesado de desconfiança na minha pessoa.

A um encolher de ombros do Mais-Velho: Tudo bem, compreendo! A partir de agora ficas a trabalhar directamente comigo. E, aconteceu rápido! Sendo assim, vai estar ao lado de Savimbi no dia 6 de Maio de 1995, quando este se reúne com o presidente José Eduardo dos Santos, em Lusaka. Enquanto Savimbi reconhece Dos Santos como presidente legitimo, este  aceita Jonas Savimbi com um “estatuto especial” como dirigente do maior partida da oposição… 

chivukuvuku2.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:05
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Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 238

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3667 – 25.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

mavinga1.jpg Enquanto sob custódia, Abel Chivukuvuku ficou alguns meses em regime de residência vigiada com dois policias à porta, e na alçada do Ministério da Defesa; se bem recordo era um lugar bem perto do Kinaxixe. Em Janeiro de 1993, o MPLA, decide que todos os deputados eleitos pela UNITA, e que estavam sob custódia do governo, deveriam tomar lugar na Assembleia Nacional.

Entre estes deputados estava Carlos Morgado que era muito próximo a Abel. Em Dezembro de 1993, mais de um ano depois de ter sido capturado, Abel Chivukuvuku deixa finalmente o Ministério da Defesa indo viver para o Hotel Tivoli. Neste meio tempo, houve momentos de recordar, como a marcha com destino a Chinhama.

Uma das várias marchas que faria mais tarde com sua gente, descendo e subindo rios ou em direcção à Namíbia, lugar de Rundu, Divundo e Faixa de Kaprivi em missão diplomática e obter conhecimentos em áreas de comunicação, controlo aéreo, e técnicas de inteligência. E, tudo começou quando os estafetas eram parte da notícia numa altura de pura sobrevivência do Movimento.

mavinga3.jpg Tempos em que andava em lugares de máximo secretismo  algures e, inserido na logística global das bases Delta e Ómega. Das actividades em que se fazia notar pela  lucida aptidão e ligeireza. Alturas de valentia, com o general Arlindo Pena (Ben-Ben), coadjuvado pelo general Demósthes Amós Chilingutlla  sobressaindo na astúcia de logística moderna; lugares  de confluência entre os rios Lomba e Cuzumbia.

E, tudo começou em Abril de 1976 com o capitão Kalacata com o qual, eu próprio trabalhei no Comité Regional da Caála tendo eu a função de Secretário de Relações PúblicasKalacata era um antigo militar da tropa portuguesa, tendo recebido treinos de guerrilheiro na Tanzânia.

A Missão do Dondi, sempre surgia em suas lembranças juntamente com os demais jovens estudantes, seu irmão Artur Vinama, conhecido por ChundovavaSalupeto Pena. Neste então a guerra entre os guerrilheiros consistia em ter uma mochila pronta  com o essencial para sobreviver no mato.

toledo20.jpg Lembra-se de usar uns frutos vermelhos que tinham de ser fervidos para anular o veneno que eles continham. Era importante saber sobreviver com o que parecia na natureza. Durante dias aconteceu comerem só frutos silvestres condimentados com cogumelos e  mel silvestre.

Recordava também, por vezes com pesadelos alheios, essa saga da Longa Marcha feita por Savimbi, líder da UNITA que, terminou a 28 de Agosto de 1976. Marcha que não fez e, que chegou a Cuelei após terem percorrido 3 mil quilómetros a pé. Do grupo inicial  composto de duas mil pessoas, apenas terminaram 79 resistentes, dos quais nove mulheres…

sorte2.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:41
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Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 237

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3665 – 19.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

mlibize kariba6.jpg E, Zé Mulato continua, colocando banga de odisseia em sua descrição: - Deviam ser cinco horas da manhã. Nós alvejamos o primeiro carro e, depois, aquele aonde ia o Abel e Chitunda. O carro bateu numa botija de gás e parou. Abel saiu do carro, e rastejou até uma casa de madeira aonde entrou.  Eu pulo o muro para um quintal no momento em que o dono sai aos gritos.

Muito descompensado o dono grita: «Ele está lá dentro! Ele está lá dentro!».  Entro de rompante e dou uma coronhada naquele vulto de gente que ali está na, sala estilhaçada. Agarrando-o em seguida, saio para a rua e, logologo somos  cercados pelos meus homens que reconhecem nele o Chivukuvuku, pois nem é de admirar porque ele era já uma figura pública kwacha, e muito vista na TV.

Mata! Mata! É Chivukuvuku. Exaltados todos têm vontade de o matar. Sacudindo os mais próximos grito: Ninguém toca teste senhor – vai ter de ser interrogado e morto, não fala. É quando surgem dois polícias a tentar afastar aquela multidão que já era uma mistura da minha gente com “fitinhas” na cabeça e muitos outros populares que também se excitavam de punhos nos ares.

chivukuvuku2.jpg Só depois de  fazerem uns quantos disparo para o ar a malta pareceu ficar mais  tranquila. Eis quando chega um chefe mais graduado da polícia  - O que se passa aqui?! Chefe, nós apanhamos o bandido do Chivukuvuku! Uau, o chefe puli fala disparates: -Mato quem voltar a tocar no meu primo malangino, Abel Chivukuvuku! Num silêncio assombroso alguêm diz: Abel  não é malangino, chefe! 

Com todos muxoxando quentes asneiras, o chefe graduado berra mesmo! Claro que é! Ninguém toca nele. Assim foi! Carregaram nele até à esquadra do Sambizanga. Entretanto Abel, esvaia-se lentamente em sangue atraindo mosquedo, coisa feia. É quando chegam dois tanques e de um deles sai um fardado General …

Carlos Coelho da Cruz, o General Faísca do MPLA, está na porta da esquadra; diz que vem buscar Abel Chivukuvuku. O próprio General Faísca, ergue o ferido e leva-o até ao tanque dando ordens ao seu subordinado o Coronel  Sousa dizendo a Abel: Ele irá zelar pela tua segurança. Por fim, o tanque do Coronel chega ao Hospital Militar.

araujo179.jpgC.A.  Mais tarde, é Abel Chivukuvuku que, ainda combalido, descreve: Eu achava que morreria antes mesmo de chegar à sala de operações. Achava que, no mínimo os médicos cubanos me cortaram as pernas. Decorridos alguns dias, Abel recebeu a visita de Higino Carneiro, o General 4x4, que sentando-se ao lado da cama esforça por ser afável…

Naquele poder de 4x4, o General Higino fala: O Jeffrey Davidow quer levar-te para a América mas, eu acho que isso não faz sentido nenhum. Estás na tua terra, és angolano, não há motivo para te ires embora, portanto, ficas aqui! Sob negociações, Abel foi libertado conjuntamente com Norberto de Castro, um antigo radialista afecto à UNITA…

morte0.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:45
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Sábado, 15 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 236

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3664 – 15.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

pinto3.jpg O bloqueio era mesmo um inferno! Balas rompiam vidros e metal enquanto a viatura chocava com cortinas de pneus empilhados e encastrados em troncos, vigas e vigotas de cimento, botijas de gaz descartadas e farpas de todo o tipo de material encontrados pelas milícias  nas últimas horas; todo o tipo de bugigangas que podessem ser utilizadas como obstáculo…

Abel, apenas sentia um gelo terrível nas pernas; rastejou até à porta da casa mais próxima que a custo, abriu a porta e entrou. Despiu a camisa e o colete à prova de balas rasgou a camisa, e com o tecido desta improvisou garrotes para controlar a hemorragia em ambas as pernas, abrigando-se em seguida debaixo de uma cama.

Morre kwacha, morre kwacha! Morre! Foi  o que atemorizado, ouviu vindo do lado de fora, com gritos, muitos gritos entrecortados por tiros, ora esporádicos ora de rajada. Na eternidade de um segundo, pela mente de Chivukuvuku passavam imagens da Missão do Dondi com seus mestres, o capitão Vinama Chendovava. Também recordou Kalakata, seu mestre fintador na arte de guerrilha.

tukya13.jpg Despertou com uma violenta explosão provocada por uma granada que estrondou na sala…  Ouviu então: Tragam gasolina - vamos queimar o gajo! Eu vou, chefe Zé Mulato, estou indo…  Foi neste então que que Abel Chivukuvuku gritou com toda a sua força, quase como um ultimo grito. João Mulato! Não queimem a casa! Sou o Abel Chivukuvuku.

Após um silêncio ouviu-se: Seu kwacha de merda, eu não sou João, sou Zé! Novo silêncio. Alguém sussurrou ao chefe ser mesmo  a voz desse tal Chivukuvuku, um grande da UNITA, e veio então a resposta: És mesmo tu, Abel Chivukuvuku?! Sim, foi a resposta, sou eu! Pois então, sai com as mãos no ar!  Não consigo, foi a resposta de Abel.

Fui atingida nas duas pernas! Sai, filho da puta, kwacha sundiameno… por fim, apoiando-se a uma das paredes, num gigantesco esforço, conseguindo ficar de pé a muito custo gritou: Zé Mulato já estou na sala de pé! Ele, Epalanga Chivukuvuku descendente em linha directa do grande rei Ekuikui II estava cercado por uma algazarra  de ébrios milicianos emepelistas de fitinhas coloridas, parecendo talibãs…

Ucrania01.png Estava a ficar longínquo o tempo, quase uma miragem de quando era um promissor jovem que fazia renascer a UNITA das cinzas – um “jovem intelectual”  saído daquela missão do Dondi no Andulo. Tinha então 19 anos e, dando novas perspectivas ao  Galo Negro… O Abel Chiukuvuku que na base “Quadrado”, esteve à frente dos Serviços de Inteligência, Informação e Contra-informação era agora, um farrapo de gente a ser levado para o Hospital Militar de Luanda.

E, foi Zé Mulato, comandante das milícias do Sambila (Sambizanga) a relembrar a seu modo, o que por ali se passou, naquela noite de 1 para 2 de Novembro de 1992: No Sambila estávamos todos armados; as entidades superiores do governo do MPLA, deram-nos  arma AK, DKM e muitas granadas e, também material  de comunicação. Inicialmente, erguemos barricadas para impedir que os homens da UNITA fugissem para Kikolo ou para a mata.

cinzas4.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:08
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Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 234

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA

- Crónica 3661 – 03.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

angola6.jpeg Pelos feitos e, para memória da história, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA descreve: Para o Mundo, Jonas Savimbi figurou como o exemplo de um revolucionário visionário cuja luta enfrentou as mais diversas contrariedades vindas de dentro e de fora do país.

Apesar disso, ao longo da sua vida apenas agiu de acordo com o que a sua consciência lhe indicava como ideal para o seu país. Jonas Malheiro Savimbi dizia: "A canção da Liberdade é a única que não destoa em todas as latitudes e longitudes do planeta Terra, que é o Habitat do género humano".

Com a sua luta os angolanos conquistaram o direito de serem homens livres e decidirem o seu próprio destino. Por isso, hoje, lutam para a implementação efectiva das Autarquias em Angola, como a alavanca para a defesa da Democracia Participativa e do Desenvolvimento sustentável.

ÁFRICA0.jpg Neste 3 de Agosto de 2025, dia em que celebramos 91 anos desde o nascimento do Presidente Fundador do nosso Partido, em nome de todos os angolanos que se identificam com o pensamento e o projecto de sociedade de Jonas Malheiro Savimbi, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA verga-se, perante a sua coragem.

Coragem física, moral e intelectual que fizeram dele, Dr. Jonas Malheiro Savimbi um ímpar líder de vanguarda e, se declara solenemente, a sua fidelidade de perseverar na luta em prol de uma Angola livre, una, verdadeiramente democrática e igual para todos seus Filhos.

Jonas Malheiro Savimbi é, pelo seu pensamento e acção, um inextinguível Inspirador para as presentes e futuras gerações, de patriotas Angolanos. Como podemos nós acrescentar à ciência o entendimento de simplicidades tão abrangentes; uma mão amiga! As pedras surdas e mudas que não podem testemunhar porque elas têm seu próprio destino, transformar-se em pó, e nós, em coisa nenhuma.

ÁFRICA3.jpg Para provar que o que tem de acontecer acontecerá, haverá sempre um milagre a alterar o curso do destino, assim o seja, pequeno ou grande! O que foi e, como foi que aconteceu é uma ideia que sempre nos acode e adianta ao acontecido.

África é imprevisível na soma de angústias, incêndios com sinais de pavor, traficâncias com segredos de podridão. Deus não se vai fiar em qualquer um, por muito boas que sejam a recomendações. Esta temeridade advém de coincidências da África, de guerras subterrâneas do poder, do branco e do preto, das coisas que dão zebra.

ÁFRICA11.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de facebook  de Alcides Sakala

(Continua...)

O Soba T´Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:30
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Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025
VIAGENS . 233

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA

- Crónica 3660 – 29.01.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

ARAUJO236.jpg E, continuando com a página de Alcides Sakala que comenta a data alusiva ao nascimento do Presidente fundador Dr. Jonas Malheiro Savimbi: «… O 3 de agosto é o dia em que, no ano de 1934, na localidade de Munhango, província do Bié, nasceu Jonas Malheiro Savimbi, Presidente Fundador da UNITA. Se estivesse em vida, Jonas Savimbi completaria no ano de 2025, 91 anos.

Naturalmente, em esta data, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA enaltecerá, com incomensurável gratidão, a nobre contribuição deste ilustre filho de Angola, nacionalista e patriota, que legou ao país e aos angolanos, um projecto de sociedade, denominado Projecto de Muangai, consentâneo com as aspirações mais nobres dos angolanos.

O Dr. Jonas Malheiro Savimbi foi impulsionador das mudanças políticas, sociais e económicas que marcam a história de Angola, desde a segunda metade do Século XX. Jonas Savimbi foi um homem destemido, carismático e dotado de uma invulgar capacidade de argumentação política, e de bagagem cultural que impressionava e marcava todos os seus interlocutores.

ARAUJO237.jpg Para a UNITA, o Presidente Fundador deixou um legado pleno de lições de patriotismo e entrega à causa de todos os angolanos, que permite à UNITA ter a durabilidade histórica, pois são cada vez mais os angolanos que se revêm, dia-a-dia, nos seus ideais. Para Angola, Jonas Savimbi escreveu na História do nosso país o exemplo de um homem cujos discursos sempre reflectiram a vivência dos seus compatriotas.

Seus discursos sempre despertaram consciências angolanas para a luta, sem deixar ninguém indiferente e, por isso, ainda hoje é lembrado das mais variadas formas. Na verdade o seu projecto é que contém as balizas da actual agenda política  nacional: A construção do Estado democrático de direito com primazia do sector privado como verdadeiro motor da vida económica.»…

É meu dever acrescentar ao dito por Sakala:- Um calvário de angústia com repúdio à aceitação de coexistência, conducente a um futuro incerto. Tudo porque duas gerações de angolanos foram educados na convicção de que o actual Estado de Angola é um usurpador ilegítimo do património da Nação. Savimbi, sempre teve uma visão de estadista com base em um interesse nacional.

araujo189.jpg Foi pela liberdade e dignidade do angolano que Jonas Savimbi lutou até as últimas consequências, vertendo o seu sangue no campo de honra! As eleições gerais angolanas que ocorreram nos dias 29 e 30 de Setembro de 1992 para eleger o Presidente da República e a Assembleia Nacional. Supostamente deveriam se democraticamente livres mas, os oito partidos de oposição, em particular da UNITA, rejeitaram os resultados por fraudulentos…

O que, se veio a verificar posteriormente segundo relatos de ocorrências, assim permanece na penumbra por impedimentos de fiscalização, destruição de urnas ou, por trâmites inconsequentes. Uma vez que nem o candidato do MPLA nem o candidato da UNITA obtiveram a maioria absoluta requerida nas eleições presidenciais, uma segunda volta seria necessária de acordo com a constituição mas, à medida que ambas as partes intensificaram a retórica da guerra, o MPLA ataca posições da UNITA em Luanda. Sim! Eu sei! São águas passadas que deixaram sangrentas borbulhas e, que de novo, voltando à tona, comprometem o futuro 

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Ilustrações de Costa Araújo

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de facebook  de Alcides Sakala

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 09:40
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Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025
VIAGENS . 231

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA

- Crónica 3657 – 15.01.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018

- “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

sakala3.jpg Estava escrito nesta frinchas aleatórias que a Jamba era o centro nevrálgico alfa no tráfico de marfim, diamantes e madeiras preciosas. Savimbi teve de recorrer a este património mas, o governo mwnagolé da Luua, despifarrou muito mais em proveito seu, dos filhos e de toda a nomenclatura.

Agora, mais kota, recordo que as interrogações entre mim e Mac Guiver faz-de-conta, sucumbiram em sorrisos, um indício de quem sabe, mas desconhece, perpetuando uma amizade de cavandelas... Mas, mantinha-me fiel à figura de Alcides Sakala, guerrilheiro impar e diplomata de fina estirpe que para não sucumbir de fome, teve de sobreviver durante longos meses comendo mel e casca de mandioca cozida.

Alcides Sakala Simões nasceu no Bailundo a 23 de Dezembro de 1953. É ainda um político angolano da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e membro da Assembleia Nacional de Angola. Em 22 de Agosto de 2024 escrevia em sua página: «O momento é de reflexão, concertação e diálogo, para os angolanos concretizarem a alternância que vai trazer a mudança. Uma mudança patriótica, democrática e inclusiva, nos marcos da Constituição e da lei.

sakala7.jpg O povo que representamos está mais pobre, mais miserável, passa fome, enfrenta penúria, desemprego, morre de fome e sobrevive da indigência, por isso, o Grupo Parlamentar da UNITA não pode estar satisfeito com o desempenho da Assembleia Nacional. As leis e resoluções aprovadas não tiveram impacto relevante na melhoria da qualidade de vida das pessoas, das famílias, dos trabalhadores e das empresas.

Não basta legislar; é necessário que as leis sejam justas e tenham impacto positivo na vida dos cidadãos. A fiscalização e o controlo exercidos pela Assembleia Nacional deveriam ter contribuído para a boa governação, transparência, responsabilização dos governantes, erradicação da fome e da pobreza e a construção de uma sociedade de justiça social e económica, de dignidade, prosperidade e felicidade das pessoas.

A corrupção aumentou, o favorecimento de empresas do regime aumentou por via da contratação simplificada e ajustes directos, o Estado de Direito retrocedeu, os principais referentes do Estado Democrático, como a liberdade de expressão, o tratamento igual dos partidos políticos, foram violados e desapareceram da prática de governação.

luua12.jpg Todas as semanas ocorrem denúncias e relatos de execuções sumárias, graves violações dos direitos, liberdades e garantias fundamentais, o país tem presos políticos por delito de consciência. Aumentou a intolerância politica, até os Deputados da Assembleia Nacional não foram poupados; a maioria dos angolanos está desesperado.

O Estado está falido e governado por uma Constituição que não é a da República de Angola. Nesta hora difícil para a grande maioria das famílias angolanas que passa fome e não tem esperança de viver o presente nem o futuro, o Grupo Parlamentar da UNITA, vem reiterar o seu comprometimento de servir as angolanas e os angolanos»

luua27.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de facebook  de Alcides Sakala

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:52
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Sábado, 11 de Janeiro de 2025
VIAGENS . 230

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA

- Crónica 3656 – 11.01.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

sakala2.jpg Andamos para trás ou para a frente de forma aleatória e por serem já coisas diluídas nos cacimbos e kiangalas, podemos ornamentar os factos com ausência de espanto; de só mesmo matando o tempo, de só falar! Gesticulando braveza de fingir, pulando ao redor dum herói de verdade, os luzidios e gordos generais do medo, fizeram a foto macabra para pendurar na parede escura do seu MPLA. Um herói não morre, nunca - só fica no rascunho.

Jonas Savimbi nunca se renderia, nem se ajoelharia, e se fosse capturado nunca deploraria que não o matassem. Não era homem dessa estirpe de covardes. Seria negar-se a si próprio, o que nunca faria. Seria negar o seu projecto de sociedade. Com a sua morte, perdemos uma batalha importante, mas não a guerra.

Recordamos a muita diplomacia lodosa, de quando Jonas Savimbi chamou «garoto» ao então ministro Durão Barroso do M´Puto, esse que esteve no comando da UE. Por seu turno, também recordamos quando João Soares, numa entrevista ao semanário Expresso, classificou os dirigentes angolanos como «um bando de cleptocratas»…

sakala3.jpg Talvez ele, João soares mantenha essa opinião, só que agora com mais fortes razões de o ser! E, das relações escondidas, que o Dr. Soares seu pai já defuntado, manteve confidenciais durante muito tempo, em virtude de «não querer que isso fosse do conhecimento da Internacional Socialista e, onde o movimento da UNITA não era reconhecido».

Pensando muito, aleatoriamente rumei de luzes escuras ao sonho dormido até chegar ao senhor dos anéis: algures num lugar esquecido e rodeado de mato. Alcides Sakala, bebia um chá de casca de mandioca com mel e mais folhas trazidas por um guerrilheiro muito hábil em encontrar esse mesmo mel silvestre; ambos resistíamos à perseguição dos inimigos, rio abaixo sem nunca pararmos por longo tempo. Era a guerra de Angola!

Definhados na sobrevivência, envolvidos de mistérios, e por imperfeitas sentenças de nossas virtudes, fazíamos façanhas aninhados num destino lendário, lugares esquecidos duma terra que no correr do tempo se desvanecia, se omitia em reconhecer alguns, como filhos; terra que se esquecia de nos lembrar, relegar ou, simplesmente desconhecer.

sakala6.jpg Foi no muxito escondido que relembramos a figura de  Mário Soares que de visita às Seychelles, em 1995, em conversa informal com os jornalistas, após o jantar, falou de Angola (que visitaria oficialmente no ano seguinte) e sobre os líderes em confronto, emitindo esta opinião: «José Eduardo dos Santos é um homem banal»

Edu, não provoca a ninguém um virar de pescoço quando entra num salão, enquanto que Jonas Savimbi tem uma presença esmagadora! É um verdadeiro líder africano!». Já todos morreram - Tarde piaste, digo de mim para nós mas, e aqui corroboro com ele! Disse assim mesmo ao nosso comum amigo Mac Guiver, que me olhou sem espanto! Ainda preservo esses persistentes sonhos…

sakala7.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do livro de Alides Sakala

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:52
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Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2024
VIAGENS . 227

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba

- Crónica 3652 - 27.12.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

pombinho5.jpg Recapitulando: Em 1990 foi a vez de Pedro “Tito Chingunji”, jovem e brilhante secretário dos negócios externos e antigo representante do movimento em Washington, ser “fuzilado” por se ter tornado demasiado próximo dos americanos. Chingunji foi um dos negociadores dos acordos de New York em fins de 1988, que levou à  retirada dos cubanos de Angola e realização das primeiras eleições.

A morte  de Tito, levou à deserção de figuras de peso da UNITA e, ao fim das relações entre a UNITA e os Estados Unidos. O jornalista britânico Fred Bridgland, autor da biografia “Savimbi - a chave para África”, fez amizade com Chingunji durante a cobertura  das operações do movimento e, já com ele a viver em Washington, colaboraram  na preparação de um livro sobre o movimento.

Um dia, em um encontro em  Washington, Chingunji informou Bridgland de que a sua mãe, pai, três irmãos e uma  irmã, tinham sido executados por Savimbi e que a sua mulher e os filhos, dois bebés gémeos de um ano, estavam presos. Por isso,  tencionava deslocar-se à Jamba  para esclarecer a situação junto de Savimbi.

pombinho10.jpg Chingunji viajou para a Jamba, mas não regressou a Washington. Foi preso, acusado de ligações à CIA e ao MPLA  e ter tido um romance com uma das muitas mulheres e concubinas do Savimbi,  que, refira-se, era poligâmico, aliás como a maioria dos africanos. Tentando salvar o amigo, Bridgland voou para a Jamba em 21 de Dezembro de 1988, um  dia antes da assinatura do acordo de New York, foi ouvido por Savimbi e os 13  membros do seu politburo à sombra de uma frondosa árvore, não conseguindo salvar Chingunji e toda a sua família.

O jornalista denunciou Savimbi e o secretário de Estado James A. Baker exigiu explicações. O líder da UNITA respondeu numa carta de seis páginas em que acusava Tito Chingunji de estar envolvido com a CIA num plano para o derrubar e atribuiu as mortes a dois membros da UNITA que tinham desertado dois meses antes formando um novo movimento separatista na região de Cabinda.

Um sobrinho de Tito, Dinho Chingunji, nesse então ministro do Turismo de Angola, vivia ao tempo em Washington e disse que “éra uma mentira ultrajante”. Na peça “The Black Cockerel”, Savimbi entra em litígio com Tito Chingunji por divergências ideológicas, mas antigos membros da UNITA acusam Savimbi de ter passado a odiar o jovem Chingunji quando soube que este tivera um romance com uma das esposas em Paris, Ana Paulino Savimbi.

pombinho12.jpg Ana era uma jovem elegante e linda que Savimbi converteu em primeira dama e passou a acompanhá-lo nas viagens pela América e pela Europa. Desta relação, Savimbi teve cinco filhos que vivem todos em França. Através de uma bolsa patrocinada pelos serviços secretos franceses, Ana foi tirar um curso de secretariado em Paris, onde conheceu Tito.

Entretanto, Savimbi, que ficara na Jamba, já trazia debaixo de olho duas irmãs sobrinhas de Ana: Raquel Matos de seu verdadeiro nome, que, quando da ida da tia para França, se tornou companheira de Savimbi, mais tarde foi estudar para Londres, casou com Tito Chingunji e acabou por morrer com ele; e Navimibi Matos, da qual Savimbi teve uma filha. Navimibi Matos morreu queimada viva, em 1981, num dia que Savimbi disse que ficaria na história da Unita como o “Setembro Vermelho”.

Referência: The Portuguese Times (NET)

pombinho14.jpg

Ilustrações de Pombinho da EIL

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do jornal  Expresso e página do SAPO

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:06
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Domingo, 22 de Dezembro de 2024
VIAGENS . 226

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba

- Crónica 3651 - 22.12.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - Missão Xirikwata

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

JACA0.jpg A acção da peça decorre entre 1985 e 1992 e os personagens são Savimbi e Tito Chingunji, secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA entre 1980 e 1990 e representante do movimento em Washington e o americano Jack Abramoff, lobista ligado ao Partido Republicano e que conseguiu que Savimbi fosse recebido com passadeira vermelha na Casa Branca.

Em 2010 voltou a falar-se num filme sobre a vida do líder da União Nacional para a Independência de Angola (UNITA). Com o título de Galo Negro em inglês (“The Black Cockerel”), existe uma peça teatral sobre Savimbi, da autoria do nigeriano Ademola Bello, o primeiro africano a obter um mestrado em arte dramática pela Universidade de New York.

“The Black Cockerel” estreou em junho de 2008 numa encenação da companhia do Out North Theatre de Anchorage, Alaska, onde o autor reside; esteve longe de ser um sucesso, mas teve pelo menos o mérito de atrair o interesse de Hollywood para a vida de um dos maiores líderes africanos. A acção da peça decorre entre 1985 e 1992 e os personagens são Savimbi e Tito Chingunji…

salalé1.jpg Tito que é  secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA entre 1980 e 1990 e representante do movimento em Washington relaciona-se com o americano Jack Abramoff, lobista ligado ao Partido Republicano e que conseguiu que Savimbi fosse recebido com passadeira vermelha na Casa Branca. Em “The Black Cockerel”, Savimbi é um anticomunista em confronto ideológico com Chingunji e Abramoff…

Abramoff, encontra-se em Angola para que ele interceda junto do governo da África do Sul para autorizar a rodagem do “Red Scorpion”. O episódio do filme não é ficção; existe mesmo o filme, com argumento de Jack Abramoff, produzido pelo irmão, Robert, com um orçamento de 16 milhões de dólares, realizado por Joseph Zito e com o brasileiro José Fernandes como diretor de fotografia.

Estreou em 1989 e foi um dos últimos filmes da Guerra Fria que Hollywood também travou, propondo-se a ser, em relação a Angola, o que os filmes de Chuck Norris foram para o Vietname do Norte.O protagonista é o sueco Dolph Lundgreen, num agente da KGB enviado a África para abater um líder rebelde que combate um regime comunista apoiado pelos cubanos e, por influência de um jornalista americano, adere no fim aos guerrilheiros libertadores.

topo04.jpgInicialmente, “Red Scorpion” esteve para ser feito na Suazilândia, que negou autorização devido à coligação Artists e Athletes Against Apartheid por violar o boicote da África do Sul que pressionava o fim da segregação racial e a libertação de Nelson Mandela, mas o governo sul-africano borrifou-se nos protestos e autorizou a rodagem na Namíbia. Em 1994, os irmãos Abramoff rodaram um “Red Scorpion 2” nas Filipinas e com outros intérpretes, mas nesta altura Frank Abramoff não está disponível para o filme sobre Savimbi…

O famoso “lobisomem” envolveu-se num escândalo de corrupção de vários congressistas, foi condenado por fraude e só sai da prisão em 1 de Dezembro próximo. Um dos projetos mais importantes de Jack Abramoff, através da sua Freedom Research Foundation, foi a Internacional Democrática, encontro de chefes de movimentos anticomunistas da Nicarágua (Contras), Afeganistão e Laos realizado em 1985 na Jamba e patrocinado por Lewis Lehman, ininciador dos Contras e Jack Wheeler, propagandista da Nova Doutrina de Ronald Reagan.

Referência: The Portuguese Times (NET)

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do jornal  Expresso e página do SAPO

(Continua…)

O Soba T'Chingange



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Domingo, 21 de Julho de 2024
VIAGENS .187

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA*BATALHA DE CUITO - CUANAVALE

RETIRADA CUBANA - Crónica 3599 – 21.07.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto

cuelei3.jpg A Batalha de Cuíto Cuanavale foi assim,  o maior confronto militar da Guerra Civil Angolana, ocorrido entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988. O local da batalha foi na região do Cuíto Cuanavale, província de Cuando-Cubango, onde se confrontaram os exércitos de Angola (FAPLA) e Cuba (FAR) contra a UNITA  (União Nacional para a Independência Total de Angola) e o exército sul-africano.

Foi a batalha mais prolongada que teve lugar no continente africano desde a Segunda Guerra Mundial. É considerada também a segunda maior batalha de terreno do século XX, superada apenas pela batalha de Kursk. Ambos os lados do conflito reivindicaram vitória, e até hoje as narrativas e memórias sobre a batalha são objecto de debate.

Não obstante, o evento tornou-se o ponto de viragem decisivo na guerra que se arrastava há longos anos, incentivando um acordo entre Sul Africanos e Cubanos para a retirada de tropas e a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à implementação da resolução 435/78 do Conselho de Segurança da ONU.

cuelei6.jpg É a resolução 435/78 que conduz à independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial, que vigorava na África do Sul. Em 23 de Março de 1988, trava-se a batalha decisiva. O Alto Comando das tropas sul-africanas decidiu passar à ofensiva. As forças conjuntas SADF/UNITA, após intenso fogo de barragem, lançaram-se numa derradeira ofensiva contra as posições angolano-cubanas.

Aquele ataque, foi rechaçado ao fim de 8 horas de combates, com as forças revolucionárias a desencadearam uma contra-ofensiva, obrigando-os a recuarem… Em Dezembro de 1988 o MPLA e a UNITA, assinam o Acordo Tripartido na cidade de Nova Iorque, acordando com a retirada das forças estrangeiras do conflito angolano. Na mesa das negociações, o regime da África do Sul vê-se obrigada a aceitar os acordos aqui supra citados (Afirmações generalizadas, afirmam que  é quem perde que cede...)

Desfecho Final: -O impasse militar de Cuíto-Cuanavale foi reclamado por ambos lados como uma vitória. O lado angolano afirmou que, em situação inferior, impediram a invasão do território angolano, pelas forças da África do Sul. Porém na África do Sul, os partidários da guerra proclamavam como triunfo o facto de o exército deles menos equipado mas melhor treinado, ter impedido o avanço do comunismo.

cuito9.jpg Em Janeiro de 1989 os cubanos iniciam a sua retirada de Angola, pelo que o representante Episcopal, Cardeal D. Alexandre do Nascimento difunde a mensagem de “Reconciliação e Paz”. A 22 de Junho de 1989, Eduardo dos Santos e Savimbi encontram-se em Gbadolite, no Zaire, sobe mediação de Mobutu. No plano negocial apresentado por Luanda, o “caso especial Dr. Savimbi” é o ponto 5 da agenda que exige a retirada temporária do líder da UNITA da cena politica angolana.

Inicialmente, Jonas Savimbi concorda em afastar-se. Chega a estabelecer-se um cessar-fogo, mas a euforia nas frentes de batalha de um e outro lado, foi breve. As armas voltam a crepitar, quando Savimbi dá o dito por não dito anunciando que não se retirará de Angola. O MPLA utilizando 20.000 homens e 400 tanques lança a “Operação Último Assalto” para recuperar Mavinga. O objectivo não é conseguido pelos governamentais pois que não conseguem o pretendido - atingir a Jamba.

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Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e  RTP - Notícias e Wikipédia…

(Continua…)

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PUBLICADO POR kimbolagoa às 09:26
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Terça-feira, 9 de Julho de 2024
VIAGENS .182

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* . V e VI CONGRESSOS DA UNITA

- Crónica 3593 – 09.07.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto

araujo67.jpg

5. V CONGRESSO

Ocorreu entre 26 à 31 Julho de 1982, em Mavinga - Província do Cuando Cubango sob a cobertura radiofónica da então Voz da Resistência do Galo Negro (VORGAN). Procedendo-se ao balanço da implementação das decisões saídas do IV Congresso. Também se fez a revisão dos Estatutos, adaptando-os as circunstâncias de então. A implementação das resoluções saídas do IV Congresso que projectaram a UNITA para a posição chave na solução do conflito na África Austral.

  1. I CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO

Teve lugar na Jamba, então bastião da Resistência Angolana ao expansionismo Soviético – Cubano na Província do Cuando Cubango, de 1 a 9 de Novembro de 1984. Fez o balanço das vitórias alcançadas sobre as ofensivas militares lançadas pela coligação de forças do MPLA, russas e cubanas contra as áreas administradas pela UNITA.

AUJO240.jpg

7. VI CONGRESSO

Denominado o maior Congresso de todos os tempos, o VI Congresso teve lugar em finais de 1986, na Jamba – Cuando Cubango, sob o signo de “Ofensiva para a Paz”. A força interna e externa foi analisada. Foi inspirada a plataforma da Paz e Reconciliação Nacional em Angola que, entre vários pontos, contemplou a negociação directa entre a UNITA  e o Governo Angolano.

  1. II CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO

Teve lugar na Jamba – Cuando Cubango de 26 à 28 de Setembro de 1989. As formas de alcançar a paz constituíam o tema central do II Congresso Extraordinário. Um plano de paz de cinco pontos foi adoptado na ocasião:

  • Cessar fogo;
  • Formação de um governo de transição;
  • Formação de um governo de unidade e reconciliação nacional;
  • Revisão constitucional;
  • Eleições livres e justas.

À margem dos congressos abre-se aqui um parêntesis para sintetizar o que decorre neste meio tempo até se chegar a Bicesse. Depois de uma visita de Savimbi a Ronald Reagan nos EUA, a UNITA estabelece-se no Norte, na base de Quimbele, Distrito do Uíge. Em Janeiro de  1989, os cubanos iniciam a sua retirada de Angola. O Cardeal Alexander do Nascimento, difunde a mensagem “Reconciliação  Paz”, a qual salienta que o “sentir mais comum e profundo do povo angolano  é o anseio de reconciliação e paz”  

Araujo002.jpg A 22 de Junho do ano de 1989, Eduardo dos Santos e Savimbi encontram-se  Gbadolite no Zaire, sob mediação de Mobutu. No plano negocial apresentado por Luanda, o “caso especial Dr. Savimbi” é o ponto 5 da agenda que exige a retirada temporária do líder da UNITA da cena política angolana. Inicialmente, Jonas Savimbi concorda em se afastar. Chega a estabelecer-se um cessar fogo, mas a euforia nas frentes de batalha de um e outro lado, foi breve.

As armas voltaram a crepitar, quando Savimbi dá o dito por não dito, anunciando que não se retirará de Angola. O MPLA numa operação designada de “Ultimo Assalto”, reocupa Mavinga utilizando um grande número de homens e tanques ( 20 mil militares e 400 tanques). O objectivo, não conseguido pelos governamentais de Luanda, era atingir a Jamba. A UNITA contra ataca desencadeando focos de luta por quase todo o país, obrigando as FAPLA a dispersarem abandonando Mavinga.

araujo49.jpg Poucos dias depois e, pela primeira vez  na história da guerra civil, aviões da FAPA – Força Aérea Popular de Angola, bombardeiam a Jamba. Em retaliação a UNITA corta a água e a luz a Luanda, via sabotagens por destruição de potes de alta tensão de Cambambe  e conduta de água central de Kifangondo. Nesta fase, ambos s beligerantes compreendem que a vitória militar de um deles, é impossível em um tão extenso território - Angola. Iria assim, começar as negociações - placa giratória que conduziu à assinatura dos Acordos de Bicesse, pela mediação do Governo português tendo Cavaco e Silva e Durão Barroso como principais interlocutores …

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Ilustrações de Costa Araújo - o Maianguista da Luua

Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e de anotações de Isaías Dembo.

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:47
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Sexta-feira, 21 de Junho de 2024
VIAGENS. 177

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* A HISTÓRIA DA JAMBA

- Crónica 3588 – 21.06.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

luua27.jpg Organização Administrativa e territorial da Jamba: BI (Batalhão de Instrução militar) - começou por ser o local aonde eram treinados militares para os primeiros batalhões; lugar aonde se faziam as principais demonstrações públicas internas e, ou viradas para o diálogo com o mundo. Passou mais tarde a ser habitado por famílias ligadas à instrução, preparação e ensino de tropas (parecido ao actual Cabo Ledo)…

Centro Integral de Formação da Juventude – CENFIN: Lugar onde eram recebidos, formados e educados jovens/adolescentes órfãos ou que não tivessem familiares directos na região da Jamba - Era dirigido pelo ex-deputado, ex-Secretário-geral da JURA Piedoso Tchipindu Bonga; - Foi dos melhores sítios onde foram formados ilustres cidadãos que hoje são políticos, oficiais das FAA e professores… O destaque vai para o Mestre e Professor Álvaro Tchikuamanga, David Tchipassu (Professor Universitário), Nataniel N´Dondo (Engenheiro em empresas de Petróleo e ex-bolseiro na Costa do Marfim).

unitao1.jpeg VORGAN - Era neste local onde eram emitidos em ondas curtas a voz da resistência do galo negro (com equipamentos sofisticados para época e concorrente da RNA); - Toda a acção de comunicação e propaganda era feita na VORGAN com destaque na rádio, boletins informativos, agência Kwacha UNITA Press (KUP) que era a concorrente da Angop

Muitos destes profissionais estão hoje a trabalhar em Angola e na diáspora. Destaque para Clarice Kaputu, Deolindo Kaputu, Inês Cardoso (TPA), N´Guida Paulo (RNA), Manuela Kazoto (Despertar), Bela Malaquias (Ex-Administradora da RNA), Raul Danda (RNA, actor e Deputado), Emanuel Kapanda (ex-locutor infantil e agora na Assembleia Nacional);

Esquadra de Polícia - Como qualquer estado, a esquadra de polícia servia para ajudar e disciplinar eventuais condutas fora da lei; havia o código penal e regras claras para todos. Dirigiram a polícia pública destacáveis profissionais como o Comissário Madaleno Tadeu, os falecidos Evaristo Ramon Tchitumba  e o Comissário Isaías Tchingufu  (co-fundador em 1975 do primeiro corpo de Polícia de Angola Independente e, que chegou a ser nos anos 90, Director Nacional de Ordem Pública da Polícia Nacional de Angola).

swakop10.jpg Hospital Central da jamba - Já falou dele; também o OFICENGUE que eram as oficinas Centrais que ajudavam a reparar material de guerra e outros artefactos; Alfaiataria Central - Dirigidas pelo mítico Trinitá que tinha a obrigação de confeccionar vestuário e fardamento para TODOS; Aeroporto Internacional Comandante Kazombuela que cumpria com os objectivos dum aeroporto permitindo a entrada e saída de bens e pessoas para o diálogo com o mundo.

Quartel General – QG: Era a estrutura administrativa principal onde funcionava o Governo, o Liceu Nacional da Jamba, as TRMS (comunicações militares), os Serviços de informação militar e civil, O Estado Maior General das FALA, a UIREAL, o SINTRAL, o Secretariado Geral do Movimento/Partido e suas organizações de Massa LIMA e JURA…

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e relatórios da Jamba - Agência Kwacha UNITA Press (KUP)

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 05:24
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Sábado, 8 de Junho de 2024
VIAGENS. 174

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* A HISTÓRIA DA JAMBA

- Crónica 3585 – 08.06.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

helder12.jpg A história da Jamba tem como seu fundador o Dr. JONAS MALHEIRO SAVIMBI no ano de 1979. É esta a génese da independência dos Ovimbundo em seu  ramo político. Jonas Savimbi, o Presidente do Movimento de União Nacional para a Independência Total  de Angola – UNITA, decidiu que era fundamental a Direcção do Movimento ficar SEMPRE em território Angolano (só a partir da Grande Marcha e, após a fuga  do território angolano, esteve na região do Delta do Okavango na Namíbia).

Para a construção da Jamba contribuíram angolanos que levaram experiência por via da Administração Colonial Portuguesa - Noções de Administração e planeamento do território. De destacar  os angolanos autóctones e muitas figuras míticas como por exemplo o falecido Capitão N´djeke (da etnia Kamussekele). Realça-se o Capitão N´djeke e, sua etnia porque ,mesmo sendo minoria, trazia com ele um conhecimento ancestral e lições de como tornar possível o respeito pelo ambiente, seus equilíbrios e usos dos donos da terra, temas obrigatórios que hoje, o  são prática comum nos meios urbanos e, em países ditos avançados.

guerra40.jpg Por seu valor histórico, político e económico a JAMBA, deverá ser transformada em um Município, ser uma das Capitais do Turismo, MUSEU do MUNDO. Isto porque, será a partir deste lugar que se possibilitará ver em estado selvagem a melhor e maior reserva de elefantes do planeta. Mas, entre outros animais destacam-se  zebras, cangurus africanos, palancas, chimpanzés ou macacos

Neste ambiente natural, existem  variadíssimas espécies da flora, algumas ainda nem catalogadas; é o lugar por excelência de África, ainda virgem para entusiasmar pesquisadores, botânicos e cientistas em geral. Estes recursos naturais terão de ser o verdadeiro suporte promovendo o bem estar para TODOS e, no mais curto espaço de tempo.

guerra6.jpg Por ora (naquele então), haveria que resistir e sobretudo “contar essencialmente com as nossas próprias forças” transformando “todos os braços e cabeças” em prol da comunidade, mantendo a resiliência possível perante tanta adversidade estimulada e incentivada pelos notáveis resistentes, inventando, muito para além do imaginário.

E, assim tornando possível a vivência a partir do plausível, teremos de rever os heróis que todos foram, cada qual do seu modo singelo ou capaz de entre  os mais hábeis, os melhor apetrechados de saber, a dirigirem seu povo civilmente ou militarmente.  Assim conhecerão de foram exaustiva nomes  que fizeram saber querer.  Angolanos como Jonas, Rússia, Tchiyuka, Tchiwale, Jaka Jamba, N´zau Puna, Samakuva…

guerra19.jpg E,Tchilingutila, T´Chipilika, T´Chitunda, Valentim, Hamukuaya, Tchata, Danda, Antoninio, Liberty, Ekuikui, N´gamba, Kanutula, Camundongo, Tembi-Tembi, Katchiungo, Sakala, Pena, N´dachala, Numa, Kandambu, Assobio da Bala, Tchingundji, Kahombo, Makanga, Morgado, Puna, Tony Fernandes, Hamukuaya, N´delitumbula ou Chivukuvuku…

A lista é grande e, alguns ficarão no rol de esquecidos, somente  por omissão. Temos assim, Kavulandungue, Calakata, Vituzi, Kalunga, Tarzan, Vakulukuta, Vahikeny, Tchindandi, Prata, Kalhas, Sanguende, Cinco Reis, Epalanga, Kalinoni , Cachiungu e, tantos ilustres. Por ultimo o actual Presidente da UNITA, Adalberto da Costa Junior. Angolanos e outros anónimos que acreditando nos seus ideais e resistindo a tudo dentro ou na diáspora, colocaram no mapa do mundo a futura capital do turismo mundial: JAMBA.

Acácia rubra1.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange.

(Continua…)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:25
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Temos um Hino, uma Bandeira, uma moeda, temos constituição, temos nobres e plebeus, um soba, um cipaio-mor, um kimbanda e um comendador. Somos uma Instituição independente. As nossas fronteiras são a Globália. Procuramos alcançar as terras do nunca um conjunto de pessoas pertencentes a um reino de fantasia procurando corrrigir realidades do mundo que os rodeia. Neste reino de Manikongo há uma torre. È nesta torre do Zombo que arquivamos os sonhos e aspirações. Neste reino todos são distintos e distinguidos. Todos dão vivas á vida como verdadeiros escuteiros pois, todos se escutam. Se N´Zambi quiser vamos viver 333 anos. O Soba T'chingange
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