TEMPOS QUENTES – 17.02.2019
MALAWI – NIASSA . No vale do Rift - O esquecimento existe mas, nós não somos só silêncios – Cada qual tem o seu Rift... 3º De várias partes
Por
T´Chingange - No Nordeste brasileiro
O Grande Vale do Rift, também conhecido como Vale da Grande Fenda, é um complexo de falhas tectónicas criado há cerca de 35 milhões de anos com a separação das placas tectónicas africana e arábica. Esta estrutura estende-se no sentido norte-sul por cerca de 5000 km, desde o norte da Síria até ao centro de Moçambique, com uma largura que varia entre 30 e 100 km e, em profundidade de algumas centenas a milhares de metros.
Este tema despertou-me curiosidade porque por ali passei recentemente descendo da Tanzânia. No 23º dia da “Odisseia potholes – haja paciência” pernoitei em Karonga a pensar neste hífen da viagem periclitante, coisa pouca a comparar com a fractura do RIFT da África. Pernoitando também em M´Zuzu no dia 14 de Outubro de 2018, pude alheando-me do cicerone chato como a potassa e, apreciar todo o lago Niassa ou Malawi em toda a sua costa ignorando-o.
Este Grande Vale do Rift, tem a característica de ser considerada como uma das maravilhas geológicas do mundo, um lugar onde as forças tectónicas da Terra estão actualmente tentando criar novas placas ao separar as antigas. Mas, como é que essas fendas se formaram? Uma revista de publicação local, diz-me que o mecanismo exacto da formação correta, é um debate contínuo entre os cientistas.
No modelo popular para o EARS - East African Rifts, assume que o fluxo de calor elevado do manto está causando um par de "protuberâncias" térmicas no centro do Quénia e na região Afar do centro-norte da Etiópia. De anotar aqui que a história da Etiópia está documentada como uma das mais antigas do mundo. Recorde-se Lucy, esse achado arqueológico importante que desvenda nossa natureza humana, descoberta no Vale de Awash nessa mesma região - Afar da Etiópia.
À medida que a extensão continua, a ruptura litosférica ocorrerá dentro de 10 milhões de anos, a placa somali se romperá e uma nova bacia oceânica se formará. Aquelas protuberâncias podem ser facilmente vistas como planaltos elevados em qualquer mapa topográfico da área ou visualmente como o é este presente caso. À medida que essas protuberâncias se formam, o trecho e fractura da crosta exterior quebradiça, origina uma série de falhas normais, formando a estrutura clássica de vales e fendas.
O pensamento geológico mais actual sustenta que as protuberâncias são iniciadas por uma “superpluma”, uma seção gigante do manto da Terra que leva o calor de perto do núcleo até à crosta e fazendo com que ele se expanda e se fracture. Este riff é indicativo de mudanças, acontecendo nas placas que transportam o continente, uma vez que é formado onde a crosta do coração, ou camada mais externa, se está espalhando ou se separando.
Só recentemente os cientistas começaram a descobrir precisamente o porquê de esses dois grandes blocos de terra se estarem a separar. Paralelamente a estes estudos de alterações tectónicas da terra, o homem redescobrindo-se, leva a que no ano de 2002, com técnicas sofisticadas e fidedignas, confirmarem a deslocação de gente vinda de África Central e do Sul, acerca de 7 milhões de anos e que, atravessaram pelo sul do Mediterrâneo, a seguir a Ásia e através do estreito de Bering desceram desde o actual Alasca à América Central, chegando consequentemente ao Brasil que hoje se conhece e, aonde me encontro.
Na década de 1997, encontraram um crânio feminino com cerca de 11.500 anos; referiram este achado com o nome de Luzia (Lucy), uma mulher dos seus vinte anos, olhos grandes e nariz achatado do tipo negróide. O terem chamado de Luzia a estas ossadas, é uma evidente referência ao fóssil de mais de três milhões de anos encontrados na Tanzânia em 1974, de características muito próximas àquele achado arqueológico da Lucy.
Recentemente, novos vestígios foram encontrados na serra de Capivara no Piauí, Nordeste Brasileiro. Foi sem dúvida o início da caça ao tesouro a comparar com as novas modas de Indiana Jonas. Machados e artefactos indicam que eles, os pré-históricos manos e primos de Luzia, viviam na idade da Pedra Polida entre 12 mil e 4 mil anos Antes de Cristo.
Nesta interpretação com busca do mundo, da globalidade e, de tratar o globo como se uma ervilha fosse, sabe-se que o dinamarquês Peter Lund, descobriu em meados do século XIX e, no Brasil, 12 mil fósseis, um cemitério de 30 esqueletos humanos ao lado de mamíferos de grande porte do tipo gliptodonts, uns tatus com cerca de um metro de altura. A estes achados, foi designado o período da pré-história Brasileira, em realidade, o continente da América do Sul.
Antes da escrita, há outras histórias que explicam as origens do ser humano. É a história, antes da história. Os arqueólogos, descodificando novos achados, analisam com testes de carbono e outras supostas verdades. Foi assim que olhando pinturas rupestres em Boqueirão da Pedra Furada na região de Lagoa Santa, Minas Gerais, com a exploração de mais de 200 grutas, decifraram os vestígios dum anterior passado, antes dos Egípcios que também se acredita terem aqui chegado e, mais recentemente os Tugas (portugueses) com todas aquelas escondidas diplomacias de Papas e poder Régio da idade média definindo fronteiras ao tratado de Tordesilhas criaram uma nova raça: “O Brasileiro”…
Mas, os Angolanos que nunca querem ficar atrás nestas descobertas, numa conversa de cacaracá, o Boniboni da Catumbela em Angola, um ilustre amigo meu, um vizinho ocasional do M´Puto, disse sobre isto com um linguajar simples e pícaro, o seguinte: - Mazé, esse tal de “Peter não sei das quantas”, tem que vir aqui nas barrocas da Luua destabilizar os defuntados ossos dos mais que passados primos da Luzia porque aqui, tem por demais, montes de ossadas pré-históricas meu... (é um comentário pouco sério! Não façam caso!). Nós, os TUGAS, somos, em verdade, ainda, um enigma indecifrado. Só sei que os Angolanos nunca provarão que os Tugas, nunca por ali passaram, que nada por ali, fizeram - por mais que tentem!...
(Continua…)
O Soba T´Chingange
TEMPOS DORMIDOS : 29.07.2017 - No estágio imaturo do raciocínio considerando que o Universo tenha tido um início, teremos de supor que houve um criador. E, tudo começou com os Estromatólitos …
Por
T´Chingange
Neste dia visitei Sudwala Caves a escassos quilómetros de Nelspruit de Mpumalanga na África do Sul e, pude apreciar no tecto da mesma, um conjunto de pedras que como lapas estavam pegadas ao tecto de uma das várias salas, já bem no fim da galeria principal. Ali, a água escorria pela rocha formando uma estalactite esbranquiçada com a forma de madona. Os ancestrais moradores daquela gruta transmitiram a crença aos vindouros de que quem a bebesse viveria ao dobro. Molhei a mão e notei que saia bem fria.
Foi dito que aquelas rochas eram compostas de magnésio, cálcio e manganésio entre outros em menor percentagem. As cavernas de Sudwala são formadas de rochas da dolomite pré-câmbrica, estabelecida há cerca de 3800 milhões de anos, quando a África ainda era parte de Gondwana. As próprias cavernas formaram-se acerca de 240 milhões. Há várias estruturas de espeleologia na caverna, conhecidas por nomes como o "Lowveld Rocket", "Samson's Pillar" e o "Screaming Monster".
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Também existem fósseis microbianos de uma cianobactéria conhecida como colenia da rocha; estes se formaram há 2000 milhões de anos, os chamados Estromatólitos. As cavernas foram usadas para abrigo em tempos pré-históricos, provavelmente e, devido em parte a um suprimento constante de ar fresco.
Estromatólito é em verdade uma rocha fóssil formada por actividades de microrganismos em ambientes aquáticos que, normalmente se acumulam no fundo de mares rasos, formando uma espécie de recife. Aqui encontram-se situadas no tecto. Porém, a definição exacta de estromatólito ainda é discutida podendo, por exemplo, excluir estruturas como oncólitos e trombólitos da lista dos estromatólitos.
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Por serem fósseis tão antigos, pensa-se que sejam testemunha dos primeiros organismos a realizar a fotossíntese oxigênica, responsáveis pelo gás oxigénio que surgiu no planeta há cerca de 3,5 bilhões de anos. Compõem-se também de carbonatos calcita e dolomita. São formados a partir de uma sucessão de estágios, partindo de esteira microbiana, estromatólito estratiforme, para finalmente se consolidarem em uma rocha.
Os paleontólogos sugerem uma classificação quanto à morfologia, já que esses fósseis são colónias de microorganismos e não "fósseis individuais", propondo classificação em categorias que não seguem a nomenclatura biológica. Mas, há outros especialistas que apenas referem as microestruturas, isto é, só levam em consideração o género e a espécie de seus microorganismos.
Estromatólitos encontrados na Groenlândia, num depósito de rochas sedimentares abaixo da camada de gelo, foram datados como de 3,7 Ga atrás, constituindo a mais antiga evidência actualmente. O mais curioso é saber-se que esta descoberta apoia a busca por existência de vida pretérita em Marte, pois nesta época Marte contava com água líquida em sua superfície e estava em condições similares às da Terra, sob um sol 30% menos brilhante que hoje.
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Além disso, suas estruturas fornecem dados astronómicos e geofísicos quanto ao ambiente do passado. São por assim dizer uma sopa de células - A origem da Vida. Um filamento microbiano que engloba um vasto intervalo de fenómenos: desde a emergência das linhagens principais até extinções em massa ou a evolução de bactérias resistentes a antibióticos hoje, em hospitais.
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Entretanto, dentro do campo da biologia evolutiva, a origem da vida é de especial interesse porque remete à questão fundamental de onde nós (e todos os seres vivos) viemos? Muitas linhas de evidência ajudam a fornecer pistas a respeito da origem da vida: fósseis remotos, datação radiométrica, a filogenia e a química dos organismos modernos. Contudo, como novas evidências estão sendo descobertas constantemente, hipóteses sobre como a vida se originou, que podem mudar ou ser modificadas.
Quando se originou a vida? É importante lembrar que mudanças nessas hipóteses são parte normal do processo da ciência e que elas não representam uma mudança na base da teoria evolutiva. Evidências sugerem que a vida surgiu pela primeira vez por volta 3,5 bilhões de anos atrás. As evidências são formadas por microfósseis (fósseis que são muito pequenos para serem vistos sem a ajuda do microscópio) e estruturas rochosas antigas como estes estromatólitos encontradas no Sudwana da África e Austrália.
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Para melhor assimilarmos os Estromatólitos dir-se-á que são produzidos por micróbios (maioria cianobactérias fotossintetizantes) que formam filmes microbianos que aprisionam lama; com o tempo, camadas desses micróbios e de lama podem formar esta estrutura rochosa estratificada – o estromatólito.
Cientistas estão explorando vários possíveis locais para a origem da vida, incluindo poças de maré e fontes térmicas. Entretanto, recentemente alguns cientistas levantaram a hipótese de que a vida se originou perto de uma fonte hidrotérmica no fundo do mar. As substâncias químicas encontradas nesses respiradouros e a energia que eles fornecem poderiam ter abastecido muitas das reacções químicas necessárias para a evolução da vida.
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Posteriormente, usando as sequências de ADN de organismos modernos, biólogos conseguiram rastrear experimentalmente o mais recente ancestral comum de toda forma de vida, um microorganismo aquático que viveu em temperaturas extremamente quentes. Apesar de várias linhas de evidências serem consistentes com a hipótese de que a vida começou perto de hidrotermais no fundo do mar.
Esta hipótese está longe de ser tida como certa e consensual: a investigação continua e pode eventualmente apontar para diferentes lugares para a origem da vida. Foi muito interessante saber destes avanços, não obstante estar consciente de que irão fazer colisão com teorias, dogmas, conceitos e paradigmas que nos foram legados por vários veículos de instrução…Não virá mal ao mundo saber-se deste conhecimento e, nem Nosso Senhor terá de ficar zangado por tal ousadia.
Ilustraçõs de Assunão Roxo e Costa Araújo Araujo
O Soba T´Chingange
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