NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM MARCIAL DACHALA
- Crónica 3680 – 26.06.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Em termos genéricos e segundo os Cadernos de Estudos Africanos, podemos afirmar que em África e, particularmente em Angola, as dificuldades da oposição em chegar ao poder são, por um lado, devido aos constrangimentos e obstáculos criados pelos partidos no poder e, por outro lado, resultantes de incapacidades próprias.
Em Angola, no que se refere aos constrangimentos criados pelos partidos no poder, são de vária ordem, tendo na base, um forte fundamento securitário dos regimes que os suportam. Desde a independência aos nossos dias, pouco mudou na forma como o poder foi estruturado e, tudo indica continuar mete estado de letargia. Quando um Estado organiza eleições, mobiliza lealdades e neutraliza a oposição por via da instrumentalização do medo. Quando assim o não é, há certamente corrupção
Ao entrar para a Presidência, em 2017, João Lourenço adoptou uma estratégia híbrida. O Presidente escolheu reformar o suficiente para sobreviver a várias crises, mas não reformar o suficiente ao ponto de uma tal reforma representar uma ameaça à hegemonia do MPLA.
A UNITA é, inicialmente, um sonho. É dono deste sonho o Dr. Jonas Malheiro Savimbi. Assim o diz em seus escritos Marcial Dachala “Salundilili”. São estas vivências envoltas em sonhos que forjaram, nele Jonas Savimbi, sólidas convicções que configuraram, sua em nossa mente. Nesta partilha do sonho nasceu o projecto com raízes, valores: patriotismo; a liberdade; a democracia; a solidariedade e a justiça social…
Também as culturas nacionais e; a agricultura como medula espinal da economia. São estes valores que emolduraram o projecto UNITA. Tudo, é articulado em princípios de liberdade de independência do angolano e da pátria. É na democracia que advêm o direito como orientações supremas de organização e funcionamento do estado e da sociedade…
Pessoas sábias ensinaram-nos: "os grandes rios, na sua origem, são apenas pequenos fios de água". Na mesma senda alguém disse " um só pavio pode incendiar toda uma pradaria". Assim é, na verdade, a UNITA: uma amálgama de sucessivas gerações de militantes.
À geração fundante coube lançar, com muito sacrifício, o projecto lutando de armas na mão contribuindo para o derrube do colonialismo. Ela é este fio de água e também este pavio. Apenas pela e com democracia o angolano pode realizar-se material e espiritualmente, competindo à própria UNITA tudo fazer, internamente, para pilotar, em benefício de todos os angolanos.
Este é aqui e agora, o gigantesco desafio para a elite da nossa UNITA em estreita aliança com as diferentes elites da nossa angola: alcançar o poder de estado pelo voto. Com o verdadeiro espírito fundador da UNITA, lá chegaremos. É este o melhor acerto dos caminhos que devemos trilhar para o sermos: poder. Meu mistério é perante vós, querer e fazer querer – Kwacha!
:::::
Imagens aleatórias de Costa Araújo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM MARCIAL DACHALA
- Crónica 3679 – 14.05.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Após a morte de Jonas Savimbi a 22 de Fevereiro de 2002, Dachala atravessa um deserto silencioso mas, a 30 de Abril de 2016 pude ler na sua página de Facebook algo que aqui transcrevo na íntegra com a divina vénia :«Chega hoje, ao seu final, o mês de Abril. Desde 2002, na nossa Angola, Abril é o mês da Paz. Assim é porque no dia 4 de Abril daquele ano que foi, formalmente, assinado, em Luanda, o Memorando de Entendimento Complementar do Luena.»
«…Complementar porquanto o Memorando constituíu o culminar do processo, de normalização democrática e de paz do nosso Pais, iniciado com "Os Acordos de Paz para Angola: Acordos de Bicesse" e continuado com "O Protocolo de Lusaka".»
`…Por memoria , sublinhemo-lo, foram signatários de Bicesse: o Engenheiro José Eduardo dos Santos, naquela altura, Presidente da Republica Popular de Angola, e o Dr. Jonas Malheiro Savimbi, então, Presidente da UNITA. Tornou-se inevitável falar-se em Abril, há quatorze anos, dos ganhos da paz.»
«...Entre outros, evoca-se sistemáticamente: a reabilitação de infraestruturas; o exemplo angolano no que tange a resolução de conflitos; a reconciliação nacional sem, no entanto, se enumerar o seu conteúdo substantivo, nem monumento. De facto o monumento sito na cidade do Luena só veicula, simbólicamente, a paz sendo também esta palavra a única. gravada em sua base.»
«…Para quando o monumento à reconciliação nacional? De todos os ganhos da paz que são, evidentemente, discutíveis no contexto do nosso ainda adolescente sistema democrático, há um de que nunca se faz menção: o sentimento de SEGURANÇA.»
«…Tal, se deve, de certeza, à sua evidência como alicerce da paz. Assim, neste último dia do mês da nossa, igualmente, adolescente paz, cumpre-me humildemente apelar, a todos meus compatriotas, para cooperarmos da construção e consolidação da Certeza de Segurança, cujo sentimento, a paz nos proporciona desde o ano de 2002.»
«… Para este desiderato há patrioticamente, cadernos de encargos para cada um de nós como filhos e cidadãos do nosso Pais: entidades tradicionais; entidades eclesiásticas; homens e mulheres do saber multifacetado; políticos; militares; policias; empreendedores; jovens, empregados… Também funcionários mais estudantes e os nossos queridos pais e as nossas amadas mães. Acima de tudo, que O ALTO, ilumine cada um, na parte que lhe toca… M.A Dachala.» (fim de citação)…
Neste texto que, quase surge como encíclica no utilizar da lógica da segurança, pois que se compreende subtilmente haver um governo que sempre tenta intimidar e limitar a oposição, justificando tácticas que visam camuflar a manipulação do processo; assim como uma aparência de estar legitimamente a proteger a paz e a estabilidade. Esta narrativa de paz eleva a necessidade de estabilidade e ordem acima da justiça e de eleições livres e transparentes.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3676 – 19.04.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Para terminar este capitulo de vida de Abel Chivukuvuku até à presente data convêm frisar que, nove dias após a legalização do partido por si liderado PRA-JA Servir Angola a 7 de Outubro de 2024, o Presidente João Lourenço nomeia-o membro do Conselho da República de Angola a 16 de Outubro de 2024.
A vacatura no referido Órgão, foi conhecida por uma nota divulgada na página de Facebook da presidência angolana. Este Órgão colegial consultivo do Chefe de Estado integra a Vice-Presidente da República, a presidente da Assembleia Nacional, o Procurador Geral da República, os líderes dos partidos políticos com assento parlamentar, a vice-presidente do MPLA e entidades da sociedade civil, como o jornalista Ismael Mateus, recentemente falecido.
Chivukuvuku integra também a Frente Patriótica Unida (FPU) uma plataforma criada nas eleições gerais de 2022, liderada pela UNITA e coordenada por Adalberto Costa Júnior, coadjuvado por Abel Chivukuvuku e pelo presidente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes.
Na abertura do ano parlamentar, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola Adalberto Costa Júnior, considerou que a legalização do PRA-JA Servir Angola teve motivações políticas, alegadamente para desestabilizar a Frente Patriótica Unida (FPU), garantindo que a plataforma da oposição "está estável".
"O Tribunal Constitucional não dependeu completamente de si. Esses factores vieram de terceiros para que essa vontade fosse cumprida e hoje acaba por nos testar de que o tinha capacidade de poder constituir formação política nos termos da lei dos partidos políticos", afirmou à DW, o jurista angolano Manuel Cornélio.
Nos Cadernos de Estudos Africanos pude recordar e apreender que a guerra acabou permanentemente em Angola, mas o combate político apenas continua. As eleições de agosto de 2022 mostraram-nos que a população votou pela mudança e que existem fortes indícios de que a oposição poderá ter efectivamente ganho as eleições.
No entanto, esta mesma oposição não conseguiu definir uma postura estratégica para que a verdade eleitoral fale mais alto do que o medo. Os próximos dois anos continuam difíceis para a oposição em Angola. A Frente Patriótica Unida terá de preparar uma estratégia para sobreviver até 2027, organizando-se melhor para tentar garantir a verdade eleitoral no próximo pleito eleitoral de 2027.
Entre outras possibilidades, colocam-se à oposição duas vias de acção estratégica. Uma primeira via poderá ser a de continuar no sentido que vem seguindo, da crítica apaziguada com debates no Parlamento e alguns comícios e pronunciamentos públicos sobre injustiças e violações da lei. Uma segunda via poderá ser a de encetar uma luta política de atrito, que desgaste o regime e o exponha cada vez mais. Defende-se neste texto que só a segunda via poderá garantir alguma hipótese de sucesso para a oposição, denunciando a corrupção, a falta de emprego e a inerente sempre perene vida de pobreza…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3675 – 14.04.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Chivukuvuku lamentou a sua retirada da UNITA mas, declarou que a sua decisão resultou da necessidade de trilhar um novo caminho e, também por não lhe restarem outras alternativas. O antigo dirigente da UNITA, Abel Chivukuvuku oficializou a sua saída do maior partido da oposição angolana juntando mais de duas centenas de apoiantes num acto que marcou a sua apresentação como candidato presidencial.
E surge uma nova etapa na vida do Abel. À nova organização política encabeçada por ele, Chivukuvuku, foi chamada de Convergência Ampla de Salvação Nacional (CASA), O Congresso Constitutivo desta organização política, acontece nos dias 3 e 4 de Abril de 2012; para além de Abel Chivukuvuku constam Odeth Baca Joaquim e Augusto Makuta Nkondo, na qualidade de fundadores desta larga coligação e, com a nova designação de CASA-CE…
Esta coligação (CASA-CE), faria frente tanto a UNITA e Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), quanto ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). A CASA-CE uniu as seguintes agremiações partidárias: Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico fundação esta coligação consegue atrair André de Carvalho Miau sido do MPLA…
Em sua primeira eleição, no ano de 2012, elegeu oito representantes para a Assembleia Nacional, conseguindo aproximadamente 6,0% dos votos. Nas eleições de 2017 a coligação teve resultado ainda mais robusto, dobrando o número de parlamentares.
Em Fevereiro de 2019 Chivukuvuku foi destituído da liderança da CASA-CE, tomando seu lugar André de Carvalho Miau, e depois Manuel Fernandes que tentou fundar o "Partido do Renascimento Angolano-Juntos por Angola" (PRA JA-Servir Angola), mas que teve o pedido indeferido sendo obrigado a refilar-se à UNITA para participar das eleições gerais de Angola de 2022
Nas eleições de 2022, porém, a coligação CASA.CE, teve seu pior resultado, perdendo todos os assentos do parlamento. Manuel Fernandes como cabeça de lista, teve o seu pior resultado eleitoral, perdendo todos os 16 assentos das eleições de 2017.
A 7 de Outubro de 2024 o Tribunal Constitucional de Angola, legaliza o PRA-JA. A instância de justiça considerou que a Comissão Instaladora do partido de Abel Chivukuvuku, obteve luz verde. Assim, o dito Orgão, entendeu legalizar o PRA-JA porque preencheu todos os requisitos exigidos por lei, quatro anos depois de um chumbo.
Para surpresa de muitos políticos de nomeada, das várias áreas politicas, instigam tão alta distinção dando azo a polémica por esta nomeação, Abel Chivukuvuku que foi nomeado numa quarta-feira (16.10.24) pelo Presidente João Lourenço como membro do Conselho da República. Chivukuvuku, presidente do recém legalizado partido PRA-JA Servir Angola, vai ocupar a vaga deixada pelo jornalista e escritor Ismael Mateus, falecido recentemente vítima de acidente, em Luanda.
:::::
Ilustrações aleatória de Costa Araújo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3673 – 30.03.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
... «O plano, tratou de questões como a desmilitarização da UNITA e a sua reestruturação num partido político reconhecido e legítimo»… Uma amnistia geral a fim de promover a reconciliação nacional, a reposição da administração do Estado em todo o território, a aprovação duma nova Constituição, a elaboração de um registo eleitoral antes de realizar eleições e a promoção da tolerância e do perdão.
As partes beligerantes assinaram o Memorandum de Entendimento. Este foi assinado no dia 30 de Março de 2002, no Luena, província do Moxico, entre as chefias militares. Foram figuras de destaque: General Nunda da parte do Governo e General Abreu “Kamorteiro” da parte da UNITA.
Alguns dias depois assinou-se o Memorandum Complementar ao Protocolo de Lusaka. A Cerimónia de assinatura realizou-se no Palácio dos Congressos no dia 4 de Abril de 2002, em Luanda, e assinado pelas chefias militares nomeadamente: General Armando da Cruz Neto, então chefe do Estado-Maior das FAA e General Abreu “Kamorteiro”, chefe do Estado-Maior da UNITA.
O dia 4 de 2002 é assim lembrado na História de Angola como o dia da Paz, pois nesse dia foi assinado o Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, pondo-se assim fim a cerca de 41 anos de guerra em Angola. De lembrar que logo a seguir o IX Congresso da UNITA que elege Isaías Samakuva como Presidente do Partido, Abel Chivukuvuku, destaca-se em seu “Estado-maior da Campanha”.
Abel Chivukuvuku que foi líder da bancada parlamentar da UNITA entre 1997 e 1998, foi secretário para os Assuntos Parlamentares e director da candidatura de Isaías Samakuva à presidência da UNITA, no congresso de 2003, onde foi eleito Secretário para os Assuntos Constitucionais e Eleitorais. A UNITA Renovada e outros elementos dissidentes foram neste então, reintegrados…
Assim, no X Congresso Ordinário, que teve lugar em Viana, Luanda de 16 à 19 de Julho de 2007 surgem dois candidatos: Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku. Desta feita Isaías Samakuva é reeleito à Presidência da UNITA. Este Congresso debateu vários aspectos com maior realce na realização das segundas eleições em Angola, 16 anos depois das eleições de 1992, sendo estas, as primeiras eleições gerais.
O afastamento voluntário de Chivukuvuku de liderança da UNITA pós-Savimbi consolidou-se em 2007, pois que, concorrendo isoladamente contra Isaías Samakuva para a presidência da UNITA é derrotado. Esta derrota, confinou-o desde então ao papel de mero espectador da cena política angolana.
A UNITA, concorrendo às eleições parlamentares de Angola em Setembro de 2008, obteve pouco mais de 10%, tornando-se num partido com poucas condições para exercer funções efectivas de oposição. Manifestando desde 2010 a sua insatisfação com e postura intransigente e pouco pragmática da UNITA e do seu presidente, Isaías Samakuva, Chivukuvuku demite-se como membro da UNITA, fundando em Março de 2012 um novo movimento partidário…
:::::
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3672 – 22.03.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Abel Chivukuvuku passou, entre 1987 e 1988, a ser o representante adjunto da UNITA em Portugal, cargo que veio depois também a ocupar no Reino Unido, e entre 1988 e 1991 representou o movimento junto das Nações Unidas e dos países da Europa do Leste.
Exerceu as funções de deputado, sendo líder da bancada da UNITA em 1997/1998. Em 2001 foi enviado pelo partido para licenciar-se em relações internacionais na Universidade da África do Sul, especializando-se na mesma instituição em administração do desenvolvimento e Comunicação.
Após a morte do Mais-Velho Jonas, a UNITA tornou-se num partido civil abandonando a luta armada. E, terminada a Guerra Civil, em 2002, Chikuvuku, foi eleito para as funções de secretário para assuntos parlamentares, constitucionais e eleitorais da UNITA.
Teremos assim, de recordar o IX Congresso para se seguir a ordem temporal. Este Congresso Ordinário que teve lugar em Viana, arredores de Luanda, entre 24 e 27 de Junho de 2003 e, depois do Memorando do Luena, teve dois momentos marcante: - Primeiro Congresso sem Dr. Savimbi, líder fundador; um Congresso com múltiplas candidaturas, a saber: Isaías Samakuva, Lukamba Gato e Dinho Chingunji, tendo sido eleito Isaías Samakuva como o novo Presidente da UNITA.
Recordando o Memorando de Entendimento do Luena, foi assinado a 30 de Março de 2002, entre as chefias militares do governo (MPLA) e da UNITA, dias depois da morte em combate a 22 de Fevereiro de 2002, do Presidente Fundador da UNITA, após uma ofensiva impiedosa.
Aquela ofensiva, foi dirigida pelo governo contra a UNITA e seu líder, na sequência do fracasso dos Acordos de Bicesse em1991 entre o Governo (MPLA) e a UNITA, na pessoa dos seus mais altos mandatários, respectivamente, José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi; assim terá de constar nos manuais da História de Angola.
As esperanças do povo viram-se goradas (frustradas), quando nos finais do ano de 1992 o país voltava a cair noutra guerra sangrenta que ceifava vidas, destruía bens e consumia grande parte dos recursos e energias do país. A guerra generalizou-se a todo o país, desenvolveram-se esforços políticos e diplomáticos para parar a guerra, porém sem êxitos.
Com a morte de Jonas Savimbi em combate a 22 de Fevereiro de 2002, inúmeros passos foram dados nas semanas que se seguiram à sua morte. Um cessar-fogo entrou em vigor à meia-noite do dia 13 de Março de 2002, fazendo parte dum plano de quinze pontos elaborados pelo governo para preservar a paz. O plano tratou de questões como a desmilitarização da UNITA e a sua reestruturação num partido político reconhecido e legítimo…
:::::
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS ADUELAS DO BAÚ
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU
- Crónica 3669 – 04.03.2025
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto
O VIII Congresso da UNITA, teve lugar no Bailundo, Província do Huambo de 7 a 11 de Fevereiro de 1995. A busca de unidade entre os membros do Partido com vista a implementação do Protocolo de Lusaka foi seu maior objectivo. O aquartelamento, desarmamento e desmobilização das forças e a entrega do território administrado pela UNITA à administração central do Estado, foram as decisões tomadas durante o evento.
Neste Congresso, foi abordada a incorporação dos generais da UNITA nas FAA. Neste evento, Abel Chivukuvuku foi demitido das funções de Secretário para as Relações Exteriores Eugénio Manuvakola, subscritor do protocolo de Lusaka sem o aval de Savimbi, e em nome da UNITA, para além de ser preso, foi demitido do cargo de Secretário-Geral…
Abel Chivukuvuku era do Bailundo. Ekuikui III , o então rei do planalto, era seu tio. Andava no ar a ideia de que Abel tinha planos para afastar o Mais-Velho mas, a quietude dele em sua modesta casa junto à família e esclarecimentos mais recentes de sua resiliência em Luanda, foi desvanecendo esse estado de desconfiança.
Em certo dia, o general Gato que ocupava o então posto de Secretário-Geral do Movimento, conhecedor da mais valia em ter Chivukuvuku como alguém que cria ideias, capaz de pensar no futuro do Movimento, tenta fazer entender ao Mais-Velho por forma a recuperá-lo do ostracismo a que estava a ser sujeito.
É assim que um dia ao entardecer, surge um sobrinho de Abel, Jobito Chimbili, com a informação de que o presidente pretendia vê-lo. E, assim o foi! Em hora aprazada Abel, encontra Jonas Savimbi em seu lugar de Estado-Maior em companhia de seu secretário-Geral Lukamba Gato.
O Mais-Velho, estende-lhe a mão acto continuo pede-lhe desculpas por tudo o que aconteceu. Nós recebemos muitas informações contraditórias e, por não sabermos o que aconteceu, comportámo-nos de forma errada. Embora Abel não consiga esconder sua indignação a solução tem bem expressa do mais-Velho: com Abel Abel foi: -vamos trabalhar juntos!
Abel atendendo os subterfúgios, a confusão que se gerou em volta dele, defende que a direcção da UNITA deveria ter lidado com a situação de forma mais inteligente. Estou magoado sim! Sofri muito em Luanda, não obstante, chegado aqui, ainda tive de enfrentar toda a animosidade, um ambiente pesado de desconfiança na minha pessoa.
A um encolher de ombros do Mais-Velho: Tudo bem, compreendo! A partir de agora ficas a trabalhar directamente comigo. E, aconteceu rápido! Sendo assim, vai estar ao lado de Savimbi no dia 6 de Maio de 1995, quando este se reúne com o presidente José Eduardo dos Santos, em Lusaka. Enquanto Savimbi reconhece Dos Santos como presidente legitimo, este aceita Jonas Savimbi com um “estatuto especial” como dirigente do maior partida da oposição…
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.
(Continua...)
O Soba T´Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Antes e Depois da “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”
Crónica 3631– 03.10.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
A UNITA tentou retirar o controlo de Cabinda ao MPLA em Janeiro de 1993. Edward De Jarnette, chefe do Gabinete de Ligação dos Estados Unidos em Angola para o governo Clinton, alertou Savimbi que, se a UNITA impedisse ou interrompesse a produção de Cabinda, os Estados Unidos encerrariam seu apoio. Aqui, deu para se entender que os piores amigos eram mesmo, os americanos.
A 9 de Janeiro, a UNITA iniciou uma batalha de 55 dias contra Huambo, a "Guerra das Cidades". Centenas de milhares fugiram e 10 mil foram mortos antes que a UNITA assumisse o controlo a 7 de Março. O governo engajou-se em uma limpeza étnica kikonga e, em menor grau, de ovimbundos e, em várias cidades, principalmente Luanda como o de 22 de Janeiro, o já referido massacre da Sexta-Feira Sangrenta.
Recordar que os chamados rebeldes da UNITA e os representantes do governo encontram-se cinco dias depois na Etiópia, mas as negociações em restaurar a paz falharam. O Conselho de Segurança das Nações Unidas sancionou a UNITA através da Resolução 864 a 15 de Setembro de 1993, proibindo a venda de armas ou combustível para a organização.
Talvez a mudança mais clara na política externa estadunidense tenha surgido quando o presidente Bill Clinton emitiu a Ordem Executiva 12865 em 23 de Setembro, rotulando a UNITA como "uma ameaça contínua aos objectivos de política externa dos Estados Unidos" em Angola.
O Protocolo de Lusaka de 1994 veio reafirmar os Acordos de Bicesse. Savimbi, não querendo assinar pessoalmente esse acordo, enviou o ex-Secretário Geral da UNITA Eugénio Manuvakola representando em seu lugar, o partido. Manuvakola e o Ministro das Relações Exteriores de Angola, Venâncio de Moura, assinaram o Protocolo de Lusaka em Lusaka, Zâmbia, em 31 de Outubro de 1994, concordando em integrar e desarmar a UNITA.
Ambos os lados assinaram um cessar-fogo como parte do protocolo em 20 de Novembro. Sob o acordo, o Governo e a UNITA cessariam as hostilidades e desmobilizariam 5 500 membros da UNITA, incluindo 180 militantes, que se uniriam à polícia nacional angolana, 1200 membros da UNITA, incluindo 40 militantes, que se uniriam à força policial de reacção rápida e os generais da UNITA, que se tornariam oficiais das Forças Armadas Angolanas.
Mercenários estrangeiros retornariam aos seus países de origem e todas as partes parariam de adquirir armas estrangeiras. O acordo estipulou dar aos políticos da UNITA casas e uma sede. O governo concordou em nomear membros da UNITA para chefiar os ministérios de Minas, Comércio, Saúde e Turismo, além de sete vice-ministros, embaixadores, governos de Uíge, Lunda Sul e Cuando Cubango…
Tambem destinou vice-governadores, administradores municipais, vice adminis-tradores, e comuna de administradores. O governo, libertaria todos os prisioneiros e amnistiaria todos os militantes envolvidos na guerra civil. O presidente do Zimbabwé, Robert Mugabe, e o presidente sul-africano, Nelson Mandela, reuniram-se em Lusaka a 15 de Novembro de 1994 para aumentar o apoio simbólico ao protocolo.
:::::
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Antes e Depois da “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”
Crónica 3629 – 26.09.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Em Março de 1992, representantes da Amnistia Internacional visitaram Angola lançando um apelo para a protecção dos direitos humanos – “Na ausência de providências imediatas para impedir novos assassinatos, verificava-se uma escalada da violência que vinha a pôr em risco os acordos de paz”.
Havia crimes cometidos, nunca castigados, segundo pesquisa na imprensa angolana e portuguesa: Pelos governamentais, a morte de seis pessoas, numa manifestação pacífica de apoio aos separatistas de Cabinda, em 1991. Ainda em Cabinda, no mesmo ano verifica-se a execução a tiro do diácono Arão.
Também em Luanda, ocorre o assassinato do piloto governamental Sampaio Raimundo, pelo guarda-costas de um oficial da UNITA. No corrente ano de 1992, dá-se a morte de quatro oficiais da Força Aérea angolana, por membros da UNITA – dois deles, enterrados vivos, um queimado, outro espancado. Dá-se também a morte de nove membros da UNITA, entre os quais o tenente José Segundo…
Na Província de Benguela, segundo representante da UNITA em uma comissão da CCPM - Comissão Conjunta Politico Militar. O mesmo, foi alvejado por um civil e por um outro com uniforme das FAPLA, em Junho do passado ano. Àquelas mortes, nenhuma investigação foi feita.
Dá-se o assassinato do representante da UNITA em Malange, coronel Pedro Makanga, vingado logo a seguir, com o assassinato de um tenente-coronel das FAPLA. Era esta a onda de insanidade e falta de rigor na fiscalização e ordem do território e, dizer-se por isso, estar-se a caminhar para uma longa tragédia anunciada, sem ter ninguém ou entidade fidedigna para superar com justiça quaisquer arbitrariedades.
Na Província da Huíla dá-se assassinato de quatro turistas; este episódio transforma-se em mais um incidente político, quando Jonas Savimbi anuncia que prendera Celestino Sapalo, um agente de segurança governamental, por suspeita dos crimes. A ONU, vem a concluir que os crimes haviam sido cometidos pela tropa da UNITA.
A ONU concorda em permitir o interrogatório a Sapalo por uma comissão conjunta de inquérito, formada por seus representantes e do governo, mas isso nunca aconteceu. Dá-se aqui conhecimento de várias altercações que um pouco por toda a Angola se vão verificando, para que se tenha uma ideia melhor formatada do todo o ambiente social em efervescência expectante da paz que, não chega…
Em Cabo Ledo, arredores de Luanda, ocorre a morte por assassinato de uma família portuguesa. O governo apresenta um presumível autor dos crimes que anuncia ter actuado a mando da UNITA, por dinheiro e, embora tudo apontasse ser uma manobra política do MPLA, nenhuma investigação viria a ser feita….
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
Ilustração aleatória de asunção Roxo
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - Angola .“SEXTA-FEIRA SANGRENTA”
Crónica 3625 – 14.09.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
As organizações civís bakongo apontaram mais de 40 mil vítimas através do território nacional, por uma alegada acusação da dita rádio nacional e jornal de Angola, órgãos afectos ao partido da situação e inimigo do povo, que militares zairenses estariam a preparar um golpe de estado contra o presidente; apontavam o povo do norte (Congo), de zairenses, que pretendiam assassinar José Eduardo dos Santos.
Hoje passados 31 anos, o processo continua nas gavetas carunchosas do Miala ou no lixo, de forma tão humiliante, sem humildade, sem moral nem a mínima consideração de um ser humano. E nem os ditos jornalistas foram responsabilizados pela sua chacina criminosa.
De forma tão clara, estes ataques foram metodicamente e sistematicamente orquestrados de forma sínica, odiosa e, por motivos étnicos, por que o povo bakongo sempre foi visto como o primeiro inimigo dos estrangeiros trincheirados no MPLA, pela sua bravura defesa da independência e pelo facto de serem eles, os libertadores de Angola.
Não existe história em Angola, sem os Bakongo. O MPLA, nunca cessou de reduzir este povo afirmando que estes, representam nem 10% da população angolana e, isto não verdade. O Reino do Kongo estendia-se até à Republica Democrática do Congo-Brazzaville e Gabão; nenhum povo de Angola pode comparar-se com esse grande Reino.
Tudo começou, após Jonas Savimbi ter negado os resultados fraudulentos das primeiras e históricas eleições legislativas de Setembro de 1992, que deveriam marcar o fim das hostidades e a reconciliação entre os povos que formam este mosaico. Infelizmente o desejo do MPLA era de continuar subtraindo os autênticos filhos de Angola, humilhando-os a submeter-lhos a uma pobreza extrema, fora e qualquer controlo de poder.
Não só mas, após a fuga de Jonas Savimbi, nos fins de Novembro de 1992 para o Huambo, as FAPLA, a polícia ninja e milícias, fanáticos dos pioneiros e do Poder Popular, tomaram de assalto, as zonas habitadas pelos militantes e cargos da UNITA e, aonde também tombaram heroicamente quadros do auto nível da UNITA que se encontravam em Luanda: os já mencionados Jeremias Chitunda, Alicerces Mango e Elias Salupeto Pena sobrinho de Savimbi…
C,A. - Jonas Savimbi após estes desaires, reorganiza as suas bases militares que ainda se encontravam no norte e, ocupa novamente as cidades do Uige, Soyo, Mbanza Kongo, Caxito, Ndalatando após uma batalha que dura 55 dias. Ocupa a segunda cidade de Angola, Huambo e, aonde o MPLA bombardeia impiedosamente com aviões migs e variado material bélico de longa alcance.
A SEXTA-FEIRA SANGRENTA, para os Bakongo, permanece uma data histórica, dolorosa e de tristeza. Continuamos por isso, a chorar os nossos vitimas passados que são 31 anos. Nós, o povo Bakongo de Angola, continuamos a exigir a justiça, sobre a morte dos nossos irmãos, cujas mulheres foram violadas à vista nua de todo o povo angolano.
Estes ataques foram referidos como sendo ocasionados por motivos étnicos mas, em realidade, tratou-se de conflito pré-eleitoral. Os bakongos foram acusados pela imprensa oficial e afecta ao MPLA, de ter apoiado o partido do Galo Negro. Nasce daí, a campanha mediática contra o Zaire de Mobutu…
:::::
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
C:A: - Costa Araújo
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”
Crónica 3624 – 12.09.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Nesta fase de descrição do tema da “sexta feira sangrenta” do ano de 1992 é oportuno dar a conhecer o que um velho amigo do “bairro Terra Nova da Luua” de nome Josué Pedrosa escreveu: « A técnica do MPLA, na eliminação de opositores, foi aprendida na ex-URSS e mantém-se até hoje. Quem não sabe o que A Neto fez para afastar Viriato da Cruz e assumir o poder no MPLA?...»
«… O envio dele á China constituiu uma sentença de morte, pois a China manteve-o em vigilância permanente e nunca o deixou sair de lá até á sua morte. Quando do congresso de Lusaka em que foi deposto e eleito Daniel Chipenda, de que adiantou? …»
«…Neto apresentou-se aos Tugas para negociar a independência como se fosse o líder e, a verdade, é que os corruptos/traidores do MFA, também só quiseram negociar com ele, constituindo o diálogo com Savimbi e Roberto, bem como os Acordos de Alvor, apenas formalidades para enganar a sociedade nacional e internacional…»
«… Neto foi um assassino e devia constar da história de Angola como tal. Nunca esquecerei as suas palavras no 27 de Maio de 1977: "não vamos perder tempo com julgamentos", faremos "justiça" imediata. E, há "pala" dessa decisão, aqueles que no MPLA, tinham ódio, rancor, inveja ou simplesmente cobiça e queriam apoderar-se de algo que lhes não pertencia, bastava acusar os donos de serem conspiradores… »
«… Leiam os livros de José Reis - Angola o 27 de Maio e Memórias de um Sobrevivente, um "sanguito" que se deixou embebedar pela revolução e que foi acusado de golpista, só não morrendo por mero acaso. Depois de libertado graças a um amigo que por mero acaso o viu preso, viria a descobrir que quem o acusou, o fez para se apoderar do apartamento que tinha nas Imgombotas… »
«…Ao tentar reavê-lo, disseram-lhe ao ouvido, é melhor deixares tudo como está, a vida é mais importante que um apartamento. Também de Carlos Taveira (Piri) S. Paulo, Prisões de Luanda, um bom relato do que então se vivia e fazia…»
«…Todos os que têm a escola Soviética, praticam os mesmos métodos para afastar os opositores, sejam eles Neto, JES, JL, Putin, Castro, Maduro ou outros que pertençam à mesma seita…» Fim de citação…
Partir do dia 22, 23 e 24 de Janeiro de 1993, os bairros da Petrangol, Labor e Palanca até as províncias onde bakongos eram radicados naquela data, foram atacados por parte de habitantes de Luanda, armados alguns dias antes pelo MPLA. Entretanto, o então governo dirigido pelo José Eduardo dos Santos, teria reconhecido oficialmente apenas 57 mortos.
:::::
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da adenda de Josué Pedrosa …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - ELEIÇOES - “OS 3 DIAS DAS BRUXAS” - Crónica 3623 – 08.09.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Os votos foram contados, mas a UNITA não concordando, exigiram a recontagem, pois os primeiros resultados deixavam de fora a possibilidade de uma segunda volta das presidenciais a Savimbi. Os acontecimentos precipitaram-se e Savimbi teve de fugir de novo para o Huambo levando atrás de si uns esperançosos 40% nas eleições com os dados viciados, segundo a UNITA.
Lendo o Expresso do M´Puto: Savimbi ficou à espera por um curto tempo no Huambo e mais tarde, no seu refúgio da Jamba. Savimbi aguardava agora a marcação da segunda volta, que o levaria ao cume das suas aspirações. Após se saber os resultados “fraudulentos” e, da matança aos homens da UNITA, teria de haver uma segunda volta para as presidenciais, mas esta volta nunca se chegaria a realizar
Com sua riqueza em petróleo e diamantes, Angola é como uma grande carcaça inchada com os abutres girando no alto. Os antigos aliados de Savimbi estão mudando de lado, atraídos pelo aroma da moeda forte". Savimbi também expurgou alguns dos membros da UNITA, que ele pode ter visto como ameaças à sua liderança ou como questionadores de seu curso estratégico. Entre os mortos no expurgo relembram uma e outra vez Tito Chingunji…
Depois da fuga do Jonas Savimbi, nos fins de Novembro de 1992 para o Huambo, este reorganiza o comando da sua ala militar e, no espaço de poucos meses depois das primeiras eleições em Angola, ocupa as cidades do Uíge, M´banza Kongo, N´dalatando, Soyo, Caxito e mais tarde, depois de uma batalha de 55 dias, a segunda cidade de Angola, Huambo, obrigando o governo a ficar na defensiva.
No Gabão, em Libreville, Jonas Savimbi, Líder da UNITA, União Nacional para a Independência Total de Angola, José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola e Omar Bongo Ondimba reuniram-se dando as mãos, segundo a descrição do jornalista Carlos Albuquerque que fez a cobertura. A Savimbi foi-lhe proposta o lugar de Vice-Presidente.
E, sucedeu que após ter aceitado informalmente, a nomenclatura do MPLA, de imediato afirmou que haveria dois vice-presidentes: Um indicado pelo MPLA e o outro, por Savimbi, que logicamente ficaria preterido em uma segunda ou terceira linha na hierarquia… Só lhe restava recusar! O MPLA, sempre foi assim: inventando coisas tão diabólicas que nem lembram ao diabo…
Na óptica das probabilidades, haverá aqui uma situação incrível, pois que Savimbi poderia ter sido o primeiro Presidente de Angola eleito. Se ele tivesse aceitado, a realização da segunda volta das presidenciais, em 1992, nada nos garante que não tivesse ganho, ou mesmo, perdendo, nada nos diz que numa nova votação, saísse vencedor mas sempre o seria, uma perigosa suposição…
Por parte das instâncias internacionais sempre se verificou um certo aveludar ao comportamento da gente afecta ao MPLA, o lado “governamental”. Por ideários ou interesses obscuros estes, sempre eram os donos da verdade. Com sua máquina da informação lubrificada diziam (e dizem…), que mais lhe interessava; prosseguindo uma logística concertada em denegrir permanentemente a UNITA. Os posteriores conhecimentos dos factos vinham a confirmar a permanente contra-informação, métodos dissuasores e políticas de inteligência praticados por peritos oriundos da cortina comunista.
:::::
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* . ELEIÇOES - “OS 3 DIAS DAS BRUXAS”
- Crónica 3621 – 02.09.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
… Números que Mário Pinto de Andrade, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), contesta: “Acho que, às vezes, a comunidade internacional empola. Houve uma manipulação desses resultados. Eventualmente fala-se das pessoas que morreram pela UNITA, mas também morreu muita gente pelo lado do governo. A UNITA quando ocupou o Uíge matou muita gente do MPLA e quando ocupou o Huambo, fez o mesmo.”
Uns, declarados opositores, são pressionados, coagidos ou assediados, outros desaparecem misteriosamente e ainda outros são presos por se expressarem em desfavor do MPLA que se protagoniza como sendo eles, o país. Nas eleições parlamentares, a UNITA obteve uma votação de mais de 30%, portanto expressiva, mas que ficou aquém das suas expectativas.
Nas eleições presidenciais, os cerca de 42% obtidos por Jonas Savimbi impediram que José Eduardo dos Santos, presidente em exercício que reuniu 59% dos votos, obtivesse na primeira volta a maioria absoluta, do modo que, pela legislação então em vigor, teria sido necessária uma segunda volta.
Neste meio tempo, Luanda (e todo o país) estava pejada de um dispositivo policial desmesurado, como se tratasse de um estado de sítio - coisa a que os luandenses já não queriam acreditar – preocupados, justificavam tal, dadas as preocupações com o acto eleitoral dos dias 29 e 30 de Setembro; pensava-se que, o facto de ser feito assim, o era para que tudo corresse bem.
E correu. Correu muito bem, dada a afluência às urnas ter ultrapassado os 70% só no primeiro dia. O povo queria a paz e acreditava que a poderia conseguir pelo voto. Mas Angola, não era só Luanda e, Luanda não era só a Mutamba, não era só a marginal e a sua baía que paulatinamente ia sendo mudada no visual para gaudio dos adoradores de cenários pomposos, futilidades.
Em uma exortação sobre a Sexta-Feira Sangrenta, Muana Damba publicou a 24 de Janeiro no recente ano de 2013: História do Reino do Kongo - Você é um N'kongo, filho desta terra legada pelos nossos antepassados. Se podemos considerar esta Angola um país de Cabinda ao Cunene, é porque nela estão inseridas todas as etnias do país.
Todas as etnias, assim sejam os arianos, todos os cafusos, os mazombos como eu, besugos, matutos ou mamelucos do M´Puto, europeus e, também os filhos destes, incluindo os Bakongos sejam eles de Cabinda, do Soyo, do Uíge, M'Banza Kongo e outros que falam com estalinhos mas, se essa realidade deixar de ser considerada, Angola deixa de ser aquilo que é, portanto. todos teremos de reflectir...
Luanda, nem tão pouco era o kinaxixe que viria a ser defenestrado, derrubado por obtusas mentes, obscuras e corruptas ganâncias do sistema instalado no seio do governo. Pelo tubo ladrão corria muito petróleo, muito ódio às obras virtuosas que faziam lembrar o colonialismo… E “a guerra, que até aqui, matou e estropiou tantos, alimentou uma nomenclatura, gente que se tornou insultuosamente rica e prepotente” – Os mesmos que agora governam (Ainda…)
:::::
Ilustrações de Costa Araujo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - CAMPANHA CONFLITUOSA…
- Crónica 3617 – 25.08.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Em Luanda a FNLA condena veementemente a agressão sofrida por Batista Fula, seu membro, brutalmente agredido. Também aqui a mídia enfeudada no MPLA, descreve esta ocorrência com um ilustre desconhecido, com o nítido fito de influenciar a gente da rua.
Gente de Luanda, para acirrar os ânimos; tudo para dar forma consistente e permanente – e, agora usando o adjectivo “brutalmente” , sabendo nós. que o MPLA não suportava a FNLA… O maior incidente da campanha eleitoral foi a captura, pela UNITA, de onze elementos da guarda pessoal de Dos Santos.
Nesta caldeirada de preparação ao ódio os órgãos de informação do “governo ou colados a este”, justificam que o comportamento dos homens de Savimbi foi comunicado a este “tardiamente” e, segundo palavras ditas por ele, Jonas Savimbi…
Ainda em Setembro de 1992, chega a Lisboa uma queixa informal da UNITA, sobre o envolvimento de uma empresa portuguesa de distribuição alimentar, sediada no Porto, presumivelmente envolvida no fornecimento de material de guerra à Polícia anti motim angolana - os designados Ninjas - trinta mil homens treinados por espanhóis.
Sobre este caso, não houve grande desenvolvimento, assim como quase nada foi explicado acerca do cargueiro “Cecil Lulo” tripulado por dinamarqueses e filipinos, ostentando pavilhão das Bahamas e operado pela empresa dinamarquesa J. Pulsen, localizada no porto de Ponta Delgada (Açores), com um carregamento de armas; diz-se que provavelmente embarcadas em uma base militar dos Estados Unidos da América e, com destino a Luanda.
A escassos dias do termo da campanha eleitoral a Conferência Episcopal Angolana difunde uma mensagem intitulada “As portas da II Republica”. Nela, os bispos afirmam que “a igreja, não tem de apresentar nenhum candidato”, mas exortam ao voto consciente.
No entanto reafirmam: “ Não devem merecer a preferência dos cristãos os que violam os direitos humanos e os que delapidam os bens públicos, seja por que via for”. A UNITA percebe que a mensagem se lhe cola e, acusa a igreja católica de favorecer o MPLA, ao mesmo tempo que que dirige ataques pouco abonatórios à representante das Nações Unidas Margareta Anstee…
E, acusam.na de “estar comprada pelo MPLA, com diamantes”. As mulheres da OMA – Organização da Mulher Angolana, afecta ao MPLA, saem à rua manifestando o seu apoio aos bispos e à própria observadora Anstee. Numa grande manifestação, exigem “ a consciência democrática e perdão sem violência”; eram práticas comuns e concertadas pelo Bureau Politico do partido no poder governamental…
:::::
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - CAMPANHA CONFLITUOSA…
- Crónica 3616 – 23.08.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
No segundo dia de campanha eleitoral, soldados da UNITA atacam o Governo Provincial do Kuito. Com os governantes a reagir, o incidente salda-se por 20 militares e 10 civis mortos. Nesse mesmo dia e no Huambo, numa emboscada à caravana automóvel de Kundy Payama, director da campanha do MPLA, falece o Secretário Provincial da Juventude do MPLA e, cinco pessoas, ficaram feridas com gravidade.
Aqueles acontecimentos motivaram um comunicado dos Observadores Internacionais e membros da Missão das Nações Unidas UNAVEM II. Recorde-se que a UNAVEM I, fiscalizava a retirada das tropas cubanas expedicionárias. E, ambas Missões, condenaram as atitudes da UNITA e do MPLA.
A oito de Setembro de 1992, Eduardo dos Santos e Savimbi, acordam no principio de criação de um governo de Unidade Nacional, independentemente do resultado das eleições. Ambos se comprometem na extinção dos seus exércitos antes do escrutínio. Dez dias depois Margaret Anstee e Butos Ghali na qualidade de representantes em Angola, enviam um relatório ao Conselho de Segurança ONU.
O relatório denunciava que apenas 41% das forças amadas da UNITA tinham sido desmobilizadas e, apenas 19% das Forças Armadas Unificadas tinham sido constituídas. O mesmo documento menciona que foi mais rápida a formação pelo lado das forças governamentais sendo de 45% do lado do MPLA e 24% do lado da UNITA.
Aquele percentual correspondia à soma de cerca de 72 mil militares; um número àquem do total. Nesse então e no Huambo, mais de uma centena de homens fortemente armados da UNITA, mantêm-se posicionados ao redor da residência de Jonas Savimbi. A CCPM - Comissão Conjunta Político-militar, interfere. A UNITA confirma dizendo que são homens”da segurança pessoal de Savimbi”…
A CMVF – Comissão Mista de Verificação e Fiscalização do cessar fogo, apura que o contingente e respectivo material de guerra, havia entrado na cidade do Humbo sem o conhecimento da UNAVEM. À medida que decorria a campanha eleitoral, tropas da UNITA tomam posições de salvaguarda no Centro e Sul de Angola expulsando o MPLA de vários municípios.
Em Caxito, a poucos quilómetros a Norte de Luanda, soldados da UNITA, envolvem-se com a polícia. É notória a tendência da informação/fonte dita governamental e de jornalistas enfeudados na ideologia marxista, fazerem tendencialmente descrições negativas ao Partido do Galo Negro e, “passando de lado “ quando o caso envolve gente, militares e governantes afectos ao MPLA.
Essa dita midia colada aos ditames do MPLA dá conhecimento de que a UNITA ataca uma caravana do Fórum Democrático Angolano em Benguela; afirmam que em ambos os casos, Caxito e Benguela, causaram dezenas de feridos entre a população civil. População que continuava armada pelo MPLA formando milícias treinadas por seus militares coadjuvados por mercenários portugueses e descendentes mazombos de colonos. Também é notória a postura da UNAVEM que sempre diz ter “havido provocações da UNITA” e, sempre adicionando o adjectivo “exagerado” na descrição. Quanto ao MPLA, nadica de nada…
Ilustrações aletórias de Costa Araùjo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e Wikipédia…
(Continua…)
O Soba T'Chingange
NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA* - A RECONCILIAÇÃO – TENTATIVAS…
- Crónica 3615 – 21.08.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto
Com vista à transição de um Estado de partido único para uma democracia multipartidária iria realizar-se no ano de 1992. eleições em Angola destinada a escolher um chefe de Estado, um presidente e uma legislatura. Durante a campanha, notou-se alguma moderação em Eduardo dos Santos que assumiu alguns erros de má governação, passando a defender o regresso de invetidores estrangeiros, privilegiando desta feita as relações com Portugal.
A Assembleia Nacional (que substituiria a Assembleia do Povo) seria composta por 220 membros, eleitos para um mandato de quatro anos, 130 por representação proporcional e 90 em distritos provinciais. A UNITA representada por Jonas Savimbi, optou pelo endurecimento na defesa de “uma Angola autentica” ameaçando os netos dos portugueses e dos mafulos holandeses e até, do próprio Dos Santos chamando-o de “sãotomense”.
No processo de Paz, Savimbi acusou Portugal e seus dirigentes de estar má-fé, bem como a Butrus-Galhli e Margaret Anstee - ambos “comprados com diamantes”, descurando-se num efectivo apoio ao processo de paz através das eleições. (nota-se neste artigo do Expresso do M´Puto uma excrescente descrição a beirar a pura inventação, uma postura habitual na mídia de então – uma desacreditação "ad hoc" do candidato ***)
Entre as referências à colonização e missionação efectuadas no Congo a Norte, referiu os funantes aventureiros, que a Sul ousaram fazer comércio entre o mato, o kimbo e no batuque, desafiando a malária, as bilioses mas, e também, fabricando mulatos. Savimbi afirmaria que só a partir das primeiras décadas do século XX, com Norton de Matos, se iniciou a real colonização do Sul angolano.
E, que mais tarde, o foi incrementada por Oliveira Salazar com a criação de colonatos a saber; da Sela, Sá da Bandeira e Matala entre outras. Refere que salvo raras excepções, e devido ao envio de famílias inteiras do M´Puto para esse locais agrícolas, não houve a Sul tão grande miscigenação como efectivamente, o foi mais a Norte.
Quem veste e fala como os brancos são os “sãotomenses”, genericamente gente do Norte, também chamados de “calcinhas”. Os insultos a Eduardo dos Santos aliados às noticias de crimes contra os direitos humanos cometidos na Jamba, já relatados pela Amnistia Internacional, dizem os fazedores da estória e a mídia global, custaram talvez, a Savimbi e à UNITA a derrota das urnas (uma narrativa nebulosamente confusa).
E, num talvez, a UNITA tenha motivos para contestar as eleições e, por pressões variadas, o Dr. Malheiro Savimbi acabará por aceitar a segunda volta eleitoral. O Papa João Paulo II visitou Angola e São Tomé, em 1992. A visita começou a 4 de Junho e se estendeu até ao dia 10 de Junho, altura em que deixou Luanda para regressar ao Vaticano.
Desta visita foi criada uma profecia com os dizeres deste: “ Que tenha definitivamente terminado para ti, querida Angola, o tempo do teu desamparo” … Logo no dia a seguir à partida do Papa João Paulo II de Angola, MPLA e UNITA, envolvem-se em violento combate verbal, só apaziguado com interferência de Herman Cohen.
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e Wikipédia…
Nota 3: ***”Ad Hoc” - Um meio acadêmico, o revisor "ad hoc" tão comum nesse então, que é o pesquisador ou pseudo “qualquer coisa” que executa a revisão de um trabalho submetido para publicação em um periódico ou revista sem, contudo, participar como membro permanente do corpo editorial ou de revisores. Um tendencioso influenciador
(Continua…)
O Soba T'Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA