NO KILOMBO– NA FUNDAÇÃO DE ZUMBI DE N´GOLA…
COM FALA KALADO – NA SINGULARIDADE DOS KALUNDU
- Crónica com ficção 3300 – 20ª de Várias Partes – 13.05.2022 – Republicação a 20.11.2022 na Lagoa do M´Puto
Por T´Chingange – Em Arazede de Coimbra do M´Puto
AR - Na minha qualidade de Zelador-Mor da Fundação de Zumbi de N´Gola fiz uma visita relâmpago ao CDB - Centro de Documentações no lugar de Baobá (Imbondeiro) – lugar de entre União dos Palmares e o Morro da Barriga no estado de Alagoas do Brasil. O historiador Vizeu Antunes, responsável pelo sector, deu-me liberdade de poder consultar os arquivos da Fundação e assim, livre de outros deveres poder ver e analisar antigos dados para assim, prosseguir minha tarefa de entrevistar gente de nomeada na ainda estória recente de N´Gola. E, vasculhando cadernos de apontamentos entre múltiplas anotações recolhi dados ainda mal decifrados no contesto da semântica histórica. Fala Kalado, o agora Comendador - um Ex-Defunto de nome Nelito Soares e hoje, Ex-Coronel, recuperado em vivo e, que andou com o Che Guevara em um lugar perto de Ponta Negra chamado de Luvungi da RPC- República Popular do Congo lá para trás nos anos de 1964 ou 1965.
É aqui que ele encontra Jonas Savimbi, um negro bem negro e, os rumos, lentamente, viraram em novos azimutes. Ainda não tenho bem a exacta certeza de como tudo aconteceu mas e como diz Murphy em seu princípio, o que tiver de ser, assim será na convicção de que escrever o futuro dum morto matumbola* é bem periclitante, quase impossível. Nelito Soares era funcionário da Imprensa Nacional de Angola - Cidade Alta da LUUA… Para muitos é apenas o nome de bairro luandense; combateu, de armas na mão, contra o estado colonial, sem ter visto realizado o sonho da Angola independente, tendo sido morto pela tropa portuguesa no seu Bairro da Vila Alice. Tal como eu, foi estudante na EIL – Escola Industrial de Luanda e fez seu Curso de Sargentos Milicianos na Escola de Aplicação Militar de Nova Lisboa (EAMA)– Huambo.
AR - Bom! Nelito, um incorporado nas tropas regulamentares coloniais na região de Cabinda, tal como eu, T´Chingange, um seu colega de armas e, também incorporado na Companhia de Caçadores 1734 de Beja do M´Puto, protagonizou, com mais dois compatriotas, o desvio, para o Congo Brazzaville, de um avião comercial – um “Dacota da DTA” que seguia de Luanda para Cabinda, com passageiros a bordo no ano de 1969 (04 de Junho). O avião que deveria aterrar em Cabinda foi desviado para Ponta Negra. Longe estava, então, Nelito Soares de imaginar que, seis anos depois, num outro dia, com a Independência à porta, havia de ser morto por elementos Comandos das Forças do M´Puto – as únicas que dignificaram o M´Puto em Angola…
NELITO - Em frente à então sede nacional do MPLA, a cujos ideais aderiu numa altura conturbada de tomada do poder por este partido/movimento a maka, aconteceu! Ainda mal estruturado este Movimento do “M da vitória ou morte” aterroriza a população de Luanda às ordens “encapotadas” do General de Aviário Rosa Coutinho do MFA - um antigo prisioneiro da FNLA no rio Zaire. Nelito Soares, foi também no bairro da Vila Alice que cresceu e viveu até deixar o país para se juntar, em Brazzaville segundo a estória mal contada, à Luta Armada de Libertação Nacional, protagonizada pelo MPLA.
Era, então, funcionário da Imprensa Nacional. Eram tempos de clandestinidade, sem cartão de militante, nem discursos, muito menos promessas. Angola em um prazo muito curto, virou às avessas por força e graça do “glorioso MFA – salvo seja”. Havia falas surdinadas, salões de baile, ou bailes de jardim ou em locais de trabalho e, num repente depois dum VINTICINCO NO M´PUTO, tudo mudou – Cravos para uns, espinhos para outros, que num repente viram RETORNADOS. Mais tarde os boatos, os rebentamentos nos musseques, a rebelião SAIDA DO NADA, para trabalhar o medo, o apelo à fuga dos brancos…
AR - Manuel Soares de Silva, nome de registo, filho de Luís João Soares da Silva e de Isabel Severina da Silva, nasceu em Luanda, a 19 de Setembro de 1943, tendo falecido em 27 de Julho de 1975. Assim se pensava mas, pelo que já foi contado, saiu morto pela fronteira Sul de Namacunde com o beneplácito de segredo do médico Kimbanda Kassessa. A parti daqui as intermitências da morte sugere segredo de resiliência e, do nada (…) instala-se em Brasil negociando com armas aos traficantes dos morros ao redor de S. Paulo e Rio de Janeiro mas e, sempre com seu novo nome de Fala Kalado.
Seu estudo secundário fê-lo na antiga Escola Industrial de Luanda, onde funciona agora o Instituto Médio Industrial de Luanda (Makarenko), na Vila Alice. Um militar de “veia lusa” afirma que: Esse Filho da Puta foi abatido em 75 nas escaramuças “escaramuças, é favor” – aonde o MPLA emboscou e assassinou vários militares… E, vêem-me agora com panfletos de merda em ode a um terrorista mal fabricado. Malditos reaccionários - fodam-se! Fantoches travestidos em progressistas.
AR - Comuna, é mentiroso compulsivo, seja da URSS seja da CHINA, Coreia do Norte ou o raio que os parta! Foram eles sim, quem arregimentou e armou uns quantos candengues “PIONEIROS” que metralharam um Jeep de Comandos Tugas PELAS COSTAS (confirmo que assim foi! Eu estava na Luua neste então), matando logo dois e ferindo gravemente outros dois. Mesmo assim conseguiram levar o Jeep até ao Quartel dos Comandos do Cazenga! Ali, mal viram o resultado desta enorme COBARDIA do MPLA os COMANDOS, a seguir, deram a resposta. A chegada de 2 Companhias dos Comandos desde o Cazenga dignificou o acto de afronta da Vila Alice; esta é a verdade!…Bem! Menos mal que só ressuscito o morto NELITO nesta estória como um Ex-defunto MATUMBOLA!
*Matumbola: - Na superstição de gente bantu, é um morto-vivo - indivíduo ressuscitado por artes mágicas, que cumpre ordens dum suposto feiticeiro kalundu que o trouxe à vida - Uma divindade ou espirito justiceiro, presente na natureza…
Ilustrações de A. Roxo - AR
(Continua…)
O Soba T´Chingange
COM FALA KALADO – NO KILOMBO DO ZUMBI
Crónica 3246 – 13ª de Várias Partes em Kizomba – 25.02.2022 em Pajuçara do Brasil; Republicada a 16.09.2022 para constar no Kimbo
Por T´Chingange – Na Pajuçara do Nordeste brasileiro e Lagoa do AlGharb, no M´Puto
Em tempos andei curioso procurando toda a informação sobre esse tal escaravelho da Welwitschia Mirabilis pois sempre andei muito necessitado desses inventos para renovar toda a minha flora muito cheia de fungos e bitacaias escondidas em lugares tão recônditos que nem os médicos conseguem catrapiscar suas nuances de mutações biológicas.
Mas, também pensei na necessidade de melhorar o estado do meu amigo ex-Coronel FK das FAPLA, que saiu pela fronteira de Namacunde metido num caixão, mortinho da silva! Estes episódios já foram contados em crónicas anteriores e, não carece de as repetir (…) Sucede que, em acto continuo a ter falas com o Ex-Coronel FK, este mostrou-se doído de interessado e, após transmitir isto a ele, o FK, logologo contratou um conceituado investigador
Pois assim foi! Contratou a preço de oiro um biólogo da Bulgária conceituado mundialmente de muito bom, com o nome de Andrey Blazhe para dar andamento na feitura do edifício-laboratório de investigação em genética e plástica de ADN. Creio que foi a ainda só amiga dele, Rita Fiuza que lhe deu todas as dicas quanto à escolha daquele conceituado investigador, biólogo …
Meu amigo cabra da peste FK, era de decisões ultra rápidas e, sem perder tempo montou em Petrolina às margens do rio São Francisco um laboratório com todo o equipamento de ponta, um investimento inimaginável naquele cú de mundo bem na margem do lago artificial de Sobradinho aonde se situa a Ilha da Fantasia… Só posteriormente, tive conhecimento disto; O Ex-Coronel das FAPLA era assim, usava de sofisma com astucia mantendo amigos e afins na penumbra do negócio, prática comum em seu Partido versos Governo da sua N´Gola.
Ele, o FK, tinha sempre em mente um plano base e, três alternativas com mais uma por-se-acaso: planos A,B,C e D – resquícios de sua antiga aptidão de matumbola (morto-vivo) que fez fortuna vendendo armas de última geração aos guerrilheiros do Morro de Rio de Janeiro e a gente do narcotráfico da Colômbia; estou falando isto de cor sem precisar nada, porque necessito dar paz à minha ideia sem ficar desagasalhado de alegria tal como um cão que consome raivas lambendo feridas alheias.
Como teste, os desenvolvedores do projecto liderados pelo biologista investigador Andrey Blazhe fizeram uma orelha em impressora 3D e aplicaram as células, que formaram numa orelha animal. Vi isto ao vivo e a cores lá na Petrolina do Brasil, colada na lateral do meu amigo ex-Coronel FK – Fala Kalado com sua orelha parabólica no sistema de 5G. Poucas perguntas fiz acerca desta característica anatómica, pois que sempre me mantive coibido de grandes interrogações…
Só sei e, por portas travessas que os estudos estão sendo realizados provisoriamente com células de ratos e que, os resultados são bem animadores na feitura de outros órgãos humanos. Fixe! Acerca dos besouros extraídos da Welwitschia Mirabilis lá terei de escarafunchar para saber bem a fundo seus segredos, agora na qualidade de Zelador-Mor da Fundação Zumbi de N´Gola…
Eu só estava ciente destes avanços científicos através da feitura de vinho nas vendas do Morais, do Hernâni, do Baia ou do Rente Cruz da Maianga lá na antiga minha cidade, bairro da Maianga, lugares extintos da Luua e, aonde da água do Bengo faziam vinho de qualidade do tipo “extra Camilo Alves” - vendiam esse milongo a granel sim senhor! Faziam vinho da água e permutavam alegrias em melancolias de cat´chipemba e, que agora só são recordadas para fortalecer os corações da gente…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
NOSSO LINGUAJAR … NAS FRINCHAS DO TEMPO
Crónica 3052 - Como surgiu a expressão "Tchê"... 19.08.202
Por
T´Chingange - No Al-Garbe do M´Puto
Sotaques e regionalismos na hora de falar são conhecidos desde os tempos mais antigos do que Jesus de Nazaré. No Brasil, Angola e Portugal - nos PALOPS, também existem muitos regionalismos. Quem já, não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"? Ou de modo mais abreviado "bah, Tchê"?
Esta expressão, própria dos irmãos brasileiros do sul, os gaúchos, tem um significado muito curioso. Para conhecê-lo, é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais os gaúchos herdaram seu "Tchê".
Há muitos anos, antes do achamento por Cabral do Brasil, o latim marcava acentuada presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o português. Além disso o fervor religioso era muito grande entre a população mais simples.
Por essa razão, o linguajar no dia, era dominada por expressões religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus que isso aconteça", "juro pelo céu que estou falando a verdade", e assim por diante....
Vai daí, uma forma comum das pessoas se referirem a outra, era usarem interjeições também religiosas como: - "Ô criatura de Deus, por que você fez isso"? Ou "menino do céu, onde você pensa que vai"? Muita gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.
Os espanhóis preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de exclamar "gente do céu", falavam apenas Che! (lê-seTchê) que era uma abreviatura da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu.
Usavam essa expressão para surtir espanto, admiração ou susto. Era talvez uma forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também se serviam dela para chamar pessoas ou animais, "tchê, tira as mãos daqui "tchê, angê, zakucué" (de Angola...)
Com o achamento da América, os espanhóis trouxeram essa expressão para as colônias latino-americanas. Aí os Gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos, acabaram importando para a sua forma de falar.
Portanto exclamar "Tchê" ao se referir a alguém significa considerá-lo alguém "do céu". Angê é um chamamento em Angola - coisa levada pelos Tugas... Que bom seria se todos nos tratássemos assim considerando uns aos outros como gente do céu. aí ué angê! Feliz segunda-feira, terça e quarta féria...
Angê, mungweno, laripo...
O Soba T'Chiingange
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