Quarta-feira, 14 de Maio de 2025
VIAGENS . 247

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM MARCIAL DACHALA

- Crónica 3679 – 14.05.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

dachala01.jpgApós a morte de Jonas Savimbi a 22 de  Fevereiro de 2002, Dachala atravessa  um deserto silencioso mas, a 30 de Abril de 2016 pude ler na sua página de Facebook  algo que aqui transcrevo na íntegra com a divina vénia :«Chega hoje, ao seu final, o mês de Abril. Desde 2002, na nossa Angola, Abril é o mês da Paz. Assim é porque  no dia 4 de Abril daquele ano que foi, formalmente, assinado, em Luanda, o Memorando de Entendimento Complementar do Luena

 «…Complementar porquanto o Memorando constituíu o culminar do processo, de normalização democrática e de paz  do nosso Pais, iniciado com "Os Acordos de Paz para Angola: Acordos de Bicesse" e continuado com "O Protocolo de Lusaka"

`…Por memoria , sublinhemo-lo, foram  signatários de Bicesse: o Engenheiro José Eduardo dos Santos, naquela altura, Presidente da Republica Popular de Angola, e o Dr. Jonas Malheiro Savimbi, então, Presidente da UNITA. Tornou-se inevitável falar-se em Abril, há quatorze anos, dos ganhos da paz.»

dachala1.jpg«...Entre outros, evoca-se sistemáticamente: a reabilitação de infraestruturas; o exemplo angolano no que tange a resolução de conflitos; a reconciliação nacional sem, no entanto, se enumerar o seu conteúdo substantivo, nem monumento. De facto o monumento sito na cidade do Luena só veicula, simbólicamente, a paz sendo também esta palavra a única. gravada em sua base.»

«…Para quando o monumento à reconciliação nacional? De todos os ganhos da paz que são, evidentemente, discutíveis no contexto do nosso ainda adolescente sistema democrático, há um de que nunca se faz menção: o sentimento de SEGURANÇA

«…Tal, se deve, de certeza, à sua evidência como alicerce da paz. Assim, neste último dia do mês da nossa, igualmente, adolescente paz, cumpre-me humildemente apelar, a todos meus compatriotas, para cooperarmos da construção e consolidação da Certeza de Segurança, cujo sentimento, a paz nos proporciona desde o ano de 2002.»

dia142.jpg «… Para este desiderato há patrioticamente, cadernos de encargos para cada um de nós como filhos e cidadãos do nosso Pais:  entidades  tradicionais; entidades eclesiásticas; homens e mulheres do saber multifacetado; políticos; militares; policias; empreendedores; jovens, empregados… Também funcionários mais estudantes e os nossos queridos pais e as nossas amadas mães. Acima de tudo, que O ALTO, ilumine cada um, na parte que lhe toca… M.A Dachala.» (fim de citação)…

Neste texto que, quase surge como encíclica no utilizar da lógica da segurança, pois que se compreende subtilmente haver um governo que sempre tenta intimidar e limitar a oposição, justificando tácticas que visam camuflar a manipulação do processo; assim como uma aparência de estar legitimamente a proteger a paz e a estabilidade. Esta narrativa de paz eleva a necessidade de estabilidade e ordem acima da justiça e de eleições livres e transparentes.

ÁFRICA7.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e Wiquipédia…

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:59
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Sexta-feira, 25 de Abril de 2025
VIAGENS . 246

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM MARCIAL DACHALA

- Crónica 3677 – 25.04.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

dachala1.jpg Foi nos anos de 1987 a 1989 que tomei contacto com Marcial Dachala, da UNITA  e, que só muito mais tarde vim a saber ter o nome de guerra de "Salundilili".  Creio que Dachala, era nesse então, o Representante Adjunto da UNITA em Portugal. E, sendo eu, Presidente do Comité de Lagoa do M´Puto na Diáspora, era lógico termos frequentes encontros em lugares, por norma, combinados quase em cima do acontecimento.

Em Portugal e naqueles anos, o meu telefone estava grampeado pela Policia Secreta Tuga - Foi o tempo de em Portugal se dar luta sem justificação plausível à UNITA durante aquela guerra na sequência do primeiro conflito de tundamunjila e, que culminou na Batalha de Kuito Cuanavale entre 15 de Novembro de 1987 e fins de Março de 1988.

Foram sempre encontros de grande empatia. Normalmente almoçávamos em casa de um militante e, em pleno mato, pois era em verdade um caserio envolto em ruinas, no meio dum descampado, no lugar de Alfanzina da Freguesia de Porches. Era ai, na casa de Veiga que, por norma nos encontrávamos.

dachala8.jpg Veiga recordava com saudade a fazenda de seu pai chamada de Chitatamera situada perto da cidade da Gabela. Agora, sou eu a recordar este amigo que já se foi para seu álem de Chitamera, lá nas nuvens… Posso recordar Dachala deliciando-se  com as patas da galinha da gostosa canja que a esposa de Veiga nos preparava.

Os churrascos de pica-no-chão eram sempre feitos com grande esmero; tudo acompanhado com jindungo, daquele que picava p´ra caramba e a que Veiga chamava de onoto - só ele, lhe dava esse nome dizendo que cheirava a chibo. Ali levávamos horas repassando recordações acompanhadas com acepipes que Veiga, ali fazia, na hora…

Naquele então, Portugal estava totalmente submisso ao governo do MPLA, movendo-se por interesses de lesa-pátria e por esquerdoidos saídos dum tal de MFA que se perpetuaram no tempo. Sabiam de todos os nossos passos e, até mesmo em kizombas de amigos se faziam notar à socapa; socapa aonde  estranhos, pareciam sondar tudo sobre nós e o Movimento UNITA que virou Partido de âmbito Nacional. Tempos espantados de inquietude.

Dachala7.png Revejo isto agora, que já vamos longe no tempo., omitindo o dizer de coisas para segurança dos meus heróis, gente incógnita que não abandonaram os ideais de liberdade. Recorde-se que a Batalha de Kuíto Kuanavale foi o maior confronto militar da Guerra Civil Angolana. E, aconteceu  no sul de Angola, província de Cuando-Cubango…

Era muito agradável dialogar com Dachala Salundilili politico de primeira linha. Sempre dizia as coisas de um jeito perfumado: A UNITA é, inicialmente, um sonho. É dono deste sonho o Dr. Jonas Malheiro Savimbi. Este sonho é resultante das profundas marcas em sua vida. Desde o lar paterno passando pelos diferentes meios onde, socialmente, foi chamado a exercer-se. Assim o foi, tanto como estudante como depois como activista…

AUJO240.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e Wiquipédia…

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:49
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Sábado, 19 de Abril de 2025
VIAGENS . 245

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3676 – 19.04.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

ara3.jpg Para terminar este capitulo de vida de Abel Chivukuvuku até à presente data convêm frisar que, nove dias após a legalização do partido por si liderado PRA-JA Servir Angola a 7 de Outubro de 2024, o Presidente João Lourenço nomeia-o membro do Conselho da República de Angola a 16 de Outubro de 2024.

A vacatura no referido Órgão, foi conhecida por uma nota divulgada na página de Facebook da presidência angolana. Este Órgão colegial consultivo do Chefe de Estado integra a Vice-Presidente da República, a presidente da Assembleia Nacional, o Procurador Geral da República, os líderes dos partidos políticos com assento parlamentar, a vice-presidente do MPLA e entidades da sociedade civil, como o jornalista Ismael Mateus, recentemente falecido.

Chivukuvuku integra também a Frente Patriótica Unida (FPU) uma plataforma criada nas eleições gerais de 2022, liderada pela UNITA e coordenada por Adalberto Costa Júnior, coadjuvado por Abel Chivukuvuku e pelo presidente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes.

praia3.jpeg Na abertura do ano parlamentar, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola Adalberto Costa Júnior, considerou que a legalização do PRA-JA Servir Angola teve motivações políticas, alegadamente para desestabilizar a Frente Patriótica Unida (FPU), garantindo que a plataforma da oposição "está estável".

"O Tribunal Constitucional não dependeu completamente de si. Esses factores vieram de terceiros para que essa vontade fosse cumprida e hoje acaba por nos testar de que o tinha capacidade de poder constituir formação política nos termos da lei dos partidos políticos", afirmou à DW, o jurista angolano Manuel Cornélio.

Nos Cadernos de Estudos Africanos pude recordar e apreender que a guerra acabou permanentemente em Angola, mas o combate político apenas continua. As eleições de agosto de 2022 mostraram-nos que a população votou pela mudança e que existem fortes indícios de que a oposição poderá ter efectivamente ganho as eleições.

Chivukuvuku.webp No entanto, esta mesma oposição não conseguiu definir uma postura estratégica para que a verdade eleitoral fale mais alto do que o medo. Os próximos dois anos continuam difíceis para a oposição em Angola. A Frente Patriótica Unida terá de preparar uma estratégia para sobreviver até 2027, organizando-se melhor para tentar garantir a verdade eleitoral no próximo pleito eleitoral de 2027.

Entre outras possibilidades, colocam-se à oposição duas vias de acção estratégica. Uma primeira via poderá ser a de continuar no sentido que vem seguindo, da crítica apaziguada com debates no Parlamento e alguns comícios e pronunciamentos públicos sobre injustiças e violações da lei. Uma segunda via poderá ser a de encetar uma luta política de atrito, que desgaste o regime e o exponha cada vez mais. Defende-se neste texto que só a segunda via poderá garantir alguma hipótese de sucesso para a oposição, denunciando a corrupção,  a  falta de emprego e a inerente sempre perene vida de pobreza…

ango1.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:40
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Segunda-feira, 14 de Abril de 2025
VIAGENS . 244

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3675 – 14.04.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2025 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

ARAUJO245.jpg Chivukuvuku lamentou a sua retirada da UNITA mas, declarou que a sua decisão resultou da necessidade de trilhar um novo caminho e, também por não lhe restarem outras alternativas. O antigo dirigente da UNITA, Abel Chivukuvuku oficializou a sua saída do maior partido da oposição angolana juntando mais de duas centenas de apoiantes num acto que marcou a sua apresentação como candidato presidencial.

E surge uma nova etapa na vida do Abel. À nova organização política encabeçada por ele, Chivukuvuku, foi chamada de  Convergência Ampla de Salvação Nacional (CASA), O Congresso Constitutivo desta organização política, acontece nos dias 3 e 4 de Abril de 2012; para além de Abel Chivukuvuku constam Odeth Baca Joaquim e Augusto Makuta Nkondo, na qualidade de fundadores desta larga coligação e, com a nova designação de CASA-CE

Esta coligação (CASA-CE), faria frente tanto a UNITA e Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), quanto ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). A CASA-CE uniu as seguintes agremiações partidárias: Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico  fundação esta coligação consegue atrair André de Carvalho Miau sido do  MPLA…

ARAUJO252.jpg Em sua primeira eleição, no ano de 2012, elegeu oito representantes para a Assembleia Nacional, conseguindo aproximadamente 6,0% dos votos. Nas eleições de 2017 a coligação teve resultado ainda mais robusto, dobrando o número de parlamentares.

Em Fevereiro de 2019 Chivukuvuku foi destituído da liderança da CASA-CE, tomando seu lugar André de Carvalho Miau, e depois Manuel Fernandes que tentou fundar o "Partido do Renascimento Angolano-Juntos por Angola" (PRA JA-Servir Angola), mas que teve o pedido indeferido sendo obrigado a refilar-se à UNITA para participar das eleições gerais de Angola de 2022

Nas eleições de 2022, porém, a coligação CASA.CE, teve seu pior resultado, perdendo todos os assentos do parlamento. Manuel Fernandes como cabeça de lista, teve o seu pior resultado eleitoral, perdendo todos os 16 assentos das eleições de 2017.

A 7 de Outubro de 2024 o Tribunal Constitucional de Angola,  legaliza o PRA-JA. A instância de justiça considerou que a Comissão Instaladora do partido de Abel Chivukuvuku, obteve luz verde. Assim, o dito Orgão, entendeu legalizar o PRA-JA porque preencheu todos os requisitos exigidos por lei, quatro anos depois de um  chumbo.

ARAUJO 171.jpg Para surpresa de muitos políticos de nomeada, das várias áreas politicas, instigam tão alta distinção dando azo a polémica  por esta nomeação, Abel Chivukuvuku que foi nomeado numa quarta-feira (16.10.24) pelo Presidente João Lourenço como membro do Conselho da República. Chivukuvuku, presidente do recém legalizado partido PRA-JA Servir Angola, vai ocupar a vaga deixada pelo jornalista e escritor Ismael Mateus, falecido recentemente vítima de acidente, em Luanda.

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Ilustrações aleatória de Costa Araújo

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:50
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Domingo, 30 de Março de 2025
VIAGENS . 243

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3673 – 30.03.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

luanda16.jpg ... «O plano, tratou de questões como a desmilitarização da UNITA e a sua reestruturação num partido político reconhecido e legítimo»… Uma amnistia geral a fim de promover a reconciliação nacional, a reposição da administração do Estado em todo o território, a aprovação duma nova Constituição, a elaboração de um registo eleitoral antes de realizar eleições e a promoção da tolerância e do perdão.

As partes beligerantes assinaram o Memorandum de Entendimento. Este foi assinado no dia 30 de Março de 2002, no Luena, província do Moxico, entre as chefias militares. Foram figuras de destaque: General Nunda da parte do Governo e General Abreu “Kamorteiro” da parte da UNITA.

Alguns dias depois assinou-se o Memorandum Complementar ao Protocolo de Lusaka. A Cerimónia de assinatura realizou-se no Palácio dos Congressos no dia 4 de Abril de 2002, em Luanda, e assinado pelas chefias militares nomeadamente: General Armando da Cruz Neto, então chefe do Estado-Maior das FAA e General Abreu “Kamorteiro”, chefe do Estado-Maior da UNITA.

Luanda14.jpg O dia 4 de 2002 é assim lembrado na História de Angola como o dia da Paz, pois nesse dia foi assinado o Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, pondo-se assim fim a cerca de 41 anos de guerra em Angola. De lembrar que logo a seguir o IX Congresso da UNITA que elege Isaías Samakuva como Presidente do Partido, Abel Chivukuvuku, destaca-se  em  seu “Estado-maior da Campanha”.

Abel Chivukuvuku que foi líder da bancada parlamentar da UNITA entre 1997 e 1998, foi secretário para os Assuntos Parlamentares e director da candidatura de Isaías Samakuva à presidência da UNITA, no congresso de 2003, onde foi eleito Secretário para os Assuntos Constitucionais e Eleitorais. A UNITA Renovada e outros elementos dissidentes foram neste então, reintegrados…

Luanda15.png Assim, no X Congresso Ordinário, que teve lugar em Viana, Luanda de 16 à 19 de Julho de 2007 surgem dois candidatos: Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku. Desta feita Isaías Samakuva é reeleito à Presidência da UNITA.  Este Congresso debateu vários aspectos com maior realce na realização das segundas eleições em Angola, 16 anos depois das eleições de 1992, sendo estas, as primeiras eleições gerais.

O afastamento voluntário de Chivukuvuku de liderança da UNITA pós-Savimbi consolidou-se em 2007, pois que,  concorrendo isoladamente contra Isaías Samakuva para a presidência da UNITA é derrotado. Esta derrota, confinou-o desde então ao papel de mero espectador da cena política angolana.

Luanda13.jpg A UNITA, concorrendo às eleições parlamentares de Angola em Setembro de 2008, obteve pouco mais de 10%, tornando-se num partido com poucas condições para exercer funções efectivas de oposição. Manifestando desde 2010 a sua insatisfação com e postura intransigente e pouco pragmática da UNITA e do seu presidente, Isaías Samakuva, Chivukuvuku demite-se como membro da UNITA, fundando em Março de 2012 um novo movimento partidário…

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:31
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Sábado, 22 de Março de 2025
VIAGENS . 242

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3672 – 22.03.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

angola5.jpg Abel Chivukuvuku passou, entre 1987 e 1988, a ser o representante adjunto da UNITA em Portugal, cargo que veio depois também a ocupar no Reino Unido, e entre 1988 e 1991 representou o movimento junto das Nações Unidas e dos países da Europa do Leste.

Exerceu as funções de deputado, sendo líder da bancada da UNITA em 1997/1998. Em 2001 foi enviado pelo partido para licenciar-se em relações internacionais na Universidade da África do Sul, especializando-se na mesma instituição em administração do desenvolvimento e Comunicação.

Após a morte do Mais-Velho Jonas, a UNITA tornou-se num partido civil abandonando a luta armada. E, terminada a Guerra Civil, em 2002, Chikuvuku, foi eleito para as funções de secretário para assuntos parlamentares, constitucionais e eleitorais da UNITA.

savimbi morto.jpeg Teremos assim, de recordar o IX Congresso para se seguir a ordem temporal. Este Congresso Ordinário que  teve lugar em Viana, arredores de Luanda, entre 24 e 27 de Junho de 2003 e, depois do Memorando do Luena, teve dois momentos marcante: - Primeiro Congresso sem Dr. Savimbi, líder fundador; um Congresso com múltiplas candidaturas, a saber: Isaías Samakuva, Lukamba Gato e Dinho Chingunji, tendo  sido eleito Isaías Samakuva como o novo Presidente da UNITA.

Recordando o Memorando de Entendimento do Luena, foi assinado a 30 de Março de 2002, entre as chefias militares do governo (MPLA) e da UNITA, dias depois da morte em combate a 22 de Fevereiro de 2002, do Presidente Fundador da UNITA, após uma ofensiva impiedosa.

Aquela ofensiva, foi dirigida pelo governo contra a UNITA e seu líder, na sequência do fracasso dos Acordos de Bicesse em1991 entre o Governo (MPLA) e  a UNITA, na pessoa dos seus mais altos mandatários, respectivamente, José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi; assim terá de  constar nos manuais da História de Angola.

angola rural.jpg As esperanças do povo viram-se goradas (frustradas), quando nos finais do ano de 1992 o país voltava a cair noutra guerra sangrenta que ceifava vidas, destruía bens e consumia grande parte dos recursos e energias do país. A guerra generalizou-se a todo o país, desenvolveram-se esforços políticos e diplomáticos para parar a guerra, porém sem êxitos.

Com a morte de Jonas Savimbi em combate a 22 de Fevereiro de 2002, inúmeros passos foram dados nas semanas que se seguiram à sua morte. Um cessar-fogo entrou em vigor à meia-noite do dia 13 de Março de 2002, fazendo parte dum plano de quinze pontos elaborados pelo governo para preservar a paz. O plano tratou de questões como a desmilitarização da UNITA e a sua reestruturação num partido político reconhecido e legítimo…

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:37
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Segunda-feira, 17 de Março de 2025
VIAGENS . 241

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3671 – 17.03.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

chivukuvuku1.jpg E, sucedeu que Savimbi após ter aceite informalmente o lugar de Vice-Presidente, a conselho de Hassan II o seu grande amigo e rei de  Marrocos, entre outros, levam o Mais-Velho Jonas a rejeitar tudo quanto até então havia acordado com o governo angolano, logo após os encontros realizados no Gabão.

E, tudo isto porque a nomenclatura do MPLA, de forma indevida, incluiu um outro Vice-Presidente para o governo de Luanda. É Abel Chivukuvuku, que esteve ao lado de Savimbi naqueles preliminares encontros que assim descreve: Em verdade, um V.P. indicado pelo MPLA e o outro, sendo Savimbi, logicamente, ficaria este preterido em uma segunda ou terceira linha na hierarquia…

Só lhe restava recusar! Para isso, convoca o III Congresso Extraordinário para sentir do partido o necessário aval, considerando haver uma suposta visão democrática sem muxoxos desviantes.  Este Congresso, ocorreu entre os dias 20 à 27 de Agosto de 1996 no município do Bailundo – Província do Huambo.

valentina0.jpg Este Concresso,versou  fundamentalmente sobre a recusa da oferta da segunda Vice-Presidência ao Dr. Jonas Malheiro Savimbi que reafirmando o engajamento da UNITA na implementação do Protocolo de Lusaka, o deitaram por assim dizer,  no lixo…

Abel Chivukuvuku que passou a ser assistente político do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, continuou a manter contactos com José Eduardo dos Santos, presidente de Angola. Em simultâneo, exercia as funções de deputado como líder da bancada da UNITA. Pode depreender-se daqui que Chivukuvuku, só mesmo pela sua alta dedicação e seu alto gabarito diplomático, poderia manter-se incólume e, em cima de um muro resvaladiço.

Nos últimos dias de 1996, Abel Chivukuvuku e Isaías Samakuva são convocados para um encontro com o líder, Mais-Velho Jonas Savimbi. Neste então parecendo estar com um bom humor, Abel relembra-o  dizendo que quando o queria, podia ser um homem encantador com procedimentos de grande intimidade, e sempre auscultando de nós edecéteras desavindos….

Ucrania01.png Quando finalmente, conversa adentrada na noite, petiscando falas no meio de eriçados verbos, bebendo para além do dito razoável,  Chivukuvuku aventura-se em falar o que lhe vai na alma dizendo ter sido a sua carreira um adjunto vitalício. Adjunto em Kinshasa, adjunto de Sacala em Lisboa, adjunto de Samakuva em Londres.

E, continua: adjunto de Jardo em Washington, adjunto de Salupeto em Luanda. Dizia tudo isto com Savimbi estudando-o de rosto fechado. Na sala todos os presentes estavam hirtos e mudos, como estátuas.  Abel embalado na excitação continua a falar: - Foi preciso o Tony da Costa Fernandes fugir, para eu assumir o cargo de Secretário  dos Negócios Estrangeiros!

angola5.jpg E, no fim sou eu que lhe quero derrubar!? A você que tem tropas, guarda-costas, polícias?!  Jonas Savimbi atira a cabeça para trás, como se estivesse adormecido – começa a ressonar… A esposa Catarina, tremendo de frio e medo sacode o marido, deixa-os ir embora… Savimbi desperta ou finge que assim é despedindo-se num até amanhã.  Surpresa ou não, Abel é em seguida nomeado Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA …

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa e Wiquipédia…

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:55
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Terça-feira, 4 de Março de 2025
VIAGENS . 240

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3669 – 04.03.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

unita002.jpg O VIII Congresso da UNITA, teve lugar no Bailundo, Província do Huambo de 7 a 11 de Fevereiro de 1995. A busca de unidade entre os membros do Partido com vista a implementação do Protocolo de Lusaka foi seu maior objectivo. O aquartelamento, desarmamento e desmobilização das forças e a entrega do território administrado pela UNITA à administração central do Estado, foram as decisões tomadas durante o evento.

Neste Congresso, foi abordada  a incorporação dos generais da UNITA nas FAA. Neste evento, Abel Chivukuvuku foi demitido das funções de Secretário para as Relações Exteriores  Eugénio Manuvakola, subscritor do protocolo de Lusaka sem o aval de Savimbi, e em nome da UNITA, para além de ser preso, foi demitido do cargo de Secretário-Geral…

Abel Chivukuvuku era do Bailundo. Ekuikui III , o então rei do planalto, era seu tio.  Andava no ar a ideia de que Abel tinha planos para afastar o Mais-Velho mas, a quietude dele em sua modesta casa junto à família e esclarecimentos mais recentes de sua resiliência em Luanda, foi desvanecendo esse estado de  desconfiança.

143.jpg Em certo dia, o general Gato que ocupava o então posto de Secretário-Geral do Movimento,  conhecedor da mais valia em ter Chivukuvuku como alguém que cria ideias, capaz de pensar no futuro do Movimento, tenta fazer entender ao Mais-Velho por forma a recuperá-lo do ostracismo a que estava a ser sujeito.

É assim que um dia ao entardecer, surge um sobrinho de Abel, Jobito Chimbili, com a informação de que o presidente pretendia vê-lo. E, assim o foi! Em hora aprazada Abel, encontra Jonas Savimbi em seu lugar de Estado-Maior em companhia de seu secretário-Geral Lukamba Gato.

O Mais-Velho, estende-lhe a mão  acto continuo pede-lhe desculpas por tudo o que aconteceu. Nós recebemos muitas informações contraditórias e, por não sabermos o que aconteceu, comportámo-nos de forma errada.  Embora Abel não consiga esconder sua indignação a solução tem bem expressa do mais-Velho: com Abel Abel foi: -vamos trabalhar juntos!

mike1.jpg Abel atendendo os subterfúgios,  a confusão que se gerou em volta dele, defende que a direcção da UNITA deveria ter lidado com a situação de forma mais inteligente. Estou magoado sim! Sofri muito em Luanda,  não obstante, chegado aqui, ainda tive de enfrentar toda a animosidade, um ambiente pesado de desconfiança na minha pessoa.

A um encolher de ombros do Mais-Velho: Tudo bem, compreendo! A partir de agora ficas a trabalhar directamente comigo. E, aconteceu rápido! Sendo assim, vai estar ao lado de Savimbi no dia 6 de Maio de 1995, quando este se reúne com o presidente José Eduardo dos Santos, em Lusaka. Enquanto Savimbi reconhece Dos Santos como presidente legitimo, este  aceita Jonas Savimbi com um “estatuto especial” como dirigente do maior partida da oposição… 

chivukuvuku2.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

(Continua...)

O Soba T´Chingange



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Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 239

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3668 – 27.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

fiat1.jpg A 20 de Novembro de 1994, o governo angolano  participou em Lusaka da Zâmbia, na assinatura de um protocolo de paz com a UNITA. Abel Chivukuvuku recebeu um convite das Nações Unidas para assistir ao acto. Fazendo parte da delegação com demais elementos da UNITA, mal o avião aterra na Zâmbia, Abel resolve abandonar o grupo.

Não obstante e, de forma calculada deixar sua mala no hotel aonde se encontrava a delegação mais seus companheiros do Galo Negro, compareceu à cerimónia integrado na delegação da UNITA, logo atrás do brigadeiro António Chassamba  e de Eugénio Manuvakola.

Após a assinatura do Protocolo de Lusaka, contrariando o itinerário pré-programado pela gestão da Delegação, voou para Kinshasa aonde se encontra com sua irmã Namby Dachala; Segue daqui para o Andulo, já em Angola, e em zonas já da jurisdição da UNITA, dirige-se ao Bailundo.

unita21.png Desta feita e já em veículo militar do Movimento/Partido, já muito próximo de seu destino final, a coluna  de viaturas faz uma pequena paragem, encontrando-se com o general T´chata e Isaías Samakuva; aqui e, segundo a descrição do livro de Vidas e Mortes de Abel, estes destacados dirigentes advertem Abel a reflectir naquilo que irá dizer a Jonas Savimbi pois que este está raivosamente desapontado com o assunto Lusaka..

O facto de ter estado em Luanda concertando sobrevivência sabe-se lá como, com as gentes do MPLA, na desconfiança sempre latente do Mais-Velho Jonas,  haveria uma suposta sujeição a outras ideias ou mesmo uma  lavagem cerebral por forma a dar novo rumo aos acontecimentos…

Chivukuvuku foi reparando no comportamento de seus companheiros, um certo distanciamento como se nele houvesse algo de pecaminoso. E, foi no dia 31 de Dezembro de 1994 no Hotel Girassol que um grupo de dirigentes do Movimento/Partido  ouviu Savimbi.

chivukuvuku2.jpg Com a presença de Alcides Sakala e Lukamba Gato, o líder da UNITA, sem referir nomes, lançou um cerrado ataque os elementos intervenientes na assinatura do Protocolo mencionando que os mesmos se teriam deixado seduzir pelas luzes de Luanda. Perante o que ouviu naquele Hotel Girassol, Abel ficou bem apreensivo; não obstante ficar  numa situação de desmilinguido, foi chamado pelo Mais-Velho Jonas a juntar-se à foto de família.

Por sua cabeça, rondavam pensamentos adversos congeminando medrosas duvidas.  Era óbvio que Abel sabia de que poucos minutos antes da formalidade das assinaturas em Lusaka, Eugénio Manuvakola, recebeu peremptórias instruções de Savimbi, para não ratificar o documento e abandonar Lusaka. Estava na mente, no proceder e julgamento  de o ser plausível, um suposto agente do MPLA…

guerra13.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:05
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Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 238

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3667 – 25.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

mavinga1.jpg Enquanto sob custódia, Abel Chivukuvuku ficou alguns meses em regime de residência vigiada com dois policias à porta, e na alçada do Ministério da Defesa; se bem recordo era um lugar bem perto do Kinaxixe. Em Janeiro de 1993, o MPLA, decide que todos os deputados eleitos pela UNITA, e que estavam sob custódia do governo, deveriam tomar lugar na Assembleia Nacional.

Entre estes deputados estava Carlos Morgado que era muito próximo a Abel. Em Dezembro de 1993, mais de um ano depois de ter sido capturado, Abel Chivukuvuku deixa finalmente o Ministério da Defesa indo viver para o Hotel Tivoli. Neste meio tempo, houve momentos de recordar, como a marcha com destino a Chinhama.

Uma das várias marchas que faria mais tarde com sua gente, descendo e subindo rios ou em direcção à Namíbia, lugar de Rundu, Divundo e Faixa de Kaprivi em missão diplomática e obter conhecimentos em áreas de comunicação, controlo aéreo, e técnicas de inteligência. E, tudo começou quando os estafetas eram parte da notícia numa altura de pura sobrevivência do Movimento.

mavinga3.jpg Tempos em que andava em lugares de máximo secretismo  algures e, inserido na logística global das bases Delta e Ómega. Das actividades em que se fazia notar pela  lucida aptidão e ligeireza. Alturas de valentia, com o general Arlindo Pena (Ben-Ben), coadjuvado pelo general Demósthes Amós Chilingutlla  sobressaindo na astúcia de logística moderna; lugares  de confluência entre os rios Lomba e Cuzumbia.

E, tudo começou em Abril de 1976 com o capitão Kalacata com o qual, eu próprio trabalhei no Comité Regional da Caála tendo eu a função de Secretário de Relações PúblicasKalacata era um antigo militar da tropa portuguesa, tendo recebido treinos de guerrilheiro na Tanzânia.

A Missão do Dondi, sempre surgia em suas lembranças juntamente com os demais jovens estudantes, seu irmão Artur Vinama, conhecido por ChundovavaSalupeto Pena. Neste então a guerra entre os guerrilheiros consistia em ter uma mochila pronta  com o essencial para sobreviver no mato.

toledo20.jpg Lembra-se de usar uns frutos vermelhos que tinham de ser fervidos para anular o veneno que eles continham. Era importante saber sobreviver com o que parecia na natureza. Durante dias aconteceu comerem só frutos silvestres condimentados com cogumelos e  mel silvestre.

Recordava também, por vezes com pesadelos alheios, essa saga da Longa Marcha feita por Savimbi, líder da UNITA que, terminou a 28 de Agosto de 1976. Marcha que não fez e, que chegou a Cuelei após terem percorrido 3 mil quilómetros a pé. Do grupo inicial  composto de duas mil pessoas, apenas terminaram 79 resistentes, dos quais nove mulheres…

sorte2.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

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Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 237

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3665 – 19.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

mlibize kariba6.jpg E, Zé Mulato continua, colocando banga de odisseia em sua descrição: - Deviam ser cinco horas da manhã. Nós alvejamos o primeiro carro e, depois, aquele aonde ia o Abel e Chitunda. O carro bateu numa botija de gás e parou. Abel saiu do carro, e rastejou até uma casa de madeira aonde entrou.  Eu pulo o muro para um quintal no momento em que o dono sai aos gritos.

Muito descompensado o dono grita: «Ele está lá dentro! Ele está lá dentro!».  Entro de rompante e dou uma coronhada naquele vulto de gente que ali está na, sala estilhaçada. Agarrando-o em seguida, saio para a rua e, logologo somos  cercados pelos meus homens que reconhecem nele o Chivukuvuku, pois nem é de admirar porque ele era já uma figura pública kwacha, e muito vista na TV.

Mata! Mata! É Chivukuvuku. Exaltados todos têm vontade de o matar. Sacudindo os mais próximos grito: Ninguém toca teste senhor – vai ter de ser interrogado e morto, não fala. É quando surgem dois polícias a tentar afastar aquela multidão que já era uma mistura da minha gente com “fitinhas” na cabeça e muitos outros populares que também se excitavam de punhos nos ares.

chivukuvuku2.jpg Só depois de  fazerem uns quantos disparo para o ar a malta pareceu ficar mais  tranquila. Eis quando chega um chefe mais graduado da polícia  - O que se passa aqui?! Chefe, nós apanhamos o bandido do Chivukuvuku! Uau, o chefe puli fala disparates: -Mato quem voltar a tocar no meu primo malangino, Abel Chivukuvuku! Num silêncio assombroso alguêm diz: Abel  não é malangino, chefe! 

Com todos muxoxando quentes asneiras, o chefe graduado berra mesmo! Claro que é! Ninguém toca nele. Assim foi! Carregaram nele até à esquadra do Sambizanga. Entretanto Abel, esvaia-se lentamente em sangue atraindo mosquedo, coisa feia. É quando chegam dois tanques e de um deles sai um fardado General …

Carlos Coelho da Cruz, o General Faísca do MPLA, está na porta da esquadra; diz que vem buscar Abel Chivukuvuku. O próprio General Faísca, ergue o ferido e leva-o até ao tanque dando ordens ao seu subordinado o Coronel  Sousa dizendo a Abel: Ele irá zelar pela tua segurança. Por fim, o tanque do Coronel chega ao Hospital Militar.

araujo179.jpgC.A.  Mais tarde, é Abel Chivukuvuku que, ainda combalido, descreve: Eu achava que morreria antes mesmo de chegar à sala de operações. Achava que, no mínimo os médicos cubanos me cortaram as pernas. Decorridos alguns dias, Abel recebeu a visita de Higino Carneiro, o General 4x4, que sentando-se ao lado da cama esforça por ser afável…

Naquele poder de 4x4, o General Higino fala: O Jeffrey Davidow quer levar-te para a América mas, eu acho que isso não faz sentido nenhum. Estás na tua terra, és angolano, não há motivo para te ires embora, portanto, ficas aqui! Sob negociações, Abel foi libertado conjuntamente com Norberto de Castro, um antigo radialista afecto à UNITA…

morte0.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:45
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Sábado, 15 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 236

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3664 – 15.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

pinto3.jpg O bloqueio era mesmo um inferno! Balas rompiam vidros e metal enquanto a viatura chocava com cortinas de pneus empilhados e encastrados em troncos, vigas e vigotas de cimento, botijas de gaz descartadas e farpas de todo o tipo de material encontrados pelas milícias  nas últimas horas; todo o tipo de bugigangas que podessem ser utilizadas como obstáculo…

Abel, apenas sentia um gelo terrível nas pernas; rastejou até à porta da casa mais próxima que a custo, abriu a porta e entrou. Despiu a camisa e o colete à prova de balas rasgou a camisa, e com o tecido desta improvisou garrotes para controlar a hemorragia em ambas as pernas, abrigando-se em seguida debaixo de uma cama.

Morre kwacha, morre kwacha! Morre! Foi  o que atemorizado, ouviu vindo do lado de fora, com gritos, muitos gritos entrecortados por tiros, ora esporádicos ora de rajada. Na eternidade de um segundo, pela mente de Chivukuvuku passavam imagens da Missão do Dondi com seus mestres, o capitão Vinama Chendovava. Também recordou Kalakata, seu mestre fintador na arte de guerrilha.

tukya13.jpg Despertou com uma violenta explosão provocada por uma granada que estrondou na sala…  Ouviu então: Tragam gasolina - vamos queimar o gajo! Eu vou, chefe Zé Mulato, estou indo…  Foi neste então que que Abel Chivukuvuku gritou com toda a sua força, quase como um ultimo grito. João Mulato! Não queimem a casa! Sou o Abel Chivukuvuku.

Após um silêncio ouviu-se: Seu kwacha de merda, eu não sou João, sou Zé! Novo silêncio. Alguém sussurrou ao chefe ser mesmo  a voz desse tal Chivukuvuku, um grande da UNITA, e veio então a resposta: És mesmo tu, Abel Chivukuvuku?! Sim, foi a resposta, sou eu! Pois então, sai com as mãos no ar!  Não consigo, foi a resposta de Abel.

Fui atingida nas duas pernas! Sai, filho da puta, kwacha sundiameno… por fim, apoiando-se a uma das paredes, num gigantesco esforço, conseguindo ficar de pé a muito custo gritou: Zé Mulato já estou na sala de pé! Ele, Epalanga Chivukuvuku descendente em linha directa do grande rei Ekuikui II estava cercado por uma algazarra  de ébrios milicianos emepelistas de fitinhas coloridas, parecendo talibãs…

Ucrania01.png Estava a ficar longínquo o tempo, quase uma miragem de quando era um promissor jovem que fazia renascer a UNITA das cinzas – um “jovem intelectual”  saído daquela missão do Dondi no Andulo. Tinha então 19 anos e, dando novas perspectivas ao  Galo Negro… O Abel Chiukuvuku que na base “Quadrado”, esteve à frente dos Serviços de Inteligência, Informação e Contra-informação era agora, um farrapo de gente a ser levado para o Hospital Militar de Luanda.

E, foi Zé Mulato, comandante das milícias do Sambila (Sambizanga) a relembrar a seu modo, o que por ali se passou, naquela noite de 1 para 2 de Novembro de 1992: No Sambila estávamos todos armados; as entidades superiores do governo do MPLA, deram-nos  arma AK, DKM e muitas granadas e, também material  de comunicação. Inicialmente, erguemos barricadas para impedir que os homens da UNITA fugissem para Kikolo ou para a mata.

cinzas4.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:08
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Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2025
VIAGENS . 235

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ABEL CHIVUKUVUKU

- Crónica 3663 – 12.02.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

chivukuvuku1.jpg Embora já o soubesse, pude recordar no livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa que, este, nasceu a 11 de Novembro do ano de 1957, dezoito anos antes da data da independência de Angola, sua terra. Com um nome que significa “bravura”, estava reservado para grandes feitos sobrevivendo a duas quedas de avião durante a guerra civil…

Sobreviveu a um atentado, uma terrível tentativa de linchamento, conspirações e ameaças, sem nunca ter perdido a alegria de viver, de ter uma grande capacidade de perdoar e, até dialogar com perícia com seus inimigos. Chivukuvuku evoca o passado e o presente com as dificuldades experimentadas por homens livres que nunca desistiram  de assim o serem.

Chivukuvuku, nasceu no Bailundo, coração da nação Ovibundo. Uma das sua mortes foi noticiada às cinco da tarde na Rádio France International no dia 1 de Novembro de 1992; neste então era também anunciada a morte do engenheiro  Jeremias Chitunda. Não foi o que aconteceu mas, receando que assim o viesse a ser, manhã cedo, ambos se retiraram da residência oficial de Jonas Savimbi situada no Bairro Miramar..

chivukuvuku2.jpg Foram saltando muros até entrarem à residência que supunham pertencer ao embaixador de França. Enquanto ouviam ao longe o ribombar das explosões, iam trocando medos em seus pensamentos; o maior de seus receios era caiem nas mãos dos milhares de milícias jovens, armados pelo governo e, que corriam pelas ruas de Luanda ao gritos.

Jovens com fitinhas coloridas amarradas à cabeça. Muitos destes “fitinhas” eram em verdade filhos dos chamados “pioneiros” que tomaram parte muito activa nos anos de 1974 e 1975 que semearam o terror por toda a Luanda, assustando as gentes do asfalto e, numa acção de suprir carências militares por parte do MPLA – manobras orquestradas por militares de esquerda portuguesa e tendo como timoneiro o Almirante Rosa Coutinho.

Os dois kwachas, Abel e Chitunda ali escondidos, passado algum tempo ouviram gente chegando e falando uma língua estranha; eram seguranças filipinos  que montavam guarda à casa do director da Chevron.  Muito dos moradores do bairro, optaram por abandonar o local nos dias anteriores, por receio de confrontos e também pelo facto de terem a vivenda de Savimbi bem perto.

unita04.jpg Depois de explicada a situação aos filipinos, estes acharam por bem que por ali ficassem tendo-se retirado em afazeres no exterior. Assim ficaram temerosos de o serem denunciados mas, passado algum tempo, novas vozes, de novo e agora, felizmente, era gente sua que chamando  por seus nomes lhes disseram terem sido enviados pelo brigadeiro Katolessa.

Katolessa que era o chefe da guarnição da residência de Savimbi também não estava certo de como fazer numa destas situações. Chivukuvuku e Chitunda só tinham em pensamento fugir, sair de Luanda até alcançar sua gente aonde quer que fosse  e em direcção ao Dondo. Sua fuga foi feita através de densa escuridão, com luzes apagadas; num repente irromperam algures no meio de um inferno com as balas a bater contra a carroceria…

paulo0.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e livro de Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku escrito por Eduardo Agualusa.

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:54
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Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025
VIAGENS . 233

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA

- Crónica 3660 – 29.01.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

ARAUJO236.jpg E, continuando com a página de Alcides Sakala que comenta a data alusiva ao nascimento do Presidente fundador Dr. Jonas Malheiro Savimbi: «… O 3 de agosto é o dia em que, no ano de 1934, na localidade de Munhango, província do Bié, nasceu Jonas Malheiro Savimbi, Presidente Fundador da UNITA. Se estivesse em vida, Jonas Savimbi completaria no ano de 2025, 91 anos.

Naturalmente, em esta data, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA enaltecerá, com incomensurável gratidão, a nobre contribuição deste ilustre filho de Angola, nacionalista e patriota, que legou ao país e aos angolanos, um projecto de sociedade, denominado Projecto de Muangai, consentâneo com as aspirações mais nobres dos angolanos.

O Dr. Jonas Malheiro Savimbi foi impulsionador das mudanças políticas, sociais e económicas que marcam a história de Angola, desde a segunda metade do Século XX. Jonas Savimbi foi um homem destemido, carismático e dotado de uma invulgar capacidade de argumentação política, e de bagagem cultural que impressionava e marcava todos os seus interlocutores.

ARAUJO237.jpg Para a UNITA, o Presidente Fundador deixou um legado pleno de lições de patriotismo e entrega à causa de todos os angolanos, que permite à UNITA ter a durabilidade histórica, pois são cada vez mais os angolanos que se revêm, dia-a-dia, nos seus ideais. Para Angola, Jonas Savimbi escreveu na História do nosso país o exemplo de um homem cujos discursos sempre reflectiram a vivência dos seus compatriotas.

Seus discursos sempre despertaram consciências angolanas para a luta, sem deixar ninguém indiferente e, por isso, ainda hoje é lembrado das mais variadas formas. Na verdade o seu projecto é que contém as balizas da actual agenda política  nacional: A construção do Estado democrático de direito com primazia do sector privado como verdadeiro motor da vida económica.»…

É meu dever acrescentar ao dito por Sakala:- Um calvário de angústia com repúdio à aceitação de coexistência, conducente a um futuro incerto. Tudo porque duas gerações de angolanos foram educados na convicção de que o actual Estado de Angola é um usurpador ilegítimo do património da Nação. Savimbi, sempre teve uma visão de estadista com base em um interesse nacional.

araujo189.jpg Foi pela liberdade e dignidade do angolano que Jonas Savimbi lutou até as últimas consequências, vertendo o seu sangue no campo de honra! As eleições gerais angolanas que ocorreram nos dias 29 e 30 de Setembro de 1992 para eleger o Presidente da República e a Assembleia Nacional. Supostamente deveriam se democraticamente livres mas, os oito partidos de oposição, em particular da UNITA, rejeitaram os resultados por fraudulentos…

O que, se veio a verificar posteriormente segundo relatos de ocorrências, assim permanece na penumbra por impedimentos de fiscalização, destruição de urnas ou, por trâmites inconsequentes. Uma vez que nem o candidato do MPLA nem o candidato da UNITA obtiveram a maioria absoluta requerida nas eleições presidenciais, uma segunda volta seria necessária de acordo com a constituição mas, à medida que ambas as partes intensificaram a retórica da guerra, o MPLA ataca posições da UNITA em Luanda. Sim! Eu sei! São águas passadas que deixaram sangrentas borbulhas e, que de novo, voltando à tona, comprometem o futuro 

sakala3.jpg

Ilustrações de Costa Araújo

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de facebook  de Alcides Sakala

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 09:40
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Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025
VIAGENS . 232

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA

- Crónica 3659 – 23.01.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018

- “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

dia84.jpg Na razão de estar aqui e ali, nunca chegarei a saber porque tal como nas profecias, crenças e rezas com parábolas, ninguém pode fazer todas as perguntas, nem ninguém pode dar todas as respostas. Daquele sonho antigo ainda subsistem coisas bem estranhas em meus  pergaminhos: - Os guerrilheiros da UNITA em tal assombração chamavam-me de Kato…

E, Kato era um Japonês de olhos longos, e não sei porquê, eu era esse mesmo personagem de olhos rasgados e desmilinguidos, com o nome completo de Katochimotokima que quer dizer António naquela língua de muitos kapas. Tenho assim de carregar na vida a minha cruz, na convicção de nunca poder justificar-me em pleno no papel de T´chingange

E, tal como vós, nosso orgulho, podem sair falsidades com blasfémias. É assim a altura certa de sair do entorpecimento e continuar a transcrever o que meu herói chamado de Alcides Sakala Simões, ainda nos lega: «O Grupo Parlamentar da UNITA vai continuar a lutar para o fortalecimento e afirmação da Assembleia Nacional, como órgão de soberania com identidade própria, autonomia administrativa e financeira, representativa de todo o Povo…

roxo5.jpg Representatividade capaz de interpretar e exprimir em cada momento a vontade soberana do Povo, para o alcance dos objectivos da República de Angola, estabelecidos pela Constituição. Agradecemos aos angolanos pela confiança, o incentivo motivacional, o apoio multiforme e a partilha, afirma…

Sim! A partilha de críticas e sugestões durante as jornadas de proximidade desenvolvidas nas comunidades. Apesar de inúmeras dificuldades enfrentadas pela Administração Parlamentar e os Gabinetes de Apoio aos Grupos de Deputados residentes, expressamos o nosso reconhecimento pelo empenho e diligências para garantir eficiência e eficácia da Assembleia Nacional.

Aos Assessores, Assistentes, Funcionários e Agentes do Grupo Parlamentar da UNITA expressamos o nosso enorme apreço e gratidão. A nossa gratidão aos jornalistas, órgãos de imprensa e plataformas digitais que se dignaram cobrir as actividades do Grupo Parlamentar da UNITA durante o Segundo Ano Parlamentar», fim de citação...

sakala7.jpg Já quase no fim do sonho, surge-me um pássaro chamado de xirikwata a comer-me as malaguetas picantes mas, e também, dando-me consolo em sua forma de chilrear. Tropeçando nas silabas e invisíveis protozoários dum palavrório perdido nas bagatelas dum destino, vibro muito com as luzernas de liberdade de meu maior mano de nome Sakala.

Em sua hodierna página, Alcides Sakala comenta numa declaração alusiva à data de nascimento do Presidente fundador Dr, Jonas Malheiro Savimbi:  "Quando em fim nós passarmos, como os homens da História passam, deixemos para os continuadores, o que não passa". É sob o lema: "Dr. Jonas Malheiro Savimbi – Símbolo da Unidade e Coesão do Partido". Que a UNITA comemorará a quadra alusiva ao 3 de Agosto de 2024…

socie5.jpg Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da página de Facebook  de Alcides Sakala

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:39
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Sábado, 11 de Janeiro de 2025
VIAGENS . 230

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA

- Crónica 3656 – 11.01.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

sakala2.jpg Andamos para trás ou para a frente de forma aleatória e por serem já coisas diluídas nos cacimbos e kiangalas, podemos ornamentar os factos com ausência de espanto; de só mesmo matando o tempo, de só falar! Gesticulando braveza de fingir, pulando ao redor dum herói de verdade, os luzidios e gordos generais do medo, fizeram a foto macabra para pendurar na parede escura do seu MPLA. Um herói não morre, nunca - só fica no rascunho.

Jonas Savimbi nunca se renderia, nem se ajoelharia, e se fosse capturado nunca deploraria que não o matassem. Não era homem dessa estirpe de covardes. Seria negar-se a si próprio, o que nunca faria. Seria negar o seu projecto de sociedade. Com a sua morte, perdemos uma batalha importante, mas não a guerra.

Recordamos a muita diplomacia lodosa, de quando Jonas Savimbi chamou «garoto» ao então ministro Durão Barroso do M´Puto, esse que esteve no comando da UE. Por seu turno, também recordamos quando João Soares, numa entrevista ao semanário Expresso, classificou os dirigentes angolanos como «um bando de cleptocratas»…

sakala3.jpg Talvez ele, João soares mantenha essa opinião, só que agora com mais fortes razões de o ser! E, das relações escondidas, que o Dr. Soares seu pai já defuntado, manteve confidenciais durante muito tempo, em virtude de «não querer que isso fosse do conhecimento da Internacional Socialista e, onde o movimento da UNITA não era reconhecido».

Pensando muito, aleatoriamente rumei de luzes escuras ao sonho dormido até chegar ao senhor dos anéis: algures num lugar esquecido e rodeado de mato. Alcides Sakala, bebia um chá de casca de mandioca com mel e mais folhas trazidas por um guerrilheiro muito hábil em encontrar esse mesmo mel silvestre; ambos resistíamos à perseguição dos inimigos, rio abaixo sem nunca pararmos por longo tempo. Era a guerra de Angola!

Definhados na sobrevivência, envolvidos de mistérios, e por imperfeitas sentenças de nossas virtudes, fazíamos façanhas aninhados num destino lendário, lugares esquecidos duma terra que no correr do tempo se desvanecia, se omitia em reconhecer alguns, como filhos; terra que se esquecia de nos lembrar, relegar ou, simplesmente desconhecer.

sakala6.jpg Foi no muxito escondido que relembramos a figura de  Mário Soares que de visita às Seychelles, em 1995, em conversa informal com os jornalistas, após o jantar, falou de Angola (que visitaria oficialmente no ano seguinte) e sobre os líderes em confronto, emitindo esta opinião: «José Eduardo dos Santos é um homem banal»

Edu, não provoca a ninguém um virar de pescoço quando entra num salão, enquanto que Jonas Savimbi tem uma presença esmagadora! É um verdadeiro líder africano!». Já todos morreram - Tarde piaste, digo de mim para nós mas, e aqui corroboro com ele! Disse assim mesmo ao nosso comum amigo Mac Guiver, que me olhou sem espanto! Ainda preservo esses persistentes sonhos…

sakala7.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do livro de Alides Sakala

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 14:52
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Quinta-feira, 9 de Janeiro de 2025
VIAGENS . 229

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO – COM ALCIDES SAKALA

- Crónica 3655 – 09.01.2025

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

Sakala1.webp Neste hiato de tempo entre o ano de 2000 e os sequentes anos do presente século que entre, durante, e após a morte de Savimbi, deram continuação ao projecto desse líder que sempre o será recordado como um exemplar patriota, não obstante haver desaires em seu percurso. Memorias e escritos de personagens que engrandeceram a UNITA destacando-se como lideres, guerrilheiros, conceituados  militares e, ou  diplomatas de craveira…

E, relendo memórias de um guerrilheiro de Alcides Sakala posso lembrar: De rio em rio, muxito em muxito, como leões cautelosos, agachando-se por debaixo  de espinheiras, espevitavam odores do embaciado ar da manhã.  Pé ante pé galgavam mais uns metros penetrando o olhar por entre as copas das árvores, captando helicópteros das Forças Armadas de Angola.

O cerco apertava os guerrilheiros resistentes da UNITA. As descrições dos ouvidos dando conta ao menor estalido de um graveto, ou um chinguiço ressequido partindo o silêncio da mata. Ali, todos os ruídos significam um perpetuar da  vida ou a morte. São sobrevivências que nos levam aos rios da salvação nem sempre fáceis de transpor.

unitao1.jpeg Passo às descrições do livro do meu ilustre mano, mais velho na aparência do que na idade verdadeira. Também é a homenagem a um homem que merece ser referenciado, porque ele é parte integrante da história contemporânea de Angola. Foi dele que recebi um galo em madrepérola que orgulhosamente ostentei na lapela.

Do embrulho atado em meu baú com entrançadas e improvisórias matebas releio de novo partes do livro: “...Para nossa surpresa a delegação do Governo era dirigida pelo General Implacável. Mesmo assim, o ambiente manteve-se calmo e distendido. O facto de ter sido o General implacável a dirigir a delegação das FAA distendeu ainda mais o ambiente.

Estávamos sentados, frente a frente, em uma mesa construída de paus frescos, com a delegação do Governo de Angola. Vinham bem vestidos, fardados a rigor e com bom aspecto físico, luzidios e perfumados. Alguns gordos demais para as circunstâncias. Era um contraste físico extraordinário. Mas, mais do que o aspecto físico, o mais importante era o simbolismo político desse acto. Os nossos corpos falavam por si e transpareciam a dura realidade das dificuldades em que vivem os guerrilheiros.

dyo01.jpg Tinhamos os corpos debilitados mas uma inteligência esmerada e vigilante para a defesa dos nossos legítimos interesses. Divididos por essa longa e difícil guerra fratricida, resultante de um nacionalismo fracturado, acirrado pela Guerra Fria, selávamos com o governo do MPLA, nas margens do rio Luconha, uma nova parceria, como aliados para a construção da paz e da reconciliação nacional.

Ficavam, assim, para trás, os nossos mortos, os heróis da resistência de Angola, os protagonistas da grande epopeia de combate pela conquista da liberdade e da democracia, entre os quais o timoneiro da Revolução dos pobres de Angola, Jonas Malheiro Savimbi, Presidente Fundador da UNITA, tombado heroicamente nas matas do leste no dia 22 de Fevereiro de 2002.

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do livro de Alides Sakala

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:50
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Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2024
VIAGENS . 228

NAS ADUELAS DO BAÚ

DOS TEMPOS DE DIPANDA *  MUJIMBO ANTIGO

- Crónica 3653 - 30.12.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

DIA107.jpg´C.A.  Entre dúvidas escondidas no pormenor de factos conhecidos, dou-me conta que as frinchas, mostram versões velhas a que eu não forço ao pormenor para não suscitar ranhuras com os gigabites alheios, referindo tão-somente o que me parece ter lógica porque, por mais que nos esforcemos, há coisas que sempre ficam na charneira do mujimbo, entre aduelas  de boatos.

Recordo  então que Jonas Savimbi, sempre recusou o abandono da luta pelo que achava certo, não escolhendo cenários de exílio dourado como outros o fizeram e, diga-se em verdade que, foi o único dos líderes angolanos que sempre viveu e lutou no seio de sua terra, sua pátria. Digo eu, num propósito de dialogar com as duvidas de muitos.

Jonas Savimbi morreu há quase 23 anos, a 22 de Fevereiro de 2002, abatido pelas tropas angolanas. Morreu como viveu: a disparar e, mesmo depois de já ter sete balas alojadas no corpo. A Angola, tudo deu sem nada tirar, ao contrário de outros com contas, palácios e mansões no exterior e o desperdício de gastos, como por exemplo a compra de um relógio de 500 mil euros por um filho do Edu.

jamba15.jpg Um filho que só se babou de prepotência sem nunca ter trabalhado em algo visível; que nada fez em prol do povo! Fisicamente, Savimbi morreu mas, seu espírito está em toda a parte, mesmo fora de Angola! Alguém em seu nome continuará a ter quem defenda essa cultura, esse povo, essa forma de ser e de estar! Inicialmente foi enterrado em um humilde cemitério de Luena; com tempo, dele falaremos com os detalhes que o conduziram à morte …

luis40.jpg Um amigo meu do Okavango no seu jeito enigmático de sempre deixar uma prega solta na minha costura do cerebelo disse: -Ele está vivo! Algures num lugar palaciano e bem protegido; aquilo de sua morte foi uma farsa muito bem engendrada pelas grandes potências. Vejam só o que a mente humana pode arquitectar (penso eu)?

E, esse meu amigo continuou: O que viram em fotos é uma tramóia muito bem-feita, um sócia de Savimbi e, não é certo saberem aonde ele foi enterrado para evitar um rodopio de peregrinos, disse este meu kamba que também teimou em não acreditar que os homens chegaram à Lua e que nela caminharam. Claro que desacreditei disto com um muxoxo fingindo com um pois talvez assim o seja, consentimento só para fazer de conta.

Não acredito nesta sua versão, disse eu por fim. Não tem lógica porque mostraram o corpo dele em várias posições e eu até pude referir de imediato ao ver a foto de que ele se terá matado pois que, na foto de Grande Reportagem do M´Puto pode ver-se um buraco escuro, feito por bala "queima roupa" em seu queixo do lado direito - que só ele poderia ter dado segundo a trajectória nada plausível  de o ser de outro qualquer ângulo  Era ele, sim!

savimbi morto.jpeg Ele era destro! Rematei em termo definitivo! Meu amigo, deu de ombros assim como dizendo que cada qual ficava com a sua opinião. Não forcei a nota mas, ainda matuto em sua fricção pois que hoje, acontece muita coisa bem estranha!? As nossas conversas rebrilhando nas águas do Kubango vespertinavam com a kúkia (pôr-do-sol) bem no horizonte angolano e, por detrás de seus brilhos…

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange 

(Continua...)

O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:35
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Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2024
VIAGENS . 227

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba

- Crónica 3652 - 27.12.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

pombinho5.jpg Recapitulando: Em 1990 foi a vez de Pedro “Tito Chingunji”, jovem e brilhante secretário dos negócios externos e antigo representante do movimento em Washington, ser “fuzilado” por se ter tornado demasiado próximo dos americanos. Chingunji foi um dos negociadores dos acordos de New York em fins de 1988, que levou à  retirada dos cubanos de Angola e realização das primeiras eleições.

A morte  de Tito, levou à deserção de figuras de peso da UNITA e, ao fim das relações entre a UNITA e os Estados Unidos. O jornalista britânico Fred Bridgland, autor da biografia “Savimbi - a chave para África”, fez amizade com Chingunji durante a cobertura  das operações do movimento e, já com ele a viver em Washington, colaboraram  na preparação de um livro sobre o movimento.

Um dia, em um encontro em  Washington, Chingunji informou Bridgland de que a sua mãe, pai, três irmãos e uma  irmã, tinham sido executados por Savimbi e que a sua mulher e os filhos, dois bebés gémeos de um ano, estavam presos. Por isso,  tencionava deslocar-se à Jamba  para esclarecer a situação junto de Savimbi.

pombinho10.jpg Chingunji viajou para a Jamba, mas não regressou a Washington. Foi preso, acusado de ligações à CIA e ao MPLA  e ter tido um romance com uma das muitas mulheres e concubinas do Savimbi,  que, refira-se, era poligâmico, aliás como a maioria dos africanos. Tentando salvar o amigo, Bridgland voou para a Jamba em 21 de Dezembro de 1988, um  dia antes da assinatura do acordo de New York, foi ouvido por Savimbi e os 13  membros do seu politburo à sombra de uma frondosa árvore, não conseguindo salvar Chingunji e toda a sua família.

O jornalista denunciou Savimbi e o secretário de Estado James A. Baker exigiu explicações. O líder da UNITA respondeu numa carta de seis páginas em que acusava Tito Chingunji de estar envolvido com a CIA num plano para o derrubar e atribuiu as mortes a dois membros da UNITA que tinham desertado dois meses antes formando um novo movimento separatista na região de Cabinda.

Um sobrinho de Tito, Dinho Chingunji, nesse então ministro do Turismo de Angola, vivia ao tempo em Washington e disse que “éra uma mentira ultrajante”. Na peça “The Black Cockerel”, Savimbi entra em litígio com Tito Chingunji por divergências ideológicas, mas antigos membros da UNITA acusam Savimbi de ter passado a odiar o jovem Chingunji quando soube que este tivera um romance com uma das esposas em Paris, Ana Paulino Savimbi.

pombinho12.jpg Ana era uma jovem elegante e linda que Savimbi converteu em primeira dama e passou a acompanhá-lo nas viagens pela América e pela Europa. Desta relação, Savimbi teve cinco filhos que vivem todos em França. Através de uma bolsa patrocinada pelos serviços secretos franceses, Ana foi tirar um curso de secretariado em Paris, onde conheceu Tito.

Entretanto, Savimbi, que ficara na Jamba, já trazia debaixo de olho duas irmãs sobrinhas de Ana: Raquel Matos de seu verdadeiro nome, que, quando da ida da tia para França, se tornou companheira de Savimbi, mais tarde foi estudar para Londres, casou com Tito Chingunji e acabou por morrer com ele; e Navimibi Matos, da qual Savimbi teve uma filha. Navimibi Matos morreu queimada viva, em 1981, num dia que Savimbi disse que ficaria na história da Unita como o “Setembro Vermelho”.

Referência: The Portuguese Times (NET)

pombinho14.jpg

Ilustrações de Pombinho da EIL

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do jornal  Expresso e página do SAPO

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O Soba T´Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:06
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Domingo, 22 de Dezembro de 2024
VIAGENS . 226

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba

- Crónica 3651 - 22.12.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - Missão Xirikwata

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Arazede do M´Puto

JACA0.jpg A acção da peça decorre entre 1985 e 1992 e os personagens são Savimbi e Tito Chingunji, secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA entre 1980 e 1990 e representante do movimento em Washington e o americano Jack Abramoff, lobista ligado ao Partido Republicano e que conseguiu que Savimbi fosse recebido com passadeira vermelha na Casa Branca.

Em 2010 voltou a falar-se num filme sobre a vida do líder da União Nacional para a Independência de Angola (UNITA). Com o título de Galo Negro em inglês (“The Black Cockerel”), existe uma peça teatral sobre Savimbi, da autoria do nigeriano Ademola Bello, o primeiro africano a obter um mestrado em arte dramática pela Universidade de New York.

“The Black Cockerel” estreou em junho de 2008 numa encenação da companhia do Out North Theatre de Anchorage, Alaska, onde o autor reside; esteve longe de ser um sucesso, mas teve pelo menos o mérito de atrair o interesse de Hollywood para a vida de um dos maiores líderes africanos. A acção da peça decorre entre 1985 e 1992 e os personagens são Savimbi e Tito Chingunji…

salalé1.jpg Tito que é  secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA entre 1980 e 1990 e representante do movimento em Washington relaciona-se com o americano Jack Abramoff, lobista ligado ao Partido Republicano e que conseguiu que Savimbi fosse recebido com passadeira vermelha na Casa Branca. Em “The Black Cockerel”, Savimbi é um anticomunista em confronto ideológico com Chingunji e Abramoff…

Abramoff, encontra-se em Angola para que ele interceda junto do governo da África do Sul para autorizar a rodagem do “Red Scorpion”. O episódio do filme não é ficção; existe mesmo o filme, com argumento de Jack Abramoff, produzido pelo irmão, Robert, com um orçamento de 16 milhões de dólares, realizado por Joseph Zito e com o brasileiro José Fernandes como diretor de fotografia.

Estreou em 1989 e foi um dos últimos filmes da Guerra Fria que Hollywood também travou, propondo-se a ser, em relação a Angola, o que os filmes de Chuck Norris foram para o Vietname do Norte.O protagonista é o sueco Dolph Lundgreen, num agente da KGB enviado a África para abater um líder rebelde que combate um regime comunista apoiado pelos cubanos e, por influência de um jornalista americano, adere no fim aos guerrilheiros libertadores.

topo04.jpgInicialmente, “Red Scorpion” esteve para ser feito na Suazilândia, que negou autorização devido à coligação Artists e Athletes Against Apartheid por violar o boicote da África do Sul que pressionava o fim da segregação racial e a libertação de Nelson Mandela, mas o governo sul-africano borrifou-se nos protestos e autorizou a rodagem na Namíbia. Em 1994, os irmãos Abramoff rodaram um “Red Scorpion 2” nas Filipinas e com outros intérpretes, mas nesta altura Frank Abramoff não está disponível para o filme sobre Savimbi…

O famoso “lobisomem” envolveu-se num escândalo de corrupção de vários congressistas, foi condenado por fraude e só sai da prisão em 1 de Dezembro próximo. Um dos projetos mais importantes de Jack Abramoff, através da sua Freedom Research Foundation, foi a Internacional Democrática, encontro de chefes de movimentos anticomunistas da Nicarágua (Contras), Afeganistão e Laos realizado em 1985 na Jamba e patrocinado por Lewis Lehman, ininciador dos Contras e Jack Wheeler, propagandista da Nova Doutrina de Ronald Reagan.

Referência: The Portuguese Times (NET)

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do jornal  Expresso e página do SAPO

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 13:00
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Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
VIAGENS . 224

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba

- Crónica 3648 – 10.12.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

missosso2.jpeg Como podemos nós acrescentar à ciência o entendimento de simplicidades tão abrangentes; uma mão amiga! As pedras surdas e mudas que não podem testemunhar porque elas têm seu próprio destino, transformar-se em pó, e nós, em coisa nenhuma. Para provar que o que tem de acontecer acontecerá, haverá sempre um milagre a alterar o curso do destino, pequeno ou grande!

Desta feita tem o nome de “Kikas Xirikwata”, no feminino, que move vontades e ternuras a alterar este simples destino, seu toque milagreiro de bem-haja, pequenas de grandes coisas que fazem a diferença! Ora, relembrando: No ano de 1970 e 1971 com o lançamento da operação “Siroco” e “Rojão RH” a região do Leste de Angola é completamente dominada após a realização de operações especiais aos quais participaram Comandos…

Comandos, Páras, Fusos e o Esquadrão a Cavalo estacionado em Silva Porto, actual cidade do Cuíto. As autoridades portuguesas instauram um prémio de 100 contos a quem entregasse Jonas Savimbi, vivo e, outro de 50 contos, pela cabeça de Antunes Kahali, um comandante da UNITA conhecido pela prática de sua crueldade.

guerra14.jpg Mas, num agora posterior, “os periclitantes novos membros estão profundamente preocupados com as repetidas acusações de abusos dos direitos humanos em Angola e, em particular, às mortes de Tito Chingunji, Wilson dos Santos e suas famílias. “A situação fica particularmente delicada porque “Tito” alegou que o seu plano beneficiava de apoio actuante da CIA”.

São desconhecidas as movimentações de Backer mas, é conhecida a carta que o presidente e vice-presidente da “Senate Select Comité on Intelligence”, respectivamente David Boren e Frank Murkowski, enviaram a George Bush: Podemos nunca saber quem foram os responsáveis por estes crimes, mas o Dr. Savimbi tem de aceitar a responsabilidade pelo facto de terem ocorrido na jurisdição controlada pela sua organização politica e militar.

O facto de estes acontecimentos, terem acontecido depois da paz ter chegado a Angola, deixa-nos apreensivos. Espera-se por isso que certas e especificas acções sejam tomadas por ele, Jonas Savimbi que comanda o movimento UNITA. Voltando ao Antunes Kahali, este, decepava os órgãos sexuais dos militares portugueses abatidos, expondo-os com frases insultuosas nas aldeias e carreiros ali chamados de picadas.

guerra18.jpg Diz-se que o major Vitor Alves arrecadou o prémio apresentando uma cabeça que não era a de Kahali pois este soube-se ter falecido na Jamba em uma data posterior. Nesta mesma altura, o MPLA cria um grupo chefiado por Manuel Muti que tinha a obsessão de matar Savimbi. Fracassada essa tarefa, Muti adere à “Revolta do Leste” e acabando por mais tarde se entregar às “NT- Nossas Tropas”

NT, era talqualmente como se davam a conhecer as tropas do M´Puto em seus relatórios. Foi no lugar de Ninda que este aventureiro da guerrilha se entregou. Com o MPLA derrotado militarmente no Leste, Portugal desencadeia nova operação especial contra as bases de Savimbi, saldada por elevado número de baixas entre os guerrilheiros…  

guerra01.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, do jornal  Expresso e página do SAPO

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PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:38
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Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
VIAGENS . 222

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Crimes na Jamba

- Crónica 3645 – 27.11.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

unita002.jpg O Fórum Democrático Angolano – FDA, constituído por dissidentes da UNITA, na diáspora, espalha por Lisboa do M´Puto um cartaz que dizia: SOS Jamba. Savimbi liberta Tito Chingunji e Fernando Wilson. Sabia-se que Savimbi mantinha na Jamba detidos sob coacção, Pedro Ngueve Jonatão Chingunji conhecido por “Tito” e, Fernando Wilson dos Santos.

Tito era delegado da UNITA nos EUA desde 1988 e Wilson, era-o em Lisboa desde o ano de 1986.  Ambos eram acusados de conspirar contra Savimbi. tendo sido julgados em Fevereiro de 1989, coincidindo com o desaparecimento do engenheiro Chitunda. Soube-se a seguir que estas três figuras de destaque do Movimento o foram declarados culpados e presos…

Do relatório da Amnistia Internacional desse ano é referido que “em resposta a manifestações internacionais  Tito Chingunji foi solto por curtos períodos, coincidindo com delegações estrangeiras de visita à Jamba. Fernando Wilson e Tito, foram vistos com vida pela última vez em inícios de 1991. O mesmo relatório refere: foram acusados de feitiçaria pelo que e, como era hábito foram queimados juntamente com membros de sua famílias em Março de 1982 e Setembro de 1983…

tito2.jpg Passo aqui, por cima de algumas descrições pormenorizadas e penosas no entendimento humano. Marcial “Yemene” Hamukwaya, ex-chefe de pessoal da UNITA acusado de ter criticado o envolvimento militar da África do Sul na Província de Cunene no Sul de Angola, foi mais um dos militares do Movimento do Galo Nego, morto em fins de 1984.

Em 1982 Tony da Costa Fernandes, fundador e Ministro dos Negócios Estrangeiros da UNITA e Miguel Nzau Puna, antigo Secretário-geral, na altura da dissidência, Ministro do Interior e da Ordem Pública da UNITA, anunciam o seu desvinculamento do Movimento, justificando que “Savimbi, não estava  a respeitar os acordos de paz” e, “não querendo pactuar com os planos diabólicos de que Savimbi gizava para Angola”.

São Tony Fernandes e Nzau Puna que  contam ao Mundo o assassinato de Tito e Wilson  com as respectivas famílias…Em um desesperado apelo à comunidade internacional, que não foi correspondido, pedem a exumação e autópsia  dos corpos. São contados horrores na forma de execução atribuídas a um sobrinho de Savimbi, membro do grupo de segurança designado de BRINDE - segurança interna do Movimento…

tito4.jpg Em carta datada de 11 de Março de 1992 destinada ao Secretário de Estado Norte-Americano James Backer, Jonas Savimbi admitiu as execuções de Pedro Negueve Jonatão Chingunji, “Tito” - delegado da UNITA nos E.U.A. e de Fernando Wilson, delegado da UNITA em Lisboa, assim como toda a família, de ambos e, respectivos guardas pessoais, por via de “actos de alta traição”…

Ainda declara que haviam sido mortos em 1991 e não em 1992. A Amnistia Internacional contesta a Comissão de Inquérito da UNITA, fazendo saber ao movimento, que a mesma não obedecera aos “critérios geralmente aceites de independência e imparcialidade”. Na carta dirigida a Backer, Savimbi acusou “Tito” e Fernando Wilson de pretenderem envenena-lo: “Depois do regresso à Jamba, a 11 de Novembro de 1988, promovi um encontro entre nós e, alguns de seus amigos para discutirmos o que se falava.

tito6.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, do jornal  Expresso e página do SAPO

(Continua…)

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:14
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Domingo, 24 de Novembro de 2024
VIAGENS . 221

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, antes e depois do ano Dois Mil

- Crónica 3644 – 24.11.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018

- “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

unita04.jpeg Lá na mata, quatro meses antes, perseguido por uma unidade das forças governamentais, Jonas Malheiro Savimbi é morto em Fevereiro de 2002. Segundo o jornal Público (do M´Puto), Jonas Savimbi morreu "de arma na mão", como "um militar", numa emboscada das Forças Armadas Angolanas (FAA), numa sexta-feira à tarde, junto ao rio Luio, sudeste da província do Moxico…

Ao fim de cinco dias de perseguição pelo mato. "Sete tiros foram suficientes para o abater". Foi assim que o brigadeiro Wala, na qualidade de dirigente da "força mista que matou o líder da UNITA", resumiu o fim de Savimbi aos jornalistas presentes no local em que o corpo foi exibido. Estou em crer que, aquele rádio com tecnologia de ponta, oferecido pelos “amigos americanos” a Savimbi, tinha um cazumbi bem forte…

Por tantas dúvidas no ar, tantas medidas arbitrárias, umas torpes outras sem explicação plausível, levam os jovens de agora e não só, a pedir explicações. Nos anos sequentes e, já no actual ano de 2024, ainda se protagonizam inéditas manifestações estipulando como que uma espécie de moratória ao executivo angolano, antes de voltarem às ruas…

savi9.jpg Jonas Malheiro Savimbi é morto em Fevereiro de 2002

Uma e outra vez, pedindo eleições livres, sem batota, eleições municipais e o fim da mordaça e do estado policial, ditatorial na verdadeira versão da palavra. Uma cleptocracia, um governo cujos líderes corruptos usam o poder político para se apropriar da riqueza de sua nação, com o desvio ou apropriação indevida de fundos do governo e, às custas da população em geral

Quebrando temporalmente a sequência dos relatos, já neste novo Século XXI, pela agência Lusa é dado conhecimento de que Carlos Morgado, antigo médico pessoal de Jonas Savimbi, líder histórico da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), morre em Lisboa vítima de doença a 08 de Outubro de 2013.

Carlos Morgado que acompanhou Abel Chivukuvuku na fundação da coligação eleitoral (CASA-CE), terceiro maior partido angolano. Só mais tarde o soube poi que estando em terras longínquas do pantanal brasileiro, não tive oportunidade de apresenta à família e à direcção da CASA-CE  meu "sentimento de profundo pesar". Simplesmente, desaconteceu!

savi5.jpg Soube sim, mais tarde, que "foi com profunda dor e consternação que o Grupo Parlamentar da UNITA tomou conhecimento do falecimento do Dr. Carlos Veiga Morgado (...) aonde também assumiu o cargo de Presidente do Grupo Parlamentar, saído das eleições de 1992"… "Foi um nacionalista e humanista, sempre fiel e coerente com os seus princípios em prol do Povo Angolano e de Angola"… E com sentido pesar, que o recordo…

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da agência LUSA, via SAPO…

(Continua…)

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:48
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Domingo, 10 de Novembro de 2024
VIAGENS . 219

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, já quase no ano Dois Mil

Crónica 3641 – 11.11.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

araujo179.jpg Carlos Morgado era dos poucos representantes no exterior que tinha linha direita com o presidente da UNITA (sem ter que passar pelo coordenador da M.E, Isaías Samakuva). Carlos Morgado, foi o primeiro a denunciar que o regime angolano, estava a manter negociações com o general Kamorteiro que estava na condição de capturado e que a direcção da UNITA não validava.

Foi nesse então dado como radical pela média angolana após criticas ao PR, José Eduardo dos Santos através de reacções duras. JES “vingou-se” de Carlos Morgado rejeitando-o mais tarde a proposta para integrar o GURN como Ministro da Saúde.

Avançando no tempo, o fim da guerra em 2002 e durante a vigência da Comissão de Gestão foi desmobilizado como brigadeiro e elevado a Secretario dos Assuntos Sociais da UNITA. No IX congresso que elegeu Isaías Samakuva como Presidente do partido, o mesmo desempenhou papel preponderante, coadjuvando Abel Chivukuvuku no “Estado-maior da Campanha”.

ara3.jpg Morgado foi o responsável pela integração dos ex-quadros da UNITA da Saúde (na maioria enfermeiros) no sistema da saúde pública governamental. No X congresso, foi mandatário da campanha de Abel Chivukuvuku no conclave que o renomeou. Após o conclave foi indicado Secretario da Saúde e Ambiente, cargo que depois veio abandonar quando decidiu regressar a Lisboa para fazer um Mestrado em Saúde Pública.

Após a conclusão do mestrado, regressou a Angola prestando assessoria a trabalhos na “Open Society”, tendo colaborado e realizado palestras com temas ligados à saúde nas páginas do Jornal Folha 8. Em finais de 2009, esteve envolvido num projecto sobre saúde pública na Universidade Católica de Angola.

Foi Professor das Universidades Metodista e Católica de Angola.  Personalidades que já trabalharam com ele descrevem-no como “pessoa muito inteligente, eticamente humilde e aberto ao diálogo”.

morgado1.jpg Entretanto, Celita Morgado, esposa de Carlos, saia com seu filho para Portugal a  encontrar-se com ele. Será deles que dependerá voltarem ou não para Angola. Serem da UNITA, ou deixarem de  ser da UNITA.

Quanto ao guerrilheiro Jonas Savimbi, mestre em manobras tácticas, subindo e descendo rios, sem qualquer abastecimento, terminou a vida encurralado; enquanto as moscas circundavam o corpo do guerrilheiro, José Eduardo dos Santos era nesse então, recebido por Bush na Casa Branca. O que é que os americanos irão aprontar a seguir às mortes dos seus amigos e aliados!  Dá para pensar…

araujo1.jpg Ilustrações de Cota Araújo

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:32
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Quarta-feira, 6 de Novembro de 2024
VIAGENS . 218

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, já quase no ano Dois Mil Crónica

Crónica 3640 – 06.11.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

araujo107.jpg Carlos Jorge Viegas Morgado nasceu no Sambizanga, um bairro de Luanda e cresceu no bairro Catambor, paredes meias com a Maianga, aonde fez os estudos primários e liceais. Com cerca de 15 anos aderiu à juventude da UNITA e na azáfama da independência viu-se obrigado a refugiar-se em Portugal.

Em 1984 concluiu o curso de medicina pela Universidade do Porto. Enquanto estudante foi responsável da JURA na zona norte de Portugal e ajudou a criar núcleos que constituíram parte das bases da UNITA naquele país europeu (M´Puto). Após a sua formação, o governo português impôs-lhe a condição de cumprir a tropa portuguesa antes de ser colocado como Médico.

Não concordando com a condição, preferiu seguir, em 1987, para a Jamba-Angola tendo sido integrado no exército das FALA como director da saúde militar. Como médico militar, mostrava-se corajoso em ir para as frentes de combates para prestar assistência aos soldados. Promovido ao grau de Coronel e membro do Comité Permanente da Comissão Política da Direcção da UNITA…

morgado2.jpg A UNITA era por alturas de 1990 dado como um movimento racista, mas havia um pormenor que fugia a esta propaganda; a pessoa de confiança para tratar da saúde de Jonas Savimbi era um branco e, isto punha em causa a propaganda do regime do MPLA.

Para salvaguardar essa propaganda foram postos a circular rumores insinuando que o Doutor branco Carlos Morgado, às ordens do líder, castrava os comandos da guarda presidencial de Savimbi tornando-os inúteis como homens em sua plenitude. Interessa aqui descrever quem era  mesmo, Carlos Morgado.

Torna-se assim médico pessoal de Jonas Savimbi e mais tarde Ministro da Saúde do Governo da chamada “Terras Livres de Angola”. Enquanto médico pessoal de Savimbi e membro da alta hierarquia do partido, fez parte de uma delegação presidencial da UNITA que em Junho de 1988 foi recebida pelo então Presidente norte-americano Ronald Reagan na Casa Branca.

araujo115.jpg Na tentativa de se criar um Governo de Unidade integrando elementos das duas partes (UNITA e MPLA), Jonas Savimbi propôs que Carlos Morgado fizesse parte do executivo como Vice-Ministro da Assistência e Reinserção Social. (Os outros eram: Victorino Domingos Hossi para Ministro da Cultura; Estevão José Pedro Cachiungo para Vice-Ministro das Obras Públicas e Urbanismo e Lukamba “Gato” para Vice-Presidente da Assembleia Nacional).

Os mesmos nunca chegaram a ser nomeados ou exercer estas funções devido ao impasse que se verificava. Carlos Morgado em 1993 tomou posse como deputado e Savimbi fez dele o Primeiro Presidente da Bancada Parlamentar da UNITA na Assembleia Nacional.

roxo10.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 17:29
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Sexta-feira, 1 de Novembro de 2024
VIAGENS . 217

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, já quase no ano Dois Mil

Crónica 3639 – 01.11.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

unita21.png Recordando uma figura de destaque que se dedicou à UNITA e ao seu presidente a cem por cento, salientamos que em Setembro de1990, Carlos Morgado, médico pessoal do Dr. Savimbi, tornou a fazer parte da sua comitiva ladeado com Jeremias Chitunda, que desta vez foram recebidos em Washington por George Bush “pai”.

A  31 de Maio a 11 de Junho de 1991, Carlos Morgado faz parte da maior delegação da UNITA  que visita os países europeus após o acordo de Bicesse. No VII congresso da UNITA foi indicado “Ministro dos Quadros” dum governo sombra que o “Galo Negro” ia ensaiando, para uma possível governação após as eleições.

Logo após os acordos de Bicesse juntou-se ao elenco de dirigentes que Savimbi enviou a Luanda no ano de 1991. Em Dezembro do mesmo ano animou um alargado encontro com os quadros da UNITA no cinema Kipaka em Luanda ao lado do general Eugénio Manuvakola.

morgado1.jpg Em finais de 1992 e, quando se registaram confrontos entre militares da UNITA e do governo, nas ruas de Luanda, Carlos Morgado encontrou-se com Jeremias Chitunda, Salupeto Pena e Abel Chivukuvuku a preparar a saída de Luanda. Tendo socorrido soldados das FALA ferido, ficou sem peniclina e outros fármacos, apelado ao governo angolano que “pelo menos” aos soldados feridos fosse dado atendimento no hospital militar.

Não teve tempo, de socorrer mais ninguém, porque a sua vida também estava em risco; na tentativa da fuga foi alvejado nos membros inferiores, entre o largo Serpa Pinto e o ex liceu Salvador Correia. Foi levado para o Hospital Militar e mais tarde para as instalações do Ministério da Defesa onde ficou cerca de seis meses sob custódia do exército governamental, tempo que coincide com a morte do pai em Portugal.

Entretanto, diante ao clima de desconfiança que reinava, o mesmo abandonou Luanda e foi indicado representante da UNITA em Portugal e membro da missão externa. Em seu lugar foi indicado um novo médico pessoal de Savimbi, o Dr Leon, de origem congolesa.

ÁFRICA11.jpg Mais tarde em Fevereiro de 1995, Carlos Morgado  foi ao Bailundo participar no VIII Congresso da UNITA tendo tratamento VIP com direito a cadeira ao lado do Presidente e do SG do partido, denotando reiteração da confiança de Savimbi. Enquanto membro da Missão externa (ME) em Portugal passou actuar como “head center” de uma rede de inteligência, da UNITA neste espaço europeu. 

Jonas Savimbi que se encontrava refugiado no Huambo mostrava-se preocupado com a situação do seu médico pessoal. A 9 de Março de 1993 fez uma mensagem “a nação” exigindo a libertação do mesmo: “Exigimos imediatamente a libertação do Dr. Morgado que, por uma questão de humanidade, seja dada liberdade ao Dr. Morgado, para abraçar a sua mãe, que perdeu o marido".

unita02.jpeg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

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PUBLICADO POR kimbolagoa às 11:17
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Quarta-feira, 23 de Outubro de 2024
VIAGENS . 215

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Diáspora após a “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”

Crónica 3636 –23.10.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

ARAUJO245.jpg O filho de Mário Soares, João Soares, deputado socialista e antigo presidente da Câmara de Lisboa, esteve três vezes na Jamba e da última vez, ficou gravemente ferido quando a avioneta se despenhou no fim da pista de terra batida, segundo se diz por estar demasiado carregada com marfim.

Nos EUA, Ronald Reagan, George Shultz, Jeane Kirkpatrick e outras figuras de proa do Partido Republicano não se cansavam de elogiar Jonas Savimbi como um grande líder anticomunista. Comparado com Reagan, o guerrilheiro era um intelectual. Falava fluentemente português, inglês e francês e usava estas línguas nos contactos com políticos, diplomatas ou jornalistas.

ARAUJO257.jpg Savimbi foi um homem corajoso e ardiloso: combateu os comunistas com ajuda dos capitalistas e vice-versa, lutou pela negritude aliando-se aos brancos sul-africanos do apartheid e combateu o colonialismo português aliando-se à Pide e ao exército português no leste de Angola, onde chegou a ser assistido por médicos militares portugueses.

O envolvimento dos Estados Unidos em Angola começou em 1960 com ajuda à FNLA e durante a guerra civil de 1975/76 apoiaram também a UNITA, os dois movimentos anticomunistas. Com a derrota da FNLA, os americanos voltaram-se para a UNITA e, este apoio atingiu 90 milhões de dólares em 1990.

Além da ajuda americana, a UNITA tinha os diamantes que proporcionava lucros anuais de um bilião de dólares, mais dinheiro do que o tesouro da maioria dos países africanos e, com essa capacidade financeira, conseguiu criar melhores quadros militares e civis do que o MPLA…

ARAUJO256.jpg E, tudo indicava que  estava em melhores condições para governar o país, mas quem falhou foi o próprio Savimbi, que concentrava todo o poder e, apesar de toda a sua cultura, enfermava de um disfarçado tribalismo primário. Entretanto a vida continuava em Angola. De forma periclitante a casa da circunscrição continuava a ser praticada, a residência do administrador já o era - outra coisa qualquer, talvez um comité ou um centro da OMA. A granja agrícola estava minada com instrumentos de morte redonda, o armazém de alfaias ficou a enferrujar o tempo.

As sementes seleccionadas deixaram de ser distribuídas pelo organismo da agricultura; ao tanque carradicida e ao posto médico, deram-lhe outra utilidade. A estação dos Correios, o Tribunal, a Capela, os fornos de cal e tijolo, o silo, a carrinha “chevrolet”, o forno de pão, a sanzala, os cipaios e a missão, deixaram de o ser no mesmo jeito...Tudo se tornou num mundo irreal, monstruoso, somente um faz de conta que fazia gerir o dia-a-dia, à toa.

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto

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PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:32
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Quinta-feira, 17 de Outubro de 2024
VIAGENS . 214

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na diáspora e após a  “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”

Crónica 3635 – 17.10.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

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Aconteceu que sempre escapei a este assedio por parte de dinamizadores do tal MDP-CDE. Como disse não estava disposto a desalojar patrões chamados de fascistas pelos ganhões. Havia gente próxima que me esclarecia a contornar este procedimento mas, o certo é que  andava com minha moral muito nas lonas pois que não via bons auspícios futuros.

Em Portugal, havia gente do PCP a fazer triagem na colocação dos regressados do Ultramar Português em Órgãos de Administração. Faziam listas, procuravam-nos e colocavam-nos nos lugares mais aprazíveis a contento destes. Que me fuzilem se estou a dizer uma inverdade!

Os revolucionários do Pós-25 do PCP e MDP-CDE e o magote de gente que lideravam tomaram de assalto os Serviços de Educação, da Reforma Agrária, na Industria, Comércio e Sindicatos. Diziam; era o PREC.

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Recordo que o Sindicato da União de Autarquias Locais - do Sul, STAL a dado momento recusou o ingresso de técnicos em suas estruturas. Foi quando me senti relegado para a masmorras dum barco que passou a ser a minha pátria, lugar aonde guardei minhas mágoas, meus desaires num baú: - O NIASSA

Falo por mim, mas muitos outros tiveram que trilhar caminhos muito iguais. Para não me mentir, terei de continuar esta senda até que julgue estar ressarcido em parte dos desmandos, assim seja para desabafar porque, outra coisa não posso esperar. Este arquivo vai ficar morto como coisas do passado tal como o vapor NIASSA que se tornou sucata!…

As assembleias de trabalhadores eram mais que muitas e tudo se decidia de punho no ar e isto assombrava-me de todo. Inscrevi-me para uma organização em Lisboa, CIME, Comissão Internacional de Migração Europeia e pouco tempo depois fui chamado pois tinha colocação na Venezuela mas, teria de ir de barco.

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Eu vou sim, disse! Nem que seja de barco à vela e, aconteceu: fui mesmo! Foi o melhor que poderia ter feito. Levei uns doze dias a curtir férias no paquete Flávia cheio de turistas saídos de Itália, destino Caracas com descida em La Guaíra.

Entretanto na Jamba da UNITA com o seu famoso e único sinaleiro que todos os jornalistas fotografavam, era a capital das chamadas Terras Livres de Angola, espécie de região autónoma que Savimbi instituiu em 1979 no sudoeste angolano e onde a ajuda americana chegava através da África do Sul. A Jamba resistiu às ofensivas do exército angolano de 1976 a 1994. Ficaram famosos os “Jamba Tours” com políticos portugueses.

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:58
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Quinta-feira, 3 de Outubro de 2024
VIAGENS . 211

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Antes e Depois da  “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”

Crónica 3631– 03.10.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

unita33.jpg A UNITA tentou retirar o controlo de Cabinda ao MPLA em Janeiro de 1993. Edward De Jarnette, chefe do Gabinete de Ligação dos Estados Unidos em Angola para o governo Clinton, alertou Savimbi que, se a UNITA impedisse ou interrompesse a produção de Cabinda, os Estados Unidos encerrariam seu apoio. Aqui, deu para se entender que os piores amigos eram mesmo, os americanos.

A 9 de Janeiro, a UNITA iniciou uma batalha de 55 dias contra Huambo, a "Guerra das Cidades". Centenas de milhares fugiram e 10 mil foram mortos antes que a UNITA assumisse o controlo a 7 de Março. O governo engajou-se em uma limpeza étnica kikonga e, em menor grau, de ovimbundos e, em várias cidades, principalmente Luanda como o de 22 de Janeiro, o já referido massacre da Sexta-Feira Sangrenta.

Recordar que os chamados rebeldes da UNITA e os representantes do governo encontram-se cinco dias depois na Etiópia, mas as negociações em restaurar a paz falharam. O Conselho de Segurança das Nações Unidas sancionou a UNITA através da Resolução 864 a 15 de Setembro de 1993, proibindo a venda de armas ou combustível para a organização.

unita34.jpg Talvez a mudança mais clara na política externa estadunidense tenha surgido quando o presidente Bill Clinton emitiu a Ordem Executiva 12865 em 23 de Setembro, rotulando a UNITA como "uma ameaça contínua aos objectivos de política externa dos Estados Unidos" em Angola.

O Protocolo de Lusaka de 1994 veio reafirmar os Acordos de Bicesse. Savimbi, não querendo assinar pessoalmente esse acordo, enviou o ex-Secretário Geral da UNITA Eugénio Manuvakola representando em seu lugar, o partido. Manuvakola e o Ministro das Relações Exteriores de Angola, Venâncio de Moura, assinaram o Protocolo de Lusaka em Lusaka, Zâmbia, em 31 de Outubro de 1994, concordando em integrar e desarmar a UNITA.

Ambos os lados assinaram um cessar-fogo como parte do protocolo em 20 de Novembro. Sob o acordo, o Governo e a UNITA cessariam as hostilidades e desmobilizariam 5 500 membros da UNITA, incluindo 180 militantes, que se uniriam à polícia nacional angolana, 1200 membros da UNITA, incluindo 40 militantes, que se uniriam à força policial de reacção rápida e os generais da UNITA, que se tornariam oficiais das Forças Armadas Angolanas.

unita35.jpg Mercenários estrangeiros retornariam aos seus países de origem e todas as partes parariam de adquirir armas estrangeiras. O acordo estipulou dar aos políticos da UNITA casas e uma sede. O governo concordou em nomear membros da UNITA para chefiar os ministérios de Minas,  Comércio, Saúde e Turismo, além de sete vice-ministros, embaixadores, governos de Uíge, Lunda Sul e Cuando Cubango…

Tambem destinou vice-governadores, administradores municipais, vice adminis-tradores, e comuna de administradores. O governo, libertaria todos os prisioneiros e amnistiaria todos os militantes envolvidos na guerra civil. O presidente do Zimbabwé, Robert Mugabe, e o presidente sul-africano, Nelson Mandela, reuniram-se em Lusaka a 15 de Novembro de 1994 para aumentar o apoio simbólico ao protocolo.

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 05:41
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Quinta-feira, 26 de Setembro de 2024
VIAGENS . 210

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Antes e Depois da  “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”

Crónica 3629 – 26.09.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

roxo54.jpg Em Março de 1992, representantes da Amnistia Internacional visitaram Angola lançando um apelo para a protecção dos direitos humanos – “Na ausência de providências imediatas para impedir novos assassinatos, verificava-se uma escalada da violência que vinha a pôr em risco os acordos de paz”.

Havia crimes cometidos, nunca castigados, segundo pesquisa na imprensa angolana e portuguesa: Pelos governamentais, a morte de seis pessoas, numa manifestação pacífica de apoio aos separatistas de Cabinda, em 1991. Ainda em Cabinda, no mesmo ano verifica-se a execução a tiro do diácono Arão.

Também em Luanda, ocorre o assassinato do piloto governamental Sampaio Raimundo, pelo guarda-costas de um oficial da UNITA. No corrente ano de 1992, dá-se a morte de quatro oficiais da Força Aérea angolana, por membros da UNITA – dois deles, enterrados vivos, um queimado, outro espancado. Dá-se também a morte de nove membros da UNITA, entre os quais o tenente José Segundo

roxo55.jpg Na Província de Benguela, segundo representante da UNITA em uma comissão da CCPM - Comissão Conjunta Politico Militar. O mesmo, foi alvejado por um civil e por um outro com uniforme das FAPLA, em Junho do passado ano. Àquelas mortes, nenhuma investigação foi feita.

Dá-se o assassinato do representante da UNITA em Malange, coronel Pedro Makanga, vingado logo a seguir, com o assassinato de um tenente-coronel das FAPLA. Era esta a onda de insanidade e falta de rigor na fiscalização e ordem do território e, dizer-se por isso, estar-se a caminhar para uma longa tragédia anunciada, sem ter ninguém ou entidade fidedigna para superar com justiça quaisquer arbitrariedades.

Na Província da Huíla dá-se assassinato de quatro turistas; este episódio transforma-se em mais um incidente político, quando Jonas Savimbi anuncia que prendera Celestino Sapalo, um agente de segurança governamental, por suspeita dos crimes. A ONU, vem a concluir que os crimes haviam sido cometidos pela tropa da UNITA.

roxo56.jpg A ONU concorda em permitir o interrogatório a Sapalo por uma comissão conjunta de inquérito, formada por seus representantes e do governo, mas isso nunca aconteceu. Dá-se aqui conhecimento de várias altercações que um pouco por toda a Angola se vão verificando, para que se tenha uma ideia melhor formatada do todo o ambiente social em efervescência expectante da paz que, não chega…

Em Cabo Ledo, arredores de Luanda, ocorre a morte por assassinato de uma família portuguesa. O governo apresenta um presumível autor dos crimes que anuncia ter actuado a mando da UNITA, por dinheiro e, embora tudo apontasse ser uma manobra política do MPLA, nenhuma investigação viria a ser feita….

ROXO134.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

Ilustração aleatória de asunção Roxo

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 15:26
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Quinta-feira, 19 de Setembro de 2024
VIAGENS . 208

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* - Depois da  “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”

Crónica 3627 – 19.09.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

unita31.jpg Por via da  6ª Feira sangrenta de 22, 23 e 24 de Janeiro de 1993, Mobutu é acusado de ter enviado tropas para auxiliar o braço armado da UNITA. No entanto, quando as ex- FALA's ocupavam militarmente uma das cidades, a Rádio Nacional de Angola, noticiava o que aqui se cita: "tropas zairenses e da UNITA, ocuparam tal cidade", etc.

Alguns jornalistas do Jornal de Angola imprudentes, assinam artigos em que criticavam os supostos zairenses (na realidade, angolanos bakongos), com caricaturas, denegrindo-os de serem responsáveis da miséria do povo angolano. Em meados de Janeiro de 1993, todos os órgãos de comunicação Social de Angola, citam fontes militares que foram capturados no campo de batalha, tropas zairenses.

Essas afirmações da imprensa esquerdoida, no seu modo de ver, constituía prova suficiente da implicação de Mobutu no sucesso de tropas da UNITA no terreno, prometendo apresentá-las numa conferência de imprensa. Na preparação desta, um jornalista que quis saber quais as provas que tinham, a resposta foi simples: falavam lingala!

lifune0.jpg O jornalista insiste em saber se, nas forças armadas angolanas e da UNITA, não havia militares que falassem lingala, sendo logicamente considerados angolanos. A reunião com imprensa foi anulada "in-extremis", por ordens superiores. Soube-se mais tarde, que os supostos soldados zairenses, na realidade eram angolanos bakongos que falavam lingala, ligados ao partido no poder e recrutados para este efeito.

A campanha de difamação contra Mobutu e os zairenses era tão forte que obrigou o então general da UNITA, Demosthenes Chilingutila a desmentir na rádio portuguesa TSF, qualquer implicação das tropas do Zaire ao lado das suas tropas afirmando ainda que o próprio presidente do Zaire tinha problemas graves no interior de seu pais e, precisando ele sim, da ajuda da UNITA.

Nesse dia, 22 de Janeiro de 1993, um editorial da Rádio Nacional de Angola revela que os Zairenses infiltrados no seio da população angolana, preparavam um plano para assassinar o presidente da República, José Eduardo dos Santos.

guerra20.jpg E, foi esta a razão que no mesmo dia incutiram e accionaram seu conhecido Poder Popular junto de seus seguidores entre a população de Luanda munidas de armas de fogos pelo MPLA a assaltarem, violarem e matarem à revelia e com toda a impunidade, os bakongos da capital do país – Luanda.

Dias depois, os bakongos, impotentes e frustrados, reúnem-se algures em Luanda, redigem o famoso Manifesto da Sexta-Feira Sangrenta, um memorandum dirigido ao governo de Angola, ao parlamento e às embaixadas acreditadas em Angola. Neste documento, os activistas “bakongo” relatam com pormenor o que se passou nestes dias. O então deputado do partido PDP-ANA, Nfulumpinga Landu Víctor, toma conhecimento do manifesto e interpela a Assembleia para condenar os massacres e levar à justiça os autores.

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

 (Continua…)

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 20:46
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Sábado, 14 de Setembro de 2024
VIAGENS . 207

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* - Angola .SEXTA-FEIRA SANGRENTA”

Crónica 3625 – 14.09.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

swakop5.jpg As organizações civís bakongo apontaram mais de 40 mil vítimas através do território nacional, por uma alegada acusação da dita rádio nacional e jornal de Angola, órgãos afectos ao partido da situação e inimigo do povo, que militares zairenses estariam a preparar um golpe de estado contra o presidente; apontavam o povo do norte (Congo), de zairenses, que pretendiam assassinar José Eduardo dos Santos.

Hoje passados 31 anos, o processo continua nas gavetas carunchosas do Miala ou no lixo, de forma tão humiliante, sem humildade, sem moral nem a mínima consideração de um ser humano. E nem os ditos jornalistas foram responsabilizados pela sua chacina criminosa.

De forma tão clara, estes ataques foram metodicamente e sistematicamente orquestrados de forma sínica, odiosa e, por motivos étnicos, por que o povo bakongo sempre foi visto como o primeiro inimigo dos estrangeiros trincheirados no MPLA, pela sua bravura defesa da independência e pelo facto de serem eles, os libertadores de Angola.

luuan1.jpg Não existe história em Angola, sem os Bakongo. O MPLA, nunca cessou de reduzir este povo afirmando que estes, representam nem 10% da população angolana e, isto não verdade. O Reino do Kongo estendia-se até à Republica Democrática do Congo-Brazzaville e Gabão; nenhum povo de Angola pode comparar-se com esse grande Reino.

Tudo começou, após Jonas Savimbi ter negado os resultados fraudulentos das primeiras e históricas eleições legislativas de Setembro de 1992, que deveriam marcar o fim das hostidades e a reconciliação entre os povos que formam este mosaico. Infelizmente o desejo do MPLA era de continuar subtraindo os autênticos filhos de Angola, humilhando-os a submeter-lhos a uma pobreza extrema, fora e qualquer  controlo de poder.

Não só mas, após a fuga de Jonas Savimbi, nos fins de Novembro de 1992 para o Huambo, as FAPLA, a polícia ninja e milícias, fanáticos dos pioneiros e do Poder Popular, tomaram de assalto, as zonas habitadas pelos militantes e cargos da UNITA e, aonde também tombaram heroicamente quadros do auto nível da UNITA que se encontravam em Luanda: os já mencionados  Jeremias Chitunda, Alicerces Mango e Elias Salupeto Pena sobrinho de Savimbi…

tukya13.jpgC,A. - Jonas Savimbi após estes desaires, reorganiza as suas bases militares que ainda se encontravam no norte e, ocupa novamente as cidades do Uige, Soyo, Mbanza Kongo, Caxito, Ndalatando após uma batalha que dura 55 dias. Ocupa a segunda cidade de Angola, Huambo e, aonde o MPLA bombardeia impiedosamente com aviões migs e variado  material bélico de longa alcance.

A SEXTA-FEIRA SANGRENTA, para os Bakongo, permanece uma data histórica, dolorosa e de tristeza. Continuamos por isso, a chorar os nossos vitimas passados que são 31 anos. Nós, o povo Bakongo de Angola, continuamos a exigir a justiça, sobre a morte dos nossos irmãos, cujas mulheres foram violadas à vista nua de todo o povo angolano.

valentina0.jpg Estes ataques foram referidos como sendo ocasionados por motivos étnicos mas, em realidade, tratou-se de conflito pré-eleitoral. Os bakongos foram acusados pela imprensa oficial e afecta ao MPLA, de ter apoiado o partido do Galo Negro. Nasce daí, a campanha mediática contra o Zaire de Mobutu…

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

C:A: - Costa Araújo

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 05:19
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Quinta-feira, 12 de Setembro de 2024
VIAGENS . 206

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* -  “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”

Crónica 3624 – 12.09.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

monstro6.jpg Nesta fase de descrição  do tema da “sexta feira sangrenta” do ano de 1992  é oportuno dar a conhecer o que um velho amigo do “bairro Terra Nova da Luua” de nome Josué Pedrosa escreveu: « A técnica do MPLA, na eliminação de opositores, foi aprendida na ex-URSS e mantém-se até hoje. Quem não sabe o que A Neto fez para afastar Viriato da Cruz e assumir o poder no MPLA?...»

«… O envio dele á China constituiu uma sentença de morte, pois a China manteve-o em vigilância permanente e nunca o deixou sair de lá até á sua morte. Quando do congresso de Lusaka em que foi deposto e eleito Daniel Chipenda, de que adiantou? …»

«…Neto apresentou-se aos Tugas para negociar a independência como se fosse o líder e, a verdade, é que os corruptos/traidores do MFA, também só quiseram negociar com ele, constituindo o diálogo com Savimbi e Roberto, bem como os Acordos de Alvor, apenas formalidades para enganar a sociedade nacional e internacional…»

mocanda18.jpg«… Neto foi um assassino e devia constar da história de Angola como tal. Nunca esquecerei as suas palavras no 27 de Maio de 1977: "não vamos perder tempo com julgamentos", faremos "justiça" imediata. E, há "pala" dessa decisão, aqueles que no MPLA, tinham ódio, rancor, inveja ou simplesmente cobiça e queriam apoderar-se de algo que lhes não pertencia, bastava acusar os donos de serem conspiradores… »

«… Leiam os livros de José Reis - Angola o 27 de Maio e Memórias de um Sobrevivente, um "sanguito" que se deixou embebedar pela revolução e que foi acusado de golpista, só não morrendo por mero acaso. Depois de libertado graças a um amigo que por mero acaso o viu preso, viria a descobrir que quem o acusou, o fez para se apoderar do apartamento que tinha nas Imgombotas… »

«…Ao tentar reavê-lo, disseram-lhe ao ouvido, é melhor deixares tudo como está, a vida é mais importante que um apartamento. Também de Carlos Taveira (Piri) S. Paulo, Prisões de Luanda, um bom relato do que então se vivia e fazia…»

mulola1.jpg «…Todos os que têm a escola Soviética, praticam os mesmos métodos para afastar os opositores, sejam eles Neto, JES, JL, Putin, Castro, Maduro ou outros que pertençam à mesma seita…» Fim de citação…

Partir do dia 22, 23 e 24 de Janeiro de 1993, os bairros da Petrangol, Labor e Palanca até as províncias onde bakongos eram radicados naquela data, foram atacados por parte de habitantes de Luanda, armados alguns dias antes pelo MPLA. Entretanto, o então governo dirigido pelo José Eduardo dos Santos, teria reconhecido oficialmente apenas 57 mortos.

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da adenda de Josué Pedrosa …

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O Soba T'Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 09:41
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Domingo, 8 de Setembro de 2024
VIAGENS . 205

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* - ELEIÇOES - “OS 3 DIAS DAS BRUXAS”  - Crónica 3623 – 08.09.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto

luua55.jpg Os votos foram contados, mas a UNITA não concordando, exigiram a recontagem, pois os primeiros resultados deixavam de fora a possibilidade de uma segunda volta das presidenciais a Savimbi. Os acontecimentos precipitaram-se e Savimbi teve de fugir de novo para o Huambo levando atrás de si uns esperançosos 40% nas eleições com os dados viciados, segundo a UNITA.

Lendo o Expresso do M´Puto: Savimbi ficou à espera por um curto tempo no Huambo e mais tarde, no seu refúgio da Jamba. Savimbi aguardava agora a marcação da segunda volta, que o levaria ao cume das suas aspirações. Após se saber os resultados “fraudulentos” e, da matança aos homens da UNITA, teria de haver uma segunda volta para as presidenciais, mas esta volta nunca se chegaria a realizar

Com sua riqueza em petróleo e diamantes, Angola é como uma grande carcaça inchada com os abutres girando no alto. Os antigos aliados de Savimbi estão mudando de lado, atraídos pelo aroma da moeda forte". Savimbi também expurgou alguns dos membros da UNITA, que ele pode ter visto como ameaças à sua liderança ou como questionadores de seu curso estratégico. Entre os mortos no expurgo relembram uma e outra vez Tito Chingunji

luua58.jpg Depois da fuga do Jonas Savimbi, nos fins de Novembro de 1992 para o Huambo, este reorganiza o comando da sua ala militar e, no espaço de poucos meses depois das primeiras eleições em Angola, ocupa as cidades do Uíge, M´banza Kongo, N´dalatando, Soyo, Caxito e mais tarde, depois de uma batalha de 55 dias, a segunda cidade de Angola, Huambo, obrigando o governo a ficar na defensiva.

No Gabão, em Libreville, Jonas Savimbi, Líder da UNITA, União Nacional para a Independência Total de Angola, José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola e Omar Bongo Ondimba reuniram-se dando as mãos, segundo a descrição do jornalista Carlos Albuquerque que fez a cobertura. A Savimbi foi-lhe proposta o lugar de Vice-Presidente.

luua57.jpg E, sucedeu que após ter aceitado informalmente, a nomenclatura do MPLA, de imediato afirmou que haveria dois vice-presidentes: Um indicado pelo MPLA e o outro, por Savimbi, que logicamente ficaria preterido em uma segunda ou terceira linha na hierarquia… Só lhe restava recusar! O MPLA, sempre foi assim: inventando coisas tão diabólicas que nem lembram ao diabo…

Na óptica das probabilidades, haverá aqui uma situação incrível, pois que Savimbi poderia ter sido o primeiro Presidente de Angola eleito. Se ele tivesse aceitado, a realização da segunda volta das presidenciais, em 1992, nada nos garante que não tivesse ganho, ou mesmo, perdendo, nada nos diz que numa nova votação, saísse vencedor mas sempre o seria, uma perigosa suposição…

dom01.jpgPor parte das instâncias internacionais sempre se verificou um certo aveludar ao comportamento da gente  afecta ao MPLA, o lado “governamental”.  Por ideários ou interesses obscuros estes, sempre eram os donos da verdade.  Com sua máquina da informação lubrificada diziam (e dizem…), que mais lhe interessava; prosseguindo uma logística concertada em denegrir permanentemente a UNITA. Os posteriores conhecimentos dos factos vinham a confirmar a permanente contra-informação, métodos dissuasores e políticas de inteligência praticados  por peritos oriundos da cortina comunista.

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

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PUBLICADO POR kimbolagoa às 20:03
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Segunda-feira, 2 de Setembro de 2024
VIAGENS . 204

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* . ELEIÇOES - “OS 3 DIAS DAS BRUXAS”

- Crónica 3621 – 02.09.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto

araujo176.jpg Números que Mário Pinto de Andrade, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), contesta: “Acho que, às vezes, a comunidade internacional empola. Houve uma manipulação desses resultados. Eventualmente fala-se das pessoas que morreram pela UNITA, mas também morreu muita gente pelo lado do governo. A UNITA quando ocupou o Uíge matou muita gente do MPLA e quando ocupou o Huambo, fez o mesmo.”

Uns, declarados opositores, são pressionados, coagidos ou assediados, outros desaparecem misteriosamente e ainda outros são presos por se expressarem em desfavor do MPLA que se protagoniza como sendo eles, o país. Nas eleições parlamentares, a UNITA obteve uma votação de mais de 30%, portanto expressiva, mas que ficou aquém das suas expectativas.

Nas eleições presidenciais, os cerca de 42% obtidos por Jonas Savimbi impediram que José Eduardo dos Santos, presidente em exercício que reuniu 59% dos votos, obtivesse na primeira volta a maioria absoluta, do modo que, pela legislação então em vigor, teria sido necessária uma segunda volta.

araujo179.jpg Neste meio tempo, Luanda (e todo o país) estava pejada de um dispositivo policial desmesurado, como se tratasse de um estado de sítio - coisa a que os luandenses já não queriam acreditar – preocupados, justificavam tal, dadas as preocupações com o acto eleitoral dos dias 29 e 30 de Setembro; pensava-se que, o facto de ser feito assim, o era  para que tudo corresse bem.

E correu. Correu muito bem, dada a afluência às urnas ter ultrapassado os 70% só no primeiro dia. O povo queria a paz e acreditava que a poderia conseguir pelo voto. Mas Angola, não era só Luanda e, Luanda não era só a Mutamba, não era só a marginal e a sua baía que paulatinamente ia sendo mudada no visual para gaudio dos adoradores de cenários pomposos, futilidades.

araujo180.jpg Em uma exortação sobre a Sexta-Feira Sangrenta, Muana Damba publicou a 24 de Janeiro no recente ano de 2013: História do Reino do Kongo - Você é um N'kongo, filho desta terra legada pelos nossos antepassados. Se podemos considerar esta Angola um país de Cabinda ao Cunene, é porque nela estão inseridas todas as etnias do país.

Todas as etnias, assim sejam os arianos, todos os cafusos, os mazombos como eu, besugos, matutos ou mamelucos do M´Puto, europeus e, também os filhos destes,  incluindo os Bakongos sejam eles de Cabinda, do Soyo, do Uíge, M'Banza Kongo e outros que falam com estalinhos mas, se essa realidade deixar de ser considerada, Angola deixa de ser aquilo que é, portanto. todos teremos de reflectir...

Luanda, nem tão pouco era o kinaxixe que viria a ser defenestrado, derrubado  por obtusas mentes, obscuras  e corruptas ganâncias  do sistema instalado no seio do governo. Pelo tubo ladrão corria muito petróleo, muito ódio às obras virtuosas que faziam lembrar o colonialismo… E “a guerra, que até aqui, matou e estropiou tantos, alimentou uma nomenclatura, gente que se tornou insultuosamente rica e prepotente” – Os mesmos que agora governam (Ainda…)

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Ilustrações de Costa Araujo

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:42
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Quinta-feira, 29 de Agosto de 2024
VIAGENS . 202

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* - ELEIÇOES ; “A TRAGÉDIA  NOS 3 DIAS DAS BRUXAS”

- Crónica 3619 – 29.08.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto

vazio1.JPG As eleições gerais angolanas ocorreram nos dias 29 e 30 de Setembro de 1992 para eleger o Presidente da República e a Assembleia Nacional. Foram as primeiras eleições multipartidárias, supostamente democráticas e livres realizadas no país. Ocorreram na sequência da assinatura dos Acordos de Bicesse de 31 de maio de 1991, que pretendia pôr fim ao impasse militar com mais de dezassete anos.

O MPLA ganha as eleições. Nem o candidato do MPLA, José Eduardo dos Santos, nem o seu adversário, Jonas Savimbi, da UNITA, conseguiram maioria absoluta nas presidenciais. Os oito partidos de oposição, em particular a UNITA, rejeitaram os resultados como fraudulentos, o que se veio a verificar posteriormente segundo relatos de ocorrências, por impedimentos de fiscalização, destruição de urnas ou, por trâmites inconsequentes.

Uma vez que nem o candidato do MPLA nem o candidato da UNITA obtiveram a maioria absoluta requerida nas eleições presidenciais, uma segunda volta seria necessária de acordo com a constituição mas, à medida que ambas as partes intensificaram a retórica da guerra, o MPLA ataca posições da UNITA em Luanda.

unita25.jpg A UNITA, questionou a equidade das eleições, apresentando provas das anomalias mas, a Comunidade Internacional e os países dos PALOPS assobiaram para o lado; assim era no Mundo, o início do barlavento esquerdista com a postura moderada de pseudo socialista! Seguiram-se combates que levaram à morte de muitos membros proeminentes da UNITA como Jeremias Chitunda, Elias Salupeto Pena e Aliceres Mango Alicerces, que foram retirados do seu veículo e mortos a tiros.

Milhares de eleitores da UNITA e da Frente Nacional de Libertação de Angola, FNLA,  foram massacrados em todo o país pelas forças do MPLA ao longo de três dias… Esses três dias que ocorreram de 30 de Outubro a 1 de Novembro de 1992 em Luanda, ficariam conhecidos como o MASSACRE DO DIA DAS BRUXAS,

unita26.jpgO massacre dizimou muitos membros dos grupos étnicos Ovimbundu e Bakongo, historicamente tidos como adversários do MPLA. O jornalista e analista político Orlando Castro afirmaria que, nessa altura, o MPLA tentou “neutralizar todos os que pensavam de maneira diferente do regime”.

Um observador oficial viria a escrever que nestas primeiras eleições em Angola, havia pouca supervisão da ONU, que 500 mil eleitores da UNITA foram embargados ao voto e, que havia 100 assembleias de voto clandestinas. Em um atentado no Huambo, é assassinado o poeta Fernando Franco Marcelino. Neste atentado é ferido com gravidade a poetiza Zaida Daskalos.

unita27.jpgO “Terra Angolana” – o jornal da UNITA, em sua edição de 31 de Outubro, atribui ao MPLA a autoria deste crime, o que é duvidoso pois que eram pessoas muito conhecidas em Angola e, desde sempre ligadas ao MPLA. Neste meio tempo é também assassinado no Huambo o médico e escritor David Bernardino, homem ligado à esquerda pelo Movimento Democrático do Huambo – um apêndice do MPLA desde o seu nascimento

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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 16:36
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Domingo, 25 de Agosto de 2024
VIAGENS . 201

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* - CAMPANHA CONFLITUOSA…

- Crónica 3617 – 25.08.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto

ninja2.jpg Em Luanda a FNLA condena veementemente a agressão sofrida por Batista Fula, seu membro, brutalmente agredido. Também aqui a mídia enfeudada no MPLA, descreve esta ocorrência com um ilustre desconhecido, com o nítido fito de influenciar a gente da rua.

Gente de Luanda, para acirrar os ânimos; tudo para dar forma consistente e permanente – e,  agora usando o adjectivo “brutalmente” , sabendo nós. que o MPLA não suportava a FNLA… O maior incidente da campanha eleitoral foi a captura, pela UNITA, de onze elementos da guarda pessoal de Dos Santos.

Nesta caldeirada de preparação ao ódio os órgãos de informação do “governo ou colados a este”, justificam que o comportamento dos homens de Savimbi foi comunicado a este “tardiamente” e, segundo palavras ditas por ele, Jonas Savimbi…

ninja3.jpg Ainda em Setembro de 1992, chega a Lisboa uma queixa informal da UNITA, sobre o envolvimento de uma empresa portuguesa de distribuição alimentar, sediada no Porto, presumivelmente envolvida no fornecimento de material de guerra à Polícia anti motim angolana - os designados Ninjas - trinta mil homens treinados por espanhóis.

Sobre este caso, não houve grande desenvolvimento, assim como quase nada foi explicado acerca do cargueiro “Cecil Lulo” tripulado por dinamarqueses e filipinos, ostentando pavilhão das Bahamas e operado pela empresa dinamarquesa J. Pulsen, localizada no porto de Ponta Delgada (Açores), com um carregamento de armas; diz-se que provavelmente embarcadas em uma base militar dos Estados Unidos da América e, com destino a Luanda. 

ninja0.jpg A escassos dias do termo da campanha eleitoral a Conferência Episcopal Angolana difunde uma mensagem intitulada “As portas da II Republica”. Nela, os bispos afirmam que “a igreja, não tem de apresentar nenhum candidato”, mas exortam ao voto consciente.

ninja5.jpg No entanto reafirmam: “ Não devem merecer a preferência dos cristãos os que violam os direitos humanos e os que delapidam os bens públicos, seja por que via for”. A UNITA percebe que a mensagem se lhe cola e, acusa a igreja católica de favorecer o MPLA, ao mesmo tempo que que dirige ataques pouco abonatórios à representante das Nações Unidas Margareta Anstee

 ninja4.jpgE, acusam.na de “estar comprada pelo MPLA, com diamantes”. As mulheres da OMA – Organização da Mulher Angolana, afecta ao MPLA, saem à rua manifestando o seu apoio aos bispos e à própria observadora Anstee. Numa grande manifestação, exigem “ a consciência democrática e perdão sem violência”; eram práticas comuns e concertadas pelo Bureau Politico do partido no poder governamental…

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Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …

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PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:06
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Sexta-feira, 23 de Agosto de 2024
VIAGENS . 200

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* - CAMPANHA CONFLITUOSA…

- Crónica 3616 – 23.08.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto

araujo6.jpg No segundo dia de campanha eleitoral, soldados da UNITA atacam o Governo Provincial  do Kuito.  Com os governantes a reagir, o incidente salda-se por 20 militares e 10 civis mortos. Nesse mesmo dia e no Huambo, numa emboscada à caravana automóvel de Kundy Payama, director da campanha do MPLA, falece o Secretário Provincial da Juventude do MPLA  e, cinco pessoas, ficaram feridas com gravidade.

Aqueles acontecimentos motivaram um comunicado dos Observadores Internacionais e membros da Missão das Nações Unidas UNAVEM II. Recorde-se que a UNAVEM I, fiscalizava a retirada das tropas cubanas expedicionárias. E, ambas Missões, condenaram as atitudes da UNITA e do MPLA.

A oito de Setembro de 1992, Eduardo dos Santos e Savimbi, acordam no principio de criação de um governo de Unidade Nacional, independentemente do resultado das eleições. Ambos se comprometem na extinção dos seus exércitos antes do escrutínio. Dez dias depois Margaret Anstee e Butos Ghali na qualidade de representantes em Angola, enviam um relatório ao Conselho de Segurança ONU.

ARAUJO261.jpg O relatório denunciava que apenas 41% das forças amadas da UNITA  tinham sido desmobilizadas e, apenas 19% das Forças Armadas Unificadas tinham sido constituídas. O mesmo documento menciona que foi mais rápida a formação pelo lado das forças governamentais sendo de 45% do lado do MPLA e 24% do lado da UNITA.

Aquele percentual correspondia à soma de cerca de 72 mil militares; um número àquem do total. Nesse então e no Huambo, mais de uma centena de homens fortemente armados da UNITA,  mantêm-se posicionados ao redor da residência de Jonas Savimbi. A CCPM - Comissão Conjunta Político-militar, interfere. A UNITA confirma dizendo que são homens”da  segurança pessoal de Savimbi”…

A CMVF – Comissão Mista de Verificação e Fiscalização do cessar fogo, apura que o contingente e respectivo material de guerra, havia entrado na cidade do Humbo sem o conhecimento da UNAVEM. À medida que decorria a campanha eleitoral, tropas da UNITA tomam posições de salvaguarda no Centro e Sul de Angola expulsando o MPLA de vários municípios.

araujo57.jpg Em Caxito, a poucos quilómetros a Norte de Luanda, soldados da UNITA, envolvem-se com a polícia. É notória a tendência da  informação/fonte dita governamental e de jornalistas enfeudados na ideologia marxista, fazerem tendencialmente descrições negativas ao Partido do Galo Negro e, “passando de lado “  quando o caso envolve gente, militares e governantes afectos ao MPLA.

Essa dita midia colada aos ditames do MPLA dá conhecimento de que a UNITA ataca uma caravana do Fórum Democrático Angolano em Benguela; afirmam que em ambos os casos, Caxito e Benguela, causaram dezenas de feridos entre a população civil. População que continuava armada pelo MPLA formando milícias treinadas por seus militares coadjuvados por mercenários portugueses e  descendentes mazombos de colonos. Também é notória a postura da UNAVEM que sempre diz ter “havido provocações da UNITA”  e, sempre adicionando o adjectivo “exagerado” na descrição. Quanto ao MPLA, nadica de nada…

araujo124.jpgIlustrações aletórias de Costa Araùjo

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e Wikipédia…

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O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 10:31
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Quarta-feira, 21 de Agosto de 2024
VIAGENS .199

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* - A RECONCILIAÇÃO – TENTATIVAS…

- Crónica 3615 – 21.08.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto

zem2.jpg Com vista à transição de um Estado de partido único para uma democracia multipartidária iria realizar-se no ano de 1992. eleições em Angola destinada a escolher um chefe de Estado, um presidente e uma legislatura. Durante a campanha, notou-se alguma moderação em Eduardo dos Santos que assumiu  alguns erros de má governação, passando a defender o regresso de invetidores estrangeiros, privilegiando desta feita as relações com Portugal.

A Assembleia Nacional (que substituiria a Assembleia do Povo) seria composta por 220 membros, eleitos para um mandato de quatro anos, 130 por representação proporcional e 90 em distritos provinciais. A UNITA representada por Jonas Savimbi, optou pelo endurecimento na defesa de “uma Angola autentica” ameaçando os netos dos portugueses e dos mafulos holandeses e até, do próprio Dos Santos chamando-o de “sãotomense”.

No processo de Paz, Savimbi acusou Portugal e seus dirigentes de estar má-fé, bem como a Butrus-Galhli e Margaret Anstee - ambos “comprados com diamantes”, descurando-se  num efectivo apoio ao processo de paz através das eleições. (nota-se neste artigo do Expresso do M´Puto uma excrescente descrição a beirar a pura inventação, uma postura habitual na mídia de então – uma desacreditação "ad hoc" do candidato ***)

selos7.jpg Entre as referências à colonização e missionação  efectuadas no Congo a Norte, referiu os funantes aventureiros, que a Sul ousaram fazer comércio entre o mato, o kimbo e no batuque, desafiando a malária, as bilioses mas, e também, fabricando mulatos. Savimbi afirmaria que só a partir das primeiras décadas do século XX, com Norton de Matos, se iniciou a real colonização do Sul angolano. 

E, que mais tarde, o foi incrementada por Oliveira Salazar com a criação de colonatos a saber; da Sela, Sá da Bandeira e Matala entre outras. Refere que salvo raras excepções, e devido ao envio de famílias inteiras do M´Puto para esse locais agrícolas,  não houve a Sul  tão grande miscigenação como efectivamente,  o foi mais a Norte.

Quem veste e fala como os brancos são os “sãotomenses”, genericamente  gente do Norte,  também chamados de “calcinhas”. Os insultos a Eduardo dos Santos aliados às noticias de crimes contra os direitos humanos cometidos na Jamba, já relatados pela Amnistia Internacional, dizem os fazedores da estória e a mídia global, custaram talvez, a Savimbi e à UNITA a derrota das urnas (uma narrativa nebulosamente confusa).

za5.jpg E, num talvez, a UNITA tenha motivos para contestar as eleições e, por pressões variadas, o Dr. Malheiro Savimbi acabará por aceitar a segunda volta eleitoral. O Papa João Paulo II visitou Angola e São Tomé, em 1992. A visita começou a 4 de Junho e se estendeu até ao dia 10 de Junho, altura em que deixou Luanda para regressar ao Vaticano.

Desta visita foi criada uma profecia com os dizeres deste: “ Que tenha definitivamente terminado para ti, querida Angola, o tempo do teu desamparo” … Logo no dia a seguir à partida do Papa João Paulo II de Angola, MPLA e UNITA, envolvem-se em violento combate verbal, só apaziguado com interferência de Herman Cohen.

poluição.jpg

Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto e Wikipédia…

Nota 3: ***”Ad Hoc” - Um meio acadêmico, o revisor "ad hoc" tão comum nesse então, que é o pesquisador ou pseudo “qualquer coisa” que executa a revisão de um trabalho submetido para publicação em um periódico ou revista sem, contudo, participar como membro permanente do corpo editorial ou de revisores. Um tendencioso influenciador

(Continua…)

O Soba T'Chingange



PUBLICADO POR kimbolagoa às 12:08
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Terça-feira, 23 de Julho de 2024
VIAGENS .188

NAS FRINCHAS DO TEMPO

DOS TEMPOS DE DIPANDA* - RETIRADA CUBANA DE ANGOLA

De Gbadolite a Bicesse - 1988/1991 - Crónica 3600 – 23.07.2024

- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”

Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Amieiro do M´Puto

ARAUJO 244.jpg A UNITA contra-ataca desencadeando focos de luta por quase toda a Angola, obrigando as FAPLA governamentais a dispersarem e a abandonarem Mavinga. Poucos dias depois, pela primeira vez na história da guerra civil, aviões da FAPA, Força Aérea popular de Angola, bombardeiam a Jamba.

Em retaliação a UNITA corta água e luz a Luanda, através de sabotagem nos postes de alta tensão de Cambambe e conduta central de água de Kifangondo. Em Dezembro de 1990, no 3º Congresso do MPLA em Luanda, Eduardo dos Santos anuncia: “Teremos multipartidarismo no primeiro trimestre de 1991”.

Três meses antes, após o encontro de Gbadolite, no Congresso Extraordinário da UNITA, Jonas Savimbi falara de negociações directas com o MPLA, governo de unidade nacional, revisão constitucional e eleições. Pode supor-se que ambos os beligerantes compreendem que a vitória militar de um deles é impossível, em um território com a extensão de Angola.

araujo 105.jpg Iria assim, começar a placa giratória que conduziu à assinatura dos acordos de Bicesse. Entra-se assim no capítulo de “TENTATIVAS DE RECONCILIAÇÃO”. Nos anos de 1990 a diplomacia portuguesa entra em acção pela mão de Durão Barroso enquanto Secretário de estado dos Assuntos Externos e Cooperação de Portugal, tendo como Presidente da Republica, Cavaco e Silva.

O propósito de levar a paz e reconciliação a Angola começa a ter luz diplomática  no final dum túnel que parecia não ter fim . Neste meio tempo, anos de 1990/1991, fala-se em esperança mas, na passagem do tempo falecem dois vultos da luta pela libertação: Mário Pinto de Andrade, em Londres e António Jacinto em Lisboa

Bicesse foi o nome por que ficou conhecido o Acordo de Paz firmado a 31 de Maio de 1991, no Estoril (Portugal), entre o presidente da República Popular de Angola, José Eduardo dos Santos, e o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Malheiros Savimbi.

bicesse1.jpg O Acordo de Paz, que tem a mediação portuguesa liderada por Durão Barroso tem a cooperação de Observadores por parte  dos Estados Unidos da América (EUA) e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Neste acordo - fim à guerra civil angolana, o seu texto estabelecia que o cessar-fogo devia ser inteiramente controlado pelo Governo angolano e pela UNITA.

Para tal, deveria ser formada uma Comissão Conjunta Político-Militar (CCPM) constituída por representantes do Governo angolano e da UNITA, tendo como observadores externos delegados de Portugal, dos EUA e da URSS. Neste acordo, ficou ainda agendada a realização de eleições, entre 1 de Setembro e 1 de Outubro de 1992, depois das quais, cessariam os poderes da CCPM…

araujo63.jpgIlustrações de Costa Araújo 

Nota1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos  espalhados pelo mundo.

Nota2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto, RTP-Notícias e Wikipédia…

(Continua…)

O Soba T'Chingange

 



PUBLICADO POR kimbolagoa às 09:45
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