O LIVRO ESCOLHIDO:
13 – HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho ... 18.11.2019
Por
T´Chingange - No Algarve do M´Puto
Livros em cima da mesa da cabeceira
1 - A minha Empregada - Editorial Estampa de - Maggie Gee
2 - O ano em que Zumbi tomou o Rio - Quetzal - José E. Agualusa
3 - O Último Ano em Luanda - ASA - Tiago Rebelo
4 - BURLA EM ANGOLA – Burla em Portugal - Guerra e Paz – Susana Ferrador
5 - História da riqueza de brasil – Estação Brasil – Jorge Caldeira
6 - GLOBALIZAÇÃO de Joseph E. Stiglitz
7 – VIDAS SECAS – Graciliano Ramos
8 - A viagem do Elefante – José Saramago – Da Caminho
9 - O Livro dos Guerrilheiros de José Luandino vieira - Da Caminho
10 -O CORTIÇO - Romance de Aluísio de Azevedo – IBEP – S. Paulo, Brasil.
11 - O Romance “A Pedra do Reino” – José Olympio editores …Ariano Suassumal.
12 - O PADRE CÍCERO que eu conheci - Olímpica editora de Juazeiro - Amália Xavier de Oliveira...
13 –HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho
Hugo Chaves patrocinou a ascensão de Evo Morales ao poder estimulando o discurso étnico como plataforma de luta politica. Por causa dos seus traços fisionómicos, Morales, chegou à presidência da Bolívia num embalo de discurso étnico usando fantasias e alegorias que remeteram o povo para a cultura ancestral dos povos pré-colombianos. Líder sindical dos “cocaleros” (agricultores que cultivam a planta da coca), cuja folha é utilizada em chás, mascada, segundo a tradição indígena do partido Movimento para o Socialismo-Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP).
Evo Morales destacou-se ao resistir os esforços do governo dos Estados Unidos para substituição do cultivo da planta da Coca, na província de Chapare, por bananas, originárias do Brasil. É assim a partir desta sofisticação, que sua estratégia acaba por ser bem-sucedida usando o Libertador Simon Bolivar como método para a exportação da revolução na via dum tal “Socialismo do século XXI” tão propalado pelo seu padrinho Hugo Chaves.
Hugo Chaves, inspirado pelo ideário em torno da imagem do Índio Túpac Katari, fomenta o aparecimento de uma milícia na Argentina com mais de 10 mil pessoas. Assim, inspirado nesse ideário, foi criada uma organização com moldes paramilitares que passou a servir para atender às chamadas de mobilização do kirchnirismo, chavão derivado daquela que veio a ser Presidente, Cristina Elisabet Fernández de Kirchner que se manteve no poder da Argentina de 2007 até 2015.
Sabe-se agora que aquela milícia Argentina, adquiriu um potencial explosivo por via da vinculação subterrânea com os remanescentes guerrilheiros peruanos do Sendeiro Luminoso. Veja-se o quanto há de tenebroso nestas “élites” treinadas para o combate de guerrilha tendo conta que essa organização peruana foi entre os anos de 1980 e até o ano de 2000, responsável pela morte de 36 mil pessoas. De acordo com relatórios de inteligência produzidos por militares bolivianos, a cocaína e o crack, assumiram proporções epidémicas.
Em 2005, Hugo Chaves importou de Moscovo 100 mil kalashnikoves, das quais pelo menos metade terá ido parar às mãos de civis venezuelanos, na sua maioria membros da Frente Francisco de Miranda. Na via da transformação das organizações de base nos países seguidores desse tal de “Socialismo do Século XXI” em feições militarizadas teve seu maior sinal na Venezuela aonde houve o maior esfoço estatal nesse sentido.
Foi assim que Hugo patrocinou a formação da FFM – Frente Francisco Miranda que chegou a ter 20 mil militantes. O núcleo de dirigentes da FFM passou por cursos de formação em Cuba coadjuvados por corpos de activistas que recebem soldo e treino militar tanto na ilha governada pelos irmãos Castro como pelos militares venezuelanos. Militantes da FFM em períodos de eleições deslocavam-se em motocicletas até à casa de eleitores faltosos, pressionando-os no medo, na forma de votarem a favor do governo.
A megalomania do Presidente Chaves, que já tinha características patológicas, com níveis nunca vistos ou imaginários, via-se como um líder global passando por isso a exportar a sua revolução bolivariana mais além da sua américa. Assim o seu porto de desembarque para o seu “Socialismo do Século XXI” na europa, foi a Espanha. O governo da Venezuela formou assim uma serie de contractos de consultoria com o Centro de Estudos Políticos e Sociais (CEPS) como organização de auxílio consultivo para o seu governo.
Foi assim que activistas no ano de 2014 viriam a fundar em Espanha o partido PODEMOS. Os documentos indicam que apenas nessa pasta o CEPS recebeu 270 mil euros anuais, entre os anos de 2002 e 2014. Com tanto despifarro, não é de admirar em como a utopia de um louco, pode jogar à lama toda uma nação que em tempos idos, era considerada a Suíça da américa – A Venezuela! No Palácio de Miraflores de Caracas, a sede do governo venezuelano, havia um staff governamental que geria a relação entre a fundação espanhola do PODEMOS e o “chavismo”…
O Soba T´Chingange
O LIVRO ESCOLHIDO:
13 – HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho ... 13.11.2019
Por
T´Chingange - No Algarve do M´Puto
Livros em cima da mesa da cabeceira
1 - A minha Empregada - Editorial Estampa de - Maggie Gee
2 - O ano em que Zumbi tomou o Rio - Quetzal - José E. Agualusa
3 - O Último Ano em Luanda - ASA - Tiago Rebelo
4 - BURLA EM ANGOLA – Burla em Portugal - Guerra e Paz – Susana Ferrador
5 - História da riqueza de brasil – Estação Brasil – Jorge Caldeira
6 - GLOBALIZAÇÃO de Joseph E. Stiglitz
7 – VIDAS SECAS – Graciliano Ramos
8 - A viagem do Elefante – José Saramago – Da Caminho
9 - O Livro dos Guerrilheiros de José Luandino vieira - Da Caminho
10 -O CORTIÇO - Romance de Aluísio de Azevedo – IBEP – S. Paulo, Brasil.
11 - O Romance “A Pedra do Reino” – José Olympio editores …Ariano Suassumal.
12 - O PADRE CÍCERO que eu conheci - Olímpica editora de Juazeiro - Amália Xavier de Oliveira...
13 –HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho
De tempo a tempos recomeço nos antigos trilhos dando-me mais tempo para beber a minha estória e, com ou sem profundidade, recordar alguns relâmpagos da minha lenda…, passei seis anos na Venezuela quando havia pleno emprego na governação de Andrés Peres. Na Venezuela e já no final de 2002, Hugo chaves havia resistido a uma tentativa de golpe e por via disto, aqui começou a sua jornada para o radicalismo. Tudo levava a crer que as fanfarronices do tenente-coronel fossem capazes de se converter em algo perigoso para a estabilidade da região ou da segurança social.
Chaves tinha sido eleito de forma legítima e dentro de um sistema eleitoral de plena democracia; Venezuela exercia a mais antiga democracia da América do Sul. Chaves, chegou para mudar escala social mudando paulatinamente o sistema. Depois de sua morte no ano de 2013, os relatos de suas relações clandestinas vieram ao de cima com relatos de que a Venezuela e o Irão se associaram para comprar segredos nucleares da Argentina com denúncias pela implicação de Cristina Kirchner e de seu chanceler Hector Timmerman.
Nestas suspeitas relações, o Brasil funcionava como centro logístico na preparação de atentados e pontos de contacto entre as redes extremistas islâmicas, o narcotráfico e o modo como todos os países da região eram utilizados ou afectados como bases dessas organizações.
Um ex-militar do círculo do presidente Hugo Chaves, contou que a justificação moral para o uso do aparato estatal a favor do narcotráfico, foi assinado por Fidel de Castro. E, numa visita a Havana, Hugo Chaves revelou ao ditador Cubano que estava na disposição de apoiar as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, um suposto Exército do Povo, reconhecido como uma organização paramilitar de inspiração comunista - uma autoproclamada guerrilha revolucionária marxista-leninista.
Nesta visita, Fidel disse a Chaves que a cocaína não era problema, e sim um instrumento de luta contra o imperialismo. Chaves foi convencido de que ao oferecer apoio total e ilimitado aos colombianos, não só fomentaria a revolução no país vizinho como causaria danos aos Estados Unidos; desta forma os americanos teriam de gastar mais dinheiro com as acções de repressão e com o tratamento dos toxicodependentes.
Nesta guerra irregular contra o “imperialismo ianque”, ao apoiar os narcotraficantes, os cubanos pretendiam um duplo benefício; além de sabotarem os Estados Unidos ajudando a inundar o país com milhares de toneladas de drogas, ainda seriam remunerados por isso. A chegada de Nicola Maduro à presidência da Venezuela foi fundamental para as organizações criminosas que actuavam no país, sobretudo pela receita do tráfico da cocaína.
No Brasil, pode descortinar-se através da Operação “Lava-Jato” nos arranjos coordenados entre o ex-presidente Lula e a eleição de Hugo Chaves num saco azul de 35 milhões de dólares pagos a um tal de João Santana, um marqueteiro (quem usa técnicas de marketing ou de promoção para o fim em vista) promotor da campanha de Dilma. Aqueles acertos do saco azul foram definidos com Nicolas Maduro, o mestre indicado por Chaves.
Lula e Maduro, definiram que parte da conta apresentada ao tal de Santana seria paga por empreiteiros brasileiros com contractos na Venezuela. A Odebrecht pagaria 7 milhões de dólares enquanto a Andrade Gutierres teria de contribuir com 4 milhões de dólares. Estamos em fins do ano de 2019 e, pelos vistos a “boa relação“ entre gente que gere o submundo parece estar incólume à justeza com justiça. Teremos de ficar atentos ao filme que decorre no Brasil com a soltura de Inácio Lula e derivações da justiça tendo o STF – Supremo Tribunal Federal como executante…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
O LIVRO ESCOLHIDO:
13 – HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho ... 20.08.2019
Por
T´Chingange - No Alentejo do M´Puto
Livros em cima da mesa da cabeceira
1 - A minha Empregada - Editorial Estampa de - Maggie Gee
2 - O ano em que Zumbi tomou o Rio - Quetzal - José E. Agualusa
3 - O Último Ano em Luanda - ASA - Tiago Rebelo
4 - BURLA EM ANGOLA – Burla em Portugal - Guerra e Paz – Susana Ferrador
5 - História da riqueza de brasil – Estação Brasil – Jorge Caldeira
6 - GLOBALIZAÇÃO de Joseph E. Stiglitz
7 – VIDAS SECAS – Graciliano Ramos
8 - A viagem do Elefante – José Saramago – Da Caminho
9 - O Livro dos Guerrilheiros de José Luandino vieira - Da Caminho
10 -O CORTIÇO - Romance de Aluísio de Azevedo – IBEP – S. Paulo, Brasil.
11 - O Romance “A Pedra do Reino” – José Olympio editores …Ariano Suassumal.
12 - O PADRE CÍCERO que eu conheci - Olímpica editora de Juazeiro - Amália Xavier de Oliveira...
13 –HUGO CHAVES – O colapso da Venezuela – de Leonardo Coutinho
… De epílogo em epílogo sigo-me como um sonho que ora está no M´Puto, ora está em Angola, em África, ora está na Pajuçara do Brasil lambendo as águas como quem lambe o tempo. Mas, em tempos idos, passei seis anos na Venezuela – Havia pleno emprego na governação de Andrés Peres. De tempo a tempos recomeço nos antigos trilhos dando-me mais tempo para beber a minha estória e, com ou sem profundidade, recordar alguns relâmpagos da minha lenda…
Com o tecto do sótão a se desmanchar, renovando tubos oxidados, regando o jardim com cravos túnicos e verduras cheirosas, reinvento isto e aquilo reformulando-me também no visual com chapéu saído da Namíbia e, ao jeito dum guerrilheiro do Calai, do Dírico, Mucusso ou Rundo bem à margem do Okavango recordando meu amigo Sam Nujoma. Lavo grelhas, pois é tempo de me atazanar com os remendos enjorcados a lembrar o pátio da tia Anicas e mudar a estética, retirar as bikuatas do pátio Andaluz sem uso que só juntam ratos. E assim, com tudo limpinho, apurar-me no assar das sardinhas que pingam na brasa apurando o sentido da gula. Aconteceu!
Hugo Chaves era em seu tempo de presidente uma decepção para as pessoas que o rodeavam; assim o percebiam mas ninguém ousava abordar, comentar em cochichos porque esse, era mesmo um grande risco! Nos círculos próximos de conversas pseudo-palacianas, especulava-se a medo os motivos. Quase todos apostavam em uma tese de que o Presidente sempre se expunha em demasia transformando a política em um circo; no seu caso ultrapassava em muito, os limites toleráveis duma diplomacia a valer. Já todos o viam como um palhaço esbracejando em bolas de sabão invisíveis.
Como é que alguém lhe poderia dizer, mesmo sendo terapeuta, que era feio deitar gases peçonhentos por via de sua flatulência frágil ou duvidosamente desclassificada ou até arrotar sem medir os decibéis certos de sua arrogância com laivos de droga energética. Para alem de ter chamado “Diabo” a Bush – presidente dos USA, fez comentários racistas e, ou conotações sexuais sobre a Secretária de Estado Condolezza Rice. Afrontou os parlamentares brasileiros chamando-lhes “papagaios dos americanos” por via de uma manifestação no Congresso Nacional em Brasília.
Tudo, pelo facto daqueles parlamentares terem condenado a Venezuela com voto de censura – Tratava-se das restrições impostas por Venezuela ao trabalho da imprensa promovida pelo chauvinismo destes. Os brasileiros não quiseram deixar em claro o desagrado ao trato excessivo e abusivo de uma causa injusta fechando canais de televisão e rádios e encerrando jornais que sempre se tinham mantido até aí isentos aos cambalachos, arranjinhos e geringonças do governo de Venezuela.
Passei quase seis anos nessa terra trabalhando na Barragem Raúl Leone do Guri entre os anos de 1977 a 1982; uma gigantesca obra situada no Rio Caroni, um afluente do grande Orinoco. Tive a felicidade de ter como Presidente um senhor de alta postura, um verdadeiro estadista chamado de André Peres, antecessor ao Herrera Campins e a este ditador chamado de Hugo Chaves. Nesse então Venezuela era um paraíso, havia pleno emprego, paz e harmonia.
Naquele lapso de tempo, pude presenciar haver para além de pleno emprego, uma razoável senão boa qualidade de vida para a maioria do povo. Sentia-se isso em Caracas, em Ciudade Bolivar e nos demais estados. Meu trabalho era o de projectar e implantar estradas por toda a Venezuela e pude ao serviço de uma empresa de donos italianos, constatar isto desde Maracaibo perto de Colômbia até Roraima, na fronteira Norte do Brasil. Convém dizer aqui que fui para a Venezuela através do CIME.
CIME – Comissão Internacional de Migração Europeia. Estes anos de Venezuela foram o TOP na minha carreira de Topógrafo – Geómetra. Passei agruras mas, ganhei bom dinheiro e bastante experiência naqueles matos infestados de cobras, crocodilos e muitas iguanas. Nesse então existia a televisão CANTV e a RCTV que por serem incómodas ao governo de Hugo Chaves foram simplesmente fechadas. Este paranóico senhor não se cansava de tripudiar seus pares Latino-americanos como se fosse um Guru destes! E estes, logicamente, não lhe batiam palmas! Viu-se logo que tudo iria dar para o torto.
Em Novembro do ano de 2007, alvoroçou a Cúpula dos países Ibero-Americanos chegando ao ponto de o Rei D. Juan Carlos I de Espanha o mandar calar com a frase que ficou célebre: - “Por quê no te callas?”. Esta reprimenda proferida contra Chaves tentava impedir que o 1º Ministro espanhol José Luis Zapatero, defendesse o seu José Maria Aznar, por via das agressões proferidas e, de modo pouco cordial pelo Venezuelano Hugo Chaves! Suspeita-se que se tenha drogado para além do admissível (sendo ele um próximo aos senhores da droga, nada será de admirar…)
Tento ser o mais verdadeiro quando falo do ontem e no antes de anteontem, mesmo sem consultar qualquer terapeuta, nem ter uma qualificação de escritor. Aquela intervenção de Hugo – El Presidente levou a que na forma reservada tivesse dito algo contra o Rei D. Carlos I : “Quién piensa este viejo lo que és? E, acrescentou: - Olvida que fue Boolivar quien nos hizo libres? Seu aprumo ficou bem presente nas imagens que uma grande parte de nós viu em directo! Um palhaço arruaceiro sem jeito de líder dum povo. O tempo veio a provar que assim o era.
Hugo Chaves, o narcotraficante e consumidor dessa erva ditou um futuro negro para a Venezuela financiando o terrorismo assombrando seu país e Mundo. E, Porque era que Lula e Dilma lhe deram tanta cobertura, tanto apoio!? É já a seguir! Chaves quis mudar o Mundo e, conseguiu. Tudo ficou muito pior! Seu sucessor de nome Maduro já conseguiu que mais de quatro milhões abandonassem o país para os vizinhos, Brasil e Colômbia. A crise na Venezuela é apenas a face mais evidente de uma rede de organizações políticas e criminosas criadas ou alimentadas por Hugo Chávez e, depois Maduro como parte do seu sonho em desenhar uma nova ordem mundial. A explosão da violência na América Central e no México até ao financiamento de organizações terroristas como o Estado Islâmico.
O Soba T´Chingange
TEMPO CINZENTOS . 5ª Parte (última) – 14.03.2016 - Na natureza dos dias de hoje, não é o mais inteligente que vence na vida mas sim aquele que melhor se adapta a ela…
Por
T´Chingange
(…) San José Del Tisnado do estado de Carabobo da Venezuela era um caserio com uma boa quantidade de casas térreas de pau-a-pique feitas em taipa, barro amassado bem por perto com argila à mistura com capim para dar consistência ao agregado; este tipo de construção veio desde a europa trazida por portugueses, técnicas antigas e já muito usadas pelos egípcios e romanos.
:::::
Quase todas tinham grandes quintais com dispersas árvores de sequeiro e arbustos de cores garridas a embelezar as cercas, divisas entre vizinho; e havia mamoeiros, limoeiros, mangueiras, tamarineiros e arbustos indistintos a fazer sombra às capoeiras com patos, gansos, galinhas de angola e granisés. Mas alguns tinham como animais domésticos cobras rateiras, amarelas, tartarugas morrocois e até lagartos de um castanho escuro que eu conheço pelo nome de sengue em Angola.
:::::
Como tenho vindo a dizer o topógrafo, geómetra engenheiro de estradas que era eu, surgia ao romper do dia em lugares pré-escolhidos para ali fazer suas observações solares; Tinha de ligar a estrada á rede geodésica através de coordenadas a partir do Sol e, isto de amarrar a estrada a coordenadas era uma explicação bem complicada para quem de forma curiosa queria saber o que estava fazendo ali.
Pois então, surgia entre a bruma do cacimbo indistinto e húmido as sombras numa figura de T´Chingange da terra de N´Gola, tão distante e sempre tão perto na recordação; terras muito iguais, Venezuela com espinheiras e pau-ferro com bichos rastejantes e cheiros de musgos pré-históricos, folhagem com húmus amontoado por séculos escondendo bichos de mil patas e lacraus pretos do tamanho de caranguejos
:::::
A trovoada quando surgia era impiedosa levando pelas linhas de água, barrancos ou mulolas, água aos golfões, ramos secos, troncos e restos de casas descuidadamente construídas em sítios menos próprios. Água barrenta, desesperadamente barulhenta. Cada trovão, um arrepio na coluna a descarregar respeito de medo para a mãe terra e, lá mais longe os raios a rasgarem a floresta, a mata com quem tinha de cohabitar. E, comi iguana, jacaré caimãs, morrocois, catxicamos e nem sei mais o quê!
:::::
Se não morri quando comi macaco em Cabinda na pré-guerra do tundamunjila, não era ali e naquele agora que ia lerpar (morrer), assim como se dizia nas matambas de N´Gola. Pois, assim continuei comendo especiarias ao preço da chuva sem perguntar “que vaina era aquella” (que merda era aquela). Estávamos no ano da graça de 1977.
Gosto de falar assim “no ano da graça” mas nem sei porquê o digo, porque a graça não era assim tanta mas, se os cronistas de antanho assim falavam, eu seguirei seus pergaminhos de falas transcendentes. Minha vida tem sido mesmomesmo corrida a ninharias que me mudaram o rumo e, ainda continua desse jeito, imprevisível; hoje aqui, amanha logo se saberá…
:::::
No meio da selva tropical, mordia a natureza embotado em fumo de bananeiras e merda seca de boi para afugentar tanto mosquito que por demasiado amistoso fincava seus canudos em minha pele parda; tudo isto sem saber que anos depois estaria em plena praia da costa brasileira olhando o mesmo Sol e escrevendo estes “recuerdos” já distantes.
:::::
Quem me disser que “tive uma vida fácil” que responderei que sim! Quis o destino que andasse por mais de vinticinco países e, que por longo tempo em alguns, assimilei raízes de cidadão do mundo como gosto de o afirmar. Se voltasse atrás faria tal e qual, porque sempre me recolhi nos braços do meu céu. A lei humana alcança certas faltas e as pune, o condenado pode pois dizer-se que suporta a consequência do que fez.
Se há um prejudicado nesta vida foi a herança legada pelas sortes. É o destino! Dizer que é só meu é uma falácia egoísta mas se assim foi, se assim é, não retrocarei outras falas e outras opiniões. É a vida! Alguém me diz agora que sou um Guru! E eu responderei que sim senhor, sou um canguru!
:::::
Mas, não tiro daí dividendos, escrevo desta forma atravessada porque me dá prazer e só não escrevinharei um livro porque isto de autobiografias se tornou demasiado vulgar. Só escrevo isto para dar alguma alegria aos meus amigos e porque entre os solavancos dos dizeres, sempre eles irão sentir um pouco de si, e também cheiros, sabores e até amores. A vida tem de ser vivida, um dia de cada vez, nada mais que isto!
O Soba T´Chingange
TEMPO CINZENTOS . 4ª Parte – 25.02.2016
Na natureza dos dias de hoje, não é o mais inteligente que vence na vida mas sim aquele que melhor se adapta a ela…
Por
T´Chingange
(…) Pelo sim pelo não, usava umas botas de couro que comprei na feira da Chamusca, de cano alto e justas. Nesta vida de desbravar terras como Serpa Pinto em Angola mas desta feita nas américas, teria de me salvaguardar ao máximo das pragas. Era habitual atar as calças de caqui a meio da canela e por cima das calças a fim de evitar carrapatos; além disso humedecia as franjas das calças com querosene como repelente aos ácaros gigantes.
Mas eu gostava do mato e, ainda gosto! Sucedeu por mais que uma vez ficar retido na borda de cá do rio mulola, linhas de água que só levam água quando chove a montante e, que me lembre, por uma vez tive de andar mais de cem quilómetros para encontrar via de regresso e, sucedeu também termos de ficar por uma noite deste lado e provisoriamente numas barracas, teperas dormindo em redes.
:::::
Outra vez, tivemos mesmo de mudar o acampamento porque era demasiado perigoso atravessar a mulola; levava muita água, troncos, ramos e até bichos. Tivemos pois de nos acomodar em umas cubatas de taipa, comprarmos géneros e designar o mais jeitoso para fazer a comida. Faziam-se fogueiras lá fora com folhas de banana e outras meio secas e com bosta de boi para afugentar a mosquitada e outras bichezas rastejantes.
Eu, ali no mato feito explorador que nem Hermenegildo Capelo e minha família, mulher e dois filhos em idade escolar, numa distante Caracas, num bairro da hermandade gallega de Sarria, mariperez em Guaicaipuro, bem no sopé da Serra de La Guaira que circunda a Capital Venezuelana.
:::::
Minha vida não foi fácil depois da guerra do Tundamunjila da Luua de N´Gola e, mesmo em terras do M´Puto também não o foi. Passar por aquelas assembleias de trabalhadores a decidirem de punho no ar, tudo “Ad Hoc”, gente que brincava às revoluções, interrupções por demasiadas ninharias e, era ouvir as chaimites a passar em direcção a Tancos e ouvir boatos e gestos disparatados do Vasco Gonçalves, o primeiro-ministro de então.
:::::
Apagávamos o som da televisão e víamos aquela figura de louco, cabelos desgrenhados a lançar cravos e beijos para a populaça de progressismo besta! Quando abria a boca, denunciava-me pelo sotaque de Angola e eram olhares fuzilantes que recebia. Era mais um ranhoso retornado, diriam uns para os outros e eu, com raiva de morder jacarés vivos; Nalguns casos, a família portou-se pior com seus outros familiares vindos das províncias de mentira do Ultramar.
E, afinal a vida é assim um sem fim de agoras atados aleatoriamente a nós e por isso ali estava em San José Del Tisnado, um pueblo cercado de mato virgem que há bem pouco tempo tinha estado de quarentena por uma epidemia de cólera e febre-amarela.
:::::
Neste então, Venezuela era governada por Carlos Andrés Pérez, havia pleno emprego, construíam-se usinas, barragens e carreteras por todo o país. O petróleo jorrava em Maracaíbo com gestão americana dos gringos dos EUA, dos States como dizia o povão pé-de-chinelo. A Venezuela transpirava riqueza!
:::::
Um dia agarrei um caxicamo (tatu) que andava meio zonzo. Não era para menos, o pobre estava empestado de carrapatos, literalmente a ser comido por estes bichos de mil pés; larguei-o na hora! Mas logo um dos homens auxiliares correu a apanhá-lo dizendo: Que haces engeniero? Este animal és mui bueno e, lá o levaram para cozinhar; estava mesmo condenado o pobre bicho! Creio que não me deram a comer como fizeram com a iguana metida numa arepa e na forma de carne desfiada. E, era boa, sim senhor! Melhor que galinha!
Em uma estação topográfica Juan Hernandez disse-me apontando para a gigantesca árvore: Mira lo que comeste esta manhãna! Eram várias iguanas, grandes e com aquela serrilha de dinossauro nas costas. Este espanto rapidamente passou a ser vulgar e já nem me assinalavam o que antes tinha comido! Não mostrei grande contrariedade, nem mostrava asco por aquilo e pouco a pouco não mais faziam alusão a isso.
O Soba T´Chingange
TEMPOS CINZENTOS . 3ª Parte – 21.02.2016
Na dúvida entre o ser-se agnóstico ou coisa nenhuma faço gaifonas à liberdade! Passei a andar com um pau bifurcado na ponta para apanhar cobras...
Por
T´Chingange
(…) Descrevendo a forma de execução da estrada e a partir do levantamento, observação solar, de estabelecer a directriz de forma aleatória até chegarmos a San José Del Tisnado em Venezuela, voltamos de novo às pequenas nuances de um projecto que é traçado no mapa entre dois ou mais sítios e depois em a tarefa do geómetra, topógrafos, niveladores por forma a ficar em gabinete tudo desenhado. Daqui sairá o cálculo de volumes de terras, sua deslocação, desmonte de rochas e terras com uso de explosivos, máquinas, trato de pormenores ambientais, execução de pontes e pontões e um sem fim de tarefas até que se proporcione a circulação de veículos motores.
:::::
Neste particular caso, todo o traçado foi por mim estabelecido a partir do esboço original e seguindo os preceitos considerados acertados em tal tarefa. Assim andando à frente e atrás ia sinalizando com fitas de vermelho e banco o traçado presumível, desviando o percurso de falésias e, ou rochedos de grande porte ecolhendo o melhor local para execução de pontões ou pontes nas linhas de água significativos e ou rios.
As surpresas neste desbravar de terrenos selvagens eram muitas como se pode calcular; um certo dia ia caindo num fosso com babas, jacarés bebes ou caimanes como ali se chamavam. Alguém os armazenava ali furtivamente para com eles fazer pisa-papéis ou outros tipos de enfeite depois de cuidados por embalsamento. Era uma crueldade que creio ter continuidade até os dias de hoje porque as pessoas viram-se na vida como podem.
:::::
As instituições sendo insuficientes são dadas ao desleixo assim de cada um por si e ao acaso. As autoridades passeiam-se para a foto e simulam ligeireza dando guarida a uma trupe de gente a ele colados. E, não perdem nenhuma inauguração com fanfarra e palavras importantes, quase sempre bonitas e de fácil apreensão ao ouvido do povão.
Em um outro dia, surge um trabalhador com uma cobra de tom amarelado enrolada ao pescoço a subir para a chevrollet de tracção às quatro rodas. Mas que és isto hombre? Perguntei com algum asco que fazia ali aquele bicho ondulando asquerosas manchas. Mas, engenheiro, esta cobra não faz mal a ninguém, visse! Ele, simplesmente respondeu que era sua mascote, cuidadora de sua casa, rateira do seu jardim e mais justificativas que não vêem em causa. Bueno! Tive de me adaptar a esta nova criatura mas, sempre com o respeito de medo e, de longe.
:::::
Em outro dia, afastando um ramo e mais outro para divisar o rumo dos trabalhos, estanco num repentemente, pulo para trás; a maldita da cobra, uma outra lá estava empinada nos ramos e fazendo assim-assim para os lados num vaivém de meter medo ao próprio tarzan. Sua língua bifurcada sondava meu medo, meu suor, minha adrenalina até os cocurutos do meu ADN. Mas que vida esta meu nosso Senhor.
E ele o Senhor, rindo-se de mim, de minha parca braveza; ele tinha mais que fazer senão dar troco a um medricas; para além do mais a cobra é um ser que faz muita falta à natureza, mais do que eu! Tive de controlar o medo sozinho e lidar com elas, as cobras, sem me depenicar. Passei a andar com um pau bifurcado na ponta. Por último já fazia diabrura com elas, apertava-lhe o gasganete e deixava-as ir em liberdade depois de lhe transmitir o raspanete. Venci o medo na marra! Podem crer!
:::::
Munhoz, um auxiliar que levava o tripé do teodolito para as estações topográficas, assim com um dedo na boca e olhando de soslaio para cima , indica-me algo que por ali anda entre aqueles monstros de àrvores. É o quê? Perguntei. É um bicho igual àquele que hoje o engenheiro comeu no desaiuno, uma iguana! Caramba! Eu comi aquilo? Não pode ser; eu comi galinha metida numa arepa! Pois é hermano engenheiro, uted comeu daquele um outro bicho igualito a este. Uf! Para o que um topografo, engenheiro das slvas não tem que estar preparado!.
Todos os dias havia um caos ou causo mais insólito do que o outro. Hugo, vem até mim alvoroçado falando aos solavancos, mexendo a machete (catana) de forma desabrida, que não podíamos passar por ali! Havia uma culebra tigra tomando sol na clareira que se tinha aberto dois dias antes. Engenheiro, nós temos de passar a lo largo de ella porque ela tem crias e é perigosa quando está assi! Ellas no puedem ser molestadas; corre atrás de nosotros até morder, sabe! No puedem ser molestadas! Conchale, vale chico… és mui peligrosa! Mala suerte la mia, putana de la madre que la pariu, que sabia yo, conho!... Se eles que eram dali e tinham medo àquela tigra, como é que eu não iria ter! E, acabamos por fazer um círculo porque dona tigra verde assim nos determinava!
O Soba T´Chingange
TEMPO CINZENTOS . 2ª Parte
– 04.02.2016 - Pelas frinchas do tempo, sinto o cheiro pestilento do dinheiro… É mais fácil passar um camelo no buraco de uma agulha do que um rico no reino dos céus…Na dúvida entre o ser-se agnóstico ou coisa nenhuma faço gaifonas à liberdade!
Por
T´Chingange
(…) Dizia eu que por ter andado tanto no inferno agora mereço o céu! De botas borrifadas com petróleo para eliminar carrapatos boiadeiros tocava os trabalhos de campo para a execução da estrada a ligar o lugarejo vila de San José de Tiznado em Venezuela. Teríamos de levantar uma faixa de terras e, por forma a depois de ser transposto ao desenho se desenvolvesse o traçado longitudinal e perfis transversais.
Com os dados de campo surgiriam as curvas de nível a partir dos dados de altimetria geométrica e taqueométrica. Apareceriam também todos os acidentes de terreno como rochas, linhas de água e rios em uma planta topográfica muito coberta de números correspondentes às cotas de elevação e mancha de vegetação: por vezes também se incluía o tipo de solo fazendo referência às sondagens caso fosse o caso.
:::::
Surgiria mais tarde tanto a directriz em planta como e a partir daqui os perfis longitudinais mostrando a rasante definida por traineis inclinados ou não e, segundo as tolerâncias necessárias para os veículos poderem vencer os declives. Através das rasantes e perfis transversais determinava-se o volume de terras a retirar ou a repor após o cálculo de áreas e volumes.
Tudo isto e segundo o cálculo com Gráfico de diagrama que traduz a movimentação de terras em obras, sobretudo viárias, constituído por curvas com tramos ascendentes que indicam a predominância de escavação e tramos descendentes que indicam a predominância de aterro. Amarelo a romper, vermelho a aterrar. O gráfico de Brückner, determinaria a maquinaria a usar, camiões, vagonetes ou caçambas para transladar terras e inerentes custos.
:::::
Ainda se tinha de considerar dados geométricos de limites de propriedade, nomes de seus donos com valor venal, valor matricial, com número de registo cadastral nas finanças, dados para futuras indeminizações por acordo ou expropriação. Haveria também de observar e registar a densidade de vegetação e espessura de matéria vegetal inerte composta de troncos velhos e o manto de folhagem depositado ao longo dos anos. Saber a espessura do manto vegetal determinando a área e volume de terras a retirar, depositando-as em local apropriado a fim de repor mais tarde a camada vegetal dali originária. Será esta a melhor compostagem a utilizar na cobertura superficial das feridas de cortes e aterros.
Fiz uma descrição das tarefas técnicas para assim ficarem com uma vaga noção do envolvimento e tecnicidade na execução de um projecto de estrada. Coisa que me era inerente bem como o cálculo e posterior implantação. Não era ser-se só operador como também saber-se de leis de terras, agrimensura ajuramentada e todo o cálculo da obra. Entre os trabalhadores mais cientes eram dadas tarefas de fazer trompos ou estacas a partir de varas cortadas no local que serviriam para assinalar o perfil e dali com estacionamento de nível ou teodolito fazer levantamento ou simples leitura de nível.
Os demais contratados cortavam mato, transportavam equipamento e água, umbrela ou chapéu para sombrear o operador e outro equipamento de apoio. Quando necessário fazer-se comida um ou dois eram escolhidos entre voluntários para esse efeito. Nos lugares pantanosos havia um elemento incumbido de fazer fumo com ramos secos de bananeira ou outras folhas e, contendo bosta de boi para afugentar os mosquitos e miruins ou maruins (mosquitos muito pequenos e super chatos).
:::::
Os tramos rectos eram assinalados com uma ou mais varas, dependendo da extinção, pintada e referenciada com o número de ordem. Era naquelas mudanças de rumo que depois e, em projecto surgiria uma curva simples ou composta e até com relevé, inclinação segundo o tipo e os dados de velocidade. Todos estes dados eram indicados em plano e perfil longitudinal com todas as outras referência para a futura implantação ou piquetagem de estrada.
Bem! Em um dos muitos dias e por mais de uma vez sucediam contactos imediatos com cobras, iguanas, veados, macacos, sapos e sapões, rãs, escorpiões de várias cores, lagartos e, até caimãs, jacarés pequenos. Olhando o rumo a seguir e depois de afastar o ramo lá estava uma cobra a assustar-me com sua língua bífida. Depois daquela mamba negra quasequase me ter mordido em Cabinda, enclave de Angola, todas as demais que surgiam eram coisa pouca para mim; pela certa tinha guias a me protegerem, só pode!
::::
Habituei-me a elas e num lugar aonde no mundo todo, mais gente morre com suas mordeduras. Não calhou esse destino para mim, ficar espumando até receber um soro antiofídico, coisa que não tinhamos. Recordo que no caso da Cobra mamba, fazia eu serviço militar em Cabinda como Furriel, incorporação de Angola; uma terra que afinal não era minha; que só o foi para a engrandecer e, tendo como agradecimento o vai-te-embora branco, tundamunjila.
E, caso a dita cuja me mordesse, teria somente quinze minutos para receber o antiofídico e isso era inviável porque eu e minha secção de serviço à lenha naquele dia, estávamos longe do quartel base. Isto aconteceu lá longe entre 1968 e 1969 num lugar chamado de Miconje, o primeiro quartel a entregar-se ao MPLA (coisa feia e desrespeitadora). Nosso destino não é previsto com hora marcada, só sucederá um dia e, no tempo que por comodidade e ordem inventamos e fragmentamos. Fico aqui neste agora…
O Soba T´Chingange
TEMPO CINZENTOS . 1ª Com Várias partes – 02.02.2016
Na dúvida entre o ser-se agnóstico ou coisa nenhuma, driblo-me com golpes de liberdade! Estou farto de coisas impingidas…
Por
T´Chingange
Chegando bem cedo à Praia da Pajuçara só com a natureza e, sem ligar muito às malazengas de espondiloses e afins, vi o Sol grande e vermelho a sair da linha do horizonte, lá no mar; eram cinco horas e doze minutos da manhã. É bem assim que gosto de me confrontar com ele, ainda não demasiado caloroso, cara a cara! Na minha profissão sempre contactei com o Sol muito de perto.
:::::
Num lugar chamado de San José de Tiznado, uma terreola bem central no mapa da Venezuela eu, era o responsável pelo recolhimento de dados geométricos e geográficos para desenvolver o projecto de uma carretera, estrada ligando a via Nacional que liga Guárico a Barquisimeto com este pueblo. Saí de Caracas sede da empresa Topieca a fim de dar início aos trabalhos de campo, lá a uns duzentos e cinquenta quilómetros.
O projecto de uma estrada começa com o recolhimento de dados em campo, escolher o traçado, estudar alternativas considerando o menor preço para a sua execução. Já na fase de execução desta fase é necessário o levantamento topográfico com ligação à rede geodésica ou enão por observação Solar e daí originar as respectivas coordenadas, quadricula base para todo o projecto seguinte, planos com plantas, perfiz e memória descritiva do necessário, tanto para projecto como para a execução.
Desta feita eu era o engenheiro agrimensor (surveyor) com a responsabilidade de gerir dois topógrafos, dois niveladores e todo o pessoal contratado no local para servirem de porta-miras, macheteiros (que cortam o mato com catanas) e dirigir toda a operação como alojamento, alimentação, transporte e tudo o que é inerente a um acampamento no mato ou numa tapera, terreola ou casa de taipa com paredes de barro cru.
A minha grande relação com o Sol como dizia vem de aqui e, porque a cada cinco quilómetros de estrada piquetada teria de fazer observação solar para tudo ficar ligado à rede Geográfica de Venezuela. Ainda escuro montava o tripé, colocava o teodolito, rectificava os níveis, punha o limbo a zeros e esperava o Sol nascer. Aquele círculo grande despontava e, já meio de fora do horizonte, iniciava a leitura com os inerentes apontamentos nos impressos de cálculo.
:::::
Apontava os fios da cruz tangentes ao primeiro quadrante, depois ao quarto, depois ao segundo e rapidamente ao terceiro. Já com todo ele inundando o espaço celeste, repetia tudo na inversa progressiva. Usava para o efeito uma lente protectora para não ferir os olhos. Por vezes repetia a leitura na directa e inversa retrógrada mas nem sempre tal operação era levada a bom gosto por via de nuvens ou chuva.
Neste trabalho de desbravar mato, nem tudo é pera-doce como soe dizer-se! Usava umas botas de meia perna em coiro compradas na feira dos cavalos da Chamusca do Ribatejo do M´Puto. Quem me visse diria que por ali andava um sertanejo parecido com o Serpa Pinto ou Hermenegildo Capelo ou mesmo o Sacadura Cabral, olhando o céu e recolhendo pedras e até plantas para constar em relatório. A mesma figura teria um chapéu de abas largas bem ao estilo de um xi-colono das anharas do Calahári ou Namibe, calças de ganga ou zuarte amarradas nos tornozelos.
:::::
Nos dias de cacimbo esta figura apareceria no meio da selva tremida envolta num fumo e encostada a um aparelho meio estranho como um fantasma t´chingange que sai da terra, dum nada como se minhoca fosse ou dum espaço feito um ET. Pode parecer uma coisa poética mas era a forma como me veriam as gentes de San José de Tiznado. O fumo era real e provocado de propósito com rama seca de bananeira posta a arder com bosta seca de boi ou vaca.
Isto assim deste jeito era para espantar mosquitos dinossáurios e mais bichezas com milhentas patas a rabiscar entre um grosso tufo de folhas mortas, árvores medonhas e pó mais lama mais o escambau muito cheio de humidade escorregadiça e lacraus de todas as cores.
Por ter andado tanto no inferno agora mereço o céu, visse! Não me julguem mal nem me trambiquem o juízo. Por tudo isto tinha mesmo de usar as calças largas e amarradas nas botas e, também borrifadas com petróleo querosene. Vou ter de continuar porque agora que vos abri o apetite do meu mundo quase insólito, terei de vos dar mais corda. Vocês gozam com meus escritos, chamando-lhes patranhas, inventações e ficções. Estou mesmo a ver-vos a torcer o nariz fungando chistes e, afinal isto é tão real que até parece mentira…
O Soba T´Chingange
Noticias de
Nell Teixeira - Funcionário da Fundación Campbell e Gestão ambiental, jornalista e ex-operador de TV na Angola colonial, a viver em Puerto Colombia, Atlantico, Colombia. Uma personalidade com seriedade, sabedoria, muito atento às notícias do mundo e, sempre portador de falas agraciadas com quem dá gosto compartilhar os segredos de viver.
Gentileza: CAFÉ DA NOITE BLOG
Agentes de inteligência e militares venezuelanos afirmaram recentemente ao jornal El Nuevo Herald que militares cubanos foram os que projetaram a reestruturação das agências de inteligência da Venezuela e que as instruções ensinadas dentro desses organismos são tratados como se viessem da alta cúpula do governo. "Os cubanos tomar decisões no âmbito da Direcção-Geral da Contra-Militar. Ele presta muita atenção às sugestões e comentários que eles fazem. E são eles que gerenciam os planos e projetam a forma de ação que vão efectivar com os grupos de oposição, estudantes, contra todos ", disse um funcionário venezuelano entrevistado recentemente.
"Eles são os que ditam a forma de acção e, acima de tudo, os métodos a serem adotados em cada caso", acrescentou. Arria disse Chávez, de acordo com as instruções emitidas a partir de Havana, institucionalizou o medo na Venezuela, utilizando os instrumentos de controle social de intimidação que a ilha aprimorou ao longo de 54 anos de Castro. São instrumentos de controle social que Cuba adquiriu na antiga União Soviética e, em seguida, melhorou com o apoio dos serviços de inteligência da Alemanha Oriental, mas que agora, se tornam em muitos aspectos, métodos mais eficazes, graças à evolução da tecnologia, disse ele.
"Esse controle de cada um cidadão, é o que permite que os sectores acurralem essa população. Na Venezuela; fizeram isso pela primeira vez com a lista Tascon, então a lista Maisanta. O primeiro político impiedoso de apartheid que foi feito na América Latina ", disse ele! Nestas listas reunindo, os eleitores que estavam a favor de retirar Chávez do cargo em um referendo revogatório, são excluídas dos programas sociais, a possibilidade de obtenção de um subsidio ou um contrato com o setor público. O banco de dados está agora nas mãos do regimee, o pior, é que a informação lida diretamente com o regime de Havana
As escolhas do Kimbo
VENEZUELA - Ocupada por 60 mil soldados do exército cubano - 1ª de 2 Partes
Noticias de
Nell Teixeira - Funcionário da Fundación Campbell e Gestão ambiental, jornalista e ex-operador de TV na Angola colonial, a viver em Puerto Colombia, Atlantico, Colombia. Uma personalidade com seriedade, sabedoria, muito atento às notícias do mundo e, sempre portador de falas agraciadas com quem dá gosto compartilhar os segredos de viver.
Gentileza: CAFÉ DA NOITE BLOG
Fidel Castro fará qualquer coisa para que a Venezuela continue sendo sua vaca de leite com o consentimento da ala antipatriótico que tomou o poder. O EXÉRCITO DE OCUPAÇÃO CUBANO ESTÁ AGORA NA VENEZUELA composto de 60 mil soldados. Venezuela definha sob o aparato repressivo de Havana a pedido de Maduro. Mais de 60.000 cubanos estão no país ocupando pontos-chave do país e, de acordo com os interesses dos irmãos Castro, segundo afirmações do ex-presidente Conselho de Segurança da ONU, Diego Arria. "A Venezuela é um país ocupado. O regime venezuelano é agora um fantoche controlado por cubanos” disse Arria em entrevista ao El Nuevo Herald.
Qualquer esforço para recuperar a democracia venezuelana é repelida pela força militar do país, sublinhou o diplomata. "A Venezuela está a enfrentar uma luta a fim de recuperar a independência da sociedade, dos cidadãos; a independência com direito à privacidade. Sem a saída dos cubanos aquartelados em regime de acantonamento, não haverá maneira de sair da actual situação política", disse ele. Funcionários do governo venezuelano não dão resposta aos e-mails enviados pelo El Nuevo Herald solicitando noticias e entrevista.
Os cubanos começaram a chegar na última década no âmbito dos acordos de parceria económica assinados pelo falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez, que prometeu entregar bilhões de dólares em petróleo por ano em troca de serviços médicos e treinadores desportivos. As delegações cubanas não estão somente em clínica e pavilhões desportivos, estendendo sua acção aos tribunais cíveis. Os assessores cubanos operam além dos quartéis, dentro do aparelho do regime e segurança de Nicolas Maduro.
As escolhas do Kimbo
AS ESCOLHAS DO KIMBO
Hugo Chávez não morreu na Venezuela
Por
Roque Callage Neto - Doutor em Ciências Sociais – UNB . Antropologia, Sociologia e Ciência Política
Hugo Chávez não morreu na Venezuela. O que ficou em exibição foi um boneco de cera. Cristina Kirchner (Presidente da Argentina) revoltou-se ao descobrir isto. Dilma Rousseff (Presidente do Brasil) também foi informada. Talvez por esquizofrenia, deficiência mental ou falta de carácter, aqueles que pensam e agem de maneira burra, radical e sem ética, dizendo-se socialistas, comunistas, fascistas, nazistas, etc, costumam atentar contra a verdade – definida como realidade universal permanente. Mas os bolivarianos exageraram na dose da mistificação na gestão da morte do mito Hugo z Frias. Nos meios diplomáticos e na área de inteligência militar argentina circula uma informação 1-A-1 acerca dos procedimentos ante e pós fúnebres do Presidente e revolucionário inventor da República Bolivariana da Venezuela. A revelação bombástica é que o corpo exibido, cheio de sigilo e segurança, em um super-caixão lacrado, não é de um ser humano normal, deformado por um terrível câncer. O cadáver seria um boneco de cera. O simulacro de um Chávez “embalsamado”.
A surpreendente descoberta de que o corpo no faraónico féretro bolivariano não correspondia ao Hugo Chávez original foi da “Presidenta” da Argentina Cristina Kirchner. A grande amiga de Chávez estava escalada para fazer o mais emocionado discurso político do velório mas, Cristina sentiu-se enganada no momento em que chegou perto do defunto. Ficou tão revoltada e contrariada que arranjou uma desculpa esfarrapada para voltar urgentemente a seu país – deixando até sem “carona” o presidente uruguaio José Mujica, que com ela veio até Caracas. A explicação bombástica para o retorno súbito de Cristina é relatada pela inteligência militar argentina. Cristina teve um choque emocional quando se viu envolvida na farsa Bolivariana montada para o velório de Chávez. Não acreditando no que seus olhos lhe mostravam, Cristina escalou uma oficial ajudante-de-campo para investigar, de imediato, se não estaria diante de uma “brincadeira de mau gosto com a morte de alguém que lhe era muito querido”.
A oficial argentina interpelou um alto-membro do Exército pessoal de Chávez que, praticamente confessou a armação: ali não estava o corpo original do amado comandante. A militar transmitiu a informação imediatamente para Cristina que surtiu efeito. Saiu esbracejando do Velório para o hotel, avisando que não mais faria o discurso para um boneco. O presidente imposto da Venezuela, Nicolas Maduro, tentou convencê-la do contrário, sem sucesso. Cristina voltou voando para casa. A Presidenta Dilma Rousseff, que levava o ex Luís Inácio a tiracolo, foi informada do incidente. Dilma e Lula deram uma breve olhada ao caixão de Chávez, conversaram rapidamente com os presentes, e também foram embora o mais depressa possível – alegando coisas urgentes a serem resolvidas no Brasil. O exemplo de Cristina, não quiseram participar da farsa completa do sepultamento daquele que era o líder operacional-militar do Foro de São Paulo (organização que reúne as esquerdas revolucionárias, guerrilheiras na América Latina e Caribe).
História à parte do “boneco de cera” – uma versão completamente não oficial das exéquias de Chávez - tudo em torno de sua morte soa como uma grande farsa, digna do mais cínico e mentiroso socialismo bolivariano que transformou a Venezuela em um país em decomposição política, económica e social. Tudo indica que Hugo Chávez já veio morto de Cuba, aonde morreu, não de problemas directamente relacionados ao sarcoma que sofreu metástase. O que levou Chávez realmente deste para outro mundo foi uma brutal infecção hospitalar, que lhe detonou o pulmão. Tal facto jamais será admitido oficialmente, já que a lenda dogma comunista prescreve que a ilha perdida dos irmãos Castro tem “uma das medicinas mais avançadas do mundo”. Caso tivesse tratado no Brasil – como fizeram Dilma, Lula e o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, Chávez poderia estar vivinho da silva! Outro facto que a inteligência dos Estados Unidos já deixou bem evidente nos meios diplomáticos: Chávez morreu, provavelmente, no começo de Janeiro. O prolongamento mentiroso de sua vida foi apenas uma armação para permitir a inconstitucional posse de Nicolas Maduro, através da geração de um dramalhão popular em torno da torcida pela “salvação” e cura do bem amado mito Chávez.
Xicululu: - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo
O Soba T´Chingange
O que está a suceder na Venezuela é algo de grotesco: Chavez já não reunia condições para se candidatar mas o apego ao poder falou mais alto. Depois tivemos a fase do fazer de conta que estava bem e lúcido e que fazia declarações sobre a Venezuela. Agora diz-se que está sedado. Seja como for há que mantê-lo vivo até dia 10. As ditaduras tornam-se frequentemente regimes ligados à máquina. E o corpo dos ditadores nos seus últimos dias de vida encerra o destino do regime. Por triste ironia morrer em paz e dignidade é aquilo que é negado a homens como Chavez porque a sua morte põe em causa o regime. Para cúmulo ele mesmo agoniza num país, Cuba, governado pelos Castros há mais de meio século e onde o regime se apega ao corpo de um Fidel mais ou menos mumificado. Misérias.
Numa declaração que surpreendeu e pode indicar uma perigosa divisão na alta cúpula do poder na Venezuela, o vice-presidente do país, Nicolás Maduro, afirmou que o presidente Hugo Chávez, reeleito para novo mandato de seis anos em Outubro de 2012, manterá o cargo mesmo que não compareça à cerimónia de tomada de posse, prevista constitucionalmente para o próximo dia 10.
Hugo Chávez, operado em Cuba a um cancro pela quarta vez em 11 de Dezembro, está, segundo declarações de Nicolás Maduro, a passar por um momento complexo e delicado, sofrendo de insuficiência respiratória severa decorrente de complicações pós-operatórias. A posição de Maduro, nomeado por Chávez como herdeiro político e sucessor, contraria a constituição do país, que prevê, em caso de impedimento do chefe de Estado, que o poder seja passado ao presidente da Assembleia Nacional, que deverá convocar novas eleições em 30 dias.
Gentileza de Rosa Lima (Facebook e Correio da Manhã)
O Soba T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA