Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2023
VIAGENS . 117

NAS FRINCHAS DO TEMPO

"DOS TEMPOS DE DIPANDA“ - Crónica 3528 – 15.12.2023

 “Tropas cubanas para Angola, já!” - “Missão Xirikwata”

Às margens do Cubango - Escritos boligrafados da minha mochila – Aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018

Por: T´Chingange (Otchingandji) – Em Lagoa do M´Puto

xavier 01.jpg Nós retornados, fomos veículos de chantagem e tornados coisa pouca nas cabeças dos militares revolucionários do C.R. A 23 de Agosto o Diário de Luanda, noticiava a tragédia marítima ao longo da Costa dos Esqueletos na Namíbia. Várias traineiras saídas do Lobito, Benguela e Moçâmedes com centenas de refugiados desapareceram quando demandavam o porto de Walvis Bay na Namibia.

De uma flotilha com mais de vinte embarcações, três ainda não haviam chegado.  No dia 30 de Agosto, dois draga minas da Marinha Sul-africana realizavam buscas na Costa dos Esqueletos. Nessa semana tinham desaparecido quatro pequenos barcos de pesca com sessenta refugiados a bordo.  No deserto namibiano eram resgatadas 201 mulheres e crianças duma coluna automóvel que andava perdida e já, quase sem combustível e viveres.

qutandeira1.jpg A carta de Costa Gomes no pedido formal aos EUA chegava às mãos de Gerard Ford a 27 de Agosto. Dois dias depois o Governo de Vasco Gonçalves caía dando lugar a Pinheiro de Azevedo. A partir daqui a ponte de LuuaLix foi reforçada com a ajuda dos primos britânicos e dos franceses. Entretanto em Luanda o MPLA instigava os estivadores do Porto de Luanda à greve, para deste modo dificultarem o carregamento de bens.

Os Portugueses de N´Gola estavam a ser espoliados do tudo o que lhes pertencia. Visto à distância e com quase 50  anos, os brancos deveriam ter feito política de terra queimada – é a opinião de muitos espoliados devido à má conduta posterior dos mwangolés do MPLA! Também me custa muito dizer isto mas, guerra é guerra! Houve demasiadas e arrogantes injustiças que o tempo não sanou de todo.  Tamanha injustiça não desmereceria bem esta revolta, esta forma de indignação. Pois então, fazer arder tudo o que em vida lhes dava vida! Não pactuo com isto mas aqui fica o forte lamento do olho por olho, do dente por dente…

resiliência 1.jpg Ainda bem que nada disto sucedeu não obstante se receber dos mwangolés desdém com prepotência e desaforos muito ruins para serem curtidos. Era em verdade o que o MPLA merecia! Estou-me nas tintas para quem pensar de outra forma. Eles não foram merecedores de nossa benevolência! Numa directiva não declarada oficialmente, Henrique Santo (Onambwa) os operários recusaram-se a trabalhar com forças militares portuguesas dentro do Porto de Luanda! Traidores, muitas vezes!

Pandilha de gente que tomou as rédeas do mando… Estes exigiam serem substituídos pelas FAPLA, um claro truque para não serem tomados como coniventes com o MPLA. Uma falácia para dar cobertura ao recente criado sindicato portuário, gente do mesmo gabarito. Isto foi claro! Os civis Tugas da Luua, colonialistas, não aceitaram esta postura tendo daí sido atribuídas tarefas à Policia Portuária com a segurança do cais e da Armada.

pombinho5.jpg No carregamento de caixas, caixotes e haveres havia um mal-estar entre os Adidos e Desalojados que cada vez mais dificuldades viam no correr do tempo. A pretensão do MPLA era controlar o porto e as saídas de bagagens. Muitos destes fiscais do MPLA eram mazombos como eu, brancos, mestiços e alguns negros que vendo seu rabo a arder de medo, uma forma de falar, também embarcavam para o M´Puto!

Nada de mal disto! Havia muitos funcionários que pela lei dos Adidos, supostamente, teriam seu lugar garantido na metrópole; mas em verdade, tudo isto era demasiado confuso. Ninguém tinha a certeza de nada! De manhã havia uma dica e à tarde, várias outras - muitos boatos - muitos muxoxos... Alguns destes até aí eram também fiscais aduaneiros por parte do MPLA, retirando ouros e coisas valiosas aos agora “fujões”.  A partir de certa altura eram os proprietários dos haveres que faziam a estiva de suas coisas, seus haveres, carro entre outros…

(Continua…)

O Soba T´Chingange - (Otchingandji)



PUBLICADO POR kimbolagoa às 19:13
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