NAS FRINCHAS DO TEMPO
"DOS TEMPOS DE DIPANDA“ - Crónica 3530 – 18.12.2023
“Tropas cubanas para Angola, já!” - “Missão Xirikwata”
Às margens do Cubango - Escritos boligrafados da minha mochila – Aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018
Por: T´Chingange (Otchingandji) – Em Lagoa do M´Puto
Em Luanda, a partir de certa altura eram os proprietários dos haveres que faziam a estiva de suas coisas, seus haveres e carro entre outros… As minhas, saídas da Caála, não chegaram a passar para além do crivo de balas em Ganda que impediram sua chegada ao porto do Lobito! Adeus fotos, adeus relíquias, adeus pertences e madeixas de cabelos dos filhos, recordações de uma vida!
Terei de dizer isto muitas vezes para que alguém com tino refaça a verdade e nos peça desculpas, Portugal e Angola, claro! Evidentemente que vou esperar sentado; não vejo um qualquer governante ter essa nobre postura! Ainda tive alguma esperança quando Marcelo do M´Puto chegou ao poleiro mas, desencantei-me. Eles lá no topo, só serão estadistas a sério quando nos pedirem desculpas… até ver, os ávidos ao poder, os ambiciosos, sobressaem na maioria…
Há muita gente amiga a considerar-me saudosista porque sempre desenterro o passado, mas quanto mais olho para o posfácio do futuro mais me interiorizo no tempo imaginário de direcções indistinguíveis no espaço, visto do meu postigo. Um copo quando cai e se parte, estilhaça-se em canecos; daqui saem para ser reciclados feitos vidro ou simplesmente deitados ao lixo.
Se andarmos segundos para trás, verse-a o copo ainda inteiro a cair e um pouco antes, ele estará de novo inteiro pronto a ser usado, cheio, vazado, cheio de novo e despejado repetidas vezes e, por aí… até que de novo volte às caldeiras da usina e, feito fogo liquefaz-se, o que ainda antes só era uns grãos de areia, sílica. Pois assim seremos também, pó!
Mas, desconhecendo o que está por acontecer, será como um filme ao retrocedermos as imagens de nossas vidas, trinta, quarenta ou cinquenta anos lá para trás! Em câmara lenta consegue ver-se o ínfimo pormenor. E, a vida surge-nos num truque no espaço-tempo imaginário calculado nas respostas de estórias. Falas somando eventos com mentiras bidimensionais, manobras de diversão tridimensionais; falas que em seu tempo muito mal nos fizeram neste universo observável!
Quando isso me sucede caio em mim dizendo na primeiríssima pessoa: - Não sou mesmo nada! Não pude desfazer ou adivinhar o futuro imediato de meses e anos, muitos anos; fui sempre um ponto no traço da própria virgula mal metida num texto aonde me encaixaram para compor um ramalhete de família, de bairro, de nação! E, chamaram-me de colono e colonialista mais muitas coisas para justificar a matumbice de suas cabeças retorcidas!
Fizeram de nós gatos-sapatos; sapatos quedes da macambira ou chinelo de pé, pneu vulcanizado de marca michelin. Também dum qualquer pneu ainda com rasto de picada, com rascunhos de asa de salalé pisoteado; e fiquei assim mesmo desclassificado Niassalês matrindindi de nação sem escolha! Porra… o tonito da maianga, da Dona Arminda gweta da Luua nunca chegou a general – nem no sonho!...
Só mesmo atirador de primeira com mauser, G3 e bazuca mais fisgas do M´Puto kandengue com seus manos do Rio Seco da Maianga da Luua, uma mulola que classificamos como nossa Universidade. E dali, saímos como katedráticos inaproveitados. Se ali estivéssemos juro mesmo sangue de cristo na terra de N´Gola, a coisa estaria muito para melhor. Depois só fui mesmo brigadeiro dos caminhos-de-ferro desenhando muito mais de dez mil quilómetros de curvas de nível no rio kwanza acima, no Luinha a jusante e muitas linhas de água que nem os guerrilheiros fantasmas do MPLA conheceram.
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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