NAS FRINCHAS DO TEMPO
"DOS TEMPOS DE DIPANDA“ - Crónica 3558 – 11.03.2024
“A LONGA MARCHA COM SAVIMBI” – Segundo Fred Bridgland
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji) – Em Lagoa do M´Puto
A maioria de nós já não é capaz de compreender hoje, os grandes problemas morais do Mundo no passado. Já lá vai o tempo em que era só separar o joio do trigo, rezar um pai-nosso ou uma ave-maria para suspender as preocupações circunscritas, porque o longe era-o em demasia e no cercano, o senhor padre ou o kimbanda, comunicava na missa avisos de alvissaras com umas quantas defuntações, pois que sabia de tudo e até sabia encobrir o que era para não ser sabido.
E, afinal não existe "pedra" em nosso caminho que não possa ser aproveitada para nosso próprio uso em crescimento. Muita sabedoria, luz e prudência, é necessária ter para saber o que fazer com cada pedra que se encontre, tornando-as alicerces de nossas vidas. Observe-se que a diferença não está na pedra mas, na atitude das pessoas perante as inerentes coisas! Desta feita a estória da “Grande Marcha com Savimbi” de 48 anos atrás, em Angola reaviva-se aqui numa permanente angustia, surpresa e penosa admiração :
As peles das bagas eram fervidas de novo, juntando a elas folhas de uma outra árvore. A sopa liquida que daqui resultava parecia óleo vegetal queimado e, ao fim de meia hora, deixava os convivas enfraquecidos, muito mais fracos e inchados. Porém, era uma forma de se alimentarem. Um dos guerrilheiros sabia como colher mel silvestre e, trouxe consigo uma pequena quantidade. Vinoma Savimbi, perita em cogumelos silvestres, conseguir seleccionar alguns.
Porém, cinco soldados morreram envenenados, depois de comerem míscaros, apanhados sem terem consultado Vinoma… Savimbi fez um discurso encorajador exortando os soldados a não se deixarem render perante a morte, porque o povo estava à espera que combatessem. «Esse foi realmente um momento chocante e assustador porque alguns dos soldados não tinham sequer a capacidade física necessária para responder ao seu apelo, embora pudesse ver-se que o desejavam».
« … Muitos conseguiram manter-se de pé e dizer que continuariam a combater mas, alguns instantes mais tarde, caíram por terra». Apesar de tudo isto, o grupo de Savimbi foi ficando mais fraco, por falta de alimentação. Estavam deitados no chão e, ao sexto dia, a maioria, era incapaz de se arrastar pelos seu próprios meios; porém, nesse mesmo dia, uma patrulha chegou com notícias animadoras.
Tinham descoberto uma aldeia a quinze quilómetros de distância, e os seus habitantes eram de há muito, apoiantes da UNITA. A notícia sobre a existência da aldeia actuou como uma injecção vivificante. O soldados estavam anciosos por estabelecerem de novo, contactos com a população comum. Embora tivessem encontrado em si mesmos, forças desconhecidas, a jornada de quinze quilómetros, que teria demorado apenas duas horas em situação normal, legou doze horas.
Os camponeses vieram ao encontro de Savimbi e ajudaram a levar a coluna para suas cubatas. Afirmavam ter sido visitados por comandantes de guerrilha da UNITA, que os tinham informado que Savimbi estava a ser perseguido pelos cubanos e pelo MPLA. O chefe da aldeia desenhou diagramas no pó do chão para mostrar a Savimbi como enviar patrulhas, em direcções diversas, para ajudar a desencontrar a coluna do Presidente.
Os camponeses não tinham grande quantidade de alimento armazenados, mas forneceram milho, mandioca e carne de antílope. Savimbi, valendo-se de seus conhecimentos de medicina adquiridos em Portugal, reuniu os oficiais e, explicou-lhes os perigos que corriam ao comer alimentos sólidos, depois de tão grande período de fome… Em seguida Savimbi ordenou aos seus oficiais que repetissem o conselho à população, pelo qual eram responsáveis, utilizando os mesmos pretextos de subsistência.
Nota: - Com “transcrições parciais de Fred Bridgland em “Jonas Savimbi: Uma Chave para África”.
(Continua…)
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