NAS FRINCHAS DO TEMPO
"DOS TEMPOS DE DIPANDA*“ - Crónica 3584 – 02.06.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji) – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
É tempo de voltarmos à Jamba e esperar na mata, a morte do Agostinho do Sputnik lá para o ano de 1979. Entretanto, um turista bazungo com passaporte de muzungo (branco) Tuga, disfarçado com colete de zuarte, um quiko besuntado de raspas de biltong, destroços de pão duro rusk, muitos bolsos, um canivete macgyver e um crachá da UNITA cozido no forro do colete percorria a tal Faixa de Caprivi.
Procurando-me envolto em sonho, também para que o desse e viesse, com um galo em cerâmica dado a mim, por mérito creio, Issoisso, dado a mim, pelo meu herói de nome Alcides Sakala – um notável da UNITA; assim e, muito bem seguro com boas linhas, cosido no forro deste traje de caçador de elefantes.
Só eu e José Pedro Cachiungo um dirigente do galo negro em funções em Lisboa, sabia chamar-se assim de “Xirikwata – o pássaro comedor de jndungo”… Mas, nem sei como, San Nujoma, o presidente da Swapo, vim a saber que também o soube mas, desmilinguiu-me bem à beira do Okavango – eram os Serviços de Inteligencia a funcionar - ainda bem que assim o foi! Tinha a CIA a proteger-me...
Agora, com minha cuca pintalgada de velhice tipo mapa mundo, recordo se estava mesmomesmo pifado dos carretos, coisas reais dum passado acantonada no luco-fusco da vida e, como se o fora um espião de verdade, um tugangolano - aiué! E, no ano de 1978, aconteceu algo; os rodesianos fizeram um ataque ao campo de refugiados da ZAPU de Joshua N´Komo, em Boma, Sul de Luena, onde foram massacradas centena de pessoas.
Em um ataque ao Lubango no ano de 1979, por bombardeamento feito pelos sul-africanos, morrem 612 pessoas. Este foi também o ano do “massacre de Cassinga” quando militares sul-africanos atacam um campo de refugiados namibianos, chacinando 1.200 pessoas… A morte de Agostinho Neto sucedeu nesse ano de 1979.
A morte de Agostinho Neto, acontecu em Moscovo a 10 de Setembro de 1979, na Rússia. Seu corpo regressa embalsamado a Luanda. Nas exéquias fúnebres, em quase histeria colectiva as pessoas gritam “mataram nosso Netinho”. Referiam-se aos soviéticos, mas a verdade é que Neto sofria de incurável cancro de fígado por via de tanto “chivas regal” e caporroto de Catete – implodiu por dentro, simplesmente!…
Na presidência de Angola, sucede o eng.º José Eduardo dos Santos, nascido no musseque Sambizanga, de pai pedreiro e mãe doméstica, foi aluno do Liceu Salvador Correia de Sá. Formou-se em engenharia de petróleos em Baku, ex-URSS, sendo a princípio contestado pelos radicais do MPLA.
Contestado em Luanda, especialmente por ter decidido congelar todos os processos de condenações à morte; posteriormente aboliu a pena de morte em Angola. Sabe-se sim, por via de muitas denúncias que sofisticaram a forma de eliminar inimigos ou gente inconveniente com venenos de sofisticada elaboração entre outras formas dissimuladas… Entretanto a guerra continua com a UNITA já fixada na Jamba – Cuando / Cubango. Iremos para lá a seguir…
Ilustrações aleatórias de Costa Araújo
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange.
(Continua…)
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