NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na diáspora e após a “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”
Crónica 3633– 10.10.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Após o ano de 1994, haveria que manipular os espíritos inseguros, carregar nos botões certos das almas inocentes, com o fígado incompleto, candengues sem estrutura para os virar monstros desapiedados com o nome de pioneiros… Eram ideias desfibrilhadadas numa antiga dor sem sentimento nem culpa.
O Sol não tinha como se abraçar a nós, nem se poderia esperar isto. O tempo escasseia-me muitas vezes, para poder redigir antigas histórias escondidas, que até posso antever reais a tempo inteiro. Nessas alturas levanto voo, plano como um albatroz e por aí vou fora, sem parágrafos ou pontos finais, com diálogos que de dinâmicos, só o serão na ficção!
Para que conste: No M´Puto, naquele então e após o voo grátis de “Lualix” sem volta, as solicitações de trabalho para os municípios e outros organismos através do IARN (Instituto de Apoio ao Retorno de Nacionais) iam-se fazendo. As colocações de funcionários, de forma dissimulada por vezes, já tinha um nome para uma tal pessoa a destacar…
E, no desvario da revolução, as colocações eram feitas preterindo amiudadamente os refugidos conotados como anticomunistas; com os respingos de ideologia do PREC - Processo de Revolução em Curso do M´Puto, muitos o eram por vezes preteridos por gente conotada à esquerda (pró MPLA). Hoje posso ver com mais claridade o que era essa força do Partido Comunista com suas células e comités de intervenção.
Dando um salto à frente, anos mais tarde Alcides Sacala da UNITA, na Diáspora, deu-me posse de Coordenador da Zona Sul de Portugal e isto trouxe-me inúmeros problemas tais como escutas telefónicas; houve sim, outros contratemos, mas que, não cabe aqui referir.
Recuando um pouco, minha base era a Caála chamada de Robert Williams, uma pequena cidade que ficou com o nome de um abnegado dirigente dos Caminhos de Ferro de Benguela. Só muito mais tarde e a partir do 11 de Março de 1976 as coisas começaram a tomar novo rumo. Tive a sorte de ser colocado como destacado em um município tendo na presidência um elemento do MDP-CDE.
Passados que são cinquenta anos, ainda anda por aqui e ali, muita gente com quem temos amizade, que dão um encolher de ombros às lembranças de então. Por isso, nesta descrição andarei um pouco mais à frente ou atrás no tempo, para inserir o essencial dos problemas que afectavam milhares de seres como eu, com iguais circunstâncias - retornados; gente que quis esquecer e, acabou mesmo por assim o ser, só que alguns entretanto defuntaram-se…
Convém aqui dizer que os gestores do MDP-CDE do Município em que fui destacado no Ribatejo, jogavam na perspectiva de obterem em mim um técnico a ser moldado ao seu jeito na reforma agrária. Quiseram sim levar-me para o Alentejo a dar animo a uma reforma da qual nada me dizia. Dias-a-fio, era assediado para ingressar em suas fileiras e ir comandar as tropas de insurrectos dessa reforma agraria no Alentejo – Os moirões, os levanta telhados dos montes, propriedade de latifundiários fugidos para o Brasil…
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
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