NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Diáspora após a “SEXTA-FEIRA SANGRENTA”
Crónica 3636 –23.10.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
O filho de Mário Soares, João Soares, deputado socialista e antigo presidente da Câmara de Lisboa, esteve três vezes na Jamba e da última vez, ficou gravemente ferido quando a avioneta se despenhou no fim da pista de terra batida, segundo se diz por estar demasiado carregada com marfim.
Nos EUA, Ronald Reagan, George Shultz, Jeane Kirkpatrick e outras figuras de proa do Partido Republicano não se cansavam de elogiar Jonas Savimbi como um grande líder anticomunista. Comparado com Reagan, o guerrilheiro era um intelectual. Falava fluentemente português, inglês e francês e usava estas línguas nos contactos com políticos, diplomatas ou jornalistas.
Savimbi foi um homem corajoso e ardiloso: combateu os comunistas com ajuda dos capitalistas e vice-versa, lutou pela negritude aliando-se aos brancos sul-africanos do apartheid e combateu o colonialismo português aliando-se à Pide e ao exército português no leste de Angola, onde chegou a ser assistido por médicos militares portugueses.
O envolvimento dos Estados Unidos em Angola começou em 1960 com ajuda à FNLA e durante a guerra civil de 1975/76 apoiaram também a UNITA, os dois movimentos anticomunistas. Com a derrota da FNLA, os americanos voltaram-se para a UNITA e, este apoio atingiu 90 milhões de dólares em 1990.
Além da ajuda americana, a UNITA tinha os diamantes que proporcionava lucros anuais de um bilião de dólares, mais dinheiro do que o tesouro da maioria dos países africanos e, com essa capacidade financeira, conseguiu criar melhores quadros militares e civis do que o MPLA…
E, tudo indicava que estava em melhores condições para governar o país, mas quem falhou foi o próprio Savimbi, que concentrava todo o poder e, apesar de toda a sua cultura, enfermava de um disfarçado tribalismo primário. Entretanto a vida continuava em Angola. De forma periclitante a casa da circunscrição continuava a ser praticada, a residência do administrador já o era - outra coisa qualquer, talvez um comité ou um centro da OMA. A granja agrícola estava minada com instrumentos de morte redonda, o armazém de alfaias ficou a enferrujar o tempo.
As sementes seleccionadas deixaram de ser distribuídas pelo organismo da agricultura; ao tanque carradicida e ao posto médico, deram-lhe outra utilidade. A estação dos Correios, o Tribunal, a Capela, os fornos de cal e tijolo, o silo, a carrinha “chevrolet”, o forno de pão, a sanzala, os cipaios e a missão, deixaram de o ser no mesmo jeito...Tudo se tornou num mundo irreal, monstruoso, somente um faz de conta que fazia gerir o dia-a-dia, à toa.
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
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