NAS FRINCHAS DO TEMPO
DOS TEMPOS DE DIPANDA * - Na Diáspora, já quase no ano Dois Mil
Crónica 3637 – 26.10.2024
- Escritos boligrafados, aleatoriamente após 1975 e, ou entre os anos de 1999 a 2018 - “Missão Xirikwata”
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
E, eis que mais uma guerra civil se iniciava, a da desilusão. A 5 de Dezembro de 1998 “dos Santos” engenheiro de sabedoria, decreta o inicio do fim: Eliminar Savimbi, matar, matar, num nunca acabar. A guerra de 27 anos pode ser dividida aproximadamente em três períodos de grandes combates - de 1975 a 1991, 1992 a 1994 e 1998 a 2002 - com períodos de paz frágeis. Quando o MPLA alcançou a vitória em 2002, mais de 500 mil pessoas morreram e mais de um milhão foram deslocadas internamente. A guerra devastou as infra-estruturas de Angola e danificou gravemente a administração pública, a economia e as instituições religiosas do país.
Esta guerra terá de o ser, considerado um conflito por procuração da Guerra Fria, já que a União Soviética e os Estados Unidos, com seus respectivos aliados, prestaram assistência às facções em luta mas, -“Quando zumbi senhor da guerra chega, é zumbi quem manda”. Zé Sozinho enquanto atarraxava a cuja dita perna de pau, recheado de mortificação fala.
E, Zé fala assim: - O outro meu mano kwacha sem pernas morreu. O salalé neste entretanto, roeu seu último património; as suas pernas postiças em forma de cruz. Sucede que um dia e a convite de João Miranda, assisti bem na margem do rio Okavango (Cubango) a uma reunião de empresários e militares presidida por San Nujoma.
San Nujoma foi o primeiro presidente da Namíbia. Um helicóptero chegou bem perto da escola local do Shitemo no N´donga Linena River Lodge, dele desceu um velho senhor de barba branca, alpercatas e um chabéu de palha já com falripas soltas. Também trazia um bastão, que julgo ser feito de um distinto pau, o mesmo de entalar nos dentes depois de morto. Com seus pés e olhos grandes, caminhou em direcção às autoridades locais, depois veio cumprimentar os convivas e suas visitas aonde me encontrava.
Foi muito agradável em suas palavras, sua característica de humilde, postura e atitude. Naquela reunião, referiu a guerra que grassava do outro lado do rio – Angola. Pediu a seus militares que não dessem guarida às tropas da UNITA, tendo mesmo dito aos militares com estrelas que os ripostassem com fogo de morte.
Ele era o líder do povo do Sudoeste Africano, (Ovamboland People's Organization) e eu, um cidadão disfarçado de turista caçador de elefantes. Tenho uma foto deste cumprimento, por aí! Soubesse ele que eu era um responsável coordenador da UNITA no exterior e, teria apontado o dedo em minha direcção.
Em realidade era um turista como tantos outros e, nada havia em concreto sobre a minha pessoa a não ser muxoxos escutados pela contra-informação, sem o peso necessário para me apontarem algo. Bem! Também N´Zambi era meu amigo! Assim não sucedeu embora as estruturas de informação e inteligência pudessem saber de algo; minha missão era ver os pontos de reabastecimento à Jamba a partir da Namíbia.
O tempo fez diluir estas contrariedades de estar sob escuta mas ficou bem presente o que disse: “UNITA soldiers crossing the river, fire on them”; No M´Puto, José Pedro Cachiungo, tinha-me feito advertência de poder ter algumas contrariedades e, mesmo sem salvo-conduto meu comportamento foi de singela observação… Têm mais kitucus mas, o melhor é ficar só assim mesmo!
Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.
Nota 2: **Texto elaborado a partir das anotações do baú de T´Chingange e, da revista descartável do semanário Expresso do M´Puto …
(Continua…)
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