DESDE OS TEMPOS DE DIPANDA *
- Comemoração dos 50 anos de independência de Angola . I - UNITA quer Savimbi e Holden Roberto reconhecidos por mérito em vez de perdão
- Crónica 3707 – 26.10.2025
Por: T´Chingange (Otchingandji)** – O NIASSALÊS em Lagoa do M´Puto
Nas condecorações realizadas pelo governo angolano no âmbito dos 50 anos da independência foram homenageadas mais de 700 personalidades em diversas áreas. As listas são extensas tendo sido distribuídas por diferentes cerimónias, ao longo de 2025. O governo de João Lourenço (JL), condecora vários portugueses, entre os quais Cunhal e Rosa Coutinho.
Só recentemente, Outubro de 2025, JL anuncia que os líderes históricos Jonas Savimbi (UNITA) e Holden Roberto (FNLA), signatários dos Acordos de Alvor, vão ser condecorados com a Medalha Comemorativa dos 50 anos da Independência Nacional. Com um discurso de mais de três horas, JL afirma que em todos os domínios da vida nacional, como um tributo "ao espírito do perdão, da paz e da reconciliação nacional".
Aquela visão na forma de PERDÃO é efusivamente protestada pelo líder da UNITA, Adalberto da Costa Júnior. ACJ, que afirma ser um desprezo incompreensível esquecer-se, a propósito os ditos pais da nação a saber, Jonas Savimbi e Holden Roberto, dando primazia a Agostinho Neto, líder do MPLA. Tudo uma afronta descarada!
De salientar que figuras polémicas fora do âmbito de Angola, já o tinham sido homenageados Cunhal, Almeida Santos, Melo Antunes, Rosa Coutinho, Sérgio Vilarigues e Vital Moreira: os cinco primeiro a título póstumo, são distinguidos com uma distinção atribuída a “personalidades e colectivos cujas acções marcaram de forma relevante a trajectória histórica de Angola, em defesa da independência, da paz e do desenvolvimento”.
Ora, sucede, que esta decisão de distinguir os fundadores da UNITA e da FNLA surge após críticas e polémica lancadas por ACJ pela ausência destes nomes nas listas de condecorações já atribuídas. E, JL, assim discursa: "É neste quadro, no espírito do perdão, da paz e da reconciliação nacional, da unidade da Nação, que vamos estender este reconhecimento nacional aos signatários dos Acordos de Alvor, atribuindo a todos eles a medalha comemorativa dos 50 anos da Independência Nacional".
JL declarou aquilo, recebendo prolongados aplausos da bancada do MPLA (partido do poder), com muitos deputados de pé. O discurso contestado, foi marcado por comparações sofríveis actuais com o período colonial segundo estatísticas sobre os reais ganhos da independência em sectores como a agricultura, a indústria, as pescas, a energia, águas, os transportes, as comunicações e, e …
Ora bem! A UNITA, condignamente quer Savimbi e Holden Roberto reconhecidos por mérito ao invés de perdão. Seu presidente ACJ opôs-se veementemente defendendo sim, um reconhecimento por mérito e não "por perdão" aos líderes históricos Jonas Savimbi (UNITA) e Holden Roberto (FNLA). De notar que a vice-presidente da Assembleia Nacional do MPLA (poder) elogiou este gesto de reconciliação.
Adalberto Costa Júnior, desde o início do processo sempre defendeu a necessidade do reconhecimento "dos pais da nação”, mas chegou a ouvir como resposta que "não há ninguém que tenha dois pais". "Depois, a Assembleia Nacional recebeu a proposta de lei (...) em que foi recusado efectivamente o reconhecimento aos pais da nação". Foi quando ACJ, lembrou ter havido "uma série imensa de não aceitações individuais de condecorações", devido a esta recusa de "todos os pais da nação serem tratados da mesma forma, serem todos reconhecidos da mesma maneira".
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Nota 1: *Dipanda é o somatório das coisas positivas e negativas que ocorreram antes e, durante os longos anos da crise Angolana e, na diáspora de angolanos espalhados pelo mundo.…
(Continua...)
O Soba T´Chingange

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