NAS FRINCHAS DO TEMPO – UM CACTO CHAMADO XHOBA (HOODIA)
- "DOS TEMPOS DE DIPANDA“ - Crónica 3458 – 06.08.2023
- Boligrafando estórias entre Welvis Bay e Swakopmund - Em direcção a Ondundozonanandana mais a Norte… Foi no ano de 1999
Por:T´Chingange (Otchingandji) – Em Amieiro do M´Puto
O vento sopra forte do lado de Dorop National Park trazendo areias por quilómetros e eu, galgava-os com receio de haver ali um furo de pneu, o carro teimava em desviar-se para a esquerda mas, em realidade era a força do vento quente que me forçava a preocupação – As nossas palavras são como sombras que nunca podem explicar por inteiro a luz de medos ou ansiedades que sempre transportamos connosco.
Nunca isentos de culpas e formulando nossos destinos, assim o deixávamos derramado, nosso ADN, na mistura do vento, do pó e quenturas com adrenalina; culpados de muitos nenhures ou pequenas coisas, assim formando grandes castelos. E, íamos sim, soprado vida na terra do nada na direcção de Walvis Bay, o principal balneário da Namíbia e um dos mais bem preservados exemplos da arquitectura colonial alemã no mundo.
Walvis Bay, foi fundada em 1892 como sendo o principal porto do Sudoeste Africano Alemão; um dos poucos lugares da África onde uma minoria considerável da população fala alemão e tem raízes germânicas. Fica no trajecto da Rodovia B2 e da Rede Ferroviária Transnamibiana, que vai Windhoek e a Walvis Bay. Tem seu próprio aeroporto e prédios notáveis, bonitos, um espanto no meio duma vastidão de areia.
Neste descobrir de novas coisas ficamos num aprazível mas modesto conjunto de bungalows situado junto ao mar e margem dum rio de areia, mulola de nome Swakop, o que deu origem a este nome à cidade tipicamente alemã aonde morou o ET, um amigo extraterrestre de nome Eduardo Torres. E, assim atirando palavras desprendidas, recordamos terras com vazios aonde a verdade e a mentira passam pela mesma boca como rastos de picada que viram lendas.
Aqui e ali no meio da secura do Karoo íamos pendurando como tufos de teias nas espinheiras do tempo nossos medos e angústias e coisas do mundo sem saber se tudo era o que parecia ser. Diz-se de que, quem quer falar de assuntos sigilosos vai para o deserto mas, nós, não arriscávamos limpar o lacre dos actos e pensamentos porque já tinhamos o coração endurecido na vulgaridade vivida.
Um pouco antes de chegar a Welvis Bay deparamos com lagoas repletas de flamingos – o Bird Sanctuary na estrada M36. O Naukluft e Sossusvlei com suas dunas mágicas foram ficando distantes, mais a Sul. Uma volta rápida a Welvis Bay, umas compras indispensáveis para curtirmos sobrevivência na noite que se aproximava e já a caminho de Swakopmund, assentamos arraial no Dolfim Park – um conjunto de chalés, bem confortáveis.
Da varanda deste chalé podíamos admirar a imensidão do Oceano Atlântico vindo saudar-nos com bátegas chapadas nas rochas – um recife que se estendia ao longo da costa, um cheio intenso a mar – um lugar bem aprazível aonde ficamos duas noites.
Esta frescura do Atlântico é devido à corrente fria de Benguela que já se fazia sentir há quase quinhentos e cinquenta anos atrás quando por aqui passaram os navegadores portugueses a caminho da Índia das especiarias. Por ordem do rei D. João II, Diogo Cão passou por aqui deixando padrões como o de Cape Cross, construído lá pelo ano de 1482 e, que fica a uns escassos 130 quilómetros mais a norte de onde agora nos encontramos…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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