NAS FRINCHAS DO TEMPO – NO REINO XHOBA - (HOODIA)
"DOS TEMPOS DE DIPANDA“ - Crónica 3494 – 27.09.2023
– Em Mukwé, Andara e Shitemo às margem do Cubango - “Missão Xirikwata”
- Escritos boligrafados da minha mochila – Aleatoriamente após 1975 e, entre os anos de 1999 a 2018
Por: T´Chingange (Otchingandji) – Em Lagoa do M´Puto
Nunca fiquei a saber se os jornais locais deram noticia com foto do aperto de mão entre mim T´Chingange e San Nujoma, o presidente do Movimento de Libertação da Namibia que se tornou o Presidente do novo país, Namíbia. O encontro do Shitemo, mesmo à magem do rio Okavango ou Cubango, em principio, era um encontro entre o líder e militares da Ovobolândia, os guardadores responsáveis da segurança nesta natural fronteira.
Esta reunião neste rio fronteira, aconteceu também com os mais destacados comeciantes da região de entre o Rundu e Divundu dos quais Miranda, o personagem que sempre destaco em minhas falas empregnadas de cacimbada catinga, numa forma ou jeito nada erudita ou de destaque literário. Ao certo, nunca soube se a Swapo ou o Departamento de Segurança Interna da Namíbia estava vigiando os meus passos, um turista bazungo.
Sim! Um turista bazungo com passaporte de muzungo (branco) português disfarçado com colete de zuarte, um quico besuntado de raspas de biltong e restos, destroços de pão duro rask, muitos bolsos, um canivete macgyver e um crachá da UNITA – um galo em cerâmica dado a mim, por mérito creio, pelo meu herói de nome Alcides Sakala e, assim muito bem seguro com boas linhas, cosido no forro deste traje de caçador de elefantes.
Para o que desse, viesse ou conviesse assim levava escondido meu distintivo de convicta afeição e convicção mas, o certo é que não tive qualquer contratempo em minhas andanças, nas descritas verdade turísticas de bazungu, um verdadeiro matumbo a fingir de autoguerrilheiro de boligrafo, em pleno segredo numa odisseia passifica que só agora desvendo. Assim, compartilhando com a natureza, bichos e afins, só eu e José Pedro Cachiungo um dirigente do galo negro em funções em Lisboa, sabia chamar-se de “Xirikwata – o pássaro comedor de jndungo”…
Não obstante a postura dos governantes de Windohek mostrarem dureza no trato, as autoridades regionais faziam vista grossa às movimentações que o comércio local fazia com a UNITA, com a Angola do outro lado dos rios Okavango, e Quando. Em realidade de um e outro lado eram gente com o mesmo passado, falando os mesmos dialectos, uma região conhecida por Ovobolândia com família distribuída por ambos os lados, do Calai ou Mucusso.
Constatei que o comércio floria em prosperidade, talvez de forma corrompida mas, tudo se vendia. No Divundo, tivemos necessidade de comprar mantimentos no shop do Miranda ao cuidado de sua filha Ana Maria e, de todos os pacotes de bolacha que compramos só um estava no prazo de validade. Foco isto porque era uma prática comum, região não vigiada pelas autoridades que nada queriam ver por vista grossa em troco de uma bateria para o carro ou de um saco de mandioca.
Esta quase inconfidência, pode até considerar-se uma falta de cortesia de minha parte sendo sempre tão bem acolhido pela família Miranda e, sempre a custo zero mas, que me perdoem por esta lisura em minha franqueza – foi uma época, um tempo. Em terras do fim do Mundo vale tudo; com a minha missão de xirikwata africana, nada de anormal sucedeu em minhas transacções mas ouvimos sim, relatos de coisas mal paridas e defuntadas em agruras de por dá-cá-aquela-palha…
O encontro com Pedro Rosa Mendes, autor do romance ficcionado de “Baia dos Tigres” desaconteceu aqui em Divundo em Junho de 1997, no shop da Ana Maria de Andara. Fiquei a saber antecipadamente as agruras de Pedro Rosa Mendes descritas em seu livro, lidas mais tarde e da periclitância da guerra que se julgava não ter fim; não fiz muitas ondas porque o meu percurso de passeio não tinha o mesmo objectivo que o dele e, também não sabia o que ele viria a descrever em suas crónicas faladas via rádio todos os dias com o M´Puto. O meu anonimato prevalecia a tudo naquele então – Não podia mesmo fazer ondas nem cavalgar surf em seco…
(Continua…)
O Soba T´Chingange
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