T´Chingange – No Alentejo do M´Puto
Revendo sempre estações da vida na ânsia de satisfazer desejos como um Aladino que busca uma lâmpada mágica, também me revi como filho dum alfaiate de nome Mustafá. Como coisa concertada dispus-me a seguir os escritos que não sendo secretos aludem a feitos de magos, feiticeiros ou bruxos. Em tempos de Mouros ir de Al-calá a Badajam a pé ou a cavalo seria em tempos idos uma aventura perigosa, não só pela inexistência de bons caminhos mas também pelos predadores, lobos e homens salteadores, flibusteiros que então existiam. Hoje existem outro tipo de salteadores como que vindos de lado nenhum mas, e curiosamente escolhidos por nós para usar suas supostas boas qualidades de novos magos.
Desconseguindo fortuna, coçando-me de incertezas aos sons graves de uma melodia sertaneja do Nordeste brasileiro, procuro aqui acerto de ideias; alando-me em quenturas, voo para norte fugindo à agitada borda mar Algarvia. Metido num pego do leito do rio Mira, mergulhado até ao pescoço, quase chafurdando, observo refrescado lá no alto a fortaleza da Cola e a torre da ermida da Senhora do Castro da Cola. Mesmo ao lado já sem uso pode admirar-se um moinho de levada que com as suas duas bocas feitas a pedra xistosa espera recuperação ou morte desmoronada. Vi ali um potencial sítio para se dar a conhecer pedagogia do que era aquele rio em anos longínquos, vida que se desenvolvia com a moagem dos cereais entre os quais o milho e mais tarde o trigo; milho que era britado para matar a fome a muita gente.
Porque o meu destino era Beringel, rumei para ali mas, pouco a pouco fui-me transformando num braço alado à semelhança do braço doiro do brasão de lá; e de espada na mão cortei o ar num ápice, passando por terras de Messejana, Ervidel e Mombeja e, de novo, feito homem poisei ali. Terão de ver em mim uma kianda fantasma que num ápice, ora está aqui ou já se foi pró álem. Já em Beringel, como um alfarrabista iluminado, fiquei a saber que foi D. Dinis que deu a primeira carta de Foral a esta terra, tendo passado a vila por segundo foral no ano de 1519 no reinado de D. Manuel I.
A mira de prodigiosas riquezas em sonhos cristãs, desvaneceu ao encontrar oposição de magos portadores doutras vontades e, das mil e uma noites desejadas, num indefinido alvorecer, por lá ficaram desmembrados os jovens Lusos; morreram com o rei, numa expedição estúpida de vontade imberbe. Também por ideias sebastianistas andei numa guerra de tuji (merda) por vontade alheia de novos sebastianistas gwetas (brancos) como eu. Queriam coisas e desconseguiram tornando-me um participante porque era filho duma Nação. Nação que afinal nem era minha e feito tolo, assim andei quatro anos de minha juventude – Para nada!
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