TEMPO COM CINZAS - Constantino enganou-nos impondo ao Império Romano o cristianismo - Bruno sobre as técnicas mnemónicas disse que o tempo dá tudo e tudo toma, tudo muda mas nada morre...
XICULULU : - Olhar de esguelha, mau-olhado, olho gordo, cobiça
Aos meus amigos (as) – 10ª de 12 Partes
Por
(…) O protestante Henrique IV, originalmente Henrique de Bourbon e Navarra, estava então no trono da França e a pacificação religiosa parecia estar iminente. Além do mais, Bruno ainda estava procurando por um estrado académico do qual pudesse expor suas teorias, e ele deve ter sabido que a cadeira de matemática da Universidade de Pádua estava então vaga. Regressou à Itália em agosto de 1591. Foi imediatamente para Pádua e durante o verão de 1591 iniciou uma série de cursos privados para estudantes alemães e escreveu o Praelectiones geometricae e Ars deformationum .
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No início do inverno, quando parecia que ele não iria receber a cátedra (ela foi oferecida a Galileu em 1592) retornou a Veneza, como hóspede de Mocenigo, e tomou parte nas discussões dos aristocratas venezianos progressistas que, como Bruno, favoreciam a investigação filosófica independentemente de suas implicações teológicas.
Em maio de 1592, Bruno havia terminado um outro trabalho e preparava-se para viajar a Frankfurt para publica-lo, quando se viu preso por Mocenigo no sótão da sua casa. Desapontado com as lições privadas de Bruno sobre as técnicas mnemónicas que em nada ajudaram sua precária memória, além de considerar-se atraiçoado por não conseguir o milagre esperado, Mocenigo também ficou ressentido com a intenção de Bruno de voltar para Frankfurt para publicar seu novo trabalho.
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Depois de prendê-lo, Mocenigo denunciou-o à Inquisição Veneziana por suas teorias heréticas. Levado pelo Santo Ofício com todos os seus papéis, Bruno defendeu-se admitindo alguns erros teológicos menores, insistindo, no entanto, nos seus postulados básicos. O palco do julgamento veneziano parecia proceder de modo favorável a Bruno, quando então a Inquisição Romana pediu sua extradição.
Por solicitação insistente do Papa, curioso sobre a personalidade de Bruno e o conteúdo do processo com respeito a suas ideias, o tribunal de Veneza encaminha o prisioneiro para Roma, e em janeiro de 1593 Bruno entrou na cadeia do palácio romano do Santo Ofício. Em Roma, um frade, Celestino de Verona, junta novos testemunhos acusadores. Inicia-se um novo processo em 1593, este mais sério, acompanhado de torturas, e que haveria de prolongar-se por sete anos.
O papa Clemente VIII (1592-1605) viria a ter papel decisivo no julgamento de Bruno. Apesar de engajado em refregas políticas com Veneza e Nápoles, ocupava-se zelosamente da doutrina da Igreja. Foi responsável pela publicação da vulgata (Versão standard da bíblia latina) e muitos outros livros litúrgicos (valendo-se do recente invento da imprensa). Criou uma comissão para resolver a querela entre Jesuítas e Dominicanos sobre a graça divina e a liberdade da vontade.
(Continua…)
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