ANGOLA . DEUS DEVE SER BRANCO! – 1ª de 3 Partes
Por
ISOMAR PEDRO GOMES - Foi em tempos um funcionário da polícia política DISA. Segundo ele, as pessoas que trabalhavam na DISA e se identificaram com a dissidência do MPLA foram vítimas da repressão. “O carrasco foi o sistema”, afirma! Ele teve a coragem de ter publicado isto em Angola.
DEUS É BRANCO?
"Há dias, a caminho do Hojy-yá-Henda, a bordo (como habitual) de um dos machimbombos da TCUL Viana vila - Cuca, um dos vários azulinhos, os nossos emblemáticos táxis colectivos, que 'palmilham' as nossas estradas (privilegio este meio de transporte por ser o mais barato e acessível aos pobres para rotas longas, mau grado a 'sardinhada e a catingada'), chamou a atenção do público, exibindo no seu 'traseiro' o seguinte dístico; DEUS É BRANCO, MULATO É ANJO, PRETO É DIABO.
:::::
Tal dístico, é óbvio, levantou as mais diversas celeumas entre os passageiros do machimbombo e creio entre todos os 'observadores' e transeuntes por onde o dito azulinho (mini m´bombó-chapa) 'rasgava' o seu 'popó-show'. Raciocinei com os meus botões e os meus botões comigo, as causas que levaram o proprietário do 'popó' ou do 'chauffeur de praça' a mencionar e exibir tal 'desgraçado ou ditoso (?!)' rótulo.
Na busca mental das 'causas', não pude deixar de comparar o modo de vida de hoje e o da administração colonial, quando o País, e a grossa maioria dos países do continente Africano, era administrado por indivíduos maioritariamente de raça branca, provenientes da Europa, "os tais colonos": poderia África então ser comparada a um paraíso? Há quem diga que sim, e eu não discordo dele! "Colonialismo caiu na lama!" Lembram-se deste célebre estribilho
:::::
A JÓIA COLONIAL - Angola era mundialmente conhecida como a Jóia do império Português e exibia, majestosa, todos os pergaminhos de tal título; o Quénia era, a par da África do Sul, a jóia africana do império Britânico, a Argélia a jóia africana do império Francês e o antigo Congo-Belga a jóia do mini império Belga. Tais países Africanos - no contexto do outrora - prosperavam a olhos vistos (a maioria deles encontravam-se ainda na idade da pedra), as respectivas comunidades autóctones idem em aspas, os índices de desenvolvimento humano dos autóctones inegavelmente estavam lenta e seguramente subindo; as obras dos colonialistas ainda perduram pela África adentro.
Verdade seja dita, o esclavagismo e as guerras de "kwata-kwata" fizeram irremediáveis estragos em África. Mas também não é menos verdade, que a falta de unidade, ambição, irresponsável individualismo e a sempre necessidade de estúpida e insanamente guerrearem e fizerem verter sangue (entre nós Africanos) - tornaram bem-vinda "a pax romana", isto é, a paz promulgada a força do chicote e da bala pelos Europeus.
:::::
As então gerações de jovens africanos instruídos (pelas respectivas franjas ou instituições da administração colonial), organizaram-se politicamente e fizeram soar a acusação de que os Europeus estavam a sugar as riquezas do solo pátrio em benefício exclusivo das nações colonizadoras, desconsiderando totalmente os interesses dos nativos e das colónias, transformando os autóctones em miseráveis na sua própria terra; "eles vieram com a Bíblia, nós tínhamos as terras, no fim eles ficaram com as terras e nós com a Bíblia" disse Robert Mugabe, nacionalista e guia da libertação do Zimbabwe.
Organizaram-se contra o invasor: protestos, revoltas, guerras, chacinas ; a história regista que o movimento e actuação dos 'mau-mau', liderado pelo indomável Jomo Keniata, foi um dos mais cruéis de África e o que chamou a atenção da comunidade internacional, para a necessidade da urgente descolonização de África. Claro, a violência gera violência, os resultados hoje fazem parte da história.
(Continua…)
As Opções de T´Chingange
RECORDAÇÔES ANGOLA
fogareiro da catumbela
aerograma
NAÇÃO OVIBUNDU
ANGOLA - OS MEUS PONTOS DE VISTA
NGOLA KIMBO
KIMANGOLA
ANGOLA - BRASIL
KITANDA
ANGOLA MEDUSAS
morrodamaianga
NOTICIAS ANGOLA (Tempo Real)
PÁGINA UM
PULULU
BIMBE
COMPILAÇÃO DE FOTOS
MOÇAMBIQUE
MUKANDAS DO MONTE ESTORIL
À MARGEM
PENSAR E FALAR ANGOLA